terça-feira, 2 de dezembro de 2025

MEDO, A EMOÇÃO PRIMORDIAL

 MEDO, A EMOÇÃO PRIMORDIAL 🖤


BIA BOTANA 


Quando em 1.849, o estudioso britânico da civilização Assíria, Sir Austin Henry Layard (1.817 - 1.891) descobriu os fragmentos de sete tabuinhas de escrita cuneiforme, nas ruínas da Biblioteca de Assurbanepal, na cidade de Ninive na Alta Mesopotâmia (Mossul, Iraque), não sabia então que o conteúdo de sua descoberta, o texto de “Enuma Elish”, poderia ao ser publicado em 1.876, lançar uma nova luz sobre o livro bíblico do Gênesis e sua narrativa da criação do mundo, abrindo também uma grandiosa controversa.


A narrativa judaico-cristã da criação do mundo, constante no livro do Gênesis, até o a publicação do texto “Enuma Elish”, era considerada sagrada, quase um dogma religioso a ser aceito sem nenhuma prova histórica ou científica que a embasasse. O texto sumério da criação, possivelmente numa versão datada do século VI a.C, cuja tradição deve remontar ao tempo em que os ancestrais semitas se instalaram na região da Mesopotâmia, entre os milênios VI e V a.C. resultando no florescimento de uma civilização próspera a partir do III milênio a.C., abriu a investigação dos estudiosos que este documento fora provavelmente a inspiração para a narrativa bíblica, cuja influência é inegável para a surgimento da nossa civilização patriarcal ocidental e do oriente medio. 


Neste século XXI, não se considera mais uma ofensa religiosa em tratar a narrativa bíblica do Gênesis como um mito, graças à descoberta de Sir Austin Henry Layard e de outros documentos como o códice de Nag Hamadi de 1.945, com publicação do texto completo em 1977. 


Para a minha análise do texto da criação eu estou desconsiderando, portanto, o aspecto religioso e me atendo ao aspecto do perfil psicológico e seus efeitos à percepção de incontáveis pessoas que por este texto foram influenciadas em suas vidas através dos milênios.


Minha análise vai abranger os quatro primeiros capítulos do Gênesis. Nestes quatro capítulos o criador se apresenta como um ser impessoal, arquiteto de uma obra idealizada e que através de sua engenhosidade cria formas, que revelam seu imenso poder de imaginação, criatividade e capacidade surpreendente de materialização de suas ideias. Essa deidade é chamada de Deus, em razão de sua natureza sobrenatural. É a princípio um Deus pragmático e distingue apenas o que pode ser bom ou ruim segundo a sua própria vontade, de modo que tudo o que cria é para um propósito benéfico. 


No primeiro capítulo se informa que toda a criação se deu por terminada no sexto dia de Deus, e o segundo capítulo narra o desdobramento da criação do ser humano. No primeiro capítulo está escrito nos versículos 26 e 28: “Façamos o homem a nossa imagem e semelhança. Que ele reine sobre os peixes do mar. sobre as aves do céus, sobre os animais domésticos e sobre toda a terra, e sobre todos os répteis que se arrastam sobre a terra.” Deus criou o homem à sua imagem; criou-o a imagem de Deus, criou o homem e a mulher. Deus os abençoou:”Frutificai, disse ele, e multiplicai-vos; enchei a terra e submetei-a.” E Deus deu poder ao homem e à mulher sobre todas as criaturas vivas, “em que haja sôpro vivente.” E   Deus contemplou toda sua obra e viu que era muito bom. 


