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domingo, 28 de fevereiro de 2016

JESUS, AMOR & FÉ - 47. JESUS E A SANTA CEIA.

JESUS, AMOR & FÉ *

47. JESUS E A SANTA CEIA

Era então o quinto dia da semana e o segundo antes da Páscoa. E o sacrifício pascal começaria na tarde do dia que precederia a Páscoa, o dia precedente ao décimo quarto dia do mês de Nissan. O sacrifício da Páscoa tinha precedência sobre o Sabá, mas sempre havia grande discussão entre os fariseus e os sacerdotes quando ocorria da Páscoa e do Sabá se darem no mesmo dia, e vivia tendo contentas a respeito deste assunto, sem que chegassem a um acordo. Mas, os pães sem fermento ja tinham sido preparados assim como o molho de ervas para o assado, apesar que a oferta do sacrifício só seria feita no décimo terceiro dia do mês, que naquele ano seria o sexto dia da semana, o qual se iniciaria após o crepúsculo daquele dia.
Naquele dia Jesus se preparava para o início do sacrifício pascal, pois os galileus eram famosos pela escrupulosa observância da cerimônia da Páscoa. Naquela tarde do quinto dia, Simão Pedro fora enviado ao mercado para comprar o cordeiro sacrificial por ordem de Jesus, o qual seria abatido quando ao por do sol e chegasse a noite da Páscoa. Mas, Jesus queria fazer a ceia da véspera da Páscoa dentro dos muros de Jerusalém, então enviou um mensageiro à Nicodemus, aquele sacerdote que se tornara seu discípulo em segredo e que fora ao seu encontro em oculto em Cafarnaum, para lhe arranjar um lugar para ceiar com seus discípulos, mas todos os arranjos deveriam ser mantidos em segredo.
Nicodemus ficou cheio de alegria em poder atender um pedido de Jesus e logo foi ter com José de Arimatéia, porquanto Nicodemus sendo sacerdote do Templo não poderia fazer a ceia em sua morada pois sem dúvida chamaria a atenção. José de Arimatéia, era aquele homem rico que se entristecera de não poder seguir Jesus, já que não poderia abandonar os seus negócios, mas também se tornara seu discípulo em segredo. Nicodemus e José de Arimatéia eram grandes amigos, e este ao receber o pedido de Nicodemus vindo de Jesus não coube em si em contentamento por poder oferecer a sua casa para que Jesus realizasse com seus discípulos a ceia de véspera da Páscoa. 
José de Arimatéia mandou preparar o grande salão com riqueza de requintes, com belas bandejas e jarras do melhor vinho. Designou os serventes para atender a ceia, Mandou comprar do bom e do melhor das ervas, verduras, grãos, frutas para que a ceia fosse à altura da dignidade de Jesus. Ordenou que todas as lâmpadas fossem acesas logo que caísse o crepúsculo. Mandou cobrir a mesa com a melhor seda e os bancos com suas melhores tapeçarias. O melhor do melhor ele ofereceria a Jesus, a quem ele acreditava piamente ser o Messias, o rei dos Judeus prometido pelas profecias. 
A sala que José de Arimatéia mandara preparar para a ceia era no alto e dava para o terraço, do qual podia se avistar o horizonte além de Jerusalém, por ele ser um dos homens mais ricos de Jerusalém, se não fosse o mais rico, sua casa era na parte alta da cidade, o local mais nobre. E, José de Arimatéia mandara colocar a mesa da ceia de tal forma que Jesus teria uma esplendida vista do por do sol e do anoitecer pascal. Recomendou aos seus serviçais que não esquecessem as bacias de água e as toalhas para a lavagem das mãos. E todo o ambiente foi perfumado com o mais luxuoso perfume. E tudo finalmente ficou pronto e José mandou um dos seus servos avisar Jesus que o recinto para a sua ceia estava pronto.
Quando Jesus chegou em oculto com seus discípulos, trazendo o cordeirinho que seria oferecido em sacrifício em seus braços protegido por sua manta, ele ficou encantando de como José de Arimatéia se dedicara a preparar tudo nos menores detalhes para seu inteiro contentamento e abraçou o amigo com muito carinho o agradecendo por tudo. Então, antes de entregar o cordeirinho ao empregado que o guardaria até que fosse levado ao Templo para ser sacrificado por um sacerdote, Jesus afagou-o e lhe disse doces palavras de ternura ao seu ouvido, para que ele se sentisse amado e soubesse que o sacrifício de sua vida não seria em vão, e, depois, o abençoou. Depois, dirigindo-se a José de Arimatéia rogou-lhe para deixar ele a sós com seus doze discípulos, pois seria uma cerimônia secreta. José de Arimatéia já o sabia que assim seria e se retirou com seus servos, deixando apenas dois serventes para vigiarem a porta para que nenhum estranho entrasse na casa, pois temia pela segurança de Jesus naquela Páscoa, pois sabia que o sumo-sacerdote Caifás e seus asseclas o queriam matar.
Estando a sós com seus discípulos, Jesus como era costume da lei que ordenava que se lavasse as mãos antes das refeições para que fossem purificadas, também estava na lei que igualmente deveriam ser lavados os pés quando se fosse oferecer um “sacrifício ao Senhor, e por Ele fora ordenado aos sacerdotes descendentes de Araão, irmão de Moisés, que assim o fizessem para que não morressem. (Êx. 30:17-21) Assim, Jesus levantou-se do seu lugar, depôs as suas vestes, e, pegando duma toalha se cingiu com ela. Em seguida, deitou de água numa bacia e começou a lavar os pés dos discípulos e a enxugá-los coma a toalha que estava cingido. Quando chegou a vez de Simão Pedro, ele disse a Jesus:
- Senhor, queres me lavar os pés!…
Ao que Jesus respondeu-lhe:
- O que faço não compreendes agora, mas compreende-lo-ás em breve.
Disse-lhe Pedro cheio de indignação:
- Jamais me lavarás os pés!…
Jesus achando graça em Pedro, sorriu para ele e perguntou com ternura:
- Se eu não lavar teus pés, não terás parte comigo…
Vendo que não entendera nada antes e consciente de seu orgulho tolo, Pedro exclamou:
- Senhor, não somente laves os meus pés, mas também as mãos e a cabeça!…
Jesus sorrindo mais ainda e balançando levemente a cabeça como quem se diverte, disse a Pedro:
- Aquele que já se banhou só necessita lavar os pés e as mãos para ficar inteiramente puro. Ora, vós estais puros, mas nem todos!…
Jesus assim o disse porque havia entre os seus discípulos um que mesmo após Jesus fazer-lhe a lavagem de seus pés, mesmo estando purificado, se deixaria contaminar pelo pecado novamente.
Depois de lhes lavar os pés e tomar as suas vestes para compor-se, Jesus sentou-se novamente no seu lugar à mesa e perguntou ao discípulos:
- Vós me chamais de Mestre e Senhor, e dizeis bem, porque eu sou. Logo se eu, vosso Senhor e Mestre, vos laveis os pés, também vós deveis lavar-vos os pés uns dos outros. Ou seja, vós precisais vos servir mutuamente com toda humildade e não querer ser um melhor ou superior ao outro. Dei-vos o exemplo, para como eu fiz vós também façais uns aos outros. Em verdade vos digo O SERVO NÃO É MAIOR DO QUE O SEU SENHOR, NEM O ENVIADO MAIOR DO QUE AQUELE QUE O ENVIOU. Se compreenderdes estas coisas felizes sob a condição de as praticardes. Não digo isso de vós todos; conheço os que eu escolhi; mas é preciso que se cumpra as palavras da Escritura: “Até o próprio amigo em quem eu confiava, que partilhava do meu pão, levantou contra mim o calcanhar (Salmo 40:10) E, eu vos digo isso antes que aconteça, para quando acontecer, vós creiais e reconheçais que sou eu. Em verdade, em verdade vos digo: QUEM RECEBE AQUELE QUE EU ENVIEI, RECEBE A MIM, E QUEM ME RECEBE, RECEBE ‘AQUELE’ QUE ME ENVIOU.
Quando acabou de dizer isso, Jesus ficou perturbado em seu espírito, pois aquele que iria o trair apesar de tudo que ele falara mantinha-se em silêncio e não lhe pedia perdão de seu pecado, antes o tivesse pedido… Então, Jesus declarou abertamente em acusação:
- Em verdade, em verdade eu vos digo; um de vós me há de trair!…
Os discípulos se olharam uns aos outros, sem saber de quem Jesus falava. Simão Pedro que estava ao lado de João, o qual tivera lugar ao lado de Jesus, reclinado em seu divã pediu ao ouvido daquele discípulo que Jesus mais amava, que perguntasse-lhe de quem ele falava, João reclinou-se em direção ao peito de Jesus e aflito perguntou para ele num sussurro:
- Senhor, quem é o traidor?
Jesus respondeu:
- É aquele que eu der o pão embebido.
Em seguida, Jesus molhou o pão e deu-o a Judas Iscariotes. Naquele exato momento, Judas soube que Jesus já sabia de sua traição, que o tinha vendido por miseráveis 30 denários de prata, não sentiu vergonha, mas mais raiva ainda e sentiu-se tomado de fúria, e seus olhos flamejaram como se estivesse sendo possuído por um demônio, seu próprio demônio, pois tinha Judas Iscariotes um espirito colérico. Jesus então vendo o que se passava no ser de seu traidor, disse-lhe:
- O que queres fazer, faze-o depressa.
Mas, ninguém além de João e Pedro soube por qual motivo Jesus dissera aquelas palavras a Judas Iscariotes, pois como Judas tinha a bolsa de dinheiro pensavam que Jesus tinha dito aquelas palavras em razão de algo que ainda fosse preciso comprar para a festa, pois ainda as trombetas do Templo não tocaram, ou tivesse ido dar alguma coisa aos pobres. Mas, tendo recebido o pedaço de pão embebido, Judas Iscariotes apressou-se em sair da sala e da casa de José de Arimatéia. (Jo 13: 1-30)
Já era o crepúsculo e o sol estava se colocando no Mar Morto, quando se ouviu o som das trombetas de prata do Templo tocarem dando a ordem para que se iniciasse o sacrifício da oferenda pascal. Então, Jesus ordenou a dois de seus discípulos que levassem ocultamente o cordeiro deles ao templo para que fosse degolado por um sacerdote levita açougueiro conforme era ordenado pela Lei para que o animal não tivesse nenhum tipo de sofrimento na morte, cortada pois a artéria na altura do pescoço o sangue do holocausto era escorrido numa calha no átrio das ofertas em frente ao altar, onde um grande fogo queimava. Isso porque era proibido por Deus comer do sangue de qualquer ser vivo, pois no sangue é que se encontrava a alma a centelha de vida, a qual tinha que ser libertada do corpo da vítima. A cada vitima do holocausto pascal os Levitas diziam: “Aleluia! Nós saudamos o Senhor, nós louvamos o Senhor! Nós seus servos locamos o nome do Senhor” e os donos a quem a vitima era destinada respondiam: “Louvado seja o nome do Senhor deste dia para todo sempre!”
