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quarta-feira, 30 de setembro de 2015

JESUS, AMOR & FÉ - 5. JESUS, SENHOR DA VIDA E DA MORTE

JESUS, AMOR & FÉ *

5. JESUS, SENHOR DA VIDA E DA MORTE.

Jesus, o menino-Deus, não via nada de mais no que fazia, ele agia na Terra como se estivesse no Céu, na naturalidade da sua divindade. Podemos imaginar o constrangimento de José ao ver o filho terreno se expor de maneira descuidada aos olhares de todos os seus poderes, sem dar a menor importância ao que outros pensariam dele, afinal Ele era Deus e nunca teve que se preocupar com mesquinharias alheias, além do que não via como "pecado" os seus próprios atos. Mas, para seu pai terreno José os problemas estavam apenas começando...

Pobre José, que tarefa árdua teria ele pela frente para educar Jesus, o menino-Deus!!! Não bastara Jesus ter dado vida aos seus passarinhos de de barro causando o maior alvoroço na vizinhança, que mal aqueles que testemunharam o acontecimento nunca antes visto saíram para falar aos principais do vilarejo o que tinham visto, que outro episódio ainda mais espantoso se deu.

"Encontrava-se ali perto o filho de Anás, o escriba. Com uma vara de vime o menino fez sair as águas que Jesus represara. Vendo aquilo, Jesus indignou-se e disse-lhe: 
- Malvado, ímpio, insensato!!! Por acaso te faziam mal as poças e a água? Agora ficarás seco como uma árvore e não produzirás nem folhas, nem raiz, nem frutos.
No mesmo instante, o menino ficou completamente seco. Jesus retirou-se para a cada de José.

Os pais do menino que ficara seco o tomaram e, chorando por causa de sua tenra idade, o levaram a José, a quem censuraram asperamente, pelo fato de seu filho fazer tais coisas." (Evangelho Pseudo-Tomé Cap. III)

Eu imagino que a reação de vocês ao lerem essa passagem é de assombro que Jesus, o menino-Deus, tenha sido assim tão...tão... vingativo. Ora, vocês esqueceram quem era Jesus? Ele estava apenas agindo como Deus e não como o Jesus humano! Ele estava  apenas aprendendo a ser humano. Apesar de estar no corpo de uma criança Ele continuava sendo o ser superior que era, o que devia ter sido bastante complicado para ele. Sendo Ele o próprio Deus, Ele sabia exatamente o que se passava na consciência do menino, e se irritou com ele, com a maldade que havia nele, a mesma maldade  apresentada pelos seres humanos ao destruir as obras de Deus (ou seja, as "suas"" obras), sem uma justificativa plausível além do prazer manifesto de um ego mesquinho.

Curiosamente, Anás era não só o nome do pai do menino como viria a ser o nome do sacerdote responsável pela prisão e julgamento de Jesus. A segunda curiosidade é que essa passagem está intimamente ligada maldição da figueira, que ocorre quando Jesus estava indo para Jerusalém: "De manhã, voltando à cidade, teve fome. Vendo uma figueira, à beira do caminho, aproximou-se dela, mas só achou folhas, e disse-lhe: "Jamais nasça fruto de ti!" E imediatamente a figueira secou. " (Mt. 21:18-20) 

Compreende-se, portanto, que o Vaticano sentiu a necessidade dar uma explicação de tal comportamento do menino Jesus, e segundo o Códice PA de São Lorenzo de Genova, foi introduzido o seguinte trecho em algumas versões deste texto, que diz assim: "Depois de solicitado por todos, Jesus o curou, deixando um membro um pouco inerte, como sinal para eles" e ligam esse fato a cura feita por Jesus do homem que tinha a mão seca (Mt. 12: 9-14) Uma cura que se dera justamente num sábado e que suscitou a pergunta " É permitido curar no dia de sábado?", pois afinal era ainda o dia de sábado quando esse fato se deu, tal como vimos no capítulo anterior. E Jesus já adulto antes de curar o homem da mão seca arguiu: "É permitido, pois, fazer o bem no dia de sábado?” Disse, então, ao homem que tinha mão seca: "- Estende a mão." Ele a estendeu e ela tornou-se sã. Os fariseus ao verem isso, após esse milagre que demonstrou o poder unilateral de Jesus, passaram a conspirar para o matar, ele bem o sabendo se afastou daquele lugar. Possivelmente, os dois fatos podem estar ligado, pois como bem sabemos Deus não dá ponto sem nó. 

