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quarta-feira, 18 de setembro de 2013

INGENUIDADE ULTRAJADA DO BRASIL


INGENUIDADE ULTRAJADA DO BRASIL

Bia Botana

Honestamente, por vezes eu não acredito nas coisas que acontecem com o Brasil! Eu fico me perguntando em que mundo os brasileiros vivem, pior, em que mundo as autoridades brasileiras vivem, ou pior ainda, em que mundo a presidenta Dilma Rousseff  está vivendo.

Quando o presidente Fernando Collor subiu ao poder no início da década de 90 ao final do século XX, ele fez o desfavor à nação brasileira de desmantelar os arquivos do SNI (Serviço Nacional de Informação), passou todos os arquivos pelo picador e guardou só as informações estratégicas para o seu grupo de amigos privilegiados poderem roubar  bem e melhor a Nação. O Collor caiu e veio presidente Itamar Franco e os assutos de segurança nacional ficaram ao encargo da SAE ( Secretaria de Assuntos Estratégicos), que foi a responsável maior das confusões absurdas que rondaram a concorrência do projeto SIVAM (Serviço de Vigilância da Amazônia), devido a total falta de articulação e troca de informação entre as divisões de inteligência das Forças Armadas, da Polícia Federal e também do Itamaraty, o episódio foi uma verdadeira “guerra de informações”, que fez cair até cabeças de ministros. Com o presidente Fernando Henrique Cardoso surgiu o Ministério da Defesa e com ele a Abin (Agencia Brasileira de Inteligência), a essa altura foram concursados novos analistas brasileiros de informações que nada sabiam da arte da espionagem e muitos dos antigos “arapongas” brasileiros foram contratados com polpudos salários por agências estrangeiras de inteligência como a CIA (EUA), o MI 5 (GRA), Mossad (Israel) e outros, quando não por grandes empresas internacionais que vivenciavam  um período de grande disputa dentro do mercado global. Certamente, se o aparelhamento de inteligência de segurança nacional não tivesse sido desmantelado pelos próprios governantes brasileiros,  o Brasil não teria enfrentado durante o período do governo Henrique Cardoso, em 1999, a crise russa, ou ao menos estaria melhor preparado para enfrenta-la.

Já ao chegar à cadeira da presidência da república, Luiz Inácio Lula da Silva do Partido dos Trabalhadores (PT) contava com o apoio do serviço de inteligência do próprio partido, o qual era considerado por todos como um dos melhores serviços de espionagem do Brasil.  O que havia naquela época e deixou de existir hoje era uma maior coesão  entre os próprios petistas, que hoje estão fragmentados e lutando entre si, numa constante guerra de informação e contra-informação, a qual fragiliza cada vez mais não só o próprio partido como também o governo de Dilma Rousseff. Haja visto o episódio absurdo dos protestos de junho de 2013, o qual comprovou-se recentemente com o fracasso dos protestos previstos para o último dia 7 de setembro, não ter sido em nenhum tempo um movimento espontâneo de massa movido pelo descontentamento popular, mas, sim, de ter sido um ato claro de alto poder de manipulação das massas populares pelo uso das redes sociais da Internet,  uma instrumentação que foi usada ousadamente por refinados marketeiros e manipuladores políticos, tanto do PT como da oposição. A experiência de junho de 2013 revelou a inépcia generalizada dos serviços brasileiros de informação dos orgãos responsáveis pela segurança pública e, sobretudo, a incompetência da Abin.

É bom recordar que os protestos brasileiros de junho de 2013 tiveram ocasião justamente quando o caso “Snowden” vinha ao público denunciando o uso de um sofisticado sistema tecnológico de espionagem norte-americano, o qual era partilhado com outras nações aliadas como o Reino Unido. Curiosamente, o caso em questão veio ao público pelas mãos de um jornalista norte-americano que trabalha para um jornal britânico e que vive maritalmente com um brasileiro no Rio de Janeiro. O caso tem todos os ingredientes para virar um "triller" hollywoodiano daqueles para derramar rios de dolares nas bilheterias e consagrar o Brasil como uma “República da Bananas” em pleno século XXI!!!