Logo João e Simão Pedro saíram do Templo e João carregava o cordelinho sacrificado em suas costas embrulhado num pano e Pedro o seguia. Quando voltaram o sol já tinha mergulhado no Mar Morto e a noite anunciava a chegada do novo dia 13 de Nissan, o sexto dia da semana. Os dois discípulos subiram ao salão no terraço onde eram aguardados e foram colocar o cordeiro pascal para assar em fogo brando conforme o costume e como era ordenado pela lei, pois só seria consumido ao final daquele sexto dia, na ceia pascal. E todos esperavam que Jesus estivesse com eles para a ceia pascal. E quando o cordeiro começou a ser assado uma estranha luz apareceu no céu, parecia como se fosse a primeira luz do início da criação, pois era uma luz que ninguém vira no horizonte até então, pois dava aos céus vários tons de azuis e no horizonte uma linha prateada parecia separar a terra do céu. A Lua cheia subia ao céu com um brilho radiante derramando sua luz prateara sobre a terra fazendo reluzir as pedras como se fossem diamantes. Neste exato momento a voz de Jesus se fez ouvir quebrando o silêncio, e era tomada de devoção no recinto iluminado com as lâmpadas de óleo preciso perfumado a forma como Deus ordenara para as ocasiões solenes e sagravas de unções e holocausto. E passando um pouco desse perfume nas mãos que permitia ao sacerdote consagrar a Deus tudo que tocasse, Jesus através da unção santa disse:
- Agora é glorificado o Filho do Homem, e Deus é glorificado nele; também Deus o glorificará em si mesmo e o glorificará em breve. Filhinhos meus, por um pouco apenas ainda estou convosco. Vós me haveis de procurar, mas para onde vou não podeis ir. Dou-vos um novo mandamento: AMAI-VOS UNS AOS OUTROS COMO EU VOS TENHO AMADO, assim também vós deveis amar-vos uns aos outros. Nisto todos conhecerão que são meus discípulos, se vos amardes uns aos outros.
Perguntou-lhe Simão Pedro:
-Senhor, para onde vais?
Jesus respondeu-lhe:
- Para onde vou tu não podeis me seguir agora, mas me seguirás quando chegar a tua hora.
Pedro era teimoso e insistiu em perguntar:
- Senhor, porque não posso te seguir agora? Darei a minha vida por ti!
Respondeu-lhe Jesus, com doloroso cinismo permeando sua voz:
- Darás tua vida por mim!… Em verdade te digo Pedro, não cantará o galo este alvorecer antes que me negues três vezes.
Voltando seu olhar aos outros discípulos, Jesus disse:
- Não se perturbe o vosso coração. Credes em Deus; crede também em mim. Na casa do meu Pai há muitas moradas. Não fora assim eu vos teria dito: ‘pois, eu vou vos preparar um lugar, depois de ir, eu volto e os tomarei comigo para que onde eu esteja vós estejais’, mas não foi isso que eu vos disse, porque vós conheceis o caminho para onde eu vou, e podem me seguir.
Perguntou Tomé a Jesus:
- Como podemos conhecer o caminho?
Jesus lhe respondeu:
- Eu sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim. Se me conheceis, certamente conhecêsseis, certamente conhecereis meu Pai; desde agora já o conheceis pois o tendes visto.
Então Filipe disse a Jesus:
- Senhor nos mostra o Pai e isto nos basta!
Jesus respondeu com um certo desalento em sua voz:
- Há tanto tempo que estou convosco, e não me conheceste Filipe?… Aquele que me viu, viu também o Pai. Como pois, dizes: Mostra-nos o Pai?… Por ventura, não credes que eu estou no Pai, e que o Pai está em mim? As palavras que vos digo, não te digo de mim mesmo, mas do Pai que permanece em mim e realiza as suas próprias obras. Crede-me: estou no Pai, e o Pai em mim. Crede ao menos por causa dessas obras!… (Jo 13: 31-37 e Jo 14: 1-11)
Após dizer isso, Jesus lançou um olhar repleto de misericórdia aos seus discípulos e disse-lhe em tom solene:
- Tenho desejado ardentemente comer convosco está Páscoa. Mas o tempo do meu sofrimento está próximo.
Tomou então Jesus de um dos pães que estava na bandeja a sua frente e benzeu-o para consagrá-lo, o partiu e o deu em pedaços aos seus discípulos:
- TOMAI E COMEI, ISTO É O MEU CORPO QUE É DADO POR VÓS PARA REMISSÃO DOS PECADOS.
E todos comeram seu pedaços de pão, dado a cada um por Jesus. Então, Jesus disse tomando do seu cálice de vinho que estava cheio, rendeu graças e o consagrou dando aos seus discípulos dizendo:
- BEBEI DELE TODOS VÓS, ESTE É O CELICE DO MEU SANGUE, O SANGUE DA 'NOVA ALIANÇA' EM MEU SANGUE QUE SERÁ DERRAMADO POR MUITOS HOMENS EM REMISSÃO DOS PECADOS.
Repetia assim Jesus o mesmos gestos de Melquisedeque, rei de Salém, sacerdote de Deus Altíssimo, que mandou trazer vinho e pão e abençoara Abraão dizendo: "Bendito seja Abraão pelo Deus Altíssimo que criou o céu e a terra! Bendito seja o Deus altíssimo que entregou os inimigos de Abraão em sua mãos!", e deu Abraão um dizimo de tudo a Melquisedeque. (Gên. 14:18-20) Foi a partir desse ritual queAbraão passou a ter conhecimento da existência do Deus Altíssimo, e veio a ter parte com Ele, estabelecendo uma "Aliança", em razão disso Jesus disso aos seus discípulos: "... o sangue da NOVA ALIANÇA em meu sangue que será derramado por muitos homens em remissão dos pecados." No dia em que Deus estabeleceu a Aliança com Abraão, Deus disse ao patriarca que resistia em acreditar nas palavras de sua promessa e pedia uma "prova" para que cresse, para dar-lhe as vidas de uma novilha de três anos, de uma cabra de três anos, um cordeiro de três anos, uma rola e um pombinho. Abraão matou os animais e os colocou sobre uma pedra em oferenda e ficou vigiando para que nenhuma ave de rapina se aproximasse da carne do sacrifício. 
Ao por do sol veio um profundo sono a Abraão, e uma espessa escuridão o assaltou e Deus disse a Abraão que os descendentes dele habitariam como peregrinos na terra numa terra que não era deles onde seriam escravizados e só após 400 anos seriam libertados e sairiam dessa terra carregando grande riqueza *(referia-se ao Egito) e só na quarta geração os descendentes dele retornariam para Canaãn, a Terra Prometida. Quando o sol se pôs , na densa escuridão viu Abraão uma tocha ardente passar pelo meio das carnes, que se tornaram um braseiro fumegaste, assando imediatamente. Portanto, a Aliança era estabelecida com carne e sangue, representando a força da energia divina de Deus e a condição de todo corpo físico de seres vivos que vivem e morrem. Enquanto a Nova Aliança estabelecidas por Jesus representa a força da energia divina de Deus, o seu Santo Espírito e o seu próprio corpo físico na condição humana ofertado em sacrifício para expiação dos pecados dos pecadores, para que assim todo aquele que COMUNGASSE da Nova Aliança, pudesse fazer parte do "corpo" de Deus, tanto em seu Santo Espírito como na permanência da manifestação do corpo físico, o Templo de Deus na terra. Pois todo ser vivo de certa maneira sacrifica sua vida à Deus, dá a sua vida para a criação de Deus, para sua glória e eternidade, e isso faz parte do grande mistério sobre a vida e a morte que Jesus em nome de Deus veio revelar a toda a Humanidade.
E Jesus passou o cálice a João que dele bebeu um gole e passou para Pedro que fazendo o mesmo passou ao seu vizinho, até que todos os 11 discípulos bebessem do mesmo cálice, chegando novamente às mãos de Jesus, que bebeu seu último gole, e ao beber do vinho disse:
- Doravante não beberei mais deste fruto da vinha até o dia que o beberei de novo convosco estando em mim o reino de Deus. (Mt 26: 17-29; Mr 14: 12-25 3 Lc 22: 7-21)
E depois de dizer isso, Jesus disse para que compreendessem:
- Eu sou a videira verdadeira, e o meu Pai é o agricultor. Todo ramo que não der fruto em mim, ele o cortará; e podará todo o que der fruto, para que produza mais fruto. O ramo não poderá dar fruto por si só, precisa estar na videira. Assim, vós também não podereis dar frutos se não permaneceis em mim. Eu sou a videira, vós os ramos. Quem permanece em mim e eu nele, esse dá muitos fruto; porque sem mim nada podeis fazer. Se alguém não permanece em mim, e está lançado fora não permanecerá. Se permaneceres em mim e eu permanecer em vós, pedireis tusso o que quiseres, e vos será feito. Nisto é glorificado o meu Pai, pois foi desejo dele que torneis meus discípulos e que deis muito frutos. Como o Pai me ama, assim também vos amo. PERSEVERAI NO MEU AMOR. Disse-vos estas coisas para que amanha alegria esteja em vós e a vossa alegria seja completa. Este é o meu mandamento: AMI-VOS UNS AOS OUTROS COMO EU VOS AMO. NINGUÉM TEM MAIOR AMOR DO QUE AQUELE QUE DÁ A SUA VIDA POR SEUS AMIGOS. (Jo 15: 1-9)
Então os discípulos disseram a Jesus:
- Eis que agora falas claramente e tua linguagem já não é figurada e podemos entender. Agora sabemos que conheces todas as coisas e que não necessitas de ninguém que te pergunte mais nada. Por isso cremos que saístes de Deus.
Mais uma vez Jesus fechou os seus olhos, pois sabia que aquelas palavras eram desejosas de serem verdadeiras, mas não correspondia a verdade da realidade, então disse com dor na voz:
- Credes agora?… Eis que vem a hora que sereis espalhados, cada um para o seu lado, e me deixareis sozinho. Mas, não estarei só, porque o Pai está comigo. Eu fiz referência a estas coisas celestiais para que vós tenhais paz em mim. No mundo vós tereis grandes aflições. Coragem! Eu venci!
Dizendo essas últimas palavras Jesus se levantou para sair, e os discípulos o seguiram, e a lua cheia brilhava alta no céu estrelado. O grande dia da vingança do Senhor estava para começar.
  • Da coletânea de crônicas diárias publicadas no meu  perfil do Facebook  de dezembro/2014 a abril/2015.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

