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quinta-feira, 11 de dezembro de 2025

SER PROGRESSISTA, O QUE É?

 SER PROGRESSISTA, O QUE É?


BIA BOTANA



“A transformação da moral faz surgir assim um novo conceito político para esquerda, de modo que a antiga esquerda se torne direita no presente. Pode até parecer estranho, mas a verdade é que os reformistas de ontem são os conservadores de hoje. Nós assistimos, assim, ao nascimento de uma nova moral e com ela novos reformistas, quiçá não conseguirão eles definir um novo ideal de Estado, a esperada síntese do capitalismo e do comunismo, mais adequados à era tecnológica.” Bia Botana, 13 de abril de 1994




Desde ontem a ventania de um ciclone tropical sopra assustadora aqui na costa da Baixada Santista, mas fico sabendo que na cidade de São Paulo o vento anda alcançando ainda maior velocidade. O clima instável e revoltado está se tornando costumeiro, obrigando que se compreenda mais sobre as consequências climáticas, que o progresso da era da energia elétrica causou ao mundo. 


Isso faz com que eu me recorde de uma conversa tida com a minha avó materna, quando com quase a idade que eu tenho hoje, ela contava sobre as maravilhas da eletricidade. Porquanto, ela conhecera um mundo ainda iluminado por lampiões, de trens a vapor e de carruagens e carroças, e fora assim testemunha da transformação trazida pelo advento da energia elétrica. Eu estava entrando na adolescência e já era uma pessoa muito consciente, e era comum ouvir que eu tinha uma “alma velha”, talvez tivessem razão, então após ouvir com atenção o relato muito interessante da minha avó sobre uma vida e um mundo que eu não conhecera, apenas respondi: “– Veremos como será daqui há cem anos, pois não se sabe as consequências da eletricidade sobre o corpo humano.” Que absurdo, eu não tinha nem 13 anos, realmente eu estava longe de ser uma pessoa normal! 


Mas, não foram precisos 100 anos desde aquela conversa, 57 bastaram para saber as consequências da sociedade energética. Desde que Thomas Edison inaugurou a primeira usina geradora de energia para clientes em Nova York, USA, em 1882, até hoje transcorreram 143 anos e a criação de meios de energia sustentável se torna imprescindível para dar continuidade a este estilo de vida cada vez mais questionável quanto às suas consequências. 


O som do vento soprando a cantar a sua própria versão da famosa ária “Nessun dorma" do último ato da ópera trágica “Turandot” (1926) de Giacomo Puccini, cumpriu sua missão de despertar-me as quatro horas da madrugada e não me deixar mais dormir. E, eu estando acordada logo comecei a pensar no perfil que o Gemini, a Inteligência Artificial do Google, traçara para mim, desta vez quase 100% certo, só por um detalhe, ela definiu-me como de direita! Vejam só o que ela pensa de mim: “Sua postura como analista política sugere uma linha de pensamento predominantemente conservadora ou de direita, consistente ao longo das décadas:

Anticomunismo/Antissocialismo: Ela mantém uma oposição consistente a ideologias de esquerda e socialistas.

Crítica ao status quo político: Continua a enfatizar a responsabilidade dos políticos perante o povo e critica a

corrupção e a especulação (inclusive a de mercados).

Defesa de Forças Institucionais: Sua defesa inicial das Forças

Armadas nos anos 90, citada na Câmara dos Deputados, reflete

um apreço por instituições fortes.”


Honestamente minhas posições foram sempre claras, e não vejo o motivo pelo qual sendo eu PROGRESSISTA, não possa ser crítica ao comunismo e ao socialismo, porquanto abraço a causa humanista, que foi amplamente divulgada pelo último presidente da União Soviética, que promoveu o Glasnost, o processo de abertura soviético, Mikhail Sergueievich Gorbatchov ou Gorbachev, (1931 - 2022), de quem fui grande admiradora por sua grande coragem de transformar seu país, tirando-o de décadas de uma ditadura comunista para uma democracia capitalista e de bem-estar social. Sem dúvida foi Gorbachev que lançou as bases de uma nova visão da esquerda e foi quem definiu melhor o movimento progressista de centro-esquerda que passou a ocorrer após o fim da União Soviética. Em uma reflexão sobre as mudanças políticas no mundo eu apresentei uma breve análise no artigo que escrevi e foi publicado no Jornal de Brasília, em 13 de abril de 1994, com o título “Conservadores e Progressistas”. (Link ⬇️ em Referências) 


A má compreensão do movimento progressista, se deve a uma teimosia intelectual caracterizada pela dicotomia, onde tudo tem que ter apenas dois lados, especialmente na política, ou se é da direita capitalista neo-liberal da sociedade conservadora tipo pátria-família-e-propriedade ou se é de esquerda comunista/socialista de reforma agrária, defensora do aborto, dos sem-teto e sem-terra, defensor dos direitos humanos, LGBT+ e etcetera e tal. 


Não custa lembrar que está mania de esquerda e direita, como gosto de enfatizar sempre, nasceu na mesa de banquete do rei francês Luiz XIV (1638 - 1715), que sinalizava suas preferências fazendo sentar seus apoiadores políticos à sua direita, o que lhes dava um tremendo prestígio, e seus opositores à sua esquerda, ou os que estavam caindo em sua confiança naquele momento. Luiz XIV gostava deste tipo de comunicação de subterfúgios em relação aos status dos membros da sua corte,  para estabelecer um quem era quem em seu círculo de confiança, ao ponto de usar da mesma tática em relação às suas amantes, que se engalfinhavam pelo título de “preferida”. 