Hoje podemos compreender melhor que Deus, mesmo sendo o Todo-Poderoso, ou exatamente por isso mesmo, encontrava dificuldade de adaptar-se a uma corporificação num estado físico tão limitativo ao seu ser, acostumado a liberdade incorpórea do espírito   jamais antes contido e limitado em suas ações por um processo longo de estado físico corpóreo, o qual dada as limitações se apresenta ao ser divino como uma forma de aprisionamento, o que  não Lhe era agradável de forma nenhuma. O texto apócrifo conta que , de outra vez, Jesus caminhava no meio de um povoado, quando um menino, veio correndo por trás e o empurrou pelas costas. Todos nós passamos por isso em algum momento da nossa infância enfrentando a valentia de outra criança. Mas, quando se tratava de Jesus, bom... as consequências poderiam ser inesperadas!!!! Irritado, Jesus lhe disse: "- Não continuarás teu caminho." Imediatamente o menino caiu morto. Algumas pessoas, que presenciaram aquilo, disseram:
- Donde saiu este menino? Todas as suas palavras se transformam em realidade!
Os pais do morto acercaram-se de José e o censuraram, dizendo:
"- Desde que tens um filho assim, não podes viver conosco no povoado, a não ser que o ensines a abençoar e não a amaldiçoar. Ele causa a morte dos nossos filhos.
José chamou o menino à parte e o admoestou dizendo:
- Por que fazes estas coisas? Por causa disto, nos odeiam e nos perseguem.
Respondeu-lhe Jesus: "- Sei que estas palavras não vêm de ti. Por tua causa me calarei. Os outros, porém, receberão seu castigo.
Na mesma hora seus acusadores ficaram cegos. 
Os que presenciaram aquilo assustaram-se e encheram-se de medo. A respeito de Jesus diziam que todas as palavras que ele pronunciava, fossem boas ou más, se convertiam em realidade e em prodígios.

Vendo o que Jesus fizera, José o agarrou pela orelha e a torceu com força. O menino se aborreceu e disse-lhe: 
- A ti basta procurar sem encontrar. Procedes com pouca sabedoria. Não sabes que sou teu? Não me maltrates!" (Evangelho Pseudo-Tomé Capítulos III a V)
Pobre José, era natural que ele se desesperasse com um garotinho de cinco anos que não só pensava que era Deus, mas, sim, ele era o próprio Deus. E realmente, puxá-lo pelas orelhas era o mínimo que José poderia ter feito para chamá-lo à realidade, que na forma humana Ele não era Deus, mas uma criança aprendendo a se tornar homem e era dever dele como pai ensinar-lhe. 

Nessa travessura divinal de Jesus, o Vaticano também introduziu algumas palavras aqui e ali para defender o procedimento de Jesus, como se tivesse dificuldade de aceitar o poder de vida e morte sobre os seres vivos que Jesus detinha como uma criança, como ser criança o impedisse de ser quem era, a incorporação de Deus. 

Ora, para quem já teve oportunidade de conviver com várias crianças, e além disso já observou o comportamento de uma que tenha qualidades tais que a destaque das outras, já percebeu que essa genialidade a mais pode causar muitos problemas de relacionamento. Logo as dificuldades de Jesus em aprender a limitar e lidar com seus poderes de maneira adequada a uma criança humana da sua idade, em verdade, foi um tremendo desafio principalmente para alguém tão poderoso como ele, o mais poderoso de todos os seres. 

* Da coletânea de crônicas diárias publicadas no meu  perfil do Facebook  de dezembro/2014 a abril/2015.

sábado, 26 de setembro de 2015

JESUS, AMOR & FÉ - 4. JESUS, AQUELE QUE DÁ VIDA

JESUS, AMOR & FÉ *

4. JESUS, AQUELE QUE DÁ VIDA.

É assim que Jesus nos conta do início da sua infância no texto apócrifo "São José e o Menino Jesus"/ História de José, o Carpinteiro”:

"Eu da minha parte, desde que minha mãe me trouxe a este mundo, estive sempre submisso a ela, como um menino. Procedi dentro do que é natural entre os homens, exceto o pecado. Chamava Maria de "minha mãe” e a José de "meu pai". Obedecia-lhes em tudo o que me ordenavam, sem me permitir jamais replicar-lhes. Pelo contrário, dedicava-lhes sempre grande carinho." (Cap. XI; 2-3)

Podemos perceber que Jesus se considera um filho "perfeito", daqueles que todos os pais desejariam ter, mas como será que os outros o viam em sua infância? De certo para os padrões humanos não era tão perfeito assim!!!

