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segunda-feira, 28 de março de 2016

JESUS, AMOR & FÉ - Como obter um arquivo de leitura

Caros Leitores,





Eu agradeço imensamente todo o carinho com que foi recebido o meu livro "O EVANGELHO SEGUNDO JESUS - JESUS, AMOR & FÉ" e aqueles que desejarem obter uma versão gratuita e completa para leitura do livro, basta fazer-me um pedido através do email em biabotana@gmail.com , que eu enviarei com muito prazer um arquivo em PDF. 

Fiquem na paz de Jesus,

Forte Abraço,

Bia Botana

domingo, 27 de março de 2016

JESUS, AMOR & FÉ - POSFÁCIO - O IMPACTO DA RESSURREIÇÃO DE JESUS

JESUS, AMOR & FÉ *

POSFÁCIO - O IMPACTO DA RESSURREIÇÃO DE JESUS

A ressurreição de Jesus foi como se um meteoro invisível de gigantesca proporções tivesse caído sobre o Templo de Herodes, o segundo templo dos judeus em Jerusalém que fora erguido após o retorno da Babilônia e posteriormente restaurado por Herodes, o Grande. Pois, foi a partir desse acontecimento da ressurreição envolvido em mistério e questionamentos quanto a sua veracidade que a discórdia se instalou de maneira definitiva entre os judeus, de um lado se colocaria a tradição da doutrina sectarista com base no Torá de Moisés e de outro a doutrina de caráter universal pregada por Jesus, abrangente e destinada a toda a Humanidade e não só a um povo escolhido especificamente, mas a um Povo de Deus constituído de seguidores dos mandamentos e da doutrina de seu Messias, Jesus, o Salvador.
É com a ressurreição de Jesus que a nova seita judaica nasceu, sendo ela mais uma nova vertente do judaísmo, tal como o eram os saduceus, os fariseus, os essênios e os zelotes. Esses judeus seguidores de Jesus, a princípio foram chamados de MESSIÂNICOS, pois eram os seguidores do Messias, o qual reconheciam ter vindo na pessoa de Jesus e cumprido inteiramente o que estava escrito nas Escrituras sobre a sua vinda e manifestação entre os judeus. Os seguidores de Jesus eram judeus e seguiam a tradição religiosa dos judeus, seguiam a doutrina dada por um Rabi e Profeta judeu, e não de um gentil.
A princípio, nos primeiros anos em que os discípulos passaram a dar andamento a pregação da Boa Nova, tudo se dava em torno do Templo de Jerusalém, e toda a história do nascimento do que viria a ser a maior religião da História da Humanidade no mundo até o dia de hoje se dava nesse arcabouço de discórdias religiosas e disputas políticas, envolvendo os próprios judeus entre si e deles com os dominadores romanos. Jerusalém se tornara um barril de pólvora pronto a explodir a qualquer momento, porém do início da propagação da Boa Nova Messiânica pelos discípulos até que a seita adquirisse um caráter público a partir de 30 d.C., quarenta anos se passariam até que o Templo de Herodes fosse destruído pelo general Tito, filho do imperador romano Vespasiano, em 70 .d.C., e até os dias de hoje nenhum outro templo judeu foi construído em Jerusalém. A destruição do templo marca assim o momento a partir do qual os judeus começaram a ser espalhados por todo o Império Romano.
Mesmo antes da destruição do Templo, o clima de discórdia e perseguições reinante em Jerusalém por conta da ressurreição de Jesus, e o cumprimento da ordem de Jesus após a sua ressurreição de que a Boa Nova fosse levada a todas as Nações, levou seus seguidores a se separarem e seguissem caminhos diferentes. Assim, muitos deles foram corajosos o bastante para terem fé em seus corações e saírem da Palestina e se aventurarem em terras desconhecidas, indo para a Grécia, o norte da África e até para a Índia. Ora, segundo algumas narrativas, em razão dessas hostilidades dos judeus fariseus contra os judeus messiânicos, Maria, mãe de Jesus, Maria de Magdala, com seus irmãos Lázaro e Marta, sua serva Sara Kali, foram coagidos a fugir de barco, pois esperavam que morressem de naufrágio, mas milagrosamente a barca chegou ao sul da Europa, na região da Provence ocupada pelas tribos bárbaras dos francos, num local que tomou o nome por causa dessa tradições de "Saintes-Maries", próxima a Marseille, onde tempos depois Lázaro se tornaria bispo e segundo consta teria sido decapitado por ordem do imperador romano Domiciano.
Por sua vez José de Arimatéia foi preso por seguir a doutrina de Jesus logo depois que o corpo dele foi dado como desaparecido. Ele foi abandonado por seus amigos e familiares e teve seus bens divididos entre sua família e o Sinédrio, formado pelos sacerdotes do Templo. Caifás queria que ele tivesse ficado preso até morrer, mas após treze anos de encarceramento, o sucessor de Pôncio Pilatos, ao tomar conhecimento do seu histórico e sua fama de grande comerciante, tendo em vista o uso de sua inteligência para os negócios lucrativos, revisou o seu processo junto ao Sinédrio e o libertou, fazendo de José de Arimatéia seu sócio e patrocinou seu retorno aos negócios de exportação. José, então, fez uma nova fortuna e prosperou,mas desta feita usou seus ganhos de forma diferente e passou a patrocinar as atividades dos judeus messiânicos e aproveitava suas viagens para também trabalhar como missionário e espalhar a Boa Nova por onde passava. Acredita-se que em suas viagens tenha estado com Maria, mãe de Jesus e Maria de Magdala, e as tenha ajudado financeiramente, apesar de Maria de Magdala e seus irmãos terem se desfeito de todos os bens que possuíam na Palestina para patrocinar o início da nova seita religiosa e pouco lhes tenha restado, era preciso investir o dinheiro em novos negócios para que rendesse e isso teria sido feito com a ajuda de José de Arimatéia, de quem era amiga. Segundo consta, José de Arimatéia teria morrido do coração em razão de sua idade avançada durante uma de suas viagens. Essas e outras histórias foram contadas sobre o início da disseminação da doutrina pregada por Jesus e a sua Boa Nova por seus seguidores, esses relatos foram na maioria escritos após a queda do Templo de Jerusalém, já que a profecia de Jesus que não ficaria pedra sobre pedra daquele edifício acontecera na realidade, o que deu aos seus seguidores o estímulo necessário para que acreditassem ainda mais que Jesus era verdadeiramente o Messias e sendo o Messias teria mesmo ressuscitado e era o Salvador.
Em razão da ressurreição também os seguidores de Jesus se dividiram em dois grupos distintos: um grupo acreditava que Jesus era apenas mais um Rabi ou um Profeta enviado por Deus, como outros homens normais que o antecederam, e outro grupo acreditava que Jesus era o Filho de Deus, Messias prometido por Deus nas Escritos dos Profetas, e era assim o Salvador, pois tinha ressuscitado a si mesmo dos mortos. Essa divisão dentro dos próprios seguidores de Jesus, fez com que adotassem simbolismos diferentes para representar sua devoção: o primeiro grupo adotou a cruz, como símbolo da necessidade de penitência e expiação dos pecados humanos, para recordar a vileza dos homens de sua falta de fé que os levaram a matar um enviado de Deus. Esse era o Jesus da cruz, um rei crucificado. O outro grupo, crente no Messias e na ressurreição da carne pelo Espírito Santo, adotou como símbolo o peixe ou o trigo. Assim os que reverenciavam Jesus martirizado na cruz tinham uma característica mais materialista e mundana, se prendendo aos ensinamentos de Jesus segundo uma concepção racional, como se pode notar nos Evangelhos de Mateus e Marcos, enquanto o segundo grupo que reverenciava o Jesus ressuscitado, o Salvador, se prendia mais às questões espirituais, como é perceptível nos Evangelhos de Lucas e de João. Curiosamente, até os dias de hoje existe essa divisão mesmo invisível entre os cristãos, já que muitos como os antepassados acreditam na ressurreição como um dogma de Fé religiosa, mas não acreditam inteiramente em seus corações.
Certo é que o impacto da ressurreição se assemelhou a uma meteoro lançado sobre Jerusalém no oceano histórico da Humanidade, causando um circulo crescente de ondas. Como escrevi antes uma pedra gigantesca lançado no celeiro das sementes da sabedoria divina que as espalhou por todos os lados, em todas as direções e distâncias. É impossível que alguém não se impressione com tal feito, o qual de tão impossível parece mesmo só ser possível a uma força superior como a de Deus. Para aqueles que como eu são movidos pela curiosidade de saber mais e levados a se debruçarem por quase toda uma vida na avidez de conhecer a História da Humanidade e suas verdades ocultas e de bastidores, é uma maravilha constatar como o grande plano de Deus se desenrolou através do passar do tempo, dos séculos e milênios para que a Sua vontade tivesse e tenha a supremacia sobre todas as coisas e sobre a Humanidade.