Ora, a Mídia desde que auto definiu-se como quarto poder, se comporta como Luiz XIV, dando primazia aos seus poderosos queridinhos escolhidos conforme seus caprichosos interesses do momento. O sociólogo francês Pierre Bourdieu (1939 - 2002) se referia ao jornalismo como detentor de um "poder sobre os instrumentos de comunicação de massa que lhe dá um poder sobre toda a espécie de capital simbólico – o poder de fazer e desfazer reputações". Por este motivo a Mídia de um modo geral funciona com um movimento pendular ora para direita e ora para esquerda, pois não aderiu ao conceito da “távola redonda” do lendário Rei Arthur, em seu castelo de Camelot, em algum lugar perdido da Grã-Bretanha. 


O conceito ideológico  progressista não é muito conhecido, não só porque é pouco divulgado, mas por seu um “pensar fora da caixa”, é por si só um pensamento elaborado e sofisticado que não atende ao apelo idiotizado do espírito de manada das massas. Não cabe-lhe rótulo algum, pois possui uma inspiração revolucionária em si, en razão de um estar descontente com o status quo, consciente de que todo progresso é disruptivo, cujo significado é bem dado pelo Gemini 🤖como algo que vem a “interromper o curso normal de um processo, que rompe padrões estabelecidos ou modelos de negócio, criando algo novo que transforma radicalmente um mercado ou um hábito”. 


É próprio da  natureza progressista a insurgência ao que está pré estabelecido, pois em seu bojo trás uma ideia de renovação. Pode-se dizer que Jesus, o Nazareno, foi sem dúvida o primeiro progressista da história, ao divulgar uma ideia permeada de amor, solidariedade, fraternidade e compartilhamento de bens intelectuais e materiais, seu simples gesto de repartir o próprio pão com quem estivesse com ele reflete sua ideologia de gentileza entre as pessoas, o que era absurdamente revolucionário em sua época. 


Portanto, SER PROGRESSISTA ė pegar tudo que há de bom na direita e na esquerda, jogar o que há de ruim fora e mexer o que foi escolhido com muito cuidado para que as ideias sejam amalgamadas e resultem numa procedimento político, social e econômico que venha a  formatar uma nova governabilidade, que possua um viés solidário e justo conciliado com o progresso capitalista, que beneficie não só uma minoria dos 10% da população rica do Brasil, por exemplo, mas que possa beneficiar de fato toda população em toda a territorialidade do país. Pois só assim, de maneira consciente das diferenças e necessidades a serem responsavelmente atendidas, se fará o Brasil, e qualquer outro país, uma Nação forte e grandiosa de verdade. 


O Brasil está deixando de ser uma nação-criança, que precisa ser tutelada e já, há algum tempo, trilha o caminho  para ser uma nação com maturidade, deixando para trás as besteiras irresponsáveis de sua juventude. 


Em razão desta desejada maturidade, ainda é preciso investir fortemente em programas sociais que garantam às famílias mais empobrecidas condições adequadas e dignas de vida, acesso à educação e saúde gratuitas de modo que seus filhos, esses brasileirinhos do futuro, tenham melhores condições e oportunidades de progredir na vida e possam cumprir a promessa do ideal do lema  “ordem e progresso”, que está ostentado na bandeira do Brasil. Os progressistas veem em cada tostão gasto em programas sociais como investimento de alta lucratividade futura, na medida que a assistência oferecida pelo Estado tende a diminuir na medida que melhora a distribuição de renda, e os indivíduos assistidos por esses programas, na medida que progridem e prosperam abandonam as condições de necessidade para integrarem a sociedade como cidadãos produtivos. A Alemanha que teve um forte programa progressista de bem-estar social, durante o tempo da liderança de Ângela Merkel, veio a se tornar a Nação mais rica e poderoso da Europa, e não poderia se sustentar nesta posição até hoje, se não tivesse ocorrido tal investimento pesado no povo alemão. E certamente eu poderia citar outros exemplos como China, Japão, Singapura, Coréia do Sul, Suécia, Noruega e outros tantos mais. 


Portanto, que todos saibam sem mais confusões despropositadas que SER PROGRESSISTA  é abraçar o progresso a fim de que um dia a prosperidade alcance todo ser humano e que finalmente se possa construir um mundo melhor para todos. Diga-me, como alguém em sã consciência pode ser contra isso? 


Mais um dia amanheceu, que nossas esperança de um mundo melhor se renove com os primeiros raios de sol. Bom dia! 😃 


Referências 


https://arquivodabiabotana.blogspot.com/2012/08/conservadores-e-reformistas.html?m=1

quarta-feira, 10 de dezembro de 2025

APOSTE EM VOCÊ!

 APOSTE EM VOCÊ!


BIA BOTANA 


Nestes dias assisti uma reportagem sobre um aplicativo norte-americano que permite, em palavras claras, apostas em eventos futuros com base em um “sim” ou “não”, ou seja, uma bolsa de apostas como existe no Reino Unido, onde apostar em qualquer coisa é o exemplo perfeito do famoso “fair play” britânico. (Link ⬇️ em Referências)


Era comum os bookmakers britânicos receberem vultuosas somas em apostas sobre a cor do vestido que a rainha Elizabeth II, uma apaixonada criadora de cavalos de corrida, iria vestir na abertura da temporada de corridas em Ascot, o que era para ela  uma ótima diversão, já que gostava de fazer suspense estimulando a bolsa de apostas e acompanhando os resultados e, então, dava vazão ao seu espírito brincalhão e colocava no dia uma cor nem ao menos aventada. Não se fábrica mais rainhas como ela, pois a forma da qual Elizabeth II foi feita foi jogada fora, com certeza!