O eminente tradutor inglês William Wright teve a responsabilidade de traduzir um um texto siríaco pertencente então ao Museu Britânico, um manuscrito do século V, que considerava-se que tivera como fonte um texto grego, encontrado no Sinai entre os séculos XIV E XV, e que foi pela primeira vez publicado em 1865 pela Peeters Publishers (UK). Esse texto em questão revelou pela primeira vez como Jesus se comportava em sua meninice e foi nomeado como "Narrações de Tomé, Filósofo Israelita, sobre a Infância do Senhor" ou "Evangelho Pseudo-Tomé" e não deve ser confundido com o "Evangelho de Tomé", documento copta encontrado em 1945.  

Aqui abrirei um parênteses para uma breve explicação sobre a identidade de Tomé. poucos sabem que Judas Tadeu segundo os estudiosos é cada vez mais considerado como o irmão de Jesus, chamado de Judas e alcunhado de Tomás, que em aramáico quer dizer "Gêmeo", ou São Tomé, o Dídimo (o gêmeo), e nos evangelhos  do Novo Testamento é chamado de o "Irmão do Senhor", assim como seu irmão Tiago, o menor, o justo, que viria a ser o primeiro bispo de Jerusalém. Tanto São Judas Tadeu, o irmão do Senhor - São Tomé, o Dídimo como São Tiago (o menor), o Justo, seriam filhos de Maria Salomé, irmã de Maria mãe de Jesus, com Zebedeu (por vezes chamado de Alfeu) e irmãos do mais jovem discípulo de Jesus, o amado João, todos portanto primos-irmãos de Jesus, considerados na tradição tribal judáica como se irmãos o fossem.

Assim, São Judas Tadeu sendo ele também São Tomé tem uma importância muito maior que a tradição atribui a ele, pois sendo ele também Tomé foi quem só acreditou na ressurreição de Jesus ao colocar o dedo nas chagas de Jesus, razão pela qual seria o santo das "causas impossíveis", pois nada pode parecer mais impossível a qualquer pessoa que um morto ressuscitar!!!!

São Tomé ou Judas Tadeu - que devido a sua semelhança com o Mestre muitos alegaram que tinha sido ele o crucificado no lugar de Jesus a fim de desacreditar a ressurreição-, era considerado pelo próprio Jesus o seu discípulo mais perfeito, mas mesmo assim ele se mostrou deveras humano, tão semelhante a nós, pois nós também temos muita dificuldade de verdadeiramente acreditar em Deus, precisamos ver e tocar para crer na manifestação milagrosa de Deus. 

É por isso que São Judas Tadeu ou São Tomé, santo das causas impossíveis, tem vital importância, pois não nos inspira apenas a acreditar que milagres são possíveis, muito mais do que isso nos inspira a acreditar firmemente em Deus, e tendo verdadeira fé em Deus tudo se torna possível. No famoso Evangelho de São Tomé (descoberto em 1945) constatamos quão são preciosos os ensinamentos de Jesus para possamos nos aproximar de Deus e assim permitir que Deus permaneça em nós, de modo que todos possam aprender a andar na Terra como se andassem no Céu. 