Até o século VII, Jerusalém ficaria sobre o domínio romano, e durante o século IV, o imperador romano Constantino, ao ter tornado a doutrina de Jesus a religião oficial do Império Romano, também encarregou-se de embelezar Jerusalém e a reconstruir, principalmente as partes de culto a Jesus, agora ungido como “rei” e com o título definitivo de Cristo (* do grego Chrestos, que significa o Ungido), sendo o Salvador a partir de então conhecido universalmente somo Jesus Cristo. Todavia, Constantino proibiu a entrada dos judeus em Jerusalém, e assim permaneceu vigente essa lei até a tomada de Jerusalém em 635 pelos árabes islâmicos em 638, no séculos VII, o que provocaria a investida dos cavaleiros europeus a serviço do papado, com a formação das cruzadas para a retomada de Jerusalém, objetivo atingido em 1099. Todavia a posse de Jerusalém pelos cristãos europeus não prevaleceria e em 1517 os islâmicos otomanos tomariam a cidade, a qual só seria recuperada pelos cristãos britânicos em 1917, e apenas em 1947 o novo estado judeu seria institucionalizado, mesmo assim a cidade de Jerusalém se tornaria uma cidade tripartite entre judeus, cristãos e islâmicos.
Até hoje, é difícil para os cristãos entenderem que são tão judeus quanto os próprios judeus, e aos judeus aceitarem que os cristãos são tão judeus quanto eles. Verdadeiramente, pois quem entre os povos ocidentais pode dizer que não tem o DNA dos judeus correndo em seu sangue? Certamente se fosse possível fazer uma prova de DNA de judeus e cristãos, descobriria-se que pertencem ao mesmo povo. O que difere um judeu de um cristão é apenas uma crença: os judeus esperam ainda a vinda do Messias já os cristãos acreditam que o Messias já veio, mas ambas continuam a esperar o Messias, o dos judeus que vem pela primeira vez e o dos cristãos que virá pela segunda vez. E nessa confusão de crenças, pode-se dizer que absurdamente existem cristãos que são mais judeus que os próprios judeus e judeus que parecem ser mais gentios que os próprios cristãos.
Em meus estudos eu me tornei uma admiradora de Edward Gibbon (1737-1794) historiador inglês autor do DECLÍNIO E QUEDA DO IMPÉRIO ROMANO, obra que dedicou a escrever de 1776 a 1788, e que julgo que qualquer pessoa que se arvore a falar de Jesus e do cristianismo, não pode deixar de ler, simplesmente por ser essa uma leitura tão obrigatória quanto os Evangelhos, a fim de que se tenha uma acurada noção do que aconteceu no passado e no poder que Deus deu ao cristianismo, usando para isso o poder do Império Romano, a Nação mais poderosa daqueles tempos que se sofrendo uma verdadeira metamorfose através do cristianismo exerce o seu poder divino até os dias de hoje.
Num domingo, em 15 de outubro de 2000, o jornalista Fernando Pedreira publicou um artigo sobre Edward Gibbon fantástico. dizendo que Gibbon que fora amigo de Voltaire e Rousseau em Lausanne adoraria ter conhecido o tempo de Napoleão. Mas o que me interessou foi a sua introdução a pessoa de Gibbon, que por si só explica bem a obra magnífica querele legou à Humanidade, trecho esse que transcrevo abaixo:
“Em sociedade tudo se sabe. No ano de 1752, o grande Edward Gibbon, então com 16 anos de idade, recém-chegado a Oxford, resolveu converter-se ao catolicismo e se fez batizar numa cerimônia privada em Londres. Naquele tempo, as paixões religiosas estavam ainda no auge na Inglaterra. O catolicismo era o papa, e o papa era o rival da coroa, inimigo do reino e da pátria. Um bom aluno anglicano de Oxford, tornado católico, era assim como um calouro de Harvard, nos tempos do marcartismo, que decidisse inscrever-se numa célula comunista.
A reação do severo pai de Gibbon foi pronta e eficaz. O menino foi retirado da universidade e enviado sem demora para Lausanne, na Suíça, onde ficaria sob a tutela de um pastor calvinismo chamado Pavillard.
Anos mais tarde, o próprio Gibbon diria que sua ‘revolta infantil contra a religião’do seu próprio país, fora, afinal, uma grande bênção. Primeiro porque o livrara de permanecer anos a fio mergulhado em “vinho do Porto e preconceitos’, entre os monges oxfordianos. Segundo, porque o exílio em Lausanne, dos 16 aos 21 anos, acabaria sendo de extraordinária importância para toda a sua vida futura e para a sua monumental obra de historiador e escritor.”
Pois é, Deus realmente não dá ponto sem nó, nem mesmo é um jogador de dados, é um grandioso de jogador de xadrez, pois nada nessa vida acontece por mero acaso. Assim foi que um maravilhado Gibbon em vista da proezas de Deus com a ascensão , queda e ascensão do fabuloso Império Romano, escreveria:
“Um exame franco mas judicioso do avanço do estabelecimento do cristianismo pode ser considerado parte deveras essencial da história do Império Romano. Enquanto esse grande organismo era invadido pela violência sem freios ou minado pela lenta decadência, uma religião pura e humilde se foi brandamente insinuando na mente dos homens, crescendo no silêncio e na obscuridade, da oposição, tirou ela novo vigor, para finalmente erguer a bandeira triunfante da Cruz por sobre as ruínas do Capitólio. Mas, a influência do cristianismo não se confinou ao período ou aos limites do Império Romano. Após terem-se passado treze ou catorze séculos, essa religião é ainda professada pelas nações da Europa, a mais destacada parte da humanidade no que respeita às artes e ao saber, tanto quanto às armas. Pela diligência e o zelo dos europeus ela se difundiu amplamente até os mais distantes rincões da Ásia e da África, e através de colônias européias se estabeleceu firmemente do Canadá ao Chile, num mundo desconhecido dos antigos. (…) Nossa curiosidade é naturalmente impelida a perguntar por que meios obteve a fé cristã vitória tão notável sobre as religiões estabelecidas do mundo. A tal indagação se pode dar uma resposta óbvia mas satisfatória, de que foi graças à convincente evidência da própria doutrina e à divina providência do seu grande Autor. Entretanto, como a verdade e a razão raras vezes têm recepção favorável no mundo, e como a sabedoria da Providência condescende frequentemente em fazer das paixões do coração humano e das circunstâncias gerais da humanidade um instrumento com que executa os seus propósitos , seja-nos ainda permitido perguntar (embora com a devida humildade) , não em verdade quais as primeiras, e semi as segundas causas do rápido desenvolvimento da Igreja cristã… “ (Capitulo XV - Ascensão e Queda do Império Romano)
E em razão dessas segundas causas o autor desenvolveu toda a sua obra, cujo compendio da acurada análise histórica enriquece o saber daqueles que se interessam em saber o “modus operantis” de Deus.
Portanto são com as palavras de Gibbon, um historiador que tanto me inspirou na juventude aos estudos da História, que depois assomou-se com o ardor da fé despertada pelo o próprio Jesus no meu espírito ao dar-se a conhecer em pessoa há 19 anos, que sob a sua luz, e seguindo sua orientação é que encerro com a emoção do dever cumprido aos olhos de Deus esse “EVANGELHO SEGUNDO JESUS - JESUS, AMOR & FÉ”. Um evangelho não só revisado sob a perspectivas do conhecimentos trazidos a partir do século XX, que lançaram um novo entendimento dos ensinamentos de Jesus, mas narrado conforme seu devido desejo manifesto, para que cada um de nós possa se tornar também um “SALVADOR”, um humano revestido pelo Espírito Santo, capaz de não só salvar a si mesmo, como se salvando também salvar aqueles que lhe são próximos e que anseiam também fazer parte dessa magnífica promessa de Deus para nós e toda a sua criação, para que assim a glória de Deus seja completa e Deus possa dar vazão a seu amor em todos corações devotos.
Que se anuncie a todos que queiram saber, ler e ouvir que:
A RESSURREIÇÃO É UMA QUESTÃO DE FÉ, DA CRENÇA NA MUTAÇÃO DAS COISAS E NA TRANSFORMAÇÃO DO VELHO NO NOVO. 
A RESSURREIÇÃO É A VITÓRIA DA LUZ SOBRE AS TREVAS. É A EVOLUÇÃO EM ANDAMENTO, 
A RESSURREIÇÃO É DEUS AGINDO PARA FAZER RELUZIR A PERFEIÇÃO DE SUA GLÓRIA, TORNANDO CADA SER HUMANO EM UM SER PERFEITO: UM JESUS, SALVADOR.
É A ISSO QUE ESTAMOS DESTINADOS, NÃO IMPORTA QUANTO TEMPO VÁ LEVAR, AQUELE QUE TEM FÉ NO SALVADOR SABE QUE A VONTADE DE DEUS SEMPRE PREVALECE SOBRE TODA E QUALQUER VONTADE HUMANA, E, TAMBÉM SOBRE TODAS AS COISAS.
JESUS ESTÁ CONOSCO E É CONOSCO SEMPRE! ESTE É O MISTÉRIO DA FÉ REVELADO A TODOS QUE SÃO DE DEUS.
TENHAMOS FÉ, NÃO TENHAMOS MEDO, POIS DEUS ESTÁ NO CONTROLE.
FELIZES OS QUE NÃO ESPERAM A VINDA OU RETORNO DE NENHUM MESSIAS, POIS ESTES JÁ ESTÃO COM O SALVADOR NO REINO DO CÉU NA TERRA. ALELUIA!!!! JESUS NOSSO SALVADOR VIVE EM NÓS!!!
FELIZES OS QUE RENASCEM NO AMOR DE JESUS A CADA PÁSCOA!!! ESSES SÃO OS VITORIOSOS DE DEUS!!!
  • Da coletânea de crônicas diárias publicadas no meu  perfil do Facebook  de dezembro/2014 a abril/2015 revisado e publicado no Blogger durante o período de setembro/2015 a março/2016. 