A história do mercado de apostas no Reino Unido remonta ao século XVIII e acompanha a elevação social da burguesia. Os jogos de cartas e de azar ganharam uma breve projeção glamurosa na corte de Luiz XIV, em seu majestoso palácio em Versailles, no século XVI, mas acabaram condenados tanto pelos católicos como pelos protestantes, nos tempos do movimento da Reforma. 


Mas, no século XVIII, com o advento da Revolução Industrial um clima de disputa se estabeleceu entre inventores, pesquisadores, estudiosos atiçando a sanha dos apostadores em eventos futuros e tendências futuras, exatamente como o aplicativo elitista que deu tanto o que falar após a reportagem no programa Fantástico, da TV Globo, no último domingo. Portanto, é apenas mais uma velha prática em forma de novidade genial, e por ser um embuste ou engodo faço questão de não mencionar o nome do aplicativo, nem da empresa e nem dos pseudos-criadores de algo que nada vem a acrescentar de bom à sociedade. (Link ⬇️ em Referências)


Em termos institucionais o mercado de bookmakers britânicos teve início com as apostas em corridas de cavalos. O primeiro corretor de apostas (bookmaker) foi Harry Ogden, que abriu a primeira casa de apostas nas corridas de Newmarket, Suffolk, em 1795, oferecendo probabilidades fixas (fixed-odds) sobre os resultados das corridas. 


Com o estrondoso sucesso econômico e financeiro decorrente da Revolução Industrial, o governo britânico viu por bem implementar uma lei para regular a atividade de bookmaker, ou seja, corretor de apostas. A primeira lei aprovada no Parlamento foi o “Gaming Act” de 1845, que tornou ilegais as apostas que não ocorressem em locais específicos, como as pistas de corrida. A nova lei visava controlar o jogo ilegal, se conseguiu, eu não sei dizer já que não estava lá para conferir. 


Realmente, eu não sei dizer se foi ingenuidade ou malícia tentar freiar a obsessão britânica para apostar, pois todos sabem que os habitantes da bela Albion de Blake apostam até se o passarinho vai ou não fazer titica no chapéu coco britânico de quem está passando.  


O que me leva a pensar que o famoso “bowler hat, criado em 1849 pelos chapeleiros Thomas e William Bowler, a pedido do Lord Fitzwilliam (William Coke) para seus guarda-caças usarem em lugar das frágeis cartolas, não foi só teve uma utilidade prática como criou uma tendência de moda masculina. Pois em pouco tempo o chapéu foi adotado por trabalhadores da sociedade proletária emergente e de tão popular ao final do século XIX se tornou um ícone de elegância masculina britânico e frequentemente associado a trajes formais, como ternos, guarda-chuvas. A ponto do chapéu ter servido de inspiração ao ator de origem britânica Charles Chaplin criar seu personagem Carlito, no início do século XX, e que marcou o início do cinema mudo e da era de Hollywood. 


Na década de 1960, era comum ver homens no centro financeiro de Londres usando o chapéu-coco como parte de seu traje diário. A ponto do “bowler hat” ter virado uma marca dos corretores financeiros da Bolsa de Londres, a qual não deixa de ser uma poderosa casa de apostas vendendo e comprando ações das empresas nela listadas. 


Haha! 😃 Aposto que ninguém esperava que eu ligasse bookmakers e operadores de bolsa de valores através de um estiloso “bowler hat”, o que prova que quem aqui escreve e edita o texto não é uma inteligência artificial 🤖, mas uma criativa e inigualável consciência humana. 

Após este breve interlúdio, para colocar talvez um sorriso no seu rosto, caro leitor ou leitora, eu vou retomar a minha linha de raciocínio, contando que foi justamente em 1960, que o governo britânico estabeleceu o Betting and Gaming Act, ou seja, a lei de regulação ode apostas e jogos, que permitiu a abertura comercial de casas de apostas nas ruas do Reino Unido, as quais se proliferaram por todo canto, até na mais singela rua de uma longínqua pequenina vila bucólica britânica, daquelas eternizadas nas pinturas de John Constable (1776 - 1837). E, foi assim que a prática de apostas sendo devidamente institucionalizadas se tornou parte da cultura britânica. 


A primeira loteria de apostas online no Reino Unido foi a PLUS Lotto, que apareceu como grande novidade em 1995. Alguém se lembra como eram os computadores em 1995? Um verdadeiro trambolho com sua tela preta e letrinhas verdes neon, que era preciso ficar digitando comandos cifrados para estabelecer uma espécie de comunicação digital. Somente no século XXI, o negócio das apostas online passaram a crescer de maneira exponencial, pois surgiram os PCs (Personal Computer) depois vieram os celulares, em seguida os smartphones e surgiram os Apps, aplicativos de todos os tipos que oferecem entretenimento, acesso a serviços (bancos, redes sociais, jogos, e-mail) e JOGOS! 


Em 2005, o governo britânico estabeleceu uma nova lei para os jogos, o Gambling Act 2005, modernizando a lei anterior a adequando para a era digital e estabeleceu como principal órgão regulado a Comissão de Jogos de Azar do Reino Unido (UKGC - United Kingdom Gambling Commission). A lei visava garantir um mercado justo, seguro e livre de crimes, além de proteger os menores e os vulneráveis. Mas, sejamos sinceros, de boas intenções o inferno está cheio, e no que diz respeito a presente questão de jogos e apostas está com a lotação mais que esgotada!


Atualmente, o mercado de apostas online do Reino Unido é afamado não só como o maior da Europa, mas também por sua prática comercial altamente regulamentada e segura, que dá às empresas britânicas a liderança global no setor.