Tendo em vista essa explicação esclarecedora, o nome "Tomé" 
permite tomarmos a liberdade de supor a possibilidade que a narrativa "Narrações de Tomé, Filósofo Israelita, sobre a Infância do Senhor"  tenha sido feita por Tiago, filho menor de José, que morava com o pai e que brincava com Jesus na infância. Naturalmente, se os estudiosos do Vaticano considerassem que esse texto fora fruto do testemunho de Tiago, filho de José, enteado de Maria, seu valor seria muito outro. Assim, esse texto apócrifo vem sendo considerado como uma narrativa fantasiosa sobre a infância de Jesus, mas em tudo, com o conhecimento que temos hoje, poderia ser considerado mais do que provável realidade do comportamento de um ser de alta divindade num avatar humano, porquanto a encarnação ou  a corporificação  é uma limitação física e como vimos recentemente tão bem apresentado no filme "Avatar" de 2009, escrito e dirigido por James Cameron, também pode ser causa de tremendas confusões para o ser corporificado num corpo desconhecido. Assim sendo, que o nosso julgamento sobre essa curiosa narrativa da infância de Jesus, que passarei a apresentar para vocês seja tido nesse sentido: de Deus descobrindo as agruras de ter se encarnado e estar corporificado num ser humano e, pior, a necessidade de ter seus poderes limitados. Pois, não se esqueçam que Deus se fez homem para conhecer melhor a sua criação e poder ajudá-la a encontrar a felicidade e se libertar do sofrimento.

Tomé (ou Tadeu/Tiago) inicia a sua narrativa desse modo: 

"Eu, Tomé Israelita, julguei necessário transmitir a todos os irmãos procedentes da gentilidade o conhecimento da infância de Nosso Senhor Jesus e de todas as maravilhas que realizou, desde seu nascimento em nossa terra. Aqui dou início: 
Aos cinco anos de idade, o menino Jesus estava brincando em uma correnteza de água depois da chuva. 
Recolhia a água em pequenas poças e a tornava límpida em um instante, dominando-a só com a sua palavra.
Formou uma pasta com o barro e modelou com ela doze passarinhos.
Fez isso em um sábado; e havia outras crianças brincando com ele.
Vendo o que Jesus fizera em dia de sábado, certo judeu saiu correndo e contou tudo a seu pai José:- Olha, teu filho está na correnteza. Apanhou massa de barro e fez doze passarinhos. Ele profanou o sábado.
José dirigiu-se ao lugar e , ao vê-lo, o repreendeu, dizendo:
- Por que fazes, no sábado, o que não é permitido fazer? 
Jesus bateu as mãos, voltou-se para os passarinhos e disse-lhes: 
- Ide!
Abrindo as asas, os passarinhos voaram, gorjeando.
Ao presenciar isso, os judeus ficaram admirados e foram contar a seus chefes o que tinham visto Jesus fazer." (Capítulos I e II)

Como sabemos o "sábado" é o dia sagrado dos judeus, em que era obrigatório um descanso absoluto, Jesus sempre censurou os exageros dessa regra e pregou contra ela na passagem das espigas arrancadas em dia de sábado (Mt. 12) . Disse Jesus: "Porque o Filho do Homem é senhor também do sábado... Há alguém dentre vós que, tendo uma única ovelha e esta cair num poço num dia de sábado, não a irá procurar e retirar? Não vale o homem muito mais que uma ovelha? É permitido, pois fazer o bem no dia de sábado." Pois, bem agora sabemos que a censura de suas ações num dia de sábado teria forte reflexo no seu futuro, como um ensinamento novo que precisaria ser ministrado aos humanos. 

* Da coletânea de crônicas diárias publicadas no meu  perfil do Facebook  de dezembro/2014 a abril/2015.


terça-feira, 22 de setembro de 2015

JESUS, AMOR & FÉ - 3. A ENCARNAÇÃO PERSEGUIDA

JESUS, AMOR & FÉ *

3. A ENCARNAÇÃO PERSEGUIDA

Ao mesmo tempo que Jesus nascia numa gruta do caminho entre Belém e Jerusalém, chegava ao palácio do rei Herodes, o Grande, três príncipes vindos do Oriente, sacerdotes de Zoroastro que tinham tomado conhecimento em suas consultas às estrelas que um rei nasceria aos judeus e reinaria sobre toda a terra. E assim os três príncipes se dirigiram ao rei da Judéia, crentes que o novo rei seria filho de Herodes, o Grande. Então foram eles à corte transmitir tão fantástica notícia ao rei, certos que ele se alegraria com a notícia, mas eles nada sabiam de Herodes, pois se soubessem jamais teriam ido lá dar tal notícia a esse ímpio rei judeu.