Desde que o programa Fantástico da rede Globo fez as reportagens patrocinadas por informações de Edward Snowden e seus porta-vozes oficiais do The Guardian britânico, denunciando que os EUA espionavam a presidenta Dilma Rousseff e a Petrobras uma onda gigantesca de indignação tomou a mídia tupiniquim e o próprio governo petista, como se ninguém soubesse o nível da espionagem estrangeira que o Brasil estava exposto – a começar pela própria mídia internacional capitaneada por Rupert Murdoch. Para se ter uma idéia, desde 1996 jornalistas estrangeiros com a desculpa de fazerem jornalismo investigativo passaram a bisbilhotar descaradamente e abertamente em cidades como Brasília, São Paulo e Rio de Janeiro. Eles são os maiores espiões de todos, grampeiam telefones e celulares, invadem e-mails e vigiam a navegação da Internet de seus alvos, sem o menor respeito pela privacidade de quem for, se disfarçam e inventam histórias para terem informações que forneçam bases para escandalos como os da corrupção nas privatizações, da exportação de carne brasileira,  das queimadas na amazonia e outros tantos que vieram a prejudicar o progresso e desenvolvimento brasileiro. Esses jornalistas agem como agentes de espionagem, usam táticas de espionagem e estratégias de inteligência. Em tempo, são esses mesmos jornalistas que hoje estão dando de indignados, e, na prática, eles  agem na mesma maneira que estão a criticar a agência norte-americana de informação  ou qualquer uma das agências de inteligência governamental de outro país do mundo com poder aquisitivo para bancar um serviço de informações que venha a  defender seus interesses atuais, principalmente os econômicos e comerciais, que podem ser nos dias atuais também considerados de segurança nacional, tendo em vista os fatos que levaram à  crise econômica mundial de 2008. 

Portanto, o atual atuação da presidente Dilma Roussef  dando um show de indignação por conta de uma ingenuidade ultrajada do Brasil é simplesmente de um ridículo tal, que alcança as raias do absurdo com o  ato de cancelamento da visita oficial aos EUA que a presidenta faria em 23 de outubro próximo àquele país. A presidente acabou de passar o recibo da total da incompetência brasileira na área de informação e  inteligência, a ponto que as informações de segurança nacional e pública sejam dadas ao conhecimento do governo através da mídia nacional, sem ao menos a exigência de fatos comprovatórios, permitindo intevir nas decisões governamentais envolvendo relações internacionais relevantes como as existentes entre os Estados Unidos da América e o Brasil.

É incompreensível dentro do procedimento de uma lúcida relação internacional entre duas grandes nações como os EUA e o Brasil, que o chefe de uma dessas nações comprometa as relações de amizade existentes entre elas por conta de um fato notório de conhecimento geral e que é de procedimento  histórico nas relações políticas internacionais, que é o caso da pratica de  espionagem. Em outras ocasiões históricas, em que um dos países ficou a descoberto em sua estratégia de inteligência,  a resposta diplomática usada sempre foi aquela masi sábia, que não revela a ignorância total do país alvo de espionagem, mas sim deixa claro a inexistência de ignorância, ao contrário, estando este bem informado da exposição à espionagem, estrategicamente atuou para ofertar informações irrelevantes e não comprometedoras dos interesses nacionais ou, apenas, contra-informações para saciar a curiosidade do país bisbilhoteiro. Era assim no tempo da Guerra Fria, quando os agentes do KGB, CIA, MI-5, Mossad se degladiavam entre si por importantes informações estratégicas.

Então, paremos todos nós com essa postura de indignação quanto a uma ingenuidade ultrajada do Brasil com essa questão da espionagem dos EUA e aliados. Todos nós sabíamos que isso acontecia e deixamos acontecer de uma maneira ou de outra, principalmente os jornalistas investigativos da grande mídia brasileira vitíma dos conchavos financeiros com os interesses estrangeiros. Se a presidente não sabia, sendo ela uma ex-guerrilheira e ex-terrorista, então ela não devia nem ter se candidatado à presidencia do Brasil e não passa de uma incompetente. Fazer uma cena para alavancar a  sua popularidade em queda  junto a opinião pública brasileira jogando pela janela importantes acordos entre os EUA e o Brasil com negócios em torno de US$ 100 bilhões ao ano em comércio e serviços, que alavancariam a economia brasileira em áreas estratégicas como educação, ciência, tecnologia e energia, além de abrir campo de negociações para os setores privados, é de uma estupidez única.  Não sejamos tolos,  o Brasil com a atitude de ingenuidade ultrajada da presidenta não saiu por cima, nem de cabeça erguida, ao contrário só expôs a fragilididade dessa nossa cultura de "República das Bananas",  a sua incompetência na atuação de sua segurança nacional e segurança pública, além de promover um grandioso prejuízo à Nação nos setores econômico e de relações internacionais.  Presidenta Dilma, se num casamento de interesses ninguém deve ser tão idiota de fazer escândalo e passar recibo de traído, só os tolos agem assim, quanto mais quando se trata das relações diplomáticas entre duas potências. A corda sempre estoura para o lado mais fraco e o Brasil demonstrou assim que, infelizmente, ainda é o lado mais fraco por pura incompetência de seus governantes.

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