A larga experiência britânica no campo das apostas, ligou um sinal de alerta recentemente, com a percepção de que apostar em tudo pode se transformar num vício prejudicial à saúde das pessoas, tão danoso quanto ao tão condenado e proibido atualmente como o hábito de fumar. Tal constatação alarmante  fez com que o governo britânico há pouco tempo implementasse  uma taxa para financiar a pesquisa e tratamento de danos causados pelo jogo. Caso de se perguntar se há alguma lógica nisso, mas aqui não se trata de lógica, mas de ganhar fortunas estratosféricas com a oferta tentadora de dinheiro caído do céu. 


Os danos caudados pelo vício no jogo chama-se ludopatia, também conhecida como transtorno do jogo patológico, que é uma condição de obsessão viciante, podendo ser comparável ao alcoolismo ou dependência de drogas como cocaína, que pode devastar a vida financeira, social e emocional dos indivíduos afetados. Atualmente com a proliferação de jogos digitais e de aplicativos digitais de apostas online, os chamados “BETS”, evidência-se o crescente perigo da transtorno do jogo patológico (ludopatia ou ludomania) atingir um número crescente de indivíduos, especialmente os mais jovens que ainda estão em processo de formação cerebral. Porquanto, o o córtex pré-frontal do cérebro humano, a região cerebral responsável por planejar e tomar decisões, só termina de desenvolver-se próximo aos 25 anos, sendo que seu amadurecimento completo, segundo estudos recentes que a estrutura cerebral continuem se desenvolvendo ainda além dos 32 anos, desenvolvendo-se com atualizações de suas conexões neurais, um desenvolvimento que sob condições adequadas pode perdurar até a inteira maturidade ao longo da vida. Assim, pode-se dizer que o vício em jogos e apostas contribui para a formação de indivíduos “idiotizados”, com perdas severas significativas da capacidade intelectual e de raciocínio lógico, a ponto de comprometer o indivíduo em sua convivência social, em razão de suas atitudes e decisões erráticas. (Links ⬇️ em Referências)


Não bastasse o mal causado à saúde física, está sendo cada dia mais flagrante o prejuízo econômico que a prática de jogos e apostas não só causa ao indivíduo aficcionado como à atividade econômica de um país, já que recursos financeiros que poderiam estar gerando mais produtividade e crescimento econômico são desviados para um ralo que escoa fortunas para os cofres dos bookmakers, nem sempre com práticas de jogos lícitos, mas que com o uso de algoritmos visam enganar a percepção dos jogadores com truques mágicos, dificilmente comprováveis. 


Recentemente, a diretora de Relações Institucionais do Ieps, o Instituto de Estudos para Políticas de Saúde, Rebeca Freitas, detalhou um alerta sobre os efeitos nocivos da legalização da prática de jogos e apostas no Brasil. Avisando que se “a legalização é um caminho sem volta, ele precisa reduzir os danos causados, mudando o modelo de regulação”.


“A saúde dos brasileiros em jogo” afirmam as entidades civis ligadas à saúde e da Frente Parlamentar Mista para Promoção da Saúde Mental. As chamadas BETS, de jogos de azar e esportivos que promovem apostas online, legaliza das desde 2018, com nova regulação desde 2024, estão provocando perdas econômicas e sociais de R$ 38,8 BILHÕES ao ano. A saber, “20% do valor, R$ 8 bilhões, representam impactos associados a seguro-desemprego, perda de moradia e prisão por atividade criminal. E quase 80%, um pouco mais de R$ 30 bilhões, são danos ligados à saúde, como suicídios, perda da qualidade de vida e tratamento da depressão.” (Link ⬇️ em Referências) 


Estima-se que o mercado brasileiro de apostas online pode movimentar R$ 270 bilhões no total em 2025, que terá um faturamento líquido de R$ 36 bilhões, gerando R$ 9 bilhões em arrecadação de impostos. O Brasil ocupa a quinta posição no ranking mundial neste lucrativo negócio  O mercado mundial total de jogos de azar online (incluindo apostas esportivas) está projetado para crescer para aproximadamente US$ 117,5 bilhões (aproximadamente R$634,5 bilhões) em 2025. Valores impressionantes estes, considerando que são valores especulativos, pois o lucro líquido das empresas não disponibilizados para serem conferidos. (Link abaixo ⬇️ em Referências)


Uma lição que aprendi com a experiência da vida, e que gosto de levar comigo, é que dinheiro merece respeito, pois é difícil de ganhar e muito fácil de perder. E, onde se precisa se contar com os caprichos da boa fortuna para prosperar é melhor ser precavido, pois tudo que os outros SEMPRE querem é colocar as mãos no seu rico dinheirinho. Assim, siga meu conselho, se você quer apostar em algo aposte em você, na sua capacidade de chegar onde você almeja, na sua consciência, na sua inteligência e na sua força para escalar a montanha com passos curtos e firmes  para chegar ao topo. Eu já conheci muita gente que se perdeu neste caminho tortuoso de jogo e apostas, pois viviam de uma esperança traiçoeira e mentirosa, de que iriam ganhar riqueza num estalar de dedos, e não perceberam que o que faziam de fato era tornar os outros ricos, por conta de suas sandices crédulas. 