JESUS, AMOR & FÉ - 46. JESUS E A SUPREMA ANGÚSTIA

JESUS, AMOR & FÉ *

46. JESUS E A SUPREMA ANGÚSTIA

Era o décimo dia do mês de Nissan, dia em que o dono da casa ou o chefe de família seguindo as instruções dadas por Deus no Egito para Moisés quanto a celebração da Páscoa, escolheria um cordeiro ou um cabrito para imolar no crepúsculo do décimo-quarto dia. (Êx. 12:1-7) Era este portanto o dia que o Filho de Deus, Jesus, tinha selado o seu destino, sendo ele o avatar de Deus, o anjo da Face de Deus, conhecido também como São Miguel Arcanjo, cujo destino final fora descrito pelo profeta Isaías da seguinte maneira:
“Em verdade, ele tomou sobre si nossas enfermidades e carregou com nossos sofrimentos: e nós o reputávamos como um castigado ferido por Deus e humilhado. Mas, foi castigado por nossos crimes e esmagado por nossas iniquidades, o castigo que nos salva pesou sobre ele, fomos curados graças às suas chagas. Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas, seguíamos cada qual o nosso caminho, o Senhor fazia recair sobre ele o castigo das faltas de todos nós. Foi maltratado e resignou-se, não abriu a boca, como um cordeiro que se conduz ao matadouro, e uma ovelha muda nas mãos do tosquiados. Ele não abriu a boca… “ (Is. 53: 4-7)
Não se admirem de tão perfeita descrição profética de Isaías ter ganhado a realidade em Jesus, não se esqueçam que Ele era o próprio Deus, o avatar terreno de Deus, e conhecia o seu destino mesmo 700 anos que este acontecesse, Ele é que tinha escrito o roteiro dos acontecimentos e o anunciava antes que acontecessem. Para Deus o tempo se desdobra em momentos e instantes, o tempo humano não é o Dele, por isso não compreendemos nem seus pensamento, nem mesmo seus propósitos. Assim nós devemos nos tornar humildes em nossa ignorância e não sejamos presunçosos em julgar segundo a nossa miserável mente tão apegada às coisas terrenas, que pouco ou nada compreende das coisas celestiais. Eu peço que fiquem abertos a aceitarem em seus corações o que passarei a contar agora nos próximos capítulos, só assim compreenderão a verdade da revelação que Deus, nosso Pai Amado nos fez na pessoa do Filho do Homem, Jesus, seu avatar entre os humanos, quando se deu a conhecer em carne e osso.
Foi no crepúsculo do décimo dia de Nissan, quando simbolicamente o “cordeiro de Deus” seria tomado e escolhido entre os descendentes da casa de Davi, que Jesus chamou seus discípulos mais chegados Pedro, Tiago e João *(os dois últimos filhos de Zebedeu e Maria Salomé irmã de Maria mãe de Jesus) para irem com ele rezar no sopé do Monte das Oliveiras, num local chamado Jardim de Getsêmani, *(que quer dizer ‘prensa de oliva’ por ser próximo ao local que se prensava as azeitonas para se obter o azeite). E Jesus estava muito angustiado e entristecido e disse a eles:
- A minha alma está numa tristeza mortal; ficai aqui e vigiai comigo! Orai para que não caias em tentação.
E, Jesus se afastou deles se colocando de joelhos para rezar a poucos metros e dizia:
- Pai, se é do teu agrado, afasta de mim este cálice para que eu não tenha de o beber. Não se faça todavia a minha vontade, mas sim a tua.
Então levantou-se e aproximou-se dos discípulos e os encontrou dormindo. Então disse a Pedro:
- Então não pudestes vigiar uma hora comigo… Vigiai e orai para que não entreis em tentação. O espírito está pronto, mas a carne é fraca.
E dizendo isso pela segunda vez se afastou e pensava consigo: Ora, não me ouviram dizer aquela manhã mesmo sobre a importância de que se mantivesse um estado de vigília? Mas, a profecia de Isaías tem que se cumprir...
“ENTÃO PORQUE NÃO ENCONTREI PESSOA ALGUMA QUANDO VIM? POR QUE NINGUÉM RESPONDEU AO MEU APÊLO. TENHO EU REALMENTE A MÃO DEMASIADO CURTA PARA LIBERTAR, OU NÃO TENHO BASTANTE FORÇA PARA SALVAR? “ (Is. 50:2)
Suas palavras, suas próprias palavras agora eram lhe amargas como o mais puro fel! Como pode aquela gente temer um mortal, um filho do homem que acabará como a erva? Como puderam esquecer o Senhor, o seu criador, que estendeu os céus e fundou a terra? E Jesus voltou a orar a Deus:
- Meu Pai, se não é possível que esse cálice passe sem que eu o beba , faça-se a tua vontade!
E, voltou novamente onde estavam os discípulos e os encontrou dormindo, porque seus olhos estavam pesados e não se mantinham abertos. Deixou-os e foi orar pela terceira vez dizendo:
- Pai não se faça a minha vontade mas a tua. Se é da tua vontade que eu beba deste cálice de sangue daí-me forças para suportar toda dor desta provação.
E tendo dito isso, Jesus entrou em profunda agonia e orava ainda com mais fervor, de modo que a sua angustia saia-lhe pelos poros em gotas de sangue, que tingiam sua roupa de vermelho e caiam por terra. E estando sua alma em supremo sofrimento apareceu-lhe um anjo do céu para confortá-lo. E dizia-lhe o anjo:
- Desperta, braço do Senhor, desperta e recobra o teu vigor! Levanta-te como nos dias do passado, como nos tempos de outrora. Não fostes tu que esmagaste Raab, aquele que trouxe o caos e o venceu? Não fostes tu que precipitaste do alto abaixo o Dragão? (Is.51:9) Lembras de quando houve a batalha no céu, tu Miguel e teus anjos combateram o Dragão, mas ele e seus anjos não prevaleceram sobre ti. E já não houve lugar no céu para eles. Fostes tu que precipitaste o grande Dragão, a primitiva Serpente, chamado Demônio e Satanás o sedutor do mundo inteiro à terra. Foi por tua autoridade que o acusador dos nossos irmãos, que os acusava dia e noite diante do nosso Deus. Mas, nossos irmãos vencerão por causa do sangue do Cordeiro e do seu eloquente testemunho! (Apocalipse 12;7-10) Pois assim foi escrito pelo Profeta:
“Por um iníquo julgamento foi arrebatado. Quem pensou em defender a sua causa, quando foi suprimido da terra dos vivos, morto pelo pecado do seu povo? Foi lha dada sepultura ao lado de facínoras *(dos próprios judeus) e ao morrer achava-se entre malfeitores, se bem que não haja cometido injustiça alguma e em sua boca nunca houvesse mentira. Mas aprouve o Senhor esmagá-lo pelo sofrimento; SE ELE OFERECER A SUA VIDA EM SACRIFÍCIO EXPIATÓRIO, terá uma posteridade duradoura, prolongará seus dias e A VONTADE DO SENHOR SERÁ POR ELE REALIZADA. Após suportar em sua pessoa os tormentos, alegrar-se de o conhecer até ao enlêvo. O Justo, meu Servo, justificará a muitos homens e tomará sobre si suas iniquidades. Eis porque lhe darei parte com os grandes, e ele dividirá a presa com os poderosos, porque ele próprio deu a sua vida, e deixou-se colocar entre os criminosos, tomando sobre si os pecados de muitos homens e intercedendo pelos culpados.” (Is. 53:8-12)
Foi assim que o anjo de Deus consolou aquele seu filho unigênito amado, o próprio Deus na forma humana, que revelava em sua pessoa o mistério supremo da fraternidade entre os seres celestiais, em que pela identificação através da empatia amorosa e misericórdia de Deus com suas criaturas terrenas podia ser capaz de revelar tão vivamente a resignação voluntária de um inocente para salvar culpados e para com sua atitude realizar o plano de Deus. 
Tocado pelo profundo amor divino, que veio em seu auxílio, Jesus levantou-se revigorado em sua força e energia, sabendo que tudo suportaria para dar ao Pai sua glória perante os seres humanos.
Assim, quando Jesus voltou junto aos seus discípulos e viu que eles ainda dormiam disse:
- Dormi agora e repousai, está decidido. Chegou a hora: o Filho do Homem vai ser entregue nas mãos dos pecadores…
Ouso abrir um adendo explicativo sobre essa passagem, que foi me dada em revelação há alguns anos por Jesus. Naquele tempo eu muito me preocupava com essa aparente e cultuada “necessidade de sofrimento" para se alcançar a redenção, via nisso um problema que afastava muitos fiéis da pessoa de Jesus, não por respeito, mas por medo de terem que sofrer algum tipo de estigmatização. Ora, como sempre, Jesus me deu a resposta quando eu menos esperava. Um dia, eu estava numa banca de jornal e colocando meus olhos no titulo do livro de Oscar Wilde chamado “Dorian Grey”, Jesus me disse: “O reverso de Dorian Grey”. Até então, eu nunca tinha lido o livro apesar de conhecer a história, cujo quadro pintado de um jovem adquirira o poder de impregnar-se com os seus pecados e enquanto a sua aparência conservava-se eternamente jovem. O escritor irlandês era cristão e católico, um profundo conhecedor da Bíblia e se interessava por seus mistérios, sem jamais ter se sentido digno de uma graça divina em razão de seus apetites mundanos. Ora, o que Jesus queria me dizer, é que o sacrifício dele tinha o propósito de mostrar o que os pecados causam ao corpo humano, como dilaceram e estigmatizam a ponto de colocar um termo à vida que no corpo habita. Portanto, o sofrimento da morte é decorrente do pecado humano. Por isso Isaías escreveu também:
“Não, não é a mão do Senhor que é incapaz de salvar, nem seu ouvido demasiado surdo para ouvir, são vossos pecados que colocaram uma barreira entre vós e vosso Deus. Vossas faltas são o motivo pelo qual a Face *(São Miguel Arcanjo, o Anjo da Face de Deus, Ou seja, Jesus) se oculta para não vos ouvir. Porque vossas mãos estão manchadas de sangue e vossos dedos de crimes… “ (Is. 59:1-2)
Compreenderemos a revelação desses mistérios que envolvem a morte de Jesus de uma maneira muito diferente se a virmos de um outro ponto de vista, como vimos neste capitulo, do ponto de vista de Jesus, do próprio Deus, e não mais dos seus discípulos ou de suas testemunhas, que em verdade, agiam sem saber o que faziam, realmente.
  • Da coletânea de crônicas diárias publicadas no meu  perfil do Facebook  de dezembro/2014 a abril/2015.