Já no segundo capítulo a disposição de Deus já se apresenta  de uma maneira diferente, já não deu mais toda a sua criação para que o homem e a mulher reinassem sobre ela. Ele cria um local restrito para eles, que está na região mesopotâmica, e chamado Jardim do Éden (que significa estrepe), de natureza agradável e com duas árvores; a árvore da vida no meio do jardim e a árvore do bem e do mal. (Gênesis:9-10) E Deus colocou o homem lá para que ele trabalhasse cultivando e guardando o jardim. E disse a ele: “Podes comer do fruto de todas as árvores do jardim; mas não comas do fruto da árvore da ciência do bem e do mal; porque no dia que dele comer, morrerás imediatamente.” (Gênesis 2:15-17). Foi assim, que Deus deu a conhecer ao homem a morte, mesmo que ele não compreendesse o que era morrer, já que no Jardim do Éden nenhum ser vivente morria.


Nos versículos seguintes vem a narrativa de um mito misógino para a criação da mulher. em que a igualdade de condições entre os dois por ocasião da criação deles por Deus é subvertida pelo homem, que a chama de mulher (que significa a que socorre e ajuda) porque fora “tomada do homem” por Deus para lhe dar ajuda. E, então, o homem determina: “Por isso o homem deixa o seu pai e a sua mãe para se unir à sua mulher; e já não são mais que uma carne. O homem e a mulher estavam nus e não se envergonharam”. Estes dois últimos versículos do capítulo dois, se tornaram a base da sociedade patriarcal da civilização humana.


Observa-se um estado de “inocência” infantil, uma pureza de cunho sexual do homem e da mulher. Naturalmente, ambos não podiam se envergonhar de nada, pois evidentemente não tinham consciência de si mesmos, nem sabiam quem eram. Em verdade, eles eram como recém-nascidos. 


Então, seguindo-se para o terceiro capitulo do Gênesis a mudança é de uma dramaticidade inacreditável. Logo de início, há um esquecimento proposital do poder que Deus dera ao homem e à mulher de dominar sobre todas suas criaturas que tivessem um “sopro de vida”, inclusive sobre todos os répteis e todo animal que se arrasta na terra claramente, como claramente disposto no primeiro capítulo, versículos 28 a 30. A narrativa também desconsidera que Deus colocara o homem para cultivar e guardar o tal Jardim do Éden. E, absurdamente, apresenta nada menos que uma “serpente”, um réptil que se arrasta sobre a terra, e tal como um personagem de uma fábula mitológica a cobra é dotada de astúcia e é também falante! Tal ser vivo tem por único propósito perverter a inocência da mulher e fazer a malícia entrar em seu coração, de modo que ela caia na armadilha de comer o fruto da árvore da ciência do bem e do mal, afirmando que ao contrário do que Deus dissera, ao comer do fruto proibido não morreria, mesmo que a mulher não soubesse o que a morte significava. E a cobra seduziu dizendo que ao comer do fruto proibido os olhos da mulher seriam abertos e ela seria como os deuses, mesmo que a mulher não soubesse o que eram deuses, e teria o conhecimento do bem e do mal. E a mulher levada pelo propósito nato de ajudar o homem pelo qual Deus a criara, decidiu ser mais leal ao homem do que a Deus, e desobedeceu a ordem de Deus e comeu do fruto proibido. 


O mais surpreendente é que após ter comido o fruto proibido e ter tido os olhos abertos e adquirido o conhecimento do bem e do mal, tendo perdido toda a sua inocência de criação, a mulher tendo agora mais inteligência do que o homem, não pensou em guardar para si sua nova condição racional e cognitiva de sabedoria, mas manteve a sua lealdade ao homem, querendo que ele também tivesse os olhos abertos e tivesse o mesmo conhecimento que ela do bem e do mal. Pode-se dizer que depois o homem seria até muito agradecido a ela, como veremos. 


Percebe-se que a narrativa toma um tom malicioso e desvirtuado pela tomada da consciência tanto do homem como da mulher de suas próprias individualidades e de se reconhecer como animais com fragilidade física, por seus corpos não terem proteção como dos outros animais, não possuíam pelos, penas, escamas e nenhuma forma de proteção. Agora, eles  como seres inteligentes sabiam que precisavam se proteger, assim buscaram folhas de videira para se cobrir, mais por preservação do que uma suposta vergonha da própria nudez. Parece até que o narrador esqueceu-se do poder do fruto proibido, que não só abriu a inteligência da mulher e do homem, deu o conhecimento do bem e do mal e, também, revelou aos dois a morte, a condição de perenidade de todo ser vivente, uma revelação assombrosa até hoje, quando descobre que vive para morrer, contudo a palavra de Deus não se cumpriu e eles não morreram imediatamente após comerem do fruto proibido. 