Cada vez mais nos dias de hoje, tem algo de errado com as pessoas, que são levadas a pensar que precisam de muita coisa para serem felizes, quando na realidade elas precisariam muito pouco,  se elas tivessem a consciência de que possuem muito mais valor nelas mesmas do que nas coisas que querem possuir para se sentirem valorizadas. 😃



Referências 


https://g1.globo.com/google/amp/fantastico/noticia/2025/12/07/como-funciona-o-negocio-criado-pela-brasileira-que-virou-a-bilionaria-mais-jovem-do-mundo-a-fazer-a-propria-fortuna.ghtml



https://www.facebook.com/share/v/1FkhLtYRn9/?mibextid=wwXIfr

Comentário no post da entrevista na GloboNews, nestes dias, que mostra que o processo de “idiotização” trazido com falsas narrativas da ideologia libertária do Vale do Silício não engana a todos:


“Adriana Lichtenfels Riccio • 1d

“ É fácil virar bilionária: Luana Lara.Pra começar, é preciso morar nos EUA (onde as leis permitem seu tipo de negócio), ter estudado nas melhores escolas graças ajuda inicial da família. Depois basta ter a boa ideia de vender apostas e dizer que não são apostas. São

"mercado"! E viva o American Way of Life! Neocapitalismo na veia!

"Self made woman"? Meritocracia existe mesmo? Nojento! Que beneficio essa empresa traz ealmente pra sociedade em geral?

Traz benefícios só para a própria empresa! Já que é uma casa de apostas de luxo. Essa é a verdade.


https://pt.wikipedia.org/wiki/Jogo_patológico


Ludopatia: um alerta sobre os perigos do jogo patológico - Fundação São Francisco Xavier


https://www.bbc.com/portuguese/articles/ckgzk0g8317o.amp


Professor Noslen: Ludomania: o que significa a palavra que causou rebu na CPI das Bets | VEJA


https://agenciabrasil.ebc.com.br/radioagencia-nacional/economia/audio/2025-12/bets-causam-perdas-economicas-e-sociais-de-r-388-bilhoes-ao-ano


https://g1.globo.com/tecnologia/noticia/2025/12/09/ao-menos-19percent-dos-usuarios-de-internet-no-brasil-fizeram-apostas-online-em-2025-diz-pesquisa.ghtml


Mercado de bets deve faturar R$ 36 bilhões no Brasil



terça-feira, 9 de dezembro de 2025

SEMEANDO A INCERTEZA DO FUTURO

 SEMEANDO A INCERTEZA DO FUTURO


BIA BOTANA


“...não pode um príncipe de prudência, nem deve guardar a palavra empenhada quando isso lhe é prejudicial e quando os motivos que o determinaram deixarem de existir. Se todos homens fossem bons, tal preceito seria mau. Mas, considerando que são pérfidos, e não a guardariam a teu respeito, também não estás obrigado a cumprí-la para com ele." da obra “O Príncipe” (1513), de Niccoló de Bernardo de Machiavelli, mais conhecido por Maquiavel



Por volta do ano de 1806, foi forjado um dito popular em razão da resistência portuguesa aos avanços das tropas napoleônicas, que se fez marco de um conceito latino de imutabilidade, quando tudo parece mudar para as coisas continuarem as mesmas, e quanto isso acontece os descendentes de Portugal, ainda lá ou de além mar,  dizem: “Tudo igual como dantes no quartel de Abrantes”.


Nestes dias, quando lanço meu olhar para o futuro que nos aguarda em 2026, sinto um frio gélido subir pela espinha. Quando escrevi minha última análise política para cenários futuros, em 27 de novembro de 2012, com o título “2012 UM ANO PERDIDO, 2013 SEM HORIZONTE…” (link abaixo em Referências), o futuro era questionar e sombrio. Eu decidi reler o texto de 2012 para melhor contextualizar a presente análise. Após 13 anos de intervalo, eu me impressionei com a similaridade circunstancial entre o passado e o presente. onde os personagens de proa podem ter mudado, mas as coisas continuam as mesmas, tal e qual no quartel de Abrantes. Mas, eu posso dizer que as circunstâncias se agravaram, alcançando um patamar ainda mais crítico. 


No texto de 2012, eu só não previ a questão russa, porquanto os europeus, especialmente a tríade Reino Unido, França e Alemanha, estavam naquela época com um brotherhood affair com os tycoons russos e com o próprio governo da mãe Rússia, que da mesma maneira que tinham estado com os senhores do petrodólares desde 1973, que encheram as burras européias com a venda de suas propriedades e tudo que pudessem vender para seus novos senhores, inclusive vendendo a própria honra aos príncipes árabes. Desde 1991, com o capitalismo sem lei da Rússia, passou a ser a vez dos rublos russos serem despejados comprando a Europa, para alegria de seus financistas. empresários e políticos que passaram a esfregar suas mãos gananciosas de satisfação. 


A brotherhood União Européia - Rússia encontrou seu primeiro ponto de discórdia, mais de duas décadas depois, quando a União Europeias cresceu seus olhos querendo abocanhar para si os antigos territórios russos da ex-União Soviética. Em fevereiro de 2014, tendo o então presidente da Ucrânia, Viktor Yanukovych, se negado a assinar um acordo comercial para a entrada da Ucrânia no bloco dos países da União Europeia, preferindo manter os laço as culturais e históricos com a Rússia, o conflito surgiu em seguida, quando os europeus insuflaram uma revolta popular na Ucrânia usando o mesmo método de propaganda digital empregado na Primavera Árabe, e obtiveram a vitória da deposição do presidente ucraniano. Em março as tropas russas invadiram a Crimeia, a qual através de um referendo popular declarou-se independente da Ucrânia e uniu-se formalmente à Rússia. Consta que ocorreu uma condenação à Rússia por vários países, inclusive pela ONU, e sanções foram impostas à Rússia. Todavia, após a instalação de um presidente ucraniano favorável aos europeus, o acordo entre União Europeia e Ucrânia foi ratificado poucos meses depois. E os Estados Unidos lavaram as mãos não se meteram no assunto, se abstendo de favorecer com seu apoio qualquer um dos lados, o que fez que a questão russa da Crimeia adormecesse por alguns anos. (Link abaixo em Referências) 