Herodes nasceu em 73 a.C. na Iduméia (região ismaelita, que deu origem aos árabes) ao sul da Judéia, que fora no passado anexada pelos judeus, que obrigaram forçosamente a todos idumeus a se converterem ao judaísmo e serem circuncisos. Quando o general romano Pompeu conquistou a Judéia em 63 a.C, a região se tornou tributária de Roma. Aos 25 anos, em 49 a.C., Herodes foi feito governador da Galiléia e posteriormente foi colocado no trono da Judéia por César Augusto, em 37 a.C. e ganhou o título de "rei da Judéia" como cliente de Roma.

Herodes I queria tornar seu reino tão esplendoroso quanto se contava ter sido um dia o reino de Salomão, assim ele foi responsável pela reconstrução do segundo templo, que ficou conhecido como o Templo de Herodes, também construiu o seu palácio em Jerusalem e embelezou toda a cidade com grandes obras, construiu cidades como Cesaréia e a fortaleza de Massada. Herodes I, o Grande, instalou uma corte helenizada, e trouxe sacerdotes da Alexandria e da Babilônia para ocuparem cargos do alto sacerdócio do templo, caindo no desagrado dos fariseus e dos saduceus, as duas correntes sacerdotais levitas da época.

Herodes I era repudiado tanto pela classe sacerdotal judáica como pelo o povo judeu, pois esses consideravam um usurpador, um impuro, que para satisfazer sua megalomania impunha altos impostos e uma dura submissão à Roma. Por sua vez, Herodes I, tinha um ego insuflado e não podia suportar a idéia que um dia alguém viesse a ocupar seu trono, ou pior, o destronar.  Jesus conta que "Satanás apresentou a sugestão a Herodes, o Grande (…), para que ele procurasse encontrá-lo para tirar-lhe a vida , pensando que o reino de Jesus fosse deste mundo.” (do Livro São José e o menino Jesus, capítulo VII). Herodes I, ardiloso, ao ouvir a notícia que lhe foi dada pelos príncipes do Oriente, ele pediu para que eles fossem à região de Belém e encontrando a criança predestinada a ser rei dos judeus voltassem para contar à ele, para que ele também pudesse ir lá adorar o recém-nascido. 

E, os três príncipes foram em busca do recém-nascido real, seguindo uma estrela que brilhava mais que todas no céu noturno, até que chegaram à gruta onde um menininho repousava numa manjedoura sob olhar encantado dos seus pais. E vendo a criança eles se maravilharam tocados em seus corações e ofereceram ao recém-nascido ouro, incenso e mirra. Em conversa com José, pai de Jesus, os príncipes tiveram conhecimento da real situação política da Judéia e preocuparam-se por terem ido à corte de Herodes, o Grande, para contar o que lhes pareceu ser uma "boa nova" ao povo judeu.

Conta, a tradição que quando estavam retornando para Jerusalém, os três sacerdotes receberam a visita de um anjo, que os alertou para não voltassem ao palácio de Herodes, o Grande, e não contassem para ele o paradeiro da criança que tinham acabado de conhecer e ouvindo o conselho do anjo Melchior, Baltazar e Gaspar retornaram à Pérsia. Após a partida dos príncipes do Oriente, Jesus conta em seu relato que José também foi avisado numa visão dada por Deus, que Herodes planejava matar seu filho e que eles deviam fugir para o Egito o quanto antes (São José e o menino Jesus Capítulo VIII). Sem perda de tempo, José retornou com Maria e o menino Jesus para Nazaré, onde arrumou suas coisas para a fuga, se fazendo acompanhar do seu filho pequeno Tiago e de Maria Salomé, que ajudaria Maria a cuidar da criança durante a longa viagem. E assim a família desceu até o Egito, por onde permaneceu pelo tempo de apenas um ano. 