quinta-feira, 24 de março de 2016

JESUS, AMOR & FÉ - 57. JESUS À BEIRA DO MAR

JESUS, AMOR & FÉ *

57. JESUS À BEIRA DO MAR

Os discípulos então foram para Galiléia, pois Jesus dissera que os reencontraria lá. Eles foram para Cafarnaum, onde Jesus habitara por longo tempo, e os discípulos pescadores voltaram à sua atividade normal cotidiana. Num dia, foram eles pescar no mar da Galiléia *(Tiberiades), e estavam juntos Simão Pedro, Tomé, chamado Dídimo, que colocara o dedo no lado de Jesus, João e Tadeu, filhos de Zebedeu, Natanael, aquele que era de Caná, e outros dois, possivelmente André irmão de Simão Pedro e seu amigo Filipe. E saíram todos de noite na barca para pescar, ao retornarem pela manhã não tinham conseguido pescar nada. Quando estavam a cinquenta metros da praia, eles viram um estranho parado esperando por eles, que logo perguntou-lhes em alta voz:
- Amigos, não tendes por acaso alguma coisa para comer?
- Não. - Respondeu um Simão Pedro ao seu modo bastante mal humorado.
Disse então o estranho para eles:
- Lançai a rede ao lado direito da barca e achareis peixes.
Como não custava nada arriscar o palpite que era oferecido de graça, Simão Pedro e os outros pescadores lançaram a rede, e foi só a rede tocar a água e ela se encheu de peixes, de tal modo que não conseguiam nem puxá-la ou arrastá-la por causa da grande quantidade. Então João sussurrou para Simão Pedro:
- É o Senhor!
E quando Simão Pedro ouviu João dizer que era Jesus, cobriu-se rapidamente com a túnica porque estava nu e lançou-se às águas. Enquanto os outros discípulos puxavam a rede a arrastando assim como levavam a barca para a praia. Ao saltarem em terra, viram uma fogueira em brasas e um peixe que já estava assando em cima delas e pão. Disse-lhes Jesus:
- Trazei alguns dos peixes que agora apanhastes.
Subiu Simão Pedro e puxou a rede para a terra cheia de cento e cinquenta e três peixes grandes. E, apesar de serem tantos a rede não se rompera. Disse-lhes Jesus:
- Vinde comer.
Nenhum dos discípulos ousou perguntar-lhe “Quem és tu?”, pois bem sabiam que era o Senhor. Jesus aproximou-se e tomou o pão, o partiu e deu um bocado a cada um e fez o mesmo com o peixe. E era essa a terceira vez que Jesus se manifestava para alguns deles  depois que ressuscitara. Tendo eles comido, Jesus perguntou a Simão Pedro:
- Simão Pedro, filho de João, amas-me mais do que estes?
Respondeu ele:
- Sim, Senhor, tu sabes que te amo.
Disse-lhe Jesus:
- Apascenta os meus cordeiros. - E Simão apesar de ser pescador, lembrou-se da parábola do Bom Pastor…
Perguntou-lhe Jesus, outra vez:
- Simão, filho de João, amas-me?
Respondeu-lhe Simão, mais uma vez:
- Sim, Senhor, tu sabes que eu te amo.
Disse-lhe Jesus:
- Apascenta os meus cordeiros.
Jesus perguntou a terceira vez, pois Simão antes negara por três vezes o conhecer:
- AMAS-ME?
- Respondeu-lhe Simão Pedro:
- SENHOR, SABES TUDO, TU SABES QUE TE AMO.
Disse-lhe Jesus:
- APASCENTA AS MINHAS OVELHAS. Em verdade vos digo, quando era mais moço se cobrias e se vestias, andavas aonde querias. Mas, quando fores velho estenderás as tuas mãos e outro cobrirá sua nudez e tu será levado para onde não queres.
Jesus falava assim porque Simão Pedro que era tão voluntarioso, cheio de si e crente que tinha controle sobre o próprio destino, teria que aprender a se submeter à vontade de Deus, e humildemente aceitar o destino que Deus quisesse lhe dar, algo que afinal era necessário ser aprendido por todos os escolhidos de Deus para servi-Lo e não só a Pedro. E depois de ter falado isso a Pedro, acrescentou Jesus:
- Segue-me.
E Jesus levantando-se e começou a caminhar pela praia e Simão Pedro o seguiu. Voltando-se para olhar para trás, Simão Pedro vendo que João, o discípulo querido de Jesus os seguia, perguntou a Jesus:
- Senhor, e ele, o que será dele?
Respondeu-lhe Jesus:
- Que te importa se eu quero que ele fique até que eu venha? Não afirmaste que me amas mais do que a ele e aos outros? Segue-me tu. Foi a ti que eu chamei para seguir-me. (Jo 21:1-23)
Jesus foi então caminhando com Pedro e dizia-lhe, o ensinando da mesma maneira que falara a Maria de Magdala:
- Todas as espécies, todas as formações, todas as criaturas estão unidas. Elas dependem umas das outras e se separarão novamente em sua própria origem. Pois a essência da matéria somente se separa de novo em sua própria essência.
Jesus assim falava para que Simão Pedro compreendesse o milagre dos peixes, Pedro então disse a Jesus:
- Já que nos explicastes tudo, diga-me o que é o pecado do mundo?
Jesus disse:
- Não há pecado. Sois vós que fazeis os pecados, quando vós se comportais segundo a natureza adultera *(aquela de diferente modo que foi criada) daquilo que se chama Pecado. Por isso Deus Pai veio para o meio de vós, para com o Bem restaurar a essência de cada espécie, para conduzi-la à sua natureza de origem. Eis porque vós se torneis enfermos, adoeceis e morreis, já que fazeis aquilo que a corrompe e a desgarra de sua unidade. A matéria desperta uma paixão desordenada, porque é proveniente de uma força contrária à Natureza Divina. A partir dessa paixão todo o corpo pode ficar desequilibrado e causa perturbação em todo o corpo. Essa é a razão porque vos digo: Tende coragem e sedes bem regrados! Pois se fores desregrados estarão em desarmonia com a essência de sua natureza. E, se ficares com falta de ânimo e vitalidade, procurais forças nas diferentes manifestações da natureza para se recuperarem. (Evangelho de Maria de Magdala -tradução de M. Tardieu, in Écrits Gnostiques, Paris, 1984)
Jesus assim dizia em plena acordância e paralelo com o que tinha sido escrito pelo profeta Isaías há séculos:
“Não, não é a mão do Senhor que e incapaz de salvar, nem seu ouvido demasiado surdo para ouvir, SÃO OS VOSSOS PECADOS QUE COLOCARAM UMA BARREIRA ENTRE VÓS E VOSSO DEUS. Vossas faltas são o motivo pelo qual a Face se oculta para não vos ouvir. Porque vossas mãos estão manchadas de sangue e vossos dedos de crimes; vossos lábios proferem mentira, vossas línguas pérfidas conversas. Pessoa alguma cita a justiça em razão, ninguém pleiteia de boa fé, apodam-se sobre falsos argumentos, pretende-se aquilo que não é. Concebeu-se a intriga e gera-se o crime. Chocam ovos de áspide e tecem teias de aranhas. Se se comem seus ovos, morre-se, se se quebra um sai dele uma víbora; suas teias não poderiam servir para roupas, não podemos cobrir com o que tecem. Fazem obras infamantes, entregam-se a atos de violência, seus pés correm para o mal, tem pressa em derramar o sangue inocente. Meditam projetos malignos só se encontra sobre a sua passagem estrago e ruínas. O caminho da paz lhes é desconhecido, seguem atalhos tortuosos onde aqueles que passam ignoram a felicidade. eis porque o direito permanece afastado de nós e a justiça não vem a nós. Esperamos a luz e eis as trevas, aguardamos o dia e andamos na escuridão. Vamos como os cegos apalpando o muro, caminhamos às apalpadelas como aqueles que perderam a vista. Em pleno dia tropeçamos como ao crepúsculo, mergulhamos nas trevas como os mortos.“ (Is. 59: 1-10)
Se estes eram os males provenientes dos pecados do ser humano, a remissão dos pecados e a nova condição de vida em que o ser humano não estaria mais destinado s ser escravo do pecado também era uma promessa de Deus, a promessa do Reino do céu na terra, assim escrita pelo profeta Isaías:
“Quanto a vós desertores do Senhor (…) a espada vos destino (…) Porque quando eu chamava, não respondíeis, quando falava vos fazias de surdos, praticastes o que eu acho ruim, e escolhestes o que me desagrada. Portanto eis o que diz o Senhor Deus: meus servos comerão e vós tereis fome, meus servos beberão e vós tereis sede, meus servos se rejubilarão e vós ficareis envergonhados, meus servos cantarão na alegria de seu coração . e vós vos lamentareis com o coração angustiado, rugireis como alma em desespero. Vosso nome ficará como um termo de maldição entre os meus eleitos: “Que o Senhor Deus te faça morrer!” enquanto os meus servos receberão um novo nome. Aquele que desejar ser abençoado na terra, desejará se-lo pelo Deus fiel, e aquele que jurar na terra jurará pelo Deus fiel. Porque as desgraças de outrora serão esquecidas e já não lhes evolverão o espírito. Pois eu vou criar novos céus e uma nova terra; o passado há não será lembrado, lá não volverá o espírito, mas será experimentada a alegria e a felicidade eterna daquilo que vou criar. Pois vou criar uma terra destinada a alegria e um povo ao júbilo,(…) doravante não se ouvirá o ruído de soluços nem de gritos. Já não morrerá aí nenhuma crianças, nem ancião que não tenha completado os seus dias, será ainda jovem o que morrer aos cem anos, não atingir os cem anos será uma maldição. Serão construídas casa onde habitarão, serão plantadas vinhas cujos frutos comerão. (…) os meus eleitos gozarão do trabalho de suas mãos, não trabalharão mais em vão (…) será uma raça abençoada por Deus, eles e seus descendentes. ANTES MESMO QUE ME CHAMEM, EU LHES RESPONDEREI, ESTARÃO AINDA FALANDO E SERÃO ATENDIDOS. O LOBO E O CORDEIRO PASTARÃO JUNTOS, O LEÃO COMO UM BOI SE ALIMENTARÁ DE PALHA , E A SERPENTE COMERÁ DA TERRA E SERÁ INOFENSIVA. NENHUM MAL NEM DESORDEM ALGUMA SERÁ COMETIDA EM TODA A MINHA TERRA, DIZ O SENHOR.” (Is. 65:13-25)
Depois de explicar sobre estas coisas a Pedro, juntos retornaram para o meio dos outros que tinham ficado comendo em volta do braseiro e quando se aproximou deles Jesus os saudou dizendo:
- A paz esteja convosco. Recebei a minha paz! Fazei em vós a minha paz. Vigiai para que ninguém vos afaste da doutrina das minhas palavras e nem do caminho que vos dei dizendo: “Por aqui” ou "Por acolá”, ou ainda que vos digam “Ei-lo aqui”ou “Ei-lo acolá”. POIS, O FILHO DO HOMEM *(Jesus, o Filho de Deus) ESTÁ DENTRO DE VÓS. Segui-o. Quem o procura o achará, e o achando seguirá suas orientações. Prossegui agora, então, pregai a Boa Nova que é o Evangelho do Reino. Não estabeleçais outras regras, além das que vos mostrei, e não instituais como Legislador, para vós mesmo não sejais cerceados por elas. E dizendo isso partiu e os discípulos ficaram muito tristes.
Depois que Jesus partiu e não mais foi visto por eles, os discípulos ficaram desconsolados e derramavam lágrimas dizendo:
- Como iremos levar aos gentios o evangelho do reino do Filho do Homem? Nem os judeus o pouparam, e os romanos também não? Como vão poupar a nós?
Maria de Magdala um dia os ouvindo a lamentarem-se, ela levantou-se e lhes disse:
- Não vos lamenteis nem sofrais, nem hesiteis, pois a graça de Jesus estará inteiramente convosco através do Espírito Santo que ele soprou sobre vós e Ele vos protegerá. Antes louvemos sua grandeza, pois Ele nos preparou e nos fez igual a Ele, FILHO DO HOMEM.
Após Maria de Magdala ter dito isso, eles oraram e entregaram seus corações `à Deus e começaram a conversar sobre as palavras do Salvador *(o Messias).
Pedro disse a Maria:
- Irmã, sabemos que o Salvador te amava mais do que a qualquer outra mulher. Conta-nos as palavras do Salvador, as de que te lembras, aquelas só tu sabes e nós não ouvimos.
Então Maria de Magdala disse à eles:
- Eu esclarecerei a vós o que está oculto. Vou contar o que o Senhor me contou em segredo:
A alma quando está na carne passa por sete etapas: trevas, desejo, ignorância, a comoção da morte, o reino da carne, a sabedoria da carne e a sabedoria irada. Nos primeiros anos está sem luz e não se manifesta, logo se apega aos desejos da carne para sua subsistência, ao dominar os desejos descobre sua ignorância e ao tomar consciência de sua ignorância é tomada pela comoção da morte, e neste estado se apega à paixão do reino da carne que a domina, alcança a sabedoria da carne e por fim a ira da carne, pois ao tomar a consciência de sua mortalidade sente apenas revolta e violência. Quando a alma consegue se libertar das trevas e do desejo, fica jubilosa de alegria, mas logo descobre o desafio de superar a ignorância, terá que lutar para subjugar o que a paixão que a domina, a desregra, a corrompe e a degrada para poder realmente se libertar do domínio da carne, o que a faz retornar sempre num estado de derrota, assim ao alcançar a vitória subjugando a paixão da carne alcança esta condição propícia de um tipo celestial, que lhe permita viver no Reino da vida Eterna.
Mas, André após ouvir as palavras de Maria de Magdala disse aos seus irmãos:
- Dizei o que tendes a dizer sobre o que ela falou. Eu da minha parte, não acredito que o Salvador tenha dito isso. Pois esses ensinamentos carregam idéias estranhas.
Pedro respondeu e falou sobre as mesmas coisas. Ele os inquiriu sobre o Salvador:
- Será que ele realmente conversou em particular com uma mulher e não abertamente conosco? Devemos mudar de opinião e ouvirmos ela?
Então Maria de Magdala se lamentou e disse a Pedro:
- Pedro, meu irmão, o que estás pensando? Achas que inventei tudo isso no meu coração ou estou mentindo sobre o Salvador?
Levi *( também chamado Mateus), respondeu a Pedro:
- Pedro, sempre fostes exaltado. Agora te vejo competindo com uma mulher como adversário. Mas, se o Salvador a fez merecedora, quem és tu para rejeitá-la? Certamente o Salvador a conhece bem. Daí a ter amado mais do que a nós. É antes o caso de nos envergonharmos e assumirmos o homem perfeito e nos separarmos, como Ele nos mandou, e pregarmos o Evangelho, não criando nenhuma regra ou lei, além das que o Salvador nos legou.
E depois de Levi ter dito essas palavras, eles começaram a sair para anunciar e pregar. (Evangelho de Maria de Magdala -tradução de M. Tardieu, in Écrits Gnostiques, Paris, 1984)
Os discípulos partiram e pregaram por toda parte. O Senhor cooperava com eles e confirmava a sua palavra com os milagres que as acompanhavam. (Mr. 16:20)
E cumpriram aquilo que Jesus lhes ordenara:
“Ide, pois e ensinai a todas as Nações; batizai-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Ensinai-as a observar tudo o que vos prescrevi. EIS QUE ESTOU CONVOSCO TODOS OS DIAS ATÉ O FIM DO MUNDO. (Mt. 28:19-20)
FEZ JESUS, NA PRESENÇA DE SEUS DISCÍPULOS, AINDA MUITOS OUTROS MILAGRES, QUE NÃO ESTÃO ESCRITOS NESTE LIVRO. MAS ESTES FORAM ESCRITOS PARA QUE CREIAIS QUE JESUS É O MESSIAS, O FILHO DE DEUS E PARA CRENDO TENHAIS A VIDA ETERNA EM SEU NOME. (Jo. 20:30-31)
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terça-feira, 22 de março de 2016