domingo, 21 de fevereiro de 2016

JESUS, AMOR & FÉ - 45. AS PROFECIAS DE JESUS

JESUS, AMOR & FÉ *

45. AS PROFECIAS DE JESUS

Não é por acaso que as profecias de Jesus sejam desconsideradas, alguns a chamam apenas “predições”, outros consideram “maldições”, esses últimos são justamente aqueles que contribuíram para os acontecimentos desafortunados que levaram ao estranho desfecho da condenação e morte de Jesus. Mas, não, em verdade são profecias que se enquadram perfeitamente ao que já tinha sido dito por outros profetas judeus de Isaías a Malaquias. Ora, como o próprio Deus disse a Moisés: “Quando o profeta tiver falado em nome do Senhor, se o que ele disser NÃO se realizar, é que essa palavra NÃO veio do Senhor. O profeta falou presunçosamente. Não o temas.” (Deu. 18:22) Ora, impõe-se assim a lógica de que se o que o profeta falar em nome de Deus acontecer, deve-se temê-lo. E as palavras ditas por Jesus aconteceram, então devemos não só acreditar em suas palavras por serem verdadeiras e expressão de Deus, como devemos temer sua profecia, mais ainda do que damos crédito àquelas que vieram depois dele, como o Apocalipse de João.
No dia anterior, Jesus entrara triunfalmente em Jerusalém, mas o que poderia ser para os outro um motivo de júbilo e alegria, era para ele causa de profunda amargura. Alarmados com o que Jesus dissera sobre a necessidade da sua morte, os discípulos na manhã seguinte acorreram a ele para entender o que Jesus queria dizer com aquelas palavras angustiantes. Estando Jesus sentado no monte das Oliveiras contemplando Jerusalém, achegaram-se a ele os seus discípulos e Jesus disse-lhes:
- Vêdes toda essa cidade. Em verdade vos declaro: Não ficará pedra sobre pedra. Tudo será destruído.
Um dos discípulos então perguntou-lhe:
- Quando acontecerá isto?
Outro perguntou também:
- Qual será o sinal do fim do mundo?
E ainda outro questionou:
- Qual será o sinal da tua volta para que nós possamos o esperar?
Perguntavam todos ao mesmo tempo, pois estavam por demais ansiosos devido as coisas que Jesus andavam dizendo e que não compreendiam. Pois, era opinião comum entre os judeus que o reino do Messias coincidiria com catástrofes que deviam preceder o fim do mundo.
Então Jesus lhes falou assim:
- Cuidai que ninguém vos seduza. Muitos virão em meu nome dizendo eu sou o Messias. E seduzirão a muitos. Ouvireis falar de guerras e de rumores de guerras. Atenção que isso não vos perturbe, porque é preciso que isso aconteça. Mas, ainda não será o fim. Levantar-se-á nação contra nação, reino contra reino, e haverá fome, peste e grandes desgraças em diversos lugares. Tudo isso será apenas o início das dores. Então sereis entregues aos tormentos, matar-vos-ão e sereis por minha causa objeto de ódio para todas nações. Muitos sucumbirão, trair-se-ão mutuamente e mutuamente se odiarão.
Realmente, depois de Jesus muitos vieram se dando o título de Messias e exaltavam o povo judeu para a guerra, o que acabou acontecendo e levando os judeus à desgraça a partir de 70 d.C. com sucessivos levantes até 117 d.C, e em 132 d.C chegou o fim com a diáspora judaica, ordenada pelo imperador romano Adriano. Com a dispersão dos judeus pelo território do Império Romano, exilados de sua pátria de origem, tornaram-se um povo sem pátria, e justamente em razão da expansão da religião cristã tomada sob a tutela de um renovado império romano, pode-se dizer que o povo judeu foi o mais perseguido da história humana, se tornando uma abjeção para muitos. 
Assim, Jesus descrevia o que aconteceria não apenas com os seus discípulos, mas com todo o povo judeu, o povo que anteriormente fora escolhido por Deus para ser objeto de sua afeição e se tornar exemplo do caminho a ser seguido por toda a humanidade, mas que apesar disso foi causa de uma decepção tão grande quanto a causada por Adão e Eva, que após serem expulsos do Paraíso seus descendentes levaram Deus a tal ira que decidiu destruir toda sua criação, não o fazendo apenas por ter encontrado em Noé um Homem digno de ser chamado de Filho de Deus, todavia a descendência de Noé que deu origem ao patriarca Abraão fundador do povo hebreu, que viria a ser o povo escolhido de Deus, apesar de todos os ensinamentos recebidos do próprio Deus e da promessa de que receberia a Terra Prometida de Canaan em seu devido tempo, impacientou-se, em busca das riquezas impuras do Egito acabou escravizado, e teria desaparecido nessa condição se Deus não tivesse suscitado Moisés para tirá-los dessa situação lamentável e levá-los para a Terra Prometida à Abraão. Justo esse povo que fora depositário da riqueza da sabedoria divina, a quem Deus dera tantos motivos para que Nele acreditasse, provou-se ser o mais rebelde, sempre contestando-o e se desencaminhando, afeito ao pecado e distante de um coração piedoso e misericordioso, acabando sendo condenado a dispersão entre a humanidade pois fora avarento com os conhecimentos que Deus lhe dera e não tivera a generosidade de atrair para si mais e mais servos de Deus, ao contrário, restringia e discriminava de maneira que ninguém pudesse descobrir uma maneira própria de se aproximar de Deus se não fosse por eles e por suas maneiras. Contudo, ao final, seriam eles um bando de facínoras, pois voltaram-se contra Aquele ao qual juraram ser fiel, foram por isso perversos e criminosos com quem menos deviam ser.
Depois de dizer qual seria o destino do povo judeu e de Jerusalém, Jesus passou a dar ao seu relato uma nova direção mais universal:
- Então este Evangelho, a Boa Nova do Reino de Deus, será pregado pelo mundo inteiro para servir de testemunho a todas as nações, e então chegará o fim.
Ora, esse aspecto universalista da doutrina de Jesus foi o maior motivo para ela ter sido adotada pelo Império Romano no século IV de nossa era para constituir-se um estado teocrático romano, o que alcançou um verdadeiro sucesso, porquanto a “conversão” ao cristianismo se tornou uma obsessão para muitos povos, que se viam abençoados pela prosperidade e pela proteção divina num tempo em que viver tanto quanto sobreviver era verdadeiramente um desafio de vida ou morte. Sem dúvida foi um atributo da doutrina legada por Jesus a evolução da condição humana sanguinária, sempre sedenta de sangue, para uma condição de inteligência e de melhor uso de sua racionalidade, todavia em razão disso, uma nova forma de impiedade humana se estabeleceria dando continuidade ao apego humano às coisas materiais e a necessidade do forte exercer seu poder sempre de maneira brutal sobre o mais fraco, o que se expressou na pior maneira possível em dois aspectos ocorridos em tempo recente durante a Segunda Guerra Mundial, tanto no holocausto dos judeus, ciganos, alemães, poloneses e outros considerados "inferiores" e não dignos da vida pelo governo alemão nazista de Hitler, como no lançamento de duas bombas atômicas pelos norte-americanos no Japão nas ilhas de Hiroxima e Nagasaki. Ambos casos dois imensos pecados de assassinato em massa, de fratricídio humano, que mancham a dignidade humana de uma maneira ignóbil, ofensivos pecados contra toda a Humanidade, contra a Lei da vida de Deus.
Jesus disse a seguir:
- E ANTE O PROGRESSO CRESCENTE DA INIQUIDADE O CORAÇÃO DE MUITOS SE ESFRIARÁ *( com a ausência de amor, caridade, generosidade e  piedade). ENTRETANTO AQUELE QUE PERSEVERAR NA FÉ ATÉ O FIM SERÁ SALVO.
Jesus predisse assim um tempo em que a razão sobrepor-se-ia sobre os sentimentos que provêem do coração, um tempo de racionalismo e quase nenhum amor. E esse tempo começou com o movimento filosófico do Iluminismo, no século XVIII, na França, e promoveu o início de uma escalada revolucionária do racionalismo que continua em voga até os nossos dias.
Em seguida continuou Jesus:
- Quando virdes estabelecida no lugar santo a abominação da desolação que foi predita pelo profeta Daniel, (12:11-12 - capítulo referente aos tempos messiânicos) - que o leitor entenda bem a profecia de Daniel - então os habitantes da Judéia fujam para as montanhas. Aquele que está no terraço da casa não desça para tomar o que está em casa. E aquele que está no campo não volte para para buscar suas vestimentas. Ai das mulheres que estiverem grávidas naqueles dias. Rogai para que a sua fuga não seja no inverno, nem em dia de sábado, já que não podeis caminhar nesse dia, nem segundo a Lei salvar a própria vida., porque então a tribulação será tão grande como nunca foi vista, desde o começo do mundo até o presente, nem jamais será. SE AQUELES DIAS NÃO FOSSEM ABREVIADOS, CRIATURA ALGUMA ESCAPARIA, MAS POR CAUSA DOS ESCOLHIDOS, AQUELES DIAS SERÃO ABREVIADOS.
Diz a passagem de Daniel mencionada por Jesus: “Desde o tempo em que for suprimido o holocausto perpétuo e quando for estabelecida a Abominação do devastador, transcorrerão mil duzentos e noventa dias. Feliz quem esperar e alcançar mais mil trezentos e trinta e cinco dias. Quanto a ti, vai até o fim, Tu repousarás e te levantarás para receber tua parte na herança, no fim dos tempos.”
Quem está habituado a estudar as profecias sabe que inúmeras vezes os profetas cifram e usam de códigos para salvaguardarem elas do entendimento de quem não é devido. Ao contrário do que se possa imaginar não é nada muito complicado, e nada é mais seguro do que guardar um segredo de maneira tão simples e óbvia que não desperte maiores suspeitas. Contudo para entender de qual “Abominação” o profeta Daniel fala é preciso saber um pouco da História dos judeus, principalmente do Reino de Judá onde ficava a cidade de Jerusalém e o Templo de Salomão, erguido segundo as ordens de Deus.
O profeta Daniel era de família abastada e pertencia à nobreza do Reino de Judá, pois após a morte do Rei Salomão, filho do rei Davi, o seu reino foi dividido em dois, ao norte o Reino de Israel e ao sul o Reino de Judá. Daniel nasceu em 623 a.C., e Daniel tinha 33 anos quando subiu ao trono o jovem rei Joaquim, então com 18 anos. Há alguns anos o Reino de Judá se tornara vassalo do reino da Babilônia, todavia a falta de pagamento da vassalagem levou o rei da Babilônia, Nabucodonosor a invadir o reino de Judá e levar o rei Joaquim então com 21 anos e toda a sua corte, assim como os tesouros do Templo de Salomão em cativeiro. Daniel também foi levado para a Babilônia e tinha a idade de 36 anos, era então o ano de 587 a.C. quando a “Abominação” do devastador foi estabelecida, pois Nabucodonosor não só pilhou o templo como suspendeu o o sacrifício da Páscoa, o chamado holocausto perpétuo em memória da libertação dos judeus do Egito. 