O aviso angelical salvou assim a vida de Jesus. Porquanto, como os sacerdotes do Oriente tardavam a retornar para dar o paradeiro do nascimento da criança predestinada, Herodes, o Grande, tomado de furor editou a ordem para que todas as crianças abaixo de dois anos de idade nascida na região de Belém fosse morta. Considerasse que em razão de à época não serem mais de 20 crianças na pequena Belém e arredores, o triste episódio chamado "o massacre dos inocentes", não recebeu nenhum registro histórico, não sendo considerado tão relevante quanto o fato de Herodes ter mandado matar seus dois filhos e sua mulher, pois a crueldade de Herodes era digna de Satanás. Mas tal medonho ato foi devidamente castigado por Deus, como contado por Jesus "... o corpo de Herodes se tornou um pasto de vermes, morreu como justo castigo pelo sangue dos meninos inocentes que ele derramara." (São José e o Menino Jesus VIII-3). A morte de Herodes por putrefação da sua carne e devorado por vermes à olho nu, está confirmada em textos históricos, e um de seus filhos veio a morrer da mesma estranha doença. Com a morte de Herodes em 4 a.C, foi estabelecida uma tetrarquia por Roma com seus três filhos: Herodes Arquelau, Herodes Antipas e Felipe, com a destituição de Arquelau o reino ficou dividido entre Herodes Antipas ,em Jerusalem, e Felipe, em Cesaréia.

Foi assim que Jesus narrou seu retorno à Galiléia: "Quando morreu o ímpio Herodes, voltamos a Israel e fomos viver numa cidade da Galiléia, de nome Nazaré. Meu pai José, o ancião bendito, continuou exercendo a profissão de carpinteiro e , assim, com o trabalho de suas mãos, pudemos manter-nos. Jamais se poderá dizer que comeu seu pão sem trabalhar. Conformava-se, desse modo, ao que prescreve a lei de Moisés." Pois, diz a lei mosáica, que o homem deve viver do trabalho de suas próprias mãos e todo pai deve ensinar uma profissão ao filho para que ele não se desvie do caminho da correção. 

E foi desse modo que começou a vida de Jesus na Terra, sendo perseguido desde o seu nascimento pelo mal, mas protegido por aqueles que conservavam o bem como o tesouro precioso de seus corações.

* Da coletânea de crônicas diárias publicadas no meu  perfil do Facebook  de dezembro/2014 a abril/2015.

domingo, 20 de setembro de 2015

JESUS, AMOR & FÉ - 2. JESUS, A LUZ DO MUNDO.

JESUS, AMOR & FÉ *

2. JESUS, A LUZ DO MUNDO.

Assim a história de Jesus começa em algum tempo entre os anos de 7 a.C e de 4 a.C., com José conduzindo sua família da cidade de Nazaré para Belém, sua cidade de origem, distante  8 quilômetros ao sul de Jerusalém, que era mesma cidade de origem do rei Davi e de seus descendentes. De tempos em tempos, tanto as autoridades romanas assim como os  sacerdotes dos judeus obrigavam os homens a se recensearem, em ambos os caso o objetivo era um só, tomar dinheiro do povo cobrando pesadas taxas. No que diz respeito aos judeus a lei mosaica determinava: “Quando fizerdes os recenseamentos dos israelitas, cada um pagará ao Senhor pelo resgate da sua vida, para que este alistamento não atraia sobre ele algum flagelo. Cada um daqueles que forem recenseados pagará meio-ciclo (segundo o valor do ciclo do santuário, que é de vinte gueras), meio ciclo como contribuição devida ao Senhor. Todo homem recenseado de vinte anos para cima pagará contribuição devida ao Senhor.” (Êxodo 30: 11-14), assim o recenseamento dos israelitas era feito de maneira a contar o número de membros de cada uma das doze tribos de Israel, no caso José pertencia à tribo de Judá, a mesma de Davi com sede em Belém. Quanto ao governo romano, desde que Pompeu conquistara a região do antigo reino de Israel, em 63 a.C, o povo judeu tornara-se vassalo de Roma,   e no tempo do nascimento de Jesus era imperador romano César Otávio , o Augusto (o Filho de Deus Jupiter/ e ou Zeus), cuja cobrança de impostos era a maior causa de levantes dos judeus contra Roma.

José percorreria com sua família algo em torno de 108 quilômetros,  de Nazaré a Belém, um pouco mais ou um pouco menos dependendo do caminho que tomasse e das condições do tempo.

Não está nos evangelhos mas é certo que o clã de José permaneceu em Nazaré pois foi ali que os filhos de José nasceram: o pequeno Tiago, seu filho menor, seus filhos maiores José e Simão, suas duas filhas Lísia e Lídia, tal como nos conta o documento apócrifo de "Sao José e o Menino Jesus", também conhecido como o livro da "História de José, o carpinteiro", que apresenta a vida de Jesus segundo  as próprias palavras do Salvador, tal como contou aos seus discípulos, documento este publicado pela primeira vez em 1722, pelo sueco George Wallin, que traduziu para o latim o texto manuscrito em árabe, que tinha vindo do Egito e fora encontrado na Biblioteca Real de Paris. 