Eu também não previ que o mundo fosse assolado por um vírus mortal. Quando em 2013, eu li a ficção do escritor norte-americano Dan Brown, que contava então com sua esposa a historiadora como chefe-de- pesquisa Blythe Newlon (separados em 2019), entitulado “Inferno”, prenunciando a possibilidade de um vírus mortal que poderia disseminar parte da humanidade, eu considerei que as experiências biológicas em andamento em territórios fora dos EUA, conduzidas em laboratórios ultra-secretos patrocinados pelos EUA, tanto na Ucrânia e como na China, poderiam se envolver com esse tipo paranoico de profecia presente naquela obra de Dan Brown. Quando ao fim do mês de novembro de 2019, apareceu a primeira informação vinda da China sobre a presença de um misterioso vírus do tipo coronavírus em uma de suas cidades, onde por “coincidência” havia um laboratório de pesquisa biológica chino-americano, eu senti o chão debaixo dos meus pés desaparecer! 😱 Não é que eu seja fã de conspirações, mas o ser humano não tem um caráter confiável e vende a própria alma ao ver o brilho do ouro. 


Então, a pandemia de COVID-19 se espalhou pelo mundo, e até hoje não se sabe quantos milhões de pessoas morreram e ainda estão morrendo. A única certeza que tive na época é que a humanidade está vivendo deste de 11 de setembro de 2001 o período profetizado por Jesus, sobre os sinais que antecederiam seu retorno, que se pode ler no evangelho de Mateus, 24:21-22:”… porque então a tribulação será tão grande como nunca foi vista, desde o começo do mundo até o presente, nem jamais será. Se aqueles dias não fossem abreviados, criatura alguma escaparia, mas por causa dos escolhidos, aqueles dias serão abreviados.”


Eu esperava sinceramente que após o tempo de terror vivido com a pandemia mundial criasse algum juízo nas cabeças dos poderosos responsáveis por conduzir o mundo a um período de paz e prosperidade, mas foi exatamente o contrário que aconteceu. 


Em 31 de janeiro de 2020, após uma campanha muito bem orquestradas por influencers russos e com o íntimo envolvimento do partido conservador britânico (Tory) de direita com os tycoons russos, facilmente comprovável através dd qualquer serviço de busca sério na Internet, foi anunciado o BREXIT, que através de um “questionável referendo popular” ao estilo do referendo que deu independência à Crimeia, oficializou a saída do Reino Unido da União Europeia. Curiosamente ninguém questionou, nenhum outro país protestou e a ONU ficou calada. 


No dia 6 de janeiro de 2021, uma horda furiosa de ultra-direita tomou o Capitólio, na capital dos EUA, em protesto do novo governo eleito do partido democrático. Os escritores norte-americanos  Daron Acemoglu e James A. Robinson do best-seller “WHY NATIONS FAIL” de 2012, ficaram literalmente sem voz ao verem a elaborada teoria que escreveram para explicar o sucesso norte-americano ir para o lixo, com a barbarie instalada em Washington. 


O novo governo estadunidense do partido democrático investiu numa reaproximação com a União Europeia. Sobre a mesa de negociações estava a questão sensível para os europeus da Ucrânia, cujo novo presidente empossado em 2019, era totalmente avesso à Rússia, e tinha por ambição não só ratificar de vez a entrada da Ucrânia na União Europeia, que ainda tinha pontos em negociação, como também entrar na OTAN - Organização do Tratado do Atlântico Norte, e mais do que tudo queria recuperar a Crimeia que estava de posse da Rússia. 


Nesta época os Estados Unidos também viam como ameaça o crescimento econômico da União Europeia, especialmente no que se referia a Alemanha, cujo gasoduto do fornecimento de gás russo estava para entrar brevemente em funcionamento impulsionando a produção alemã. A Europa estava atingindo a partir de 2020, um status de prosperidade incômodo aos EUA, indicando que após se recuperar das perdas da pandemia mudaria seu papel de aliada para forte concorrente, contando não só com os fortes investimentos russos, mas com o apoio da China,  que ampliava cada vez mais sua esfera de influência comercial no mundo.


A Rússia tentava negociar com os EUA a não entrada da Ucrânia na OTAN, sem o menor sucesso. Tendo em vista que a União Europeia e o Reino Unido estavam apoiando o novo governo ucraniano aliado aos europeus, que por eles continuava sendo patrocinado. 


Em 22 de fevereiro de 2022, a Rússia, que durante os oito anos na Crimeia militarizara a região, enviou de lá tropas para Donbas depois de reconhecer formalmente a independência das autoproclamadas Repúblicas Populares de Donetsk (RPD) e Luhansk (RPL), vizinhas à Crimeia. Esta ação foi um prelúdio para a invasão em grande escala da Ucrânia, que começou dois dias depois, em 24 de fevereiro de 2022, sob alegação do governo de Moscou que a ação militar era contra o governo neonazista de Kiev, na Ucrânia, que vinha perseguindo e assassinando cuidadões de origem russa em território ucraniano, assim como em outras regiões ocupadas pelos russos. 


A atitude dos Estados Unidos de postergar as negociações e as decisões em relação aos apelos russos para conter o avanço da União Europeia sobre os seus antigos territórios soviéticos e impedir a entrada destes na OTAN, particularmente em referências às pretenções ucranianas, foi o estopim de uma guerra que perdura até os dias de hoje sem um apaziguamento e sem possibilidade de um acordo de paz entre ucranianos financiados por europeus e os russos contando cada vez mais com o alinhamento dos EUA ao seu lado. Em verdade, os EUA está dando um strike na Europa derrubando as suas pretenções comerciais de se manter um player com poder decisório nas questões mundiais. Quanto mais a União Europeia e o Reino Unido insistem em proteger seus interesses comerciais na Ucrânia, mais os EUA, agora sob governo republicano de direita, se posicionarão adversos a esta ambição, por motivos óbvios que só os europeus parecem não quer ver. 