Então, lá pelo versículo 8, a narrativa conta que Deus passeava pelo jardim tomando a brisa da tarde, quando chamou o homem e a mulher, pois tinham se escondido no meio das árvores. E o homem se apresentou coberto com folhas de videira, e lógico que Deus já sabia o que tinha acontecido. Então, é exatamente nesta circunstâncias que o homem apresenta sua primeira emoção, ele diz ao Senhor Deus: “– Ouvi o barulho de seus passos no jardim, TIVE MEDO, porque eu estou nu e ocultei-me.” (Gênesis 3:10) Então, para colocar a prova o homem, Deus perguntou quem tinha revelado a ele que estava nu, e se tinha comido o fruto proibido. Se a mulher tinha tido antes lealdade ao homem, ele quando confrontado por Deus não demonstrou a menor lealdade a ela, ao contrario coloca a culpa nela por sua desobediência e a mulher por sua vez colocou a culpa na serpente. A verdade é que o medo que sentiram na presença de Deus por conta de suas consciências do bem e do mal, expiando o quanto tinham errado, foi em verdade um medo mortal, algo que nunca tinham sentido antes. Todos castigos lançados por Deus sobre eles nada eram em face do peso de suas  consciências obrigando-os a expiar o erro cometido e sentindo-se humilhados perante Deus, pois agora podiam ter a verdadeira dimensão do poder de Deus, e quão superior era Deus acima deles. Uma consciência que até então jamais tinham tido. 


Se deduz da leitura da narrativa até este ponto que Deus dera ao homem e a mulher poder de decisão, ou seja, desde a criação eles tiveram o chamado “livre arbitro”. O segundo ponto é que Deus, que era apresentado como impassível e pragmático se mostra agora emocional, e não é a desobediência em si que provoca sua reação violenta e punitiva, mas a deslealdade daqueles que criara, personificada na serpente, na mulher e no homem. Deus também apresenta o mesmo MEDO que as suas criaturas, medo de ter sua autoridade não só desobedecida como também questionada e contestada. 


Dos castigos impostos por Deus à mulher, um chama atenção: “… teus desejos te impelirão para o teu marido e tu estarás sob o seu domínio”, Gênesis 3:14. Assim, a mulher que antes fora criada por Deus em pé de igualdade com o homem, num segundo momento foi designada por Deus como ajudante leal do homem, aquela que socorre o homem e doravante é feita totalmente submissa e totalmente dominada pelo homem. O castigo dado por Deus à mulher é tão desproporcional que beira a injustiça, mas em verdade Deus viu na desobediência da mulher, que ela tinha mais lealdade ao homem que a Ele, seu criador. E Deus se mostra zeloso do que possui, portanto, uma segunda emoção é apresentada: o ciúmes, que não é outra coisa senão o medo de perder algo que se julga ter posse e que se tem amor. Pode-se perceber que Deus ao desejar que a mulher fosse mais leal a Ele do que ao homem, nutre por ela uma forma de amor. 


Será no capítulo 3, versículo 20, que o homem nomeará a si mesmo como  Adão (do hebraico Adam, que significa húmus, ou seja solo ou terra fértil, e por decorrência significa “humano”) e a mulher nomeou como Eva (em hebraico Hava, que significa “vida”), “porque ela era a mãe de todos os viventes”, justificou-se Adão, reconhecendo a lealdade que a mulher lhe teve ao dar a honra em seu nome e a dignificando. Em seguida, Deus apresenta uma nova emoção: a compaixão, pois se compadece da nova condição do homem e da mulher, e provém a necessidade de proteger a fragilidade física de seus corpos e Deus faz para eles “vestes de peles” e os vestiu, não para cobrir seus sexos, mas para que pudessem sobreviver ao meio adverso fora do território do Jardim do Éden, pois Deus tinha medo que morressem prematuramente. 