De modo que José seguiu na jornada com sua esposa Maria  acompanhada de  sua irmã Maria Salomé (filha também de Joaquim e Ana como Maria) e que a ajudaria no parto, porquanto Maria estava grávida prestes a dar a luz, e por isso foi carregada no lombo de um burrinho. E é assim que Jesus descreveu a ocasião do seu nascimento:

"Saiu naquela ocasião, um edito do imperador Augusto ordenando que todas as pessoas fossem recensear-se, cada um no lugar de sua origem.
Também o bom ancião se pôs a caminho e levou Maria minha mãe virginal, à sua cidade de Belém. E como já se aproximava o dia do parto, apresentou seu nome ao escrivão na seguinte forma:
'José, filho de Davi; Maria, sua esposa; e seu filho (Jesus, que estava prestes a nascer) da tribo de Judá.' 
E, Maria, minha mãe, me deu à luz, ao voltar de Belém, junto ao túmulo de Raquel, esposa do patriarca Jacó e mãe de José e Benjamim."

O túmulo de Rachel fica em algum ponto dos oito quilômetros que separa Belém de Jerusalém. O nascimento de Jesus é atestado pelo apologista cristão Justino, o Mártir (c. 100-165 d.C.), que observou em sua obra Diálogo com Trifão que a Sagrada Família (José, Maria e o menino Jesus) se refugiou em uma caverna fora da cidade:
"José pegou seus aposentos em uma determinada caverna perto da aldeia (Belém), e enquanto eles estavam lá Maria deu à luz ao Cristo (que quer dizer o “ungido" em grego, traduzido também como o Messias) e colocou-o numa manjedoura, e foi nesse local que os Magos que vieram da Arábia o encontraram." (capítulo LXXVIII).

O filósofo grego Orígenes de Alexandria (185 d.C. - cerca de 254 d.C.) escreveu também a respeito do local: "Em Belém, a caverna é apontada onde nasceu, e a manjedoura na caverna onde ele foi envolto em panos. E o boato é nesses lugares, e entre os estrangeiros da fé, que na verdade Cristo nasceu em uma caverna que é adorada e venerada pelos cristãos." (Contra Celso, livro I, capítulo LI).
Pois foi assim, que Jesus veio ao mundo, numa caverna "sagrada", iniciando a sua vida humana na Terra num local semelhante ao que marcaria o seu fim, provando do nascimento e da morte como todo ser vivo. 

"FOI ASSIM QUE UM MENINO FOI DADO AO MUNDO PARA SALVAÇÃO DAS PESSOAS. QUE DEUS SEJA LOUVADO POR NOS AMAR TANTO E NOS DAR A SI MESMO EM JESUS COMO PROVA DE SEU IMENSO AMOR POR NÓS.”

* Da coletânea de crônicas diárias publicadas no meu  perfil do Facebook  de dezembro/2014 a abril/2015.

quinta-feira, 17 de setembro de 2015

JESUS, AMOR & FÉ - 1. JESUS, O AVATAR DE DEUS

JESUS, AMOR & FÉ *

1. JESUS, O AVATAR DE DEUS


Hoje eu vou começar a contar a história de Jesus de uma maneira diferente para que os seus corações e as suas mentes possam compreender melhor não só a presença de Jesus no mundo, como também para fortalecer a Fé de vocês para a sua aguardada manifestação pública no mundo outra vez.

Alguns poderão dizer que repudiam os conhecimentos tradicionais e seculares oferecidos pelas Igrejas cristãs com base nas escrituras sagradas constantes da Bíblia, mas deveriam pensar duas vezes  e mais seriamente sobre essa atitude. Darei aqui para vocês um motivo racional, destituído de fé ou religiosidade para que até os adeptos do racionalismo cientifico se convençam da importância inegável da vinda de Jesus ao mundo há mais de dois mil anos. 