Ora, no versículo anterior Daniel dá uma pista sobre o que ocorrerá na humanidade: “Muitos serão limpos e acrisolados e provados. Os ímpios agirão com perversidade, mas nenhum deles compreenderá, enquanto os sábios compreenderão.” (12:10) No capítulo 12 que Daniel faz a profecia dos tempos messiânicos, também está escrito: “Naquele tempo, surgirá Miguel, o grande chefe, o protetor dos filhos do seu povo *(Arcanjo Miguel, o anjo da Face de Deus). Será uma época de tal desolação, como jamais houve igual desde que as nações existem até aquele momento. Então os filhos do teu povo, serão salvos todos aqueles que se acharem inscritos no livro. Muitos daqueles que dormem no pó da terra, despertarão uns para a vida eterna, outros para a ignorai, a infâmia eterna. Os que tiverem sido inteligentes fulgirão com o brilho do firmamento, e os que tiverem introduzido muitos nos caminhos da justiça luzirão como as estrelas, com um perpétuo resplendor.” (12:1-3) A exaltação dupla de Daniel a inteligência e a sabedoria nos oferece a compreensão de que a Humanidade estava destinada a uma evolução intelectual trazida por um aumento e melhor uso de sua inteligência, os dias da contagem de Daniel representam na verdade “anos”, e estes 1290 anos, e não dias, nos levam a uma data muito expressiva a partir da tomada do Templo de Salomão por Nabucodonosor, em 587 a.C., a data do ano de 703 da nossa era, que diminuído aqueles quatro anos de erro do calendário gregoriano, seria o ano de 699 d.C., se alguém pensa que aconteceu algo muito digno de nota para constar nos anais históricos da humanidade, eu diria que não, mas em termos de uso da inteligência algo começa a acontecer em algum lugar do território francês, dando início ao estudo da primeira obra de engenharia do chamado “moinho de água”, que permitiria captar a energia da água de um rio para criar “movimento” sem força de trabalho humano ou animal.  Décadas depois em 770 d.C. os moinhos de água dariam início ao processo industrial da moagem da cevada. Portanto, não seria errôneo afirmar que a “Revolução Industrial” teve início exatamente nessa época escalando após várias etapas de conhecimento que nos trouxe a sociedade industrializada que vivemos hoje, uma revolução que já dura desde a criação do primeiro moinho de água em 699 na França até os dias de hoje exatamente 1316! Restando assim apenas 19 anos pelos cálculos de Daniel para o tempo do Messias, ou para o retorno definitivo de Jesus. Ora, não cause espanto a nós que em breve no ano de 2029, estaremos comemorando dois mil anos de ressurreição de Jesus, ou seja dentro de apenas 13 anos, contando a partir do ano presente de 2016. Ou seja, o que verdadeiramente importa, é que estamos próximos de ver o que a maior parte da humanidade sempre desejou ver a volta manifesta de Jesus e o tempo do início de um novo tempo amplo de misericórdia e felicidade.
Esclarecidas essas palavras de Jesus, que causam tanto desconforto para a interpretação de alguns estudiosos, tanto que nem gostam de se dedicar mais profundamente a este estudo, pois afinal é o que mais se teme o que menos se fala, que poderemos ir avante na profecia que Jesus faz sobre a sua segunda vinda manifesta entre as pessoas, disse ele:
- Então, se alguém vos disser: Eis aqui está o Messias! ou: Ei-lo acolá! Não creias, porque se levantarão falsos messias, falsos profetas a ponto de seduzir, se isso fosse possível até mesmo os escolhidos. Eis que estais prevenidos. Se vos disserem: Vinde ele está no deserto, não saias. Ou: Lá está ele em casa, Não o creias. Porque como o relâmpago parte do Oriente e ilumina o Ocidente, assim será a volta do Filho do Homem. Onde houver um cadáver, ai se juntarão os abutres. Não conheceis vós esses provérbios? Do mesmo modo a minha vida se dará de maneira expontânea e natural. Ouçam pois, logo após os dias de tribulação, o sol escurecerá, a lua não terá claridade, pois haverá um eclipse. Os luminares serão abalados, como se vissem as estrelas e as potências dos céus caírem. Então aparecerá no céu o sinal do Filho do Homem. Todas as tribos da terra baterão no peito e verão o Filho do Homem vir sobre as nuvens do céu cercado de glória e majestade. Ele enviará seus anjos com estridentes trombetas, e juntarão seus escolhidos dos quatro ventos duma extremidade do céu à outra. Compreendeis isto pela comparação da figueira: quando seus ramos estão tenros e crescem as folhas, pressentis que o verão está próximo. Do mesmo modo, quando virdes tudo isto, sabeis que o Filho do Homem está próximo. Tudo isso virá sem aniquilar essa raça. O céu e a terra passarão, mas as minhas palavras não passarão. Quanto aquele dia e aquela hora, ninguém o sabe, nem mesmo os anjos do céu, nem mesmo o Filho, mas somente o Pai. Assim, como foi nos tempos de Noé, assim acontecerá na vinda do Filho do Homem. Nos dias que precederam o dilúvio, comiam, bebiam, casavam-se e davam-se em casamento, até o dia que Noé entrou na arca. E os homens nada sabiam, até o momento que veio o dilúvio, e os levou a todos. Assim será também na volta do Filho do Homem. Dois homens estarão no campo; um será tomado e outro será deixado. Duas mulheres estarão moendo o mesmo moinho, uma será tomada e outra será deixada. Vigiai, pois, porque não sabeis a hora em que virá o Senhor. Sabei que se o pai de família soubesse em que hora da noite viria o ladrão, vigiaria e deixaria arrombar a sua casa. Por isso estai também vós preparada, porque o Filho do Homem virá numa hora em que menos pensardes. (Mt. 24:3-44) Ficai de sobreaviso, vigiai; porque não sabeis quando será o tempo. Será como um homem que partindo em viagem, deixa a sua casa e delega a sua autoridade aos seus servos, indicando o trabalho que cada um deve fazer e manda o porteiro que vigie. Vigiai, pois visto que não sabeis quando o Senhor da casa voltará, se à tarde ou à meia- noite, se ao cantar do galo ou pela manhã, para que se ele vindo de repente não vos encontre dormindo. O que vos digo, digo a todos: Vigiai! (Mr. 14:34-37)
Vendo que os discípulos o olhavam com seus olhos arregalados sem muito compreender a razão daquelas fatalidades, Jesus lhes disse ainda:
- Quando na terra a aflição apoderar-se das nações pelo bramido do mar e das ondas. Os homens definharão de medo, na expectativa dos males que devem sobrevir sobre a terra. Haverá sinais no sol, na lua e nas estrelas. Quando virem estas coisas começarem acontecer reanimai-vos e levantai as vossas cabeças; porque se aproxima a vossa libertação. Assim, vendo que esta coisas se sucedem saibam que está perto o reino de Deus. Velai sobre vós mesmos, para que os vossos corações não se tornem pesados com o excesso de comer, com a embriaguez e com as preocupações da vida; para que aquele dia não vos apanhe de improviso. Pois, como um laço cairá sobre aqueles que habitam sobre a face da terra. Vigiai, pois, em todo o tempo, e orai a fim de que vos torneis dignos de escapar a todos estes males que há de acontecer. Oreis, para que vós tenhais força de vos apresentar de pé diante do Filho do Homem e não de joelhos! (Lc. 21:25-36)
E seus discípulos lhe perguntaram:
- Que dia virá o Reino de Deus?
Jesus disse-lhes:
- Ele não virá após uma espera. Não se dirá 'eis que ele está aqui 'ou eis que ele está lá'. Pois bem, o reino do Pai está espalhado pela terra e vós não o enxergais! O Reino de Deus está no meio de vós! (To. 113 e Lc. 17:21)
Então os discípulos rogavam para Jesus:
- Diga-nos quem és para que creiamos em ti!...
Jesus lhes disse tomado de uma certa indignação:
- Vós puseste à prova a Face do céu e da terra, mas aquele que está diante de vós nem chegastes a conhecer... E, neste momento, nem sabeis colocá-lo à prova. (To. 91)
Perguntaram então a Jesus:
- Vinte e quatro profetas falaram em Israel, falaram todos eles de ti?
Jesus respondeu-lhes:
- E, vós abandonais aquele que vive em vossa presença, para falares de mortos? (To. 52)
E entristecido pensava consigo mesmo: Eu me mantive no meio do mundo e revelei-me na carne. Encontrei a todos embriagados. Entre eles, não encontrei nenhum que tivesse sede da minha alma, aflijo-me pelos filhos do homens, pois eles são cegos em seus corações e não enxergam. Assim como eles vieram vazios ao mundo, também procuram sair vazios. Mas agora eles estão embriagados das coisas mundanas. Quando eles tiverem curado sua embriaguez, se arrependerão... (To. 28)
Sim era isso, infelizmente Jesus sabia que os discípulos não poderiam entendê-lo e nem compreenderiam o que estava acontecendo. Contudo bastava que eles ouvissem e ouvindo guardassem alguma coisa de suas palavras na memória, pois na hora certa ele próprio Jesus, se encarregaria de os fazer recordar de suas palavras e de sua Profecia. E tanto o foi, que até hoje não se encontrou documentação nenhuma com data anterior a queda de Jerusalem nas mãos do general Tito, filho do imperador romano Vespasiano, em 70 d.C. Isso não foi obra do acaso, isso se deveu ao fato que a doutrina de Jesus era transmitida boca a boca apenas, mas quando a profecia de Jesus quanto ao destino do Templo, de Jerusalém e do próprio povo judeu aconteceu conforme suas palavras sua fama ganhou poder e status entre os seus seguidores, só então os Evangelhos foram escritos, sendo que aqueles conhecidos como dos apóstolos evangelistas de Jesus apenas São João teria testemunhado a queda de Jerusalém, e o outro Evangelista seria Lucas, que era da Antióquia, e não chegou a conhecer Jesus, mas por seu relato é possível aventar que obteve preciosos depoimentos de Maria, mãe de Jesus. Portanto, só do momento que algum fato concreto respaldou a profecia de Jesus ela passou a ter algum crédito no meio de seus seguidores. Mesmo assim, não compreendiam muito sobre o que Jesus falava, nem mesmo entendiam sua referência à profecia de Daniel, menos ainda poderiam compreender que “luminares” abalados fossem os sábios de alguma época distante e não astros celestes, afinal Jesus se expressava sempre com o uso de metáforas. Além do mais, o que poderia parecer estranho como “chegar numa nuvem” e “descer dos céus” naquele tempo, bem…, hoje com o uso costumeiro dos aviões qualquer um faz isso, não é verdade? Portanto, ao lermos essa profecia de Jesus, não devemos tomara ao pé da letra, mas buscar compreender o seu principal conteúdo: a necessidade de perseverar na Fé em Deus, a necessidade de vigiar e a necessidade de não deixar o coração esfriar, mesmo que se alcance um alto grau de sabedoria, pois só assim conseguiremos ser dignos deste tão desejado reencontro com o Nosso Amado Senhor Jesus. 
Contudo como o próprio Jesus tinha considerado, a embriaguez com a mundanidade toma a muitos ainda e parece que nada é capaz de deixa-los sóbrios, e verdadeiramente, esses VIERAM VAZIOS AO MUNDO E TAMBÉM PROCURAM SAIR DO MUNDO VAZIOS, são sem nunca terem sido algo realmente, estão vivos para as coisas terrenas, mas mortos para o conhecimento das coisas celestiais e estando mortos não conhecerão a vida eterna, pois não dão frutos e nem sementes, são inúteis às obras de Deus e até o fim não se dão conta disso e morrerão como se jamais tivessem existido e deles ninguém se lembrará.
  • Da coletânea de crônicas diárias publicadas no meu  perfil do Facebook  de dezembro/2014 a abril/2015.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