JESUS, AMOR & FÉ - 56. JESUS E OS DISCÍPULOS DE EMAÚS

JESUS, AMOR & FÉ *

56. JESUS E OS DISCÍPULOS DE EMAÚS

Depois de Jesus ter estado com seus discípulos na casa de Maria de Magdala, ele seguiu para a Galiléia, pois acertara com seus discípulos que os encontrariam por lá, mas faria aquela viagem sozinho.
Dois discípulos iam juntos para a Galiléia e já se aproximavam da aldeia de Emaús distante aproximadamente 12 quilômetros de Jerusalém. Enquanto iam caminhando conversavam entre si sobre os acontecimentos fantásticos que tinham ocorrido envolvendo Jesus. Então, outro viandante se aproximou chegando-se a eles, pois também viajava na mesma direção e começou a caminhar com eles. Perguntou o desconhecido sobre o que conversavam, no desejo de puxar uma conversa com seus companheiros de caminhada e assim poder ter amizade com eles:
- De que estais falando pelo caminho e por que estais tristes?
Um deles, que chamava-se Cleófas, e era cunhado de Maria, mãe de Jesus, pai de Tiago, Judas, José e Simão, primos-irmãos de Jesus, cuja esposa era Maria de Cleófas, respondeu-lhe:
- És tu por acaso o único forasteiro de Jerusalém que não sabe o que nela aconteceu estes dias? - Assim Cleófas falou porque a estrada que caminhavam saia de Jerusalém, logo o homem estranho tivera que passar por lá obrigatoriamente.
Perguntou-lhes o estranho:
- O que foi que se sucedeu, contem-me.
Cleófas respondeu-lhe:
- Não ouviste falar a respeito de Jesus de Nazaré? Era um profeta poderoso em obras e palavras, diante de Deus e de todo o povo. Os nossos sumos sacerdotes e os nossos magistrados o entregaram para que os romanos o condenassem à morte por crucificação, pois eles próprios não o poderiam fazer. E assim aconteceu. Nós esperávamos que fosse ele quem havia de restaurar Israel, e , agora, além de tudo, isso. No terceiro dia ressuscitou! Algumas mulheres entre nós foram ao sepulcro e não encontraram o cadáver, e disseram que encontraram não só anjos mas o próprio Jesus vivo! Pensávamos que ela tinham tido uma visão… Mas, alguns dos homens também foram ao sepulcro e realmente o encontraram vazio. Estamos nos indagando sobre o que aconteceu, alguns de nós dizem que Jesus esteve com eles por duas vezes, infelizmente não estávamos lá quando aconteceu, e atestaram que Jesus está realmente vivo. Nós estávamos a conversar sobre o que poderia ter acontecido realmente, talvez Jesus não estivesse realmente morto quando o tiraram da cruz, talvez tenham levado o corpo para ser cuidado por algum médico, e agora ele está reaparecendo como se nunca tivesse morrido…
Ao ouvir essas palavras, o estranho disse-lhe consternado:
- Ó gente sem inteligência! Como sois tardos de coração para crerdes tudo que os profetas anunciaram! Porventura não está escrito que era necessário que o Messias sofresse estas coisas e assim entrasse na sua glória? - E começando por Moisés, percorrendo todos os profetas explicou-lhes pacientemente o que estava escrito nas Escrituras sobre o Messias.
Com a conversa animada e tão interessante, o tempo passou e quando se deram conta já se aproximavam da aldeia para onde os discípulos iam e o estranho fez como se quisesse passar adiante. Mas Cleófas e seu companheiro de viagem forçaram o estranho a permanecer com eles, para que pudessem conversar mais e disse-lhe Cleófas:
- Fica conosco, já é tarde e já declina o dia.
E o estranho entrou com eles numa hospedaria para pernoitarem. E, aconteceu que estando os três a uma mesa fazendo a refeição, o estranho tomou o pão, o abençoou, partiu-o e o serviu a eles. Nada havia de tão admirável, pois era costume entre os judeus abençoarem a comida antes de se alimentarem dela. Contudo, enquanto comiam o naco de pão que o estranho lhes dera, esse saíra por um instante da companhia deles, e eles aproveitaram para comentar em sua ausência:
- Não se abrasou o seu coração Cleófas, enquanto ele nos falava pelo caminho e nos explicava as Escrituras?
- Sim, meu amigo, meu coração parecia que ia saltar do peito de emoção…
Os dois homens ficaram a esperar em vão, pois o estranho não retornou e simplesmente tinha desaparecido. A princípio pensaram que o homem tinha ido embora sem se despedir, depois, como se suas consciência tivessem sido tomadas de uma inesperada sabedoria, que nem imaginava possuir, se deram conta que o desconhecido não era outro senão o próprio Jesus, mas com outra aparência diferente da que tivera quando vivo. Mais tarde contariam aos discípulos todo o episódio e contariam para eles como o tinham reconhecido ao partir o pão.
Esta passagem mereceu apenas um pequeno comentário de Marcos (16:12) e recebeu a narrativa mais completa em Lucas (24: 13-35), sua importância reside no importante aspecto que revela a capacidade de Jesus tomar um outro aspecto, outra aparência diferente daquela que se fez conhecer durante a sua passagem na Terra Santa. E confirma a sua capacidade de ocultar-se, desaparecendo (Jo 8:59 e Jo12:36 ) ou aparecendo do nada (Mt. 14-26) como lhe for conveniente, Aventa-se que em razão dessa sua capacidade, crendo que em verdade Jesus pudesse modificar a sua aparência de alguma forma, que Judas Iscariotes teve que identificá-lo com um beijo no rosto, para que aqueles que o fossem prender tivessem a certeza de que era o próprio Jesus, temendo que ele mudasse sua aparência e desaparecesse.
Ora, convenhamos que nos dias de hoje os anais da espionagem celebram a “metamorfose”, formas de mutação e mimetismo de camuflagem que tal comportamento não nos devia causar nenhum espanto, muito menos nos causar qualquer perplexidade. Portanto, se Jesus tinha tal capacidade antes da ressurreição, ela não foi perdida por conta de sua morte, pois, afinal, sendo ele um ser que antes revestia de carne sua condição espiritual divina, depois de ressuscitado passou a revestir de condição espiritual divina a carne. E esta foi a mudança de condição, antes ele tinha uma aparência humana igual a qualquer humano e passou a ter uma aparência divina, distinta de todos os humanos, Jesus se tornou um SUPER-HUMANO, a prova viva do que seria o HOMEM PERFEITO, podendo revelar ou ocultar sua condição divina a quem lhe aprouver. A semelhança de qualquer super-herói que possamos imaginar, ou mesmo alguém como um super agente secreto, tal como o personagem de James Bond, o 007, assim também Jesus pode ser concebido em sua pessoa após a ressurreição. 
Ora, pensemos, se no nosso tempo sabemos de tantos entre nós que mesmo sendo um simples ser humano mortal pode ser tão fantástico, por que Jesus não o seria, sendo ele quem é? Na verdade, a única coisa que explica o não aceite da condição divina de Jesus é o pavor que deve tomar muitas pessoas, de que sendo verdade, elas venham por ventura um dia se encontrar com Jesus e o que possa vir a resultar para a vida delas desse encontro. Certamente, que nenhum mal, mas em razão de muita incompreensão e até mesmo por causa de questões políticas, sociais, religiosas e culturais - por mais absurdo que seja dizer isso -, a maioria das pessoas não negaria que preferiria encontrar-se com o próprio Satanás, pois ele não faria ninguém sentir tão mal em razão dos próprios pecados, do que ter um encontro com Jesus, cuja gloriosa perfeição lembraria a cada um sua miserável insignificância, sua vileza e sua falta de inteligência por ter preferido as trevas do que a luz.
Quase todas as pessoas que encontraram com Jesus em algum momento de suas vidas atestaram a mesma reação dos discípulos de Emaús, de só se darem conta que estavam falando com Jesus depois que ele partiu, ou que já se distanciava ou ainda que desaparecera. É uma sensação assustadora tanto quanto perturbadora, em razão do êxtase decorrente do encontro. Demora-se a realmente se acreditar que tenha ocorrido, por mais provas que se possa ter do estado físico e corporal que Jesus tenha tomado em sua aparência.
Ora, depois que Jesus ressuscitou ele inaugurou uma nova situação na relação entre o Reino do céu e a terra, uma relação que ele tinha anunciado ao discípulo Nicodemus quando disse: "Em verdade, em verdade vos digo, vereis o céu aberto e os anjos de Deus subir e descer sobre o Filho do Homem. "(Jo 1:51) em referência ao sonho que Jacó tivera em que vira "uma escada que apoiando-se na terra tocava com o cimo o céu, e anjos de Deus subiam e desciam pela escada e no alto estava o Senhor." (Gên. 28:12) Ou seja, Jesus com a sua ressurreição abriu a passagem entre o céu e a terra, de maneira que passou a ser permitido aos seres celestiais se manifestarem na forma humana, o que antes não ocorria. Assim, anjos passaram a vir à terra para ajudar os humanos em sua evolução em direção ao estado de perfeição que Deus planeja para eles. Em razão disso também, muitos seguidores de Jesus que o encontraram depois de ressuscitado através dos tempos atestam que Jesus está realmente entre nós e que permanecerá conosco até o final dos tempos e não vivem a esperar a sua "volta", pois Jesus nunca teria partido e sempre esteve conduzindo o rebanho de Deus.
Talvez haja uma razão só digna de Deus saber para todos os que conheceram Jesus ressuscitado, o Salvador, guardarem silêncio sobre o encontro. Os próprios discípulos pouco falaram sobre o assunto e os evangelhos oferecem narrativas incompletas e insatisfatórias sobre seus encontros com Jesus no seu novo estado. Mesmo, nos tempo atuais, quem foi abençoado com um encontro com Jesus, guarda a experiência em segredo, pois ninguém acha uma pessoa louca por ter se encontrado com um alienígena de outro planeta ou mesmo ter sido abduzido por seres extra-terrestres, pode dizer que fala com fantasmas de mortos, pode até contar que encontrou com Satanás em pessoa, mas, se uma pessoa falar que teve um encontro face a face com Jesus, bom isto sim pode ser muito perigoso e rotular essa pessoa definitivamente como uma forte candidata a esquizofrenia e ao manicômio. Mas, não será mais assim por muito tempo, pois haverá um momento que mais e mais pessoas começarão a fazer relatos de seus encontros com Jesus, pois será assim: uma experiência pessoal e intima para cada um que tiver fé e chamar pelo nome do Salvador, pois Ele sempre atende o chamado é só esperar, pois Jesus é o nosso Bom Pastor e não há de perder nenhuma de suas ovelhas.
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domingo, 20 de março de 2016