Naquela época o mundo era de extrema crueldade e os corações das pessoas estavam de tal modo tomados pelo mal que não conseguiam mais se aproximar da luz da sabedoria de Deus. Mesmo entre os judeus - que se diziam não só um povo predestinado por Deus como também "filhos do Deus Único" (Jeová)-, a corrupção era tanta que os princípios fundamentais dados por Moisés estavam praticamente esquecidos. 

Naquele tempo a palavra AMOR só tinha valor carnal, e expressava mais a paixão humana sexual do que um sentimento de afeição, solidariedade, empatia e generosidade entre os seres humanos e entre esses e os outros seres vivos. As pessoas não eram gentis umas com as outras e não gostavam de estranhos e menos ainda de estrangeiros. Os relacionamentos eram agressivos e sempre à beira da violência por causa do costume de discriminar esse ou aquele por qualquer coisa, principalmente entre os judeus, que usavam de sua religião para praticar com rigor da lei atos discriminatórios entre o que era "puro" e "impuro". Duros tempos eram aqueles em que os corações humanos eram embrutecidos e duros como pedra, porém, se não fosse essa frieza de coração ninguém sobreviveria a um mundo tão inóspito e distante de conceitos de verdadeira humanidade.

Foi nesse mundo que Jesus veio pregar sua mensagem de justiça, cordialidade, fraternidade e amor. Nesse mundo de uma civilização brutal Jesus veio ensinar "bons modos" às pessoas, veio "educar" suas almas para terem mais cortesia uns com os outros. Eis porque seus ensinamentos são tão importantes, porque antes dele NUNCA ninguém colocara o sentimento humano do AMOR em tão alto patamar, ou seja, ninguém antes havia dito que DEUS É AMOR!!! Ora, se até os bichinhos a as plantinhas são capazes de amar, como o ser humano que foi criado à imagem de Deus, não sabia amar? 

Se Jesus não tivesse vindo para ensinar o valor do amor como estaria o mundo hoje? Não haja dúvida que seria muitas vezes pior do que já o é, pois a única coisa que ainda salva esse mundo é encontrarmos nele ainda um pouco de amor. Então, está aí o valor histórico de Jesus, só por isso já mereceria ser lembrado como o maior homem da Humanidade que andou na face Terra. 

Porém, existem pessoas como eu que acreditam que o homem Jesus é como um "avatar" de Deus na Terra, ou seja, o próprio Deus em pessoa, criado de si mesmo, portanto filho de Deus. Quando faço a distinção entre Deus e Jesus eu estou em verdade distinguindo o homem que Deus corporificou e Deus como a energia fundamental da vida e da criação de tudo que existe, a suprema inteligência, que  fazem assim de Deus e Jesus personificações bem distintas. Quando Deus se corporificou no seu "avatar" de Jesus foi para conhecer a condição humana e ajudar às pessoas como um ser humano, com todas as limitações que carne dá ao espírito divino. Apesar de ser Deus Ele se tornou um "igual" entre os seres humanos para ensinar-lhes o quanto o ser humano poderia ser "divino" em si mesmo. Assim, quando me refiro à Jesus, refiro-me ao Mestre divino, ao Amigo sempre disposto a ajudar, ao Deus que tanto amou sua criação que se fez humilde e igual à ela para socorre-la em suas aflições, refiro-me Àquele que nos ama mais do nós mesmos possamos nos amar. Assim, apesar de Jesus e Deus serem a mesma pessoa, é em Jesus que Deus manifestou e manifesta toda sua forma amorosa pelas pessoas, porque sendo Deus, o Criador, se fez um ser humano para amar melhor a sua criatura.

Então, será assim que contarei essa história de Jesus para vocês, não do ponto de vista humano, mas do ponto de vista de Deus e do próprio Jesus, pois só mudando a perspectiva terrena humana e deixando que a mente veja o que está além do que pode ser visto com os olhos, permitindo que Deus esteja no controle e invada com sua luz mente e coração se pode compreender o mistério que Jesus revela com sua vida entre aqueles que ama. Mais, só assim é possível atingir a maior das ambições humanas: entender a Deus. E, será narrando essa história dessa inusitada perspectiva que eu espero alcançar a proposta de não só manter a memória de Jesus viva entre nós, como também resgatar todos aqueles que por um motivo ou por outro se afastaram da fé em Jesus.

* Da coletânea de crônicas diárias publicadas no meu  perfil do Facebook  de dezembro/2014 a abril/2015.