JESUS, AMOR & FÉ - 44. JESUS E A ENTRADA TRIUNFAL EM JERUSALÉM

JESUS, AMOR & FÉ *

44. JESUS E A ENTRADA TRIUNFAL EM JERUSALÉM

No dia seguinte ao banquete de Betânia na casa de Lázaro e suas irmãs Maria Madalena e Marta, era o segundo dia da semana, o dia 9 de Nissan, como nós vimos no capítulo anterior no décimo dia do mês de Nissan, estava estabelecido por Deus que cada um dos judeus deveria tomar um cordeiro sem mácula por família ou para cada casa. O animal tinha que ser sem defeitos, macho de um ano, podendo ser cordeiro ou cabrito, e que deveria ser guardado até o décimo quarto dia de Nissan, para ser imolado no crepúsculo. (Êx. 12:1-6). É por esse motivo que Jesus fará sua entrada em Jerusalém na véspera do dia em que o cordeiro pascal deveria ser escolhido para ser sacrificado. Foi em razão desse sacrifício pascal que São João Batista ao ver Jesus se aproximando do rio Jordão para ser batizado por ele, exclamou: “EIS O CORDEIRO DE DEUS!” (Jo 1:36)
O profeta Zacarias escrevera sobre este dia: “Exalta de alegria filha de Sião; solta gritos de júbilo filha de Jerusalém; eis que vem a ti o teu rei, justo e vitorioso. Ele é simples e vem montado num jumento, no potro *(filhote, jumentinho) de uma jumenta.” (Zac. 9:9)
Estando no começo da estrada que descia o monte das Oliveiras em direção a Jerusalém, avistando a cidade santa Jesus parou e contemplando-a, chorou sobre ela enquanto dizia:
- Oh! Se também tu, ao menos neste dia que te é dado, conhecesses o que te pode trazer a paz!… Mas, não! Isto está oculto aos teus olhos. Virão sobre ti dias, em que teus inimigos te cercarão de trincheiras, te sitiarão e te apertarão de todos os lados; destruir-te-ão a ti e a teus filhos que estiverem dentro de ti, e não deixarão em ti pedra sobre pedra, PORQUE NÃO CONHECESTE O TEMPO EM QUE FOSTES VISITADA (* por Deus, na forma humana de Jesus). (Lc. 19:41:44)
Então, depois de dizer isso Jesus retomou para si a força do seu espírito e com voz firme disse a dois de seus discípulos:
- Ide adiante e na aldeia Betfagé, que quer dizer “Casa dos Figos”, defronte a vós, na curva da estrada, encontrarás na frente de uma casa um jumentinho amarrado, em que não montou ainda homem algum. Desprendei-o e trazei-o até mim. Quando vos perguntarem quem permitiu que pegassem o animal, digam a essa pessoa: “O Senhor precisa dele, e o devolverá daqui a pouco.”
Ora indo os dois discípulos à frente encontraram o jumentinho exatamente onde Jesus indicara, assim como quando o soltaram o dono do animal chegou a disse bravo com eles:
- Ei! O que estais fazendo!!! Por que soltais o jumentinho?
Os discípulos então disseram o que Jesus lhes mandara falar, e o dono do jumentinho abriu um largo sorriso de aquiescência, pois Jesus já tinha falado com ele para lhe emprestar o jovem animal.
Quando trouxeram o jumentinho para Jesus, ele abriu imediatamente um sorriso e afagou o cocuruto da cabeça do bichinho e acariciou ésuas orelhas, e lhe falou com carinho como se falasse a um grande pequeno amigo:
- Hoje grandes eventos vão acontecer no nosso dia, amiguinho.
Então Jesus passou a mão sobre o lombo do animalzinho, pois ele nunca tinha servido de montaria antes, e colocou sobre ele uma manta e o montou, sem que o jumentinho estranhasse o peso do sua montaria, ao contrário parecia até que ele sabia a honra de carregar nas suas costas Jesus, e talvez alguém pudesse até dizer parecia que não carregasse peso nenhum e que até que o jumentinho estava sorrindo. Ele andava com cuidado para não tropeçar atento ao caminho, contudo levantava a cabeça com altivez sempre que podia como se fosse um belo corcel real. Nunca antes se vira um jumentinho se portar de maneira tão majestosa!
A medida que Jesus avançava no caminho e as pessoas reconheciam Jesus e eram tomadas de imenso júbilo e alegria, saiam gritando atrás para ele:
- VIVAS!!!! BENDITO O QUE VEM EM NOME DO SENHOR!!!
- SALVE!!! SALVE!!! A SALVAÇÃO CHEGOU PARA NÓS!!!
- HOSANA NAS ALTURAS!!! BENDITO O REINO QUE VAI COMEÇAR!!!
- O REINO DE DAVI, NOSSO PAI CHEGOU PARA NÓS!!!
- HOSANA NO MAIS ALTO DOS CÉUS!
E assim, no maior clamor as pessoas iam estendendo os seus mantos no caminho, outros cortavam ramos das árvores e espalhavam-nos pelo chão. E Jesus era aclamado, pois aqueles que tinham estado com ele na noite anterior e tinha visto Lázaro ressuscitado contaram para todos que tinham encontrado que Jesus tinha feito aquele milagre e por isso o povo todo o queria ver e saia ao seu encontro. E assim Jesus entrou em Jerusalém ovacionado com uma grande multidão o seguindo em festa. Todos os seus discípulos o acompanhavam, seus familiares, seus amigos e aqueles que o amavam, todos sentiam-se na expectativa de uma glória que ainda estava por vir, na esperança de uma glória que seria dada a Jesus segundo a concepção humana das coisas materiais, todos que o acompanhavam pareciam tomados de alegria e júbilo, menos ele próprio, Jesus. Desde o momento que atravessara a porta de Jerusalém, sua face se transformou numa máscara de tristeza, parecia entalhada em pedra, nem o vestígio da sombra de um sorriso se via nela, justo ele que sempre era tão alegre, não mais sorriu desde que falara com o jumentinho, e por todo o caminho seus lábios se moviam como se ele estivesse a rezar alheio a tudo que acontecia à sua volta. E verdadeiramente estava, repetia para si mesmo as palavras do profeta Isaías por todo o caminho:
“O Senhor Deus deu-me a língua de um discípulo para que eu saiba reconfortar pela palavra o abatido. Cada manhã ele desperta meus ouvidos para que eu escute como discípulo; o Senhor Deus abriu-me o ouvido; e eu não relutei, não me esquivei. Aos que me feriam, apresentei as espáduas e as faces àqueles que me arrancavam a barba não desviei meu rosto dos ultrajes e dos escarros. Mas o Senhor Deus vem em meu auxílio, eis porque não me sinto desonrado, enrijeci meu rosto como uma pedra convicto de não ser desapontado. (Is.50:4-4) Povos escutai bem, nações prestai atenção! Pois é de mim que emanará a doutrina e a verdadeira religião que será a luz dos povos. De repente a minha justiça chegará, minha salvação vai aparecer, meu braço fará justiça aos povos as ilhas terão em mim esperança e contarão com o meu braço… (Is.51:4-5) Mas, minha salvação subsistirá sempre e minha vitória não terá fim. Ouvi me vos que conheceis a justiça , povo meu, em cujo coração está a minha doutrina: Não temais os insultos dos homens, não vos deixeis abater pelos seus ultrajes. Porque a traça os comerá como uma vestimenta, e os vermes das traças os roerão como pão. Mas a minha vitória subsistirá sempre e meu triunfo persistirá de geração em geração. (Is.51 6-8) Eis que o meu Servo prosperará, crescerá, elevar-se-á, será exaltado. Assim como, à sua vista, muitos ficarão embaraçados… - tão desfigurado estava que havia perdido a aparência humana - , assim o admirarão muitos povos; os reis permanecerão mudos diante dele, porque verão o que nunca lhes tinha sido contado, e observarão um prodígio inaudito.” (Is.52: 13-15)
E quando Jesus se aproximava do Templo com o seu cortejo, os fariseus que tudo viam disseram entre si:
- Vede! De nada adiantamos!!! Reparai: todo mundo corre para ele e após ele!
Ao chegar ao templo Jesus encontrou com alguns gregos judeus que tinham ido passar a Páscoa em Jerusalém. E eles se aproximaram de Filipe, que era de Betsaída na Galiléia, e pediram-lhe:
- Sabemos que és discípulo de Jesus, quiséramos muito falar com ele, seria possível?
Filipe foi então falar com André, e ambos falaram com Jesus, que lhes respondeu:
- É chegada a hora para o Filho do Homem ser glorificado. Em verdade vos digo que se o grão de trigo caído na terra não morrer, fica só; se morrer, produz muito fruto. Se alguém me quer servir, siga-me; e onde eu estiver, estará ali o meu servo. Se alguém me serve o meu Pai o honrará. Presentemente, a minha alma está perturbada. Mas, que direi?… Pai, salva-me dessa hora… Mas, é exatamente para isso que eu vim a esta hora. Pai, glorifica o teu nome!
Jesus estava a falar quando nisso veio do céu uma voz: “JÁ O GLORIFIQUEI E TORNAREI A GLORIFICÁ-LO.”
Ora, a multidão que estava ali ao redor de Jesus, ouvira isto, mas não acreditaram nos próprios ouvidos e diziam ter ouvido um trovão. Outros replicavam dizendo: “um anjo falou-lhe.” Então, Jesus disse:
- Essa voz não veio por mim, mas sim, por vossa causa. Agora é o juízo deste mundo; agora será lançado fora o príncipe desse mundo. E quando eu for levantado da terra, atrairei a todos a mim.
Dizia Jesus isso referindo-se a si mesmo e sobre a sua própria morte que se aproximava. E ao ouvir isso a multidão respondeu-lhe:
- Nós temos ouvido da Lei que o Messias permanecerá para sempre entre nós. Então, como dizes tu que: “Importa que o Filho do Homem seja levantado?” Quem é esse Filho do Homem?
Respondeu Jesus:
- Ainda por pouco tempo a luz está em vosso meio. Andai enquanto tendes a luz, para que as trevas não vos surpreendam; e quem caminha nas trevas não sabe para onde vai. Enquanto tendes a luz crede na luz e assim vos tornareis filhos da luz. (Jo.12: 9-36)
Depois de dizer estas coisas, Jesus lançou um último olhar para o templo e tudo que estava o cercava, tomou a guia do jumentinho e retirou-se e ocultando-se do olhar das pessoas retornando sozinho na companhia de seu pequeno amigo para a Betânia, e passando pela casa de onde emprestara o animalzinho na aldeia de Betfagé, que quer dizer “Casa dos Figos”, Jesus muito agradecido pelo favor entregou o jumentinho ao seu dono, e antes de ir-se embora abraçou o cabeça do jumentinho em seu peito o abençoando pelo serviço prestado enquanto uma lágrima de compaixão descia pelo canto de seus olhos, dando um leve aceno de adeus seguiu para a casa de Lázaro e de suas irmãs em Betânia, todavia Jesus parecia andar vergado como quem já carregasse o peso do mundo nas suas costas.
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domingo, 14 de fevereiro de 2016