JESUS, AMOR & FÉ - 55. JESUS APARECE AOS DISCÍPULOS

JESUS, AMOR & FÉ *

55. JESUS APARECE AOS DISCÍPULOS.

Ainda era a tarde do primeiro dia da semana muitos dos seguidores de Jesus tinham se reunido na casa de Maria de Magdala que era o local mais seguro e grande o suficiente para abrigar a todos. As portas foram fechadas após a chegada de José de Arimatéia e Nicodemus, pois todos temiam que Caifás, os sacerdotes do Templo e os fariseus viessem perturbá-los, Estavam todos a comentar o que tinha se passado naquele dia quando Jesus em pessoa apareceu-lhes dizendo:
- A paz esteja convosco!
Dito isto vendo o espanto de incredulidade que penetrava a todos, mostrou-lhes as feridas de suas mãos e a chaga do lado direito do seu ventre, e ao verem isso todos que ali estavam se alegraram de ver o Senhor vivo, mas sem compreenderem ainda que ele tinha ressuscitado, acreditavam apenas que ele não tinha morrido, apesar de atestarem a sua morte, pois os onze discípulos não tinham visto Jesus morto, nem mesmo seu cadáver que fora sepultado, já que haviam fugido quando Jesus fora preso e ficaram escondidos temendo que seriam presos também. Mas, as mulheres que tinham visto Jesus morrer na cruz e aqueles que as ajudaram a sepultar seu cadáver sabiam que ele morrera verdadeiramente e que ele só poderia mesmo ter ressuscitado, do mesmo modo que ele tinha ressuscitado a Lázaro após estar quatro dias sepultado.
Jesus lhes disse novamente:
- A paz esteja convosco!
Mas, seus discípulos estavam perturbados, espantados e cheios de temor em suas consciências por causa da deslealdade que tinham tido com Jesus, por terem abandonado ele quando ele mais precisaria deles. Os discípulos pensavam que se Jesus não tinha sobrevivido à morte, então quem estava ali na frente deles era um espírito. Jesus, então, os censurou pela incredulidade e a dureza de seus corações, por não acreditarem ao que viam e não aceitarem o milagre da ressurreição. E disse-lhes:
- Por que estais perturbados e por que dessas dúvidas em seus corações? Vedes as minhas mãos e os meus pés sou eu mesmo; apalpai e vêdes… Um espírito não tem carne e nem ossos como vêdes que tenho.
E dizendo isso, mais uma vez mostrou-lhes as mãos e os pés. Mas, eles vacilavam a crer e ainda e sentiam-se hesitantes quanto a alegria que sentiam. Então, Jesus lhes perguntou:
- Tendes alguma coisa para que eu possa comer?
Então, Marta que costumava o servir, trouxe apressada um pedaço de peixe assado que preparara para a ceia. E Jesus tomo-o e o comeu a vista de todos. E depois disse a todos:
- Isto é o que eu vos dizia quando ainda estava convosco, que era necessário que se cumprisse tudo o que de mim está escrito na Lei de Moisés, nos Profetas, e nos Salmos do rei Davi, para que compreendessem o verdadeiro sentido das Escrituras, pois estava escrito: que era necessário que o Messias padecesse, mas que ressurgisse da morte, para que em seu nome se pregasse a penitência e a remissão dos pecados a todas as nações, começando por Jerusalém. (Lc. 24:36-48) Pois aquele que reza ao Messias que padeceu na cruz e pede o perdão de seus pecados, recebe do Messias ressuscitado, o verdadeiro Salvador, o Prometido do meu Pai, o Espírito Santo. Entendeis o que vos revelo?
Então Jesus abriu-lhes o espírito para que compreendessem as Escrituras, retirando o selo do segredo com que estavam seladas. E finalmente os discípulos se alegraram em ver o Senhor e Jesus disse-lhes mais uma vez:
- A paz esteja convosco! Como o Pai vos enviou, assim também eu vos envio a vós.
Depois dessas palavras soprou sobre todos que ali estavam dizendo-lhes:
- Recebei o Espírito Santo do meu Pai. O Consolador que vos prometi. O Espírito da Verdade, o qual procede do Pai, e que dará testemunho em vós de mim. E será o Espírito Santo que convencerá o mundo a respeito do pecado, da justiça e do juízo. O Espírito da Verdade vos ensinará toda a verdade e vos revelará o que está oculto. Pois o pecado é não acreditar que Deus e seu Filho são um, a justiça é que os pecadores serão julgados e o juízo é que Satanás, o príncipe deste mundo já está julgado e condenado, e aquele que tem o Espírito Santo em si tem todo o poder contra o pecado, o direito de rogar ao Pai pela justiça e o poder de juízo sobre o mal, podendo o derrotar. (Jo. 16:1-14)
Mas, o discípulo murmuravam entre si, pois o Espírito Santo ainda não se manifestara neles, pois duvidavam do poder do Espirito Santo e eram hesitantes na Fé. Jesus notou que lhe queriam perguntar e disse-lhes:
- Em verdade vos digo, quando a mulher está para dar a luz sofre porque veio a sua hora. Mas, depois que deu a luz a criança, já não se lembra da aflição por causa da alegria que sente por haver nascido um ser humano no mundo. Assim, também vós ainda estais tristes, pois não sabeis se me verei de novo. Mas, hei de ver-vos outra vez, e vosso coração se alegrará e ninguém vos tirará a vossa alegria. Naquele dia, não me perguntarão mais coisa alguma. (Jo 16: 19-23) Pois o Espirito Santo de Deus finalmente estará manifesto em vocês. Enquanto isso, permaneceis onde estiverem, até que estejais revestidos da força do alto. (Lc. 24:49)
Jesus assim Jesus o disse pois o profeta Isaías escrevera:
“ Senhor na tribulação nós vos buscamos e clamamos à vos na angústia em que vosso castigo nos abate. Como uma mulher grávida prestes a dar a luz retorce e grita em suas dores, assim estamos diante de vós Senhor; Nós concebemos e sofremos para dar a luz sem poder dar a salvação à nossa terra; não nasceram novos habitantes no mundo. Que os vossos mortos revivam! Que seus cadáveres ressuscitem! Que despertem e cantem aqueles que jazem sepultados, porque o vosso orvalho e um orvalho de luz e a terra restituirá o dia às sombras.” (Is. 26: 16-19)
Contudo, Tomé, também chamado Dídimo *(o Gêmeo), também filho de José pai terreno de Jesus e irmão de Judas, o Tadeu, por isso  meio-irmão de Jesus, não estivera quando Jesus aparecera e soprara o Espírito Santo sobre os que estavam presentes na noite do segundo dia da semana, dia 16 de Nisan, e terceiro dia da festa dos pães ázimos. Os outros, contudo, discípulos contaram para ele o sucedido:
- Vimos o Senhor!
Mas, Tomé replicou-lhes:
- Se eu não puder ver nas suas mãos o sinal dos pregos e não introduzir a minha mão no seu lado não acreditarei!
Oito dias se passaram da aparição de Jesus e a festa dos pães ázimo chegara ao seu fim no dia 21 de Nissan, um sábado, e na noite do oitavo dia após a aparição, no primeiro dia da semana, no dia 22 de Nissan, quando a purificação do povo judeu estava completa, estando os discípulos ainda reunidos a portas fechadas como Jesus ordenara na casa de Maria de Magdala em Betânia, novamente Jesus reapareceu ente eles, mas desta feita Tomé estava com eles. Jesus colocou-se entre eles e disse:
- A paz esteja convosco!
Depois disse a Tomé:
- Introduz aqui o teu dedo, e vê as minhas mãos. Põe a tua mão no meu lado. Não sejas incrédulo, mas HOMEM DE FÉ.”
Respondeu-lhe Tomé:
- MEU SENHOR E MEU DEUS!!!
Disse-lhe Jesus:
- Crestes, porque me vistes. FELIZES DAQUELES QUE CRÊEM SEM TER VISTO!
(Jo 20:24-29)
E depois lhes disse:
- Ide por todo o mundo e pregai a Boa Nova *( o Evangelho) a toda criatura. Quem crê e for batizado será salvo, mas quem não crer será condenado. Esse milagres acompanharão aos que crêem e possuem em si o Espírito Santo de Deus: expulsarão demônios em meu nome, falarão novas línguas, o veneno das serpentes não lhes fará mal, se beberem algum veneno mortal não lhes fará mal; imporão as mãos aos enfermos e ficarão curados. (Mr. 16:17) Toda a autoridade me foi dada no céu e na terra. Idê pois e ensinai a todas as nações; batizai-as em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Ensinai-as a observar tudo o que vos prescrevi. EIS QUE EU ESTOU CONVOSCO TODOS OS DIAS ATÉ O FIM DO MUNDO. (Mt. 28:18-20)
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quinta-feira, 17 de março de 2016