Como se não bastasse a confusão bélica armada pelos europeus em sua área de influência, frente a crescente aproximação do governo de extrema-direita de Israel com o governo totalitário da Arábia Saudita, e o recrudescimento das provocações de membros do governo de Israel incentivando atitudes anti-islâmicos e anti-palestinos entre os israelenses, uma facção rebelde palestina com poder no território palestino de Gaza de nome Hamas se insurgiu contra Israel, praticando um violento ataque terrorista inesperado, invadindo o território israelense numa ação bélica militar nunca antes vista, no dia 7 de outubro de 2023, dando início a Guerra Israel - Hamas. Que por intervenção do governo republicano estadunidense entrou recentemente em fase negociação de paz, resultando no anúncio do cessar fogo de 14 de outubro de 2025, devendo entrar na segunda fase do plano de paz nos próximos dias. Mas, a paz no Oriente Médio por conta da belicosidade atual do governo israelense é tão frágil, que passa a sensação de se estar sentado em cima de uma bomba atômica, e não mais se assemelha a um barril de pólvora, como se dizia dos Balcãs no prelúdio da Primeira Grande Guerra.


Os Estados Unidos também estão investindo de maneira firme na negociação de paz para a Guerra Rússia - Ucrânia nos últimos dias, mas o favorecimento dado aos interesses de Moscou está deixando os europeus desacorçoados. Os lideres europeus estão fazendo uso de sua máquina de propaganda para aterrorizar o mundo com a ameaça da Terceira Guerra Mundial e a Rússia tem usado a dela para desmoralizar a credibilidade dos líderes europeus. A tomada de decisão dos europeus induzido pelos EUA, fazendo pressão com a OTAN, de investir pesadamente em armamentos está sendo a alegria da Indústria mundial de armas, que, não por acaso, os  Estados Unidos possuem uma fatia pra lá de substancial deste mercado, o qual é o mais lucrativo do mundo e que movimentas alguns trilhões de dólares, considerando todos fornecedores e o mercado paralelo. (Link abaixo em Referências)


Recentemente, em 30/11/2025, o jornalista Bruno Costa, escreveu em seu artigo sobre esta atitude dos europeus:

A hostilidade é dirigida sobretudo à Rússia, vizinho da Europa Ocidental e principal parceiro comercial durante décadas. Cada vez mais, porém, também se espalha para a China, apesar da ausência de qualquer conflito político ou económico genuíno entre o subcontinente e Pequim. Isso nos diz algo importante. A fonte da precise postura agressiva da Europa Ocidental não é de todo externa. Ela reside nas próprias estruturas políticas da região, na sua percepção confusa de si mesma e no pânico crescente das elites que já não compreendem o mundo que tomou forma à sua volta.” (Link abaixo em Referências)


Em números aproximados relativo ao ano de 2025, o PIB dos EUA pode fechar em 30 trilhões de dólares, o PIB da China deve fechar em 19,5 trilhões de dólares e o da União Europeia fechará em 19,4 trilhões de dólares, puxado pela potência da Alemanha. Fica evidente que para o jogo comercial norte-americano não é apenas a China que incomoda. 


Em recente documento de estratégia divulgado pelo governo dos EUA, na noite do dia 5 de dezembro de 2025, sexta-feira, foi dito que a Europa enfrenta um "apagamento civilizacional" e pode um dia perder seu status de aliada confiável dos EUA, e denunciou a União Europeia como antidemocrática, o que parece levar em conta a nova interpretação da democracia estadunidense, com claro viés da “ideologia libertária” do Vale do Silício, que tenho mencionado nos meus artigos recentes. E diz que: "A longo prazo, é mais do que plausível que, dentro de algumas décadas, no máximo, alguns membros da OTAN se tornem majoritariamente não europeus".


O documento da presidência dos Estados Unidos alerta que a Europa está a caminha de se tornar “irreconhecível” em razão da política para imigrantes adotada, que, segundo o documento, está minando as identidades nacionais dos países europeus. A Casa Branca considera que o papel dos Estados Unidos nas próximas décadas, é ajudar a Europa a “corrigir sua trajetória atual”. E,  ainda afirma que: “Uma ampla maioria europeia quer a paz, mas esse desejo não se traduz em políticas devido, em grande parte, à subversão dos processos democráticos por esses governos”. 


Há quem diga que a Casa Branca errou no seu prognóstico futuro em relação à Europa, mas eu tenho que dizer que, infelizmente, está certa. A Primavera Árabe foi o maior erro do líderes mundiais que a fomentaram de 2010 a 2012, naquela época expressei minha preocupação severa com as consequências deste movimento nos países islâmicos em um artigo publicado no meu blog FREE THINKER- LIVRE PENSADORA, entitulado “Que mundo é esse? Salve-se quem puder!”, publicado em 26 de outubro de 2011, após o linchamento de Muammar Gaddafi, na Líbia. (Link abaixo em Referências) 


O maior preço que a Europa teve que pagar pela insensatez de seus líderes de cutucar um ninho de marimbondos foi um processo imigratório em sucessivas ondas vindas dos países atingidos pelas bruscas mudanças políticas da Primavera Árabe. Todos nós acompanhamos e continuamos acompanhando o sofrimento das pessoas em busca de um lugar para que possam sobreviver. A cada verão europeu botes precários, lotados de fugitivos da desgraça que reina em suas terras natais, cruzam desde 2013 o Mar Mediterrâneo e depois o Canal da Mancha, em cenas trágicas à condição humana. Não é uma invasão de bárbaros poderosos e violentos que saqueavam as riquezas dos europeus no passado distante, hoje são hordas de pobres, famintos, despojados de tudo, que buscam refúgio e acolhimento, obrigando os europeus que sempre adoraram bater no peito como baluartes do cristianismo ou dos direitos humanos a provarem que são verdadeiramente cristãos e não apenas pregadores de valores que não praticam.