JESUS, AMOR & FÉ - 43. JESUS E O BANQUETE EM BETÂNIA

JESUS, AMOR & FÉ *

43. JESUS E O BANQUETE EM BETÂNIA

Estava próxima a Páscoa dos judeus, e muita gente de todo o país subia a Jerusalém para se purificar *(das impurezas legais para que pudessem comer a Páscoa em Jerusalém). Procuravam a Jesus e falavam uns com os outros no Templo:
- Que vos parece? Achais que ele virá a festa?
Mas, o sumo-sacerdote Caifás, seus pares e os fariseus tinham dado ordem para que todo aquele que soubesse onde Jesus estava o denunciasse, para que eles o prendessem. (Jo 11: 55-57)
Ora, a instituição da Páscoa fora feita quando os judeus ainda estavam no Egito e buscavam se libertar da escravidão a qual estavam sujeitos. Segundo Moisés, Deus teria lhe dito o seguinte:
“Este mês será para vocês o princípio dos meses: tê-lo eis como o primeiro mês do ano. Dizei a toda assembléia de Israel: No décimo dia deste mês cada um de vós tome um cordeiro por família, um cordeiro por casa. Se a família for pequena demais para um cordeiro, então o tomará em comum com seu vizinho mais próximo, segundo o número das pessoas, calculando-se o que cada um pode comer. O ANIMAL SERÁ SEM DEFEITO, MACHO DE UM ANO; podereis tomar tanto um cordeiro como um cabrito. E o guardareis até o DÉCIMO-QUARTO DIA DESTE MÊS ; então toda a assembléia de Israel o IMOLARÁ NO CREPÚSCULO. Tomarão do seu sangue e pô-lo-ão sobre as duas ombreiras e sobre a verga da porta das casas em que o comerem. Naquela noite comerão a carne assada no fogo com pães sem fermento e ervas amargas. Nada comereis dele que seja cru ou cozido, mas será assado no fogo completamente com a cabeça pernas e entranhas. Nada deixareis dele até pela manhã; se sobrar alguma coisa, queimá-lo-eis no fogo. Eis a maneira como o comereis: tereis cingidos os vossos rins, vossas sandálias nos pés e vosso cajado na mão. Come-lo-eis apressadamente: É A PÁSCOA DO SENHOR.” Naquela noite, passarei através do Egito, E FERIREI OS PRIMOGÊNITOS no Egito, tanto dos homens como dos animais, e exercerei minha justiça contra todos os deuses do Egito. EU SOU O SENHOR. O sangue sobre a casa que habitais vos servirá de sinal de proteção: pois vendo o sangue eu passarei adiante e não sereis atingidos pelo flagelo destruidor quando eu ferir o Egito. CONSERVAREIS A MEMÓRIA DAQUELE DIA, CELEBRANDO-O COMO UMA FESTA EM HONRA DO SENHOR: FAREIS ISSO DE GERAÇÃO EM GERAÇÃO, POIS É UMA INSTITUIÇÃO PERPÉTUA.” (Êxodo 12:1-14) 
Foi instituído junto com a Páscoa, palavra que quer dizer “passar por cima” e mais especificamente “poupar”, esse ritual da Páscoa portanto simbolizava a "libertação" alcançada após comer o cordeiro pascal que fora sacrificado, seguindo-se a ele o jejum do pão sem fermento que deveria durar desde a tarde do décimo quarto dia desse primeiro mês até o vigésimo primeiro dia (Êx. 12:18), logo no primeiro dia desse jejum da festa dos ázimos o fermento todo deveria ser retirado da casa, e durante sete dias não se deve fazer trabalho algum além da preparação de alimentos. E com a Páscoa a festa dos ázimos também se tornou uma instituição perpétua. para recordar que Deus os retirou do Egito, e libertou o povo de Israel da escravidão. Ora, depois Deus teria dito a Moisés: “Vós sais do Egito no MÊS DAS ESPIGAS (* de trigo)” (Êxo. 13:4), chamado na época de “Adib”, o qual veio a ser chamado mais tarde mês de NISSAN, que começava com o equinócio de primavera (março/abril) sendo este o início do ano determinado por Deus. Entenda-se que apesar do calendário judaico ser regido pelas fases da lua, por sua vez o equinócio, ponto da rotação da Terra em que se registra igual duração do dia e da noite, também é variável, e a comemoração da Páscoa ocorrerá na primeira lua cheia após o equinócio. Ora sendo assim, não importa qual dia seja da semana, importa que toda primeira lua cheia após o equinócio, será o dia 14 de Nissan do calendário judaico. 
Naquele ano de 3789 do calendário judeu, correspondente ao ano de 29 d.C. do calendário gregoriano, a celebração da Páscoa ocorreria num dia de sábado, porém em lei posterior do Senhor dada a Moisés ao renovar a aliança com o povo judeu, novas regras foram ordenadas, manteve-se a festa de ázimos *(mês das espigas); a lei do primogênito que devia ser consagrado a Deus e das oferendas; do trabalho por seis dia e o descanso do sétimo; celebração da festa das semanas, da ceifa do trigo e da colheita do ano; três vezes por ano os varões deveriam se apresentar à Deus; a festa da Páscoa e outras. Contudo, foi nessa aliança que foi institucionalizada a ordenação do sábado, em que estabeleceu que todo que trabalhar nesse dia seria morto. (Êxo 33:1-3). Foi por conta disso que a celebração da Páscoa naquele ano se deu num sábado, e o Sabá desse sábado, quando isso ocorria era transferido para o sábado anterior, tomando a forma de um Grande Sabá, onde nada poderia ser feito de maneira nenhuma. Um outro aspecto a ser considerado é que o dia judaico inicia-se ao por de sol e não na meia-noite a maneira romana, por isso a primeira hora do novo dia se dava após o por do sol, essa consideração se faz importante porque a Páscoa teve seu início ao fim do crepúsculo do dia anterior, sexto dia, 13 de Nissan, e na primeira hora do sábado, dia 14 de Nissan do ano judaico de 3789, logo Jesus tinha sido crucificado no sexto dia *(sexta-feira), véspera da Páscoa, estando já morto na primeira hora do sábado, quando o “cordeiro do sacrifício pascal” deveria estar pronto para ser “consumido” naquela noite da sábado da celebração da Páscoa.
Sem esse esclarecimento sobre os costumes religiosos dos judeus se torna praticamente impossível entender todo o significado divino da Imolação do “cordeiro de Deus”, do avatar de Deus, Jesus, representando também a personificação e encarnação do filho primogênito de Deus. Uma falta de entendimento que marcou a cristandade até muito recentemente, que pouco ou nada compreendia do "sacrifício pascal" feito por Jesus.
Foi a partir do milagre da ressurreição de Lázaro praticado por Jesus, que o que parece ser uma série de eventos desafortunados, serão na verdade os primeiros passos para a glorificação de Deus na terra, aos olhos dos seres humanos. Sendo assim, não podemos esquecer doravante, nem por um instante que o personagem principal dessa história não é um personagem comum, por assim dizer, o nosso HERÓI é um ser poderoso, a encarnação do próprio Deus na condição humana, onde seu corpo lhe é apenas um veículo de manifestação, ao qual constituiu como sua forma para manifestar-se entre as pessoas como um “igual”, ou seja, "um semelhante". A partir desse momento essa narrativa tomará um tom dramático e impressionante, que exigirá um pouco mais da atenção de vocês que o habitual para compreender a verdadeira dimensão dos acontecimentos, os quais influenciam as nossas vidas até os dias de hoje de maneira impressionante.
Retomando o curso dos acontecimentos, Jesus tinha ressuscitado Lázaro no sexto dia da semana (sexta-feira) dia 6 de Nissan de 3789, no dia seguinte era o dia 7, e seria comemorado o Grande Sabá, ao descanso completo do sétimo dia. Então, no primeiro dia da semana *(domingo), dia 8 de Nissan, foi oferecido na casa de Lázaro um grande banquete para comemorar o seu retorno a vida. Faltavam seis dias para a Páscoa e Jesus estava mais uma vez hospedado na casa de Lázaro. Marta como sempre estava atarefada em bem servir aos convivas, gerenciando os servos para que nada faltasse. Jesus estava deitado num divã como era costume na época entre as famílias abastadas e de boa educação e Maria Madalena pegou uma libra de bálsamo de nardo de alta qualidade e muito caro e ungiu os pés de Jesus, e repetindo o gesto de quando o conhecera, enxugou os pés de Jesus com seus cabelos externando a dedicação do seu amor por ele. A casa toda se encheu do perfume do bálsamo.
Estava no banquete também os discípulos de Jesus, e entre eles Judas Iscariotes, que era o responsável pela bolsa de dinheiro, eu contabilizava os ganhos e os gastos com dinheiro da comitiva de Jesus, e ele disse para Maria Madalena:
- Por que não vendeste esse bálsamo por trezentos denários e não deu o dinheiro aos pobres?
Ora, Judas Iscariotes não estava dizendo isso porque se interessava pelos pobres, mas porque era ladrão e, tendo a bolsa furtava o que nela se lançava.
Ao ouvir isso Jesus irritou-se e disse a Judas Iscariotes:
- Deixai-a! E não a aborreça! Ela me faz uma ação boa. Ela guardou este perfume para me embalsamar antes do dia da minha sepultura. Pois sempre tereis os pobres convosco, mas a mim nem sempre me tereis. Podereis fazer bem sempre que quiseres aos pobres, mas a mim não me tereis sempre. (Jo. 12: 1-8; Mt. 26:6-13 e Mr. 14:3-9)
Jesus firmando o seu olhar em Judas Iscariotes começou a contar uma parábola:
- Havia um homem que tinha uma vinha. Ele a arrendou a lavradores e deixou o país. Vindo o tempo da colheita ele enviou três dos seus servos aos lavradores para recolher a produção da vinha. Mas, os lavradores agarraram os servos feriram um, apedrejaram outro e mataram o terceiro. Então o senhor da vinha enviou mais servos em maior número e os lavradores fizeram o mesmo que antes. Enfim, o dono da vinha decidiu enviar o seu filho, acreditando que que os lavradores o respeitariam. Mas ao verem o herdeiro, os lavradores o levaram para fora da vinha e o assassinariam sem nenhuma piedade para poderem ficar com sua herança. Pois bem: quando voltar o senhor da vinha, que fará ele àqueles lavradores?
Responderam a Jesus:
- Mandará matar sem piedade aqueles miseráveis e arrendará sua vinha a outros lavradores que lhe pagarão o produto da vinha a seu tempo. (Mt. 21:33-41)
- Disseste bem. - acordou Jesus.
Então, Jesus acrescentou, mantendo seu olhar em Judas Iscariotes:
- Miserável do corpo que depende de um corpo e da alma que depende dos dois. (To. 87) Infeliz da carne que depende da alma; infeliz da alma que depende da carne. (To.112)
Jesus assim falava pois sabia do apego de Judas Iscariotes às coisas desse mundo e que não conseguia entender nada sobre as coisas celestiais. Alguém poderia considerar que naquele momento Satanás ganhou domínio sobre o espírito de Judas Iscariotes, se aproveitando do ódio que ele sentira de Jesus por tê-lo humilhado na frente de todos os presentes por causa daquela mulher que teimava de tratar como se fosse um dos seus discípulos, a ponto de confidenciar-lhe ensinamentos e segredos que não falava com ninguém mais. A situação era tão escandalosa aos olhos dos discípulos que tinham ciúmes e inveja de Maria Madalena, que um dia Simão Pedro aproveitando-se da ausência dela, disse a Jesus:
- Que Maria saia do meio de nós, pois as mulheres não são dignas da Vida.”
Jesus, ficou pasmo com as palavras injustas de Pedro e respondeu com dureza:
- Eis que eu a atrairei para que ela se faça como um homem. Para que ela também possua espírito vivo *(de inteligência) semelhante a vós homens. Pois, toda mulher que se fizer espírito vivo como o homem entrará no Reino dos Céus. (To. 114)
Essa declaração de Jesus sobre a futura condição das mulheres acirrou naquele momento ainda mais a discriminação dos homens judeus sobre as mulheres, as quais tratavam como se fossem objetos ou animais, não possuindo nenhum direito à vida, e caso se rebelassem eram condenadas à morte, fosse sob acusações muitas vezes falsas de feitiçaria ou de adultério. Em razão disso Judas Iscariotes fez o seu pensamento contra Jesus, tomado de ciúmes e inveja de Jesus por causa de Maria Madalena, e agiu do mesmo modo que Lúcifer quando por ciúmes e inveja de Adão com Eva, tomou a forma de uma serpente para atrair Eva e Adão para o pecado. Ora, Lúcifer ao ter semeado a discórdia foi também castigado por Deus junto com Adão e Eva, expulso das hordas celestes tornou-se Satanás a fim de atormentar Adão e Eva e assim poder ser para eles sempre uma pedra de tropeço, condenando a raça humana ao sofrimento em razão de seus pecados contra Deus. 
Não se pode atribuir a Satanás a atitude de Judas Iscariotes, mas pode-se dizer que Judas Iscariotes foi vítima da maldade já existente no seu ego, facilitando que Satanás exercesse sobre ele um fácil influência. Jesus não se cansava de ensinar aos discípulos que tinham que aprender a resistir ao pecado, pois Satanás se aproveitava das pessoas desprevenidas e descuidadas, incapazes de defenderem tanto a integridade física de seu corpo contra os ladrões das coisas materiais como a integridade de sua alma ficando sempre dependentes de seus desejos, abertas aos pecados e servindo aos propósitos de Satanás. Sim, Satanás é um aproveitador de situações a espera de dar o bote, mas a pessoa forte tem poder para lhe pisar a cabeça e impedir o seu mal. Mas, Judas Iscariotes não era um homem forte, ao contrário era um homem de caráter fraco e mesquinho. Assim, saiu sorrateiramente do banquete e foi ter com os príncipes dos sacerdotes no Templo e perguntou-lhes:
- Que quereis dar-me para que eu o entregue a vós?
E os sacerdotes acertaram com ele a quantia de 30 moedas de prata, o preço estipulado na Lei pago geralmente por um escravo ferido (Êx. 21:32). Assim, desde aquele instante Judas Iscariotes passou a procurar uma ocasião para entregar Jesus. (Mt. 26:14-16)
Ora para se ter idéia da insignificância do valor que Judas Iscariotes aceitou para vender Jesus, considere-se que a moeda de prata mais comum naqueles dias, era o denário romano, portanto Jesus foi vendido pelo valor de 30 denários. Como vimos na parábola dos operários da vinha (Mt. 20:2), o salário de um dia de trabalho era de um denário, ou seja 30 denários seria o salário de um mês de um camponês. Por sua vez, o próprio Judas Iscariotes calculou que a uma libra (* aproximadamente 450 gramas) de bálsamo usado por Maria Madalena para perfumar Jesus renderia caso vendido 300 denários, uma verdadeira fortuna. Portanto, Judas Iscariotes vendeu Jesus por um décimo do valor do perfume, tal era a inveja, o ódio e a raiva que ele estava sentindo de Jesus, por ele o ter preterido e humilhado em favor de uma mulher! Mas, Jesus, que como sabemos era o próprio Deus em pessoa, sabia muito bem o que acontecia com Judas Iscariotes, que afinal não passava de um bode expiatório para fazer o que podemos dizer o necessário “trabalho sujo”. 
Ora, se há uma coisa que Jesus ensinava, e que não deve pairar dúvida, é que nem todas as desgraças são sempre castigo, muitas desgraças acontecem como aconteceu a Jó, que foi avassalado pelo infortúnio só para provar a Satanás quão grande era a sua integridade e sua fidelidade a Deus, portanto a provação muitas vezes vem para o bem, é o caso da doença de Lázaro, cuja morte veio para glorificar Jesus como Filho de Deus.
Naquela noite ainda, uma grande multidão de judeus veio a saber que Jesus estava na residência de Lázaro, e chegaram até lá não só para verem a Jesus, mas para verem a Lázaro que por Jesus fora ressuscitado com os próprios olhos. (Jo 12-9). Assim, Jesus levou Lázaro com ele para cumprimentar as pessoas que estavam a esperá-los fora da casa. E Lázaro seguiu atrás de Jesus à sua direita, caminhando lentamente e com gestos vagarosos, mas seu rosto era altivo e uma expressão de agradecimento enfeitava o seu semblante. Seus olhos ainda estavam encovados e traziam resquícios do estado mortal pelo qual passara, todavia eles não expressavam de maneira nenhuma algum terror, nem pareciam que tinham em algum momento sido fechados pela morte, não, seus olhos brilhavam e pareciam plenos de felicidade. O sorriso nos seus lábios absolutamente não era de um idiota, ou de alguém que falte vontade ou espírito, ao contrário, seu sorriso era pleno de gentileza, como quem tinha penetrado no mais alto segredo da vida e encontrado toda a paz e a sabedoria que nela podia existir. Seu sorriso era tanto como de quem tinha olhado a cara da Morte e sido vitorioso, resolvendo o maior dos mistérios da Vida e alcançado a compreensão do significado completo do que está além da vida e do que significa a vida eterna, como de quem após o fracasso, a vergonha e a humilhação de um adoentado, caiu chegando à beira do túmulo e dando um vislumbre rápido à cova a que está destinado, milagrosamente retorna a vida. Lázaro ainda estava tomado por um estado de perplexidade e maravilhado com o que tinha lhe acontecido. E Jesus tomando a mão de Lázaro o amparou para que todos o vissem e o contemplassem em seu estado de redivivo. Contudo, a crescente devoção que Jesus estava a despertar com o milagre de Lázaro, levou os os sacerdotes a conspirarem para a morte de Lázaro também, de modo que logo que se viu mais fortalecido foi convencido pelo próprio Jesus a partir. Lázaro foi levado embora de Jerusalém e ficou se convalescendo na propriedade da família em Magdala, cidade onde Jesus e Maria Madalena se conheceram, não acompanhando os últimos acontecimentos na vida terrena de Jesus, pois a missão de Lázaro na vinda de Jesus já estava cumprida.
  • Da coletânea de crônicas diárias publicadas no meu  perfil do Facebook  de dezembro/2014 a abril/2015.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