JESUS, AMOR & FÉ - 54. JESUS RESSUSCITOU, HOSANA NAS ALTURAS !

JESUS, AMOR & FÉ *

54. JESUS RESSUSCITOU! HOSANA NAS ALTURAS!

Maria de Magdala obedecendo Jesus correu para a sua casa e lá encontrando Maria , mãe de Jesus, contou-lhe tudo o que tinha acontecido. Maria então cheia de júbilo quis ir ao túmulo antes de contar o sucedido aos outros discípulos de Jesus, que estavam escondidos nas imediações de Betânia. Quando chegaram lá, entrando no sepulcro viram sentado do lado direito da pedra onde o corpo de Jesus estivera, um jovem vestido com roupas brancas assustaram-se. Então ele lhes falou:
- Não tenhais medo,sei que buscais Jesus de Nazaré, que foi crucificado. Por que buscais entre os mortos aquele que está vivo? Ele ressuscitou e não está mais aqui. Eis o lugar que o depositaram seu corpo e está vazio. Mas ide e dizei a seus discípulos e a Pedro que ele ressuscitou. Logo o vereis como ele já vós disse.
Elas saíram do sepulcro e estavam trêmulas e amedrontadas. Mas, as duas resolveram não dizer coisa alguma, por causa do medo que os homens as tomassem como loucas. Quando voltaram para casa em Betânia, contaram o que acontecera a Joana, mulher de Cusa, mordomo de Herodes a quem Jesus tinha ressuscitado o filho (Lc. 8:1-2) que tinha ido visitar Maria de Magdala, Maria Salomé, casada com Zebedeu, que fizera o parto de Jesus, irmã de Maria, mãe de Jesus e mãe de Tiago e João *(primos irmãos de Jesus) e Maria de Cleofás, também cunhada  de Maria, mãe de Jesus, e mãe de Tiago, Judas, José e Simão *(primos-irmão de Jesus), que acharam por bem voltar novamente ao sepulcro para verem com os próprios olhos e atestarem que Maria de Magdala não estava delirante ao dizer que tinha estado com Jesus. 
Estavam elas no sepulcro e vendo com os próprios olhos que o túmulo estava vazio, afastaram prontamente do túmulo com certo receio, mas ao mesmo tempo com alegria no coração. Nesse momento Jesus apresentou-se diante delas e disse-lhes:
- Salve!
E quando elas viram a Jesus, seus joelhos amoleceram e caíram prostadas ao chão diante dele. E Jesus lhes disse:
- Não temais!
E elas beijaram os pés de Jesus tomadas de amor e reverência. Jesus então lhes disse:
- Não tenhais medo. Ide dizer aos meus irmãos *(primos-irmãos e meios-irmãos, filhos de seu pai terreno José) que ressuscitei e logo me verão.
Assim, elas foram e contaram aos homens o que tinha acontecido. Mas, estas notícias pareciam-lhe como um delírio e eles não lhe deram crédito. Os discípulos tinham estado aflitos e chorosos, mas quando Maria de Magdala lhes disse que Jesus vivia e que ela o tinha visto, assim como as outras mulheres eles não quiseram acreditar. Contudo, Maria de Magdala e Maria, mãe de Jesus, insistiam para que um deles fosse ao sepulcro para conferirem que era verdade que o corpo não estava lá. Então, Maria de Magdala disse-lhes:
- Recordem-se do que o Mestre nos disse: “O Filho do Homem deve ser entregue nas mãos dos pecadores e crucificado, mas ressuscitará ao terceiro dia.”
Então, Pedro se recordou das palavras de Jesus e tomando a João consigo foram juntos ao sepulcro para averiguar aquela história. Corriam juntos, mas João correu mais que Pedro e chegou primeiro ao sepulcro. Inclinou-se e viu ali alguns panos dobrados no chão e o sudário também dobrado e colocado à parte em cima do túmulo, mas não entrou. Quando Simão Pedro chegou, ele entrou no túmulo e João entrou junto com ele. Viram e creram, mas ainda não tinham entendido a Escritura segunda a qual Jesus deveria ressuscitar dos mortos. (Mt. 28: 1-15; Mr. 16:1-11; Lc. 24: 1-12 e Jo 20:1-18)
Ora, eles não sabiam ainda que o rei Davi assim escrevera sobre o Messias: “Porque vós não abandonareis a minha alma na habitação dos mortos , nem permitirás que o vosso Santo conheça a corrupção. Vós me ensinarei o caminho da vida. Há abundância de alegria, junto de vós e delícias eternas à vossa direita.” (Salmos 15 - HEBR. 17: 10-11)
Pedro e João depois de verem o sepulcro voltaram para a casa de Maria de Magdala na Betânia admirados do que tinha acontecido, acreditaram que tinham levado o corpo de Jesus e não sabiam onde estava. Será que José de Arimatéia e Nicodemus tinham levado o corpo de Jesus e não avisaram a ninguém? Seria preciso enviar alguém para falar com eles e contar o sucedido. E, assim, ao chegarem na casa, pediram a Maria de Magdala que mandasse sua criada à Jerusalém, à casa de José de Arimatéia perguntar aonde se encontrava o corpo de Jesus, pois ainda não acreditavam no relato de Maria de Magdala e das outras mulheres achando que elas tinham imaginado que tinham visto Jesus em razão do imenso desejo que tinham que ele não tivesse morrido. E Maria de Magdala, enviou a sua fiel criada Sara Kali *(Kali, que quer dizer “a que tem pele queimada” ou escura) até a casa de José de Arimatéia para saber se teria alguma informação sobre o paradeiro do corpo de Jesus.
Quando Sara Kali, chegou à casa de José de Arimatéia, encontrou-o também aflito, pois soubera por Nicodemus que era sacerdote no Templo, que o sepulcro tinha sido aberto, e corria a notícia que os discípulos de Jesus é que tinham roubado o seu corpo. Mas, quando José ouviu o relato feito por Sara Kali, enviou um servo imediatamente chamar Nicodemus e juntos foram até o sepulcro para ver o que tinha acontecido, e viram-no tal como Pedro e João, mas como conheciam melhor as Escrituras, logo entenderam que Jesus tinha ressuscitado e que seu corpo não fora tocado pela corrupção da morte. Eles pegaram então os panos e o sudário e admiraram-se da fragrância floral que exalava deles como se jamais tivesse estado em contato com um corpo cadavérico. E viram por bem levarem os panos com eles, para que ninguém mais os visse e pensassem assim que o corpo tinha sido levado, pois era naquele momento o mais seguro a fazer para o bem de todos os que seguiam a Jesus. Assim, deram os panos e o sudário para que Sara Kali os levasse para Maria de Magdala, e pediram que a avisasse que iriam ter com ela em seguida, pois caminhavam com mais vagar, que a jovem que saiu apressada para avisar sua Senhora de tão honrosa visita.

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terça-feira, 15 de março de 2016