As hordas de pobres não param de chegar até hoje, e os países europeus passaram a adotar mais recentemente políticas de restrições migratórias e de expulsão de imigrantes, esquecendo que a grandiosa maioria vem de suas ex-colônias que tanto exploraram no passado. Os Estados Unidos agora lava as mãos, como se nada tivesse a ver com o incentivo da Primavera Árabe. Coisa de anglo-saxões, pois do mesmo modo fazem os britânicos quanto ao mesmo assunto, e também em relação aos russos, virando a cara para quem muito recentemente paparicavam. O mundo realmente tem primado pelo exercício da hipocrisia, e os líderes seguem o dito preceito maquiavélico posto no início deste texto, que serve para justificar a hipocrisia deslavada e a cara de pau dos pseudos príncipes que a praticam sem a menor dor na consciência. 


O livro do historiador Francis Fukuyama, “Fim da História e o Último Homem”, de 1992, não estava de todo errado, foi uma questão apenas de tempo para estar totalmente certo. Hoje todos escrevem a História, nas mais diversas versões, resta saber qual será a versão vai sobreviver ao apocalipse digital que desponta já no horizonte. 


Nós estamos vivendo num tempo repleto de controvérsias, onde só se tem plantado sementes de incerteza para o futuro, sem considerar que o futuro de curto prazo chega amanhã e o de longo prazo só vai chegar se pensarmos nele e deixarmos de lado soluções imediatista, quase sempre insensatas, e buscarmos planejar os nossos próximos passos para colocar o mundo todo de volta a um bom rumo. 


O planeta Terra é a nossa única casa, a casa em que todos seres vivos vivem, não há outra casa lá fora. Estamos TODOS no mesmo barco viajando para o desconhecido. De que adianta gastar furtunas em guerras e ameaçar destruir o único lar que possuímos? Não devíamos consertar aquilo que nós mesmos estamos destruindo? 


Jesus disse que a verdade viria da boca das crianças, e está semana na Alemanha crianças e jovens protestavam contra o serviço militar obrigatório. A Euronews trouxe uma ótima reportagem (Link abaixo em Referências) onde se pode ler a seguinte frase na manchete: "Vocês, velhotes, não têm de lutar”. E não é a mais pura verdade que essas crianças e jovens serão os soldados de amanhã? E qual bom cristão seguidor dos mandamentos pode se sentir bem matando outro ser humano, mesmo sendo este um inimigo? Mas a engrenagem da sociedade violenta se posta para ameaçar e se ergue como uma fera apocalíptica querendo engolir as novas gerações sem que tenham direito a dar seus frutos. 


Sem dúvida já passou da hora de “corrigir o rumo”, mas o que se pode fazer quando aqueles responsáveis por essa correção teimosamente insistem em manter o mesmo rumo errado? Tudo o que escrevi no meu prognóstico de 2011 para 2012, serve perfeitamente para este que agora escrevo a contemplar a passagem ilusória do tempo de 2025 para 2026, e isto ao meu ver é muito estranho, pois parece tudo igual neste maldito quartel de Abrantes! E as ameaças de guerra e devastação continuam mais firmes e fortes do que nunca, é o Armagedom que se aproxima talvez chegue em 2026, talvez depois, mas chegará. O dia e a hora nem os anjos do Céu sabem, somente o Senhor Deus sabe. Só posso passar a você que me lê o mesmo conselho que recebi: “Não tenha medo, tenha Fé!” De alguma maneira sobrenatural tudo dará certo. 


Referências 


https://bbfreethinker.blogspot.com/2012/11/2012-um-ano-perdido-2013-sem-horizonte.html?m=1


https://noticias.uol.com.br/internacional/ultimas-noticias/2014/06/27/russia-diz-que-associacao-da-ucrania-com-a-ue-tera-serias-consequencias-economicas.htm


https://bahiaverdade.com.br/noticias/a-europa-ocidental-ja-nao-lidera-o-mundo-por-isso-em-vez-disso-esta-a-ameaca-lo/74779/


https://outraspalavras.net/geopoliticaeguerra/a-patetica-opcao-da-europa-pela-guerra/


https://pt.euronews.com/2025/12/05/voces-velhotes-nao-tem-de-lutar-alunos-alemaes-manifestam-se-contra-servico-militar-obriga


https://www.cnnbrasil.com.br/economia/macroeconomia/pib-brasil-deixa-lista-das-10-maiores-economias-do-mundo-e-cai-para-11o/


https://www.terra.com.br/noticias/mundo/governo-trump-diz-que-europa-corre-risco-de-apagamento-civilizacional-e-gera-protestos,83f531a03864f902e8e982d0995f2dd5qnn4wkdc.html


Governo Trump alerta que a Europa se expõe ao “desaparecimento da civilização” e coloca o seu foco na América Latina - Instituto Humanitas Unisinos - IHU


https://www.whitehouse.gov/wp-content/uploads/2025/12/2025-National-Security-Strategy.pdf


FREE THINKER - LIVRE PENSADORA: QUE MUNDO É ESSE? SALVE-SE QUEM PUDER!