Porquanto, ao final da narrativa deste capítulo, fica-se sabendo que Deus não estava só, mas tinha a companhia de outros seres celestiais, apresentados como Querubins e que eram armados com espadas flamejantes. Pois, foram eles que aconselharam a Deus que impedisse o homem e a mulher de comer dos frutos da árvore da vida, a qual segundo o relato não fora-lhes proibido de comer anteriormente, e que permitia que vivessem eternamente. Assim, se deduz que não tendo mais acesso ao alimento que eternizava a vida, o homem e a mulher estariam sujeitos a morrer, condição que Deus condicionara caso comecem do fruto da árvore da ciência do bem e do mal. Os Querubins não só conseguiram seu propósito de expulsar o homem e a mulher do Jardim do Éden como se tornaram seus guardiões, prevenindo que o homem e a mulher não tivessem mais acesso às suas dádivas e delicias, pois tinham medo que eles pudessem destruir a obra de Deus. 


A emoção primordial do medo, ganha uma conotação ainda mais relevante no quarto capítulo do Gênesis, após Eva ter gerado o primogênito que deu o nome de Caim (que significa adquirido, possuído), e disse: “Possui um homem com a ajuda do Senhor.”  Pois, apesar de ter tido relações sexuais com Adão, Eva atribui a Deus a capacidade dela gerar um novo ser vivo em seu ventre e de dar vida a um novo ser humano. Eva gera um segundo filho, e a ele deu o nome de Abel (que significa sopro, e também efêmero). 


É compreensível que Adão e Eva tudo fizessem para recuperar as boas graças de Deus, de modo que adquiriram o costume de apresentar oferendas a Deus para que Ele não se afastasse deles. Pois, eles tinham medo que Deus nunca mais olhasse para eles e queriam ser perdoados pela desobediência que tinham tido no passado. E, apesar de seus filhos não terem cometido nenhum erro, também precisavam do perdão de Deus, de modo que também ofereciam as próprias oblações a Deus. 


Então, a narrativa conta que de maneira incomum foi colocada a discórdia entre os dois irmãos, não por conta de um ser astuto e sedutor, como aconteceu com Eva vítima das más intenções de uma serpente falante, mas devido a um comportamento do próprio Deus que levava-o a se agradar mais de uma coisa do que de outra, de achar bom algo em exclusão de outra coisa, que por ser excluída se deduz que seja ruim. 


É possível perceber que Deus em sua personalidade impassível e pragmático, era afeito a uma justiça fria e a uma sabedoria destituída de conhecimento emocional, e podia se comportar de maneira que não levava em consideração a sensibilidade de outros seres. E foi assim, que dando preferência a oferta do jovem Abel, causou o pior dos medos em Caim, o medo de ser rejeitado por Deus e não ser levado em consideração por Ele. 


Deus poderia ter sido mais misericordioso, mas até aquele momento sofria de falta de empatia, porque a condição humana era desconhecida para ele, apesar de o ser humano ter sido modelado à sua imagem, era para Deus apenas uma forma existencial. De certo modo, naquele tempo, o ser humano estava para Deus do mesmo modo que um animal de estimação estaria para uma pessoa hoje. 


Então, no capítulo 4:5-7, vendo que Caim, em razão do medo que sentia estava muito transtornado, talvez com inveja do irmão e irritado com esta emoção, Deus disse-lhe: “Por que estás irado? E por que está abatido o teu semblante? Se praticares o bem, sem dúvida alguma poderás reabilitar-te. Mas se procederes mal, o pecado estará à tua porta, espreitando-te; mas tu deverás o dominar.” 