JESUS, AMOR & FÉ - 53. MARIA MADALENA REENCONTRA O SEU AMADO

JESUS, AMOR & FÉ *

53. MARIA MADALENA REENCONTRA O SEU AMADO

“Tendo Jesus ressuscitado de manhã, no primeiro dia da semana, apareceu primeiramente a Maria de Magdala, de quem tinha expulsado sete demônios.” (Mr. 16:9)
Findo o ritual da Páscoa no por de sol do sábado, iniciou-se a noite do primeiro dia da semana *(Domingo), quando então pouco antes do amanhecer o Arcanjo Miguel em todo seu poder divino, retornou aonde se encontrava o corpo que o revestira durante a sua passagem terrena entre os seres humanos na Terra Santa dos judeus, e então, quando o primeiro raio de sol atravessou a escuridão, ele se deitou sobre o cadáver de Jesus e o revestiu com o seu corpo espiritual angélico, restaurando-o com vida, saúde e vitalidade com o seu Santo Espírito. E sendo dois seres novamente tornaram-se um, era agora o Salvador da Humanidade, conhecido pelo nome terreno de Jesus, que quer dizer em hebreu: Deus é a Salvação.
Revestido com sua forma angélica celestial como se esta fosse uma armadura, Jesus despertou e retirou o sudário com que haviam envolvido seu cadáver e dobrou os panos com cuidado ao seu lado, os que o ligara no chão e o sudário em cima do túmulo. Depois, vestiu-se com as roupas limpas que havia trazido consigo do reino celestial para que seu corpo físico ficasse protegido de contaminações com as impurezas terrenas, até que estivesse inteiramente adequado à sua nova condição física. Pois, se antes o seu corpo espiritual era revestido da carne, agora, após a sua morte, se dava ao contrário, era o corpo celestial do seu Espírito Santo que revestia a carne e lhe dava vida.
Maria de Magdala *(Madalena) saíra antes mesmo do raiar do sol de sua casa na Betânia, atravessara o Jardim das Oliveiras e já se aproximava do Horto onde estava o sepulcro de Jesus, e levava, mirra, perfumes e flores com ela. Estava ela indo pelo caminho e pensava se teria alguém que pudesse remover a pedra pesada do sepulcro e ela não teria forças para a mover sozinha. E estando próxima já do sepulcro eis que houve um violento tremor de terra, e ela viu um anjo do Senhor descer do céu, e logo depois a pedra foi rolada e de dentro do túmulo surgiu um ser que resplandecia como um relâmpago e suas vestes eram brancas como a neve. Maria caiu de joelhos no chão e viu ao longe os guardas dos sacerdotes morrendo de pavor saírem correndo dali.
Maria continuou prostrada e chorava sem parar, pois não conseguia conter as suas lágrimas que brotavam de seus olhos continuamente como se fossem fonte de água viva. Então, mesmo chorando reuniu suas forças, levantou-se e apoiando-se em uma das paredes da entrada inclinou-se para olhar para dentro do sepulcro. E viu dois anjos sentados onde estivera o corpo de Jesus, um à cabeceira e outro aos pés. E, eles perguntaram para ela:
- Mulher, por que choras?
Maria de Magdala respondeu:
- Porque levaram o meu Senhor e não sei onde o puseram…
E enquanto falava com eles suas lágrimas continuavam caindo abundantes por sua face sem que pudesse as conter, mas acabara de dizer essas palavras aos anjos e viu atrás de si um homem em pé, que perguntou a ela:
- Mulher, por que choras? A quem procuras?
Maria de Magdala pensando que fosse o jardineiro do Horto, disse ao homem com zanga em sua voz apesar das lágrimas que não conseguia controlar:
- Senhor, se tu o tiraste de mim, diz-me onde o puseste, e eu o irei buscar!
E, assim falava porque estava certa que tinham levado o corpo de Jesus embora do sepulcro, pois o sepulcro não era propriamente dele, pois seu amigo José de Arimatéia tinha cedido o próprio túmulo provisoriamente, porque era véspera da Páscoa, e o corpo de Jesus deveria ser transladado para o seu próprio túmulo definitivo, que ela desejava que fosse aquele da família dela, onde Lázaro tinha sido sepultado e de onde Jesus o tinha ressuscitado. Portanto, Maria de Magdala temia que os discípulos e os irmãos de Jesus tivessem levado corpo dele embora, sem nem mesmo falarem com ela, ou mesmo com a mãe de Jesus que estava hospedada em sua casa, com outras parentes.
Vendo a aflição que Maria de Magdala se encontrava por causa do homem a quem tanto amava, o estranho que falava com ela, que não era outro senão Jesus, se dando conta que ela não o reconhecia em seu novo estado, chamou-a pelo nome com todo carinho, da maneira que sempre a chamara:
- Amada Maria!
E tomada de um susto imenso ela voltou seu rosto para olhar no rosto dele e disse sob forte emoção ao reconhecer as feições do homem amado:
- Ó Mestre!
E já estava pronta para abraçá-lo cheia de amor e saudades, mas Jesus a impediu dizendo:
- Não me toques! Ainda estou me refazendo da ressurreição.
Logo Maria se afastou dele, recordando como seu irmão ficara após ter sido ressuscitado por Jesus, tendo dificuldade para se livrar inteiramente da condição mortal para restabelecer seu estado de vivente. E sabia que o mesmo poderia estar acontecendo com Jesus. Assim deu um passo atrás e sentou-se numa pedra para restabelecer seu ânimo, duplamente abalado tanto pela emoção de não ter encontrado o corpo de Jesus como por vê-lo redivivo na sua frente, como se jamais tivesse morrido.
Jesus então disse a Maria de Magdala:
- Amada, sabes que eu te amo mais do que amei a qualquer um nessa terra. Esclarecerei a vós o que está oculto.
Então ela tomou coragem e perguntou a Jesus, pois não entendia o que estava acontecendo:
- Mestre apareceste-me hoje numa visão ou é realidade?
Jesus respondeu a ela:
- Bem-aventurada sejas, por não teres fraquejado ao me ver. Pois, onde está a mente há um tesouro.
Perguntou-lhe ainda ela:
- Mestre, aquele que tem uma visão vê com a alma ou como espírito?
Jesus respondeu e disse:
- Não vê nem com a alma nem com o espírito, mas com a sua consciência, que está entre ambos - assim é que tem a visão. Mas, tu me viste, não é visão, mas, sim, a realidade. (inspirado em trechos do Evangelho de Maria de Magdala - Codex Akhmim - século III, descoberto em 1955, tradução de M. Tradieu, in Écrits Gnostiques, Paris, 1984)
Então Jesus prosseguiu explicando o que lhe acontecera a Maria de Magdala que o ouvia atentamente:
- Como se portou o Senhor? Quando estava na carne e depois de ter se revelado como filho de Deus, circulou por esse lugar onde habitais, falando da lei da natureza, quero dizer da morte. Já esse que tu vês, o Salvador, esse assumiu a morte - tu não deves permanecer na ignorância disso - porque abandonou o mundo perecível trocando-o pelo reino de Deus imperecível, e veio e ressuscitou. Tendo assumido o visível pelo invisível , apresentando o caminho da imortalidade. Nós nos manifestamos neste mundo, nos revestimos da carne, nós somos como os raios de sol, somos retidos pelo corpo que nos reveste até o nosso crepúsculo, isto é, nossa morte nessa vida. Depois, nós somos atraídos ao céu por ele como os raios de sol, não sendo mais retidos por nada, somos arrebatados. Essa é a ressurreição espiritual, que absorve a psíquica tanto quanto a carnal. Maria, minha amada, é mais uma questão de fé. Mas, se existe alguém que não crê, essa pessoa não pode ser persuadida, pois a questão pertence ao domínio da fé, e não ao domínio da persuasão: aquele que morreu ressuscitará. Assim, não duvides em seu coração da ressurreição, Maria. Com efeito, se tu não pré existisse antes da carne e tu te revestiste de carne, por que não poderias tu revestir a carne de quem eras na tua pré existência? Aquilo que é destinado à carne é para ela causa da Vida. A ressurreição não é ilusão, mas a Verdade. Assim, é pois a ressurreição a revelação do que é a mutação das coisas e uma transformação, é a luz da incorruptibilidade que se derrama sobre a corrupção, absorvendo-a tornando-a perfeita e sem deficiência. *(trecho retirado do “Tratado sobre a Ressurreição” - documento I,4 de Nag Hammadi, Egito/1946, tradução de J.E. Ménard, 1983).
Depois de explicar estas coisas para Maria de Magdala, ordenou Jesus a Maria de Magdala:
- Agora vá e dê a boa nova à minha mãe. Diga que ressuscitei e que logo estarei entre eles.
  • Da coletânea de crônicas diárias publicadas no meu  perfil do Facebook  de dezembro/2014 a abril/2015.