JESUS, AMOR & FÉ - 42. JESUS E A RESSURREIÇÃO DE LÁZARO

JESUS, AMOR & FÉ *

42. JESUS E A RESSURREIÇÃO DE LÁZARO

Depois de Jesus expulsar os vendilhões do Templo de Jerusalém, justo no dia da Dedicação, durante a festa das Luzes, era natural que os príncipes dos sacerdotes do Templo procurassem prendê-lo como bagunceiro e ato desrespeitoso, mas Jesus saiu mais uma vez incólume de Jerusalém sem que ninguém lhe colocasse as mãos em cima.
A noite já caíra quando retornou para a residência de Lázaro e suas irmãs onde estava hospedado com seus discípulos e familiares. Jesus recomendou que todos que estivessem dispostos a seguí-lo arrumassem suas coisas pois antes do amanhecer deveriam partir para outro lugar. E assim foi feito, logo de manhãzinha Jesus e sua comitiva já estava pronta para partir. Maria Madalena queria acompanhar Jesus como sempre o fazia, mas Jesus não permitiu e fez a ela uma revelação:
- Seu irmão deverá cair doente em breve. Mas, esta enfermidade não causará a morte dele, tenha fé. Essa enfermidade terá como finalidade a glória de Deus. Saiba, por esta doença que abater-se-á sobre seu irmão o Filho de Deus será glorificado. Por esse motivo é necessário que você fique ao lado dele, para cuidar dele e quando chegar a hora me chamar. 
E Jesus partiu, deixando para trás Maria Madalena com sua irmã Marta e seu irmão Lázaro. Primeiramente, Jesus pegou a estrada através do deserto da Judéia desceu para o vale do rio Jordão, onde João Batista começara a batizar e lá permaneceu por algum tempo e todos que iam ao seu encontro que ainda se recordavam de João Batista, ao ouvir os ensinamentos de Jesus e testemunharem as curas milagrosas que fazia, abrindo os olhos dos cegos, limpando os corpos dos leprosos, fazendo os paralíticos andarem e tirando os demônios que enlouqueciam as pessoas, diziam:
- João não fez milagre algum, mas tudo o que João falou deste homem era verdade. - E, por isso muitos acreditaram nele. (Jo 10: 39-42)
Contudo, como os pontífices e fariseus ouvindo as notícias de suas curas milagrosas buscavam arrumar um meio de tirar-lhe a vida, Jesus deixou de andar em público entre os judeus, e retirou-se para a região da Samaria, vizinha ao deserto de Judá e ficou hospedado com seus discípulos na cidade de Efraim. Ora, era Efraim a cidade mais importante da Samaria, região que segundo o relato de Josué sobre a divisão da Terra Santa com as 12 tribos de Israel, couberam aos descendentes dos filhos de José, Manassés e Efraim, prerrogativa pois José tinha perdoado e salvo sua família, durante a grande fome que assolara a região da Palestina até o Egito. A tribo de Efraim por conta de seu prestigio se tornou a mais dominante e assim ficou com uma bela gleba de terra na região fértil , e veio a se tornar tão próspera que o nome Efraim tornou-se sinônimo do reino de Israel (o mesmo que se dizer reino de Jacó), a tribo de Benjamim o filho mais jovem de Jacó ficou com a região de Jerusalém e tinha o território da tribo de Judá a fazer-lhe fronteira ao sul. Ao tempo do rei Davi as tribos reuniram seus territórios em um só reino, o reino de Israel, mas depois esse reino acabou dividido, ao norte o reino de Israel e ao sul o reino da Judéia. E nessa divisão as tribos de Efraim e Judá passaram a viver em constante disputa, Efraim invejando Judá e Judá se fazendo inimigo de Efraim, e ao tempo de Jesus, era o território de Efraim e Manassés unidos ao longo da margem ocidental do rio Jordão, na região chamada de Samaria. Portanto, não haveria melhor lugar para Jesus se manter em oculto e protegido dos judeus do que na Samaria. E lá Jesus ficou por quase todo o inverno até o último dia do mês de Adar do ano de 3.789 *(equivalente a 27 de março de 29 a.C do calendário gregoriano). 
Então, Jesus recebeu a mensagem enviada por Maria Madalena dizendo: “Senhor, aquele que tu amas, está enfermo.” Após ler a mensagem, Jesus dirigiu-se aos seus discípulos e lhes disse o que antes dissera a Maria Madalena:
- Esta enfermidade não causará a morte, mas tem por finalidade a glória de Deus. Por ela será glorificado o Filho do Homem.
Ora, todos sabiam que Jesus amava Maria Madalena, e a sua irmã e a Lázaro, e os tinha como sua própria família. Contudo, os discípulos estranharam que apesar de Jesus ter sido informado de que Lázaro estava muito doente, demorou-se ainda mais dois dias em Efraim, quando então disse aos discípulos:
- Voltemos à Judéia.
Ao que os discípulos arguiram:
- Mestre, não faz muito tempo e os judeus queriam te apedrejar, e queres voltar para lá?
Jesus respondeu:
- Não são doze as horas do dia? Quem caminha de dia não tropeça, porque vê a luz deste mundo. Mas, quem anda de noite tropeça, porque lhe falta a luz. Lázaro nosso amigo dorme, mas vou despertá-lo.
Ao ouvirem isso um dos discípulos disse a Jesus:
- Senhor, se ele dorme, há de sarar.
Jesus olha os que estão ao seu lado com um olhar piedoso e revela para eles a verdade:
- Lázaro morreu. Alegro-me por vossa causa , por não ter estado lá, para que creias. Mas, não percamos mais tempo, vamos ter com ele!
A essas palavras, Tomé, chamado Didimo *(o Gêmeo, que escreveu o Evangelho São Tomé) disse descontente aos seus companheiros:
- Vamos também nós, para morrermos com Jesus. - Pois, considerava Tome que meter-se com os judeus aquela altura dos acontecimentos seria como uma morte certa.
E, assim na manhã do terceiro dia do mês de Nissan, Jesus e seus seguidores tomaram o caminho de volta à Betânia. 
Era o dia 6 de Nissan, o sexto dia da semana quando Jesus chegou à Betânia e Lázaro já estava na sepultura a quatro dias. Lázaro tinha morrido no dia que Jesus recebera a mensagem. E muitos estavam na residência das irmãs de Lázaro para apresentar as condolências, pois Lázaro era uma figura muito proeminente da região de Jerusalém. Logo chegou aos ouvidos de Marta que Jesus estava chegando, e ela saiu-lhe ao encontro e logo foi dizendo a ele:
- Senhor, se tivesses estado aqui meu irmão não teria morrido! Pois sei que tudo o que pedes a Deus a ti é concedido.
Jesus não fez caso da recriminação das palavras de Marta e respondeu-lhe carinhoso:
- Marta, teu irmão há de ressurgir.
E ela mal acabando de ouvir, respondeu a Jesus:
- Sei que ele há de ressurgir na ressurreição do último dia.
Então, Jesus olhou para Marta com seus olhos repletos de misericórdia e lhe disse:
- EU SOU A RESSURREIÇÃO E A VIDA. AQUELE QUE CRÊ EM MIM, AINDA QUE ESTEJA MORTO VIVERÁ. E TODO AQUELE QUE VIVE E CRÊ EM MIM, JAMAIS MORRERÁ. Crês nisto, Marta?
E ela respondeu de cabeça baixa, pois não entendia muito bem do que Jesus falava:
- Sim, Senhor, eu creio que tu és o Messias, Filho de Deus, Aquele que devia vir ao mundo.
Depois de a ouvir, Jesus pediu que ela fosse lhe chamar Maria Madalena, que estava reunida com outras pessoas que lhe foram dar condolências e Marta aproximou-se dela e lhe disse baixinho ao ouvido:
- O mestre está aí e te chama. - Mal acabou de ouvir o sussurrar das palavras de Marta e de súbito Maria levantou-se e correu mais rápido do que um passarinho ao encontro de Jesus que ficara fora da casa a aguardando no mesmo lugar onde Marta viera ao seu encontro. Quando Maria Madalena chegou onde Jesus estava, lançou-se aos seus pés dizendo o mesmo que Marta dissera:
- Senhor, se tivesses estado aqui, meu irmão não teria morrido! - Mas, Maria Madalena falava isso e chorava abraçada aos pés de Jesus.
E ao terem visto Maria sair de tal maneira apressada aqueles que antes estavam com ela a seguiram, crendo que ela estaria indo ao sepulcro de Lázaro, mas a encontraram chorando aos pés de Jesus e os judeus comovidos com a cena que viam começaram a chorar também. Jesus ficou intensamente comovido em espírito, e levado de profunda emoção ajudou Maria a se levantar enquanto perguntava-lhe:
- Onde o puseste, me leve até lá.
E todos o rodearam e diziam:
- Senhor, vinde ver!
Ao ver o sepulcro onde estava Lázaro, Jesus não conseguiu mais conter a emoção que o tomava e seus olhos começaram a transbordar de lágrimas que lhe escorriam pela face e caiam livremente ao chão onde eram absorvidas pela terra ressequida. Observaram isso os judeus que ali estavam:
- Vêdes como ele o amava!
Mas, alguns deles disseram julgando-o com críticas:
- Não podia ele que abriu os olhos ao cego de nascença, fazer com que este não morresse?
Ainda tomado de emoção, Jesus vendo que o sepulcro estava coberto com uma pedra, ordenou aos serviçais que estavam os acompanhando:
- Tirai a pedra.
Marta ao ouvir isso ficou tomada de aflição e disse a Jesus:
Senhor já cheira mal, pois há quatro dias que está ai…
Respondeu Jesus a Marta:
- Não te disse eu: Se credes verás a glória de Deus?
Tiraram pois a pedra e Jesus levantou seus olhos para o céu e disse:
- Pai, rendo-te graças porque me ouviste. Eu bem sei que sempre me ouves, mas falo assim por causa do povo que está ao meu redor, para que creiam que tu me enviaste.
Depois de dizer isso, Jesus exclamou em alta voz a ordem:
- Lázaro, vem para fora!
E o morto saiu de dentro do sepulcro ainda tendo a mortalha do sudário ligado ao seu corpo com faixas. Jesus ordenou então aos servos:
- Desligai-o e deixai-o ir. (Jo 11:1-44)
Assim o vaticínio do nome de Lázaro, cujo o nome em hebreu é “Eleazar” e quer dizer “Deus é meu socorro”, se cumpriu. E todos comentaram a respeito e chegou até aos ouvido de Poncio Pilatos, representando de Tibério César para a Palestina, e teria ele escrito: “Esse Jesus ainda realizou coisa mais surpreendente, que está fora do poder de nossas divindades: ressuscitou uma pessoa morta havia quatro dias, chamando-a só com palavras. Este morto tinha o sangue deteriorado, seu corpo apodrecia, infestado de vermes. Era um foco de odor fétido, como de um cão. Quando Jesus o viu encerrado no sepulcro, ordenou-lhe que levantasse. Livre de tudo quanto é característico dos mortos, abandonou o túmulo, exalando o mais suave perfume, semelhante a um esposo que sai da da Câmara nupcial” ( * V. Anáfora de Pilatos - Relatórios de Pilatos, 3- do texto grego publicado por J. Armitage Robinson, Cambridge, Reino Unido, 1899)
Muitos dos judeu que tinham ido até Maria Madalena e tinham visto  Jesus ressuscitar Lázaro, creram nele. Porém, alguns deles saíram de lá direto para contarem o que viram aos fariseus e aos sacerdotes do templo, que logo convocaram a reunião do Conselho e disseram:
- O que faremos? Esse homem multiplica os milagres. Se o deixarmos proceder assim todos acabarão por crer nele, e os romanos virão e arruinarão a nossa cidade e toda a nação. Pois se o povo proclamar Jesus como rei dos judeus uma revolta popular terá lugar e os romanos não pensarão duas vezes para reprimir a sublevação. Nós bem sabemos disso e lidamos com eles com cuidado para manter a ordem.
Um deles chamado Caifás, que ocupava o cargo de sumo-sacerdote naquele ano, disse-lhes:
- Vós não entendeis nada! Nem considerais que vos convém que morra um homem pelo povo, e que não pereça toda a nação. - E, ele disse isso por si mesmo, mas como era o sumo-sacerdote lançava inconscientemente suas palavras como uma profecia de que Jesus iria morrer pela nação. Mas, Jesus não morreria apenas pela nação, mas para que fossem reconduzidos à unidade os filhos de Deus dispersos, mas essa compreensão não era do domínio do sumo-sacerdote. (Jo 11:45-52)
Esse foi o terceiro milagre de ressurreição praticado por Jesus, o primeiro fora da filha do sacerdote de Cafarnaum, na Galiléia; o segundo fora do filho da viúva de Naim, quando entrava na Samaria e por fim o mais grandioso de todos foi o reservado aos judeus na pessoa de Lázaro. Esses sinais ilustram em um aspecto particular a divina autoridade de Jesus e exemplifica o seu poder sobre o maior inimigo da humanidade e de todos os seres viventes: A MORTE. Assim, o nome de Lázaro tornou-se permanentemente ligado ao entendimento como referência a aparente restauração da vida, quando esta se encontra sob a ameaça de extinção, e seres vivos que alcançam a remissão de doenças e se curam totalmente. Assim todo aquele que vence a morte merece o nome de Lázaro (ou Eleazar), aquele de Deus socorre, e sabemos nós que existem muitos Lázaros nessa vida, e que todos os que venceram a morte passam a ver a vida de maneira muito diferente que as outras pessoas, e o mesmo se daria com Lázaro.
  • Da coletânea de crônicas diárias publicadas no meu  perfil do Facebook  de dezembro/2014 a abril/2015