O que Deus não sabia era que Caim estava com raiva por estar sentindo medo, por ter sido desprezado e a raiva encobria a insegurança que sentia, e o tornava vulnerável e fragilizado. E tudo que Caim queria era se sentir seguro de que Deus não o abandonaria, em vez disto Deus não o acolhera, mas disse apenas que devia controlar sua raiva e fazer o bem. O que deixou Caim ainda mais furioso, por não entender por qual motivo Deus o estava maltratando, e foi tomado de uma torrente de fúria como se estivesse frente à frente a um grandioso perigo ameaçador à sua vida. Caim com sangue nos olhos partiu para o uso da violência, querendo destruir quem causara aquele sentimento tormentoso nele, incorporando em si toda a violência da fera bestial humana Caim lançou-se sobre Abel e o matou. 


O fratricídio é de todos os atos errados, cometidos até então pelos humanos, o mais grave. E frente à desgraça, Deus disse a Caim: “Que fizeste! Eis que a voz do sangue do teu irmão clama por mim desde a terra. De ora em diante, serás maldito e expulso da terra, que abriu sua boca para beber da tua mão o sangue do teu irmão. Quando a cultivares ela te negará os seus frutos. E tu serás peregrino e errante sobre a terra.” (Gênesis 4:10-12)


A dura verdade é que o episódio trágico de Caim apresenta toda a emoção de medo que o ser humano sente, quando tomado da sensação de insegurança existencial. O medo libera hormônios como a adrenalina, que causam imediata aceleração dos batimentos cardíacos. É uma resposta do organismo a uma estimulação aversiva, física ou mental, cuja função é preparar o sujeito para uma possível luta ou fuga. O medo é por isso irracional. 

Contudo é uma reação de sobrevivência comum a todos seres vivos. O medo é também um instinto de proteção que ajuda a identificar e evitar perigos, o que é crucial e fundamental para a sobrevivência dos seres vivos. Nos corpos de animais – não esqueçamos que somos animais também–, quando o medo aparece, o corpo reage com aumento da frequência cardíaca, sudorese, respiração agitada e tensão muscular, preparando o indivíduo para agir. São três respostas físicas principais que o medo prepara o corpo: lutar contra a ameaça, fugir dela ou "congelar". As experiências passadas, conhecimentos e traumas adquirimos podem influenciar a forma e a intensidade com que o medo pode ser sentido. 


Pode-se considerar que o costume humano de exposição ao medo com o intuito de diminuir a sensibilidade e a reação do indivíduo à essa sensação e, assim, adquirir controle sobre as reações físicas que está emoção causa, de forma a dar mais pragmatismo ao comportamento humano, tem sido uma tática adotada desde os nossos ancestrais. Haja visto que a própria Bíblia é feita de narrativas de tremenda violência, tal como as que acabamos de ler, que parecem até um culto ao ódio entre as pessoas, e de uma moral muitas vezes duvidosa que beira a falta de ética, apresentando um deus belicoso, o qual foi chamado nos primórdios por aqueles que o cultuavam como Deus dos Exércitos. A Bíblia é de certa maneira um livro tão cruel que narra até a injusta e impiedosa morte sangrenta do chamado Jesus, o Filho de Deus. 


Já li muitas e muitas vezes a Bíblia, hoje eu a tenho postada à minha frente aqui na mesa em que escrevo, ela sempre está aberta em alguma passagem de um dos evangelhos com os ensinamentos de Jesus. Para mim, a Bíblia é uma recordação do quanto se erra por se sentir medo, e que o medo pode despertar os nossos piores sentimentos e causar nossas piores atitudes. Não há vergonha em dizer que se tem medo, na verdade as pessoas mais corajosas são as que conhecendo o perigo sentem medo e o dominam para enfrentar a ameaça a própria integridade física ou psíquica de maneira inteligente, causando os menores danos colaterais que sejam possíveis. 


A frase que mais ouvi de Jesus ao longo dos anos foi: “Não tenha medo.” Aprendi não só a evitar situações de perigo desnecessárias, como a acalmar a mim mesma, não a evitar ou a reprimir o medo, mas aceitando sua presença sem me sentir humilhada por ter medo, mas o aplacando até recuperar a serenidade outra vez. 


Apesar do grandioso papel de Jesus em ensinar como devemos lidar com o medo, e mesmo tendo ele afirmado com palavras e ações que não se pode encontrar lugar mais seguro em todo Universo do que ao lado do nosso Pai Criador, o qual  nos ama tanto que enviou seu filho unigênito para nos ensinar a nos reaproximar de Deus, mesmo assim é o medo ainda que causa todos os males e tira a paz de espírito que toda pessoa devia ter direito de ter, para viver uma vida digna de um ser humano. 


Há mais de dez anos, em 17 de setembro de 2015, eu postei nesse blog o primeiro capítulo de um livro de 57 capítulos e um Posfácio que teve sua ultima postagem em 27 de março de 2016 (links abaixo em Referências), onde eu expus todo conhecimento que obtive até aquela época sobre Jesus e sua missão como Filho de Deus de nos ensinar o caminho para o Reino de Deus, ou seja, o nosso caminho de volta para casa. 


De lá para cá, eu continuei estudando, buscando saber cada vez mais e desejando de todo coração aprender a saber como Deus pensava, para ser mais perfeita aos olhos dele, o que sem dúvida é uma grandiosa ambição da minha parte. Mas, eu sempre sonhei grande! Eu nunca ambicionei ser as pessoa mais rica do mundo como o Elon Musk, nem ser tão popular como a Lady Di, nem mesmo ser tão inteligente como Einstein, nem ser tão poderosa politicamente como Angela Merkel, nem escalar o Everest, nem mesmo sonhei em ser astronauta, mas sempre tive este desejo absurdo pelo qual abri mão de muitas ambições terrenas de poder aproximar-me de Deus, pois se Deus já falou com tanta gente, haja visto o numero de profetas e inclusive uma profetiza na Bíblia, ao meu ver não seria de todo impossível que eu caísse nas graças de Deus e Ele falasse comigo também. E, eu não fui desapontada. 😃 


Hoje mesmo, um pouco antes de eu abrir os olhos ao despertar, eu ouvi a voz terna de Deus num sussurro a dizer: “Você não viu o meu amor por eles quando os vesti com vestes de peles que eu mesmo tinha feito?” Oh! Que meiguice! 🥰 Como eu não percebera o amor paternal de Deus?  Como pude ser tão distraída…


Assim, deixo aqui um conselho para quem de conselho precisar, apesar da vida contemporânea contribuir de milhões de maneiras direta e indiretamente em campanhas de marketing, na Mídia, nas redes sociais, em todos os lugares para que você tenha alguma forma de medo, e tendo medo, solte seu pior lado, respire profundamente, uma, duas, três vezes, dizendo: EU VOU CONSEGUIR, serenando a sua mente. Caso você tenha fé em Jesus, reza um Pai Nosso. Não é apenas um milagre que vai acontecer, será você no controle de você mesmo, da sua vida e de seu destino. Acredite no que Deus disse a Caim: “Se praticares o bem, sem dúvida alguma poderás reabilitar-te. Mas, se procederes mal, o pecado estará à tua porta, espreitando-te; mas tu deverás dominá-lo”.


Como bem ouvi dizer nestes dias o ator Lázaro Ramos: “Você está onde deve estar. Ninguém tem o direito de dizer que você não pode.” Ou seja, dê uma chance a você de ser e viver em paz, porque pessoas felizes não fazem mal a ninguém, e pessoas serenas nunca estão sozinhas, sempre estão com Deus. 



REFERÊNCIAS


BIA BOTANA' NEWS & OPINION: JESUS, AMOR & FÉ - 1. JESUS, O AVATAR DE DEUS


BIA BOTANA' NEWS & OPINION: JESUS, AMOR & FÉ - POSFÁCIO - O IMPACTO DA RESSURREIÇÃO DE JESUS

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