domingo, 13 de março de 2016

JESUS, AMOR & FÉ - 52. O ARREBATAMENTO E A ORIGEM DO SALVADOR

JESUS, AMOR & FÉ *

52. O ARREBATAMENTO E A ORIGEM DO SALVADOR

A benevolência e misericórdia de Deus revelam-se inteiramente no momento da transcendência de Jesus, de sua saída da carne pelo arrebatamento espiritual sendo atraído para retornar à Deus, o Pai celestial, impedindo assim o prolongamento indevido do seu sofrimento físico, algo muito bárbaro e inaceitável para os seres celestiais, algo que só a mente humana sem consciência das coisas celestiais pode conceber. Alguém poderá me dizer que os seres vivos predadores possuem também um comportamento violento, alego que na verdade não. Um predador da natureza sempre procura sua preza entre os mais fracos do que ele, em segundo na hora da morte ela se dá de maneira rápida e sem crueldade, existem animais que até anestesiam suas vítimas para que não sofram. Além disso, animais não matam por prazer, mas para saciar a fome ou em defesa de sua sobrevivência. Naturalmente já se verificou casos raros de desvio comportamental individuais, mas os estudos revelaram até atitudes surpreendentes de misericórdia entre os animais, mesmo entre espécies diferentes. A brutalidade e a selvageria humana é algo que merece ser estudado, pois se por um lado essa violência garante a sobrevivência humana por outro conduz a subsistência de uma rudeza da expressão da civilização humana na face da terra até os nossos dias.
Em termos de sua condição espiritual o Filho do Homem Jesus era um ser espiritual revestido de carne, no caso um avatar de Deus e Deus possui muitos avatares. Deus é um estado energético primordial cuja forma poderia se assemelhar mais a um átomo ou ao olho de Deus egípcio, seria ele a Fonte, de onde emana todas as coisas existentes. Nos termos de hoje poder-se-ia comparar Deus com um monumental computador com uma rede incontável de computadores a ele ligado atuando e colhendo informações para ele, a exemplo da concepção da ficção futurista feita pelos roteiristas norte-americanos Andy e Lane Wachawski para o seu filme de grande sucesso Matrix, mas digamos que nada tão obscuro e sombrio como apresentado por eles. Mas, é o mais próximo que se pode explicar a supremacia do domínio da vibração energética de Deus, que para ser mais precisa,  Deus se constitui da unidade e união de todas as suas emanações que dão vida a todas as coisas. A visão hindu e budista de que é possível ver a Deus em todas as coisas, pode ser considerada uma idéia muito mais próxima da realidade do que o Deus de personalidade individualista concebido no Ocidente, contudo a condição metamórfica com mudanças de aparências física e de sentimentos é plenamente possível. Sem dúvida Deus é único e ninguém pode ser igual a ele.
Em sua condição espiritual é Jesus o Filho de Deus, o Filho do Homem, o Anjo da Face do Senhor, o Supremo Comandante dos Exércitos Celestiais, o Príncipe dos Serafins - a primeira das nove ordens celestiais - , o Anjo da Morte - o condutor das almas-, Príncipe de Israel, Protetor da Igreja Católica e outros tantos atributos, que por isto tudo muitas vezes é identificado por estudiosos com o Arcanjo Miguel, cujo nome significa em hebraico “aquele que é similar a Deus” (mi =‘quem’, ka = “como” e el = deus), que comumente é interpretado mais como uma pergunta retórica: “Quem como Deus?”, de onde se depreende a resposta “ninguém”, simbolizando assim a humildade perante Deus. 
Os famosos Manuscritos do Mar Morto encontrados em 1947, em cavernas de Qumram, região habitada pelos judeus essênios na época de Jesus e famosos por seu estoicismo, trouxeram ao mundo uma compreensão muito maior sobre as questões do reino celestial e principalmente no que diz respeito às ordens celestiais. Com quase a totalidade dos textos publicados em 1991, tornou-se possível entender melhor o conhecimento do mundo invisível, nomeado como "gnose", ou seja o “conhecimento revelado”, pelos estudiosos desses textos. Documentos esses, que como os de Nag Hammadi (Alto Egito, 1945), desde o século XX estão contribuindo imensamente para o maior entendimento dos ensinamentos que Jesus legou à humanidade. Curiosamente, nos documentos de Qumram, o manuscrito mais bem preservado e em estado completo é justamente o da profecia de Isaías, a qual praticamente serviu de roteiro para a passagem da manifestação de Deus na Terra Santa, na forma humana de Jesus.
Com base nesses estudos o “arrebatamento” do Arcanjo Miguel do corpo de Jesus, ou seja, do seu revestimento carnal, se deu de uma forma que não restasse muita dúvida de que se tratava de um ser celestial, considerando-se a forma de sua morte súbita e rápida. Em razão do arrebatamento, Miguel retorna ao Reino do Céu, e pode-se supor que tenha se apresentado à fonte divina de Deus, na sua condição humilde de "Servo de Deus", a quem Isaías tanto se refere em suas profecias, contudo, verdadeiramente é a condição primordial de todas as emanações divinas da energia de Deus. Mesmo tendo retornado para a Fonte, onde repousa toda emanação divina, o trabalho do ser celestial Miguel não estava findo, e a dramática morte de seu avatar tinha um propósito muito mais amplo e que seria tanto de grandiosa importância para toda a Humanidade como principalmente seria o momento de glorificar o poder do próprio Deus. 
Assim, enquanto na terra o corpo humano, a carne de Jesus jazia sem vida, aquele que lhe dava vida se preparava para uma nova etapa para cumprir as ordens de Deus, o que não seria nada fácil pois a condição humana é muito pesada para ser vivenciada por um ser angélico, que se adapta melhor ao nascer como humano sendo revestido por ela e não a revestindo, pois os seres angelicais estão acostumados com modos e maneiras bem mais fluídas e leves. O processo de revestimento da carne necessita de uma adaptação extremamente precisa e bem medida, envolvendo cada célula do corpo que a carne constitui, pois um retorno a matéria com energia demasiada pode simplesmente desintegrar em milhares de átomos o corpo físico. Assim, se antes o corpo celestial Miguel fora revestido da carne de Jesus, agora exatamente o reverso se daria: o corpo de carne de Jesus seria revestido do corpo celestial de Miguel, de forma a ser inteiramente restaurado e regenerado pela energia vital do Espírito Santo existente em Miguel e que daria origem a partir da ressurreição de Jesus ao SALVADOR.
Um mero instante no céu e já se passara um e dois dia na terra… Naquele décimo quarto dia do mês de Nissan de 3789 do calendário judaico, não se comentava em Jerusalém outra coisa senão a morte do rabi galileu na véspera da Páscoa, todos falavam dos estranhos eventos que tiveram lugar e se preocupavam quanto ao futuro, pois não dissera ele que ressuscitaria depois de morto ao terceiro dia? Ora, se morrera no sexto dia, haveria de estar vivo novamente no primeiro dia após o sábado, ou seja na manhã seguinte a Páscoa. Os sacerdotes do Templo temerosos que roubassem o corpo de Jesus ou que algo inusitado” acontecesse, logo após o por do sol que sinalizava o final da Páscoa e o fim do sábado, hora em que pela Lei podiam voltar a se locomover de um lado para outro, foram ter com Pilatos, e disseram para ele:
- Senhor, nós nos lembramos de que aquele impostor disse enquanto vivia: “Depois de três dias eu ressuscitarei. Ordena pois, que seu sepulcro, seja guardado até o terceiro dia. Os seus discípulos poderiam vir roubar o corpo e dizer ao povo: Ressuscitou dos mortos. E esta última impostura seria pior que a primeira.
Respondeu-lhes Pilatos tomado de impaciência:
- Vós tendes a vossa própria guarda. Ide vós e guardai-o como entendeis. Esse não é um assunto de Roma.
Foram os guarda do templo e os sacerdotes até o sepulcro e asseguraram que este estava selado com a pedra e colocaram guardas para vigiar. (Mt. 27:62-66) Ocorreu que aproximando-se a primeira hora *(seis horas da manhã), um pouco antes do raiar do sol do primeiro dia da semana *(domingo), que era 15 de Nissan, o dia seguinte à Páscoa, ouviu-se um grandioso estrondo dentro do túmulo e luzes pareciam emanar de seu interior, de forma que a terra tremeu e os homens que faziam a guarda do sepulcro caíram por terra e foram tomados de profundo terror. E ainda mais aterrorizados ficaram quando viram que a pedra que fechava o túmulo tinha rolado e dentro do túmulo não tinha mais nenhum cadáver. 
Os guardas saíram correndo apavorados e foram direto ao Templo contar para o sumo- sacerdote Caifás e os príncipes dos sacerdotes o que tinha acontecido ao alvorecer daquele terceiro dia. Os anciãos e os outros sacerdotes foram chamados apressadamente para a reunião emergencial do Conselho, a fim de decidir que medidas deveriam ser tomadas para resguardar a autoridade deles e impedir que o povo acreditasse que Jesus teria ressuscitado. Depois de deliberarem por algum tempo, deram aos guardas uma importante soma de dinheiro e ordenaram-lhes:
- Vós direis que seus discípulos vieram retirá-lo à noite, enquanto dormíeis. Do mesmo modo se o governador Pilatos vier a saber, nós negaremos e o acalmaremos e nos livraremos das dificuldades.
Os soldados do Templo seguiram as instruções e esta versão foi espalhada entre os judeus, que nela acreditaram, pois era a palavra dos sacerdotes do Templo, e quem poderia duvidar de sua veracidade? (Mt. 28:11-15)
  • Da coletânea de crônicas diárias publicadas no meu  perfil do Facebook  de dezembro/2014 a abril/2015.

quinta-feira, 10 de março de 2016

JESUS, AMOR & FÉ - 51. O SEPULTAMENTO DE JESUS


JESUS, AMOR & FÉ *

51. O SEPULTAMENTO DE JESUS

Judas Iscariotes ao ver que Jesus fora condenado a morrer crucificado, acompanhou a multidão até o monte da Caveira e ao vê-lo supliciado caiu sobre ele um remorso imenso pela sua atitude, pois com aquela visão subitamente adquirira a consciência de ter feito um verdadeiro pecado imperdoável contra o Filho de Deus. Pensava Judas Iscariotes que sendo preso Jesus viria a se manifestar com todo o poder vindo de Deus e fizesse fogo cair dos céus sobre os romanos e libertasse o povo judeu. Como a maior parte dos judeus Judas Iscariotes compreendia os tempos messiânicos como um tempo em que o reino de Israel seria restaurado ao poder como na época do rei Davi,como há mil anos, mais ainda do que isso, com todo o poder e glória das riquezas dos tempos de Salomão. Os judeus de modo geral pensavam em riquezas terrenas e não nas riquezas celestiais. Mas, o que estava escrito nas Escrituras não era isso, mas outra coisa bem diferente:
“Naquele tempo os surdos ouvirão as palavras de um livro e livres da obscuridade e das trevas , os olhos dos cegos virão. Os humildes encontrarão cada vez mais ventura no Senhor e os homens mais pobres, graças ao Santo de Israel *(o Messias), estarão jubilosos. Pois não haverá mais tiranos na terra, já terá desaparecido o cético e todos que planejavam o mal serão exterminados, os que com uma palavra acudam os outros, os que, à porta procuram enganar o juiz, e por nada fazem o inocente perder a sua causa. Por isso, eis que disse o Senhor, o Deus da casa de Jacó, que resgatou Abraão:
‘Daqui em diante Jacó não será mais confundido e seu rosto não mais empalidecerá, porque quando virem nele *(no Messias) a minha obra bendirão o meu nome.’
Glorificarão o Santo de Judá *(o Messias) e temerão o Deus de Israel. Os espíritos desencaminhados aprenderão a sabedoria e os que murmuravam receberão instrução.“ (Is. 29:18-24)
Porem, era tarde demais para o perdão para a alma perdida de Judas Iscariotes. Mesmo assim o pobre infeliz tentava desfazer o malfeito e correu à casa do sumo-sacerdote Caifás e o encontrando disse-lhe:
- Pequei, entregando o sangue de um justo.
Respondeu-lhe Caifás e aqueles que ali estavam com ele a espera de poderem comer o cordeiro pascal ao por do sol:
- Que nos importa! Isto é lá contigo!
Então, Judas Iscariotes em desespero jogou aos pés de Caifás as 30 moedas de prata que recebera para trair Jesus e saiu correndo dali.
Os sacerdotes tomaram o dinheiro e disseram:
- Não é permitido lançá-lo no tesouro sagrado, porque se trata de preço de sangue e é impuro. Nós teremos que encontrar outro destino para isso. (Mt. 27:1-6)
Nunca mais se ouviu falar de Judas Iscariotes, mas se murmurou que seu corpo fora encontrado enforcado com o próprio cordão que cingia suas roupas num galho de árvore a beira do precipício, talvez porque tivesse a esperança de que estando morto antes de que Jesus morresse, pudesse receber o perdão prometido aos judeus mortos, pois assim estava escrito:
“ Senhor na tribulação nós vos buscamos e clamamos à vos na angústia em que vosso castigo nos abate. Como uma mulher grávida prestes a dar a luz retorce e grita em suas dores, assim estamos diante de vós Senhor; Nós concebemos e sofremos para dar a luz sem poder dar a salvação à nossa terra; não nasceram novos habitantes no mundo. Que os vossos mortos revivam! Que seus cadáveres ressuscitem! Que despertem e cantem aqueles que jazem sepultados, porque o vosso orvalho e um orvalho de luz e a terra restituirá o dia às sombras.” (Is. 26: 16-19)
Nesta fugaz esperança teria tirado a própria vida o miserável infeliz traidor, esquecendo-se que também estava escrito:
“Vai povo meu, entra nos teus quartos, fecha atrás de ti as portas. Esconde-te por alguns instantes até que a cólera passe. Porque o Senhor vai sair da sua morada para punir os crimes dos habitantes da terra. Porque a terra fará brotar o sangue inocente que ela bebeu e não ocultará mais com terra para impedir de bradar vingança aos corpos dos assassinos. (26:20-21) Naquele dia o Senhor ferirá com sua espada pesada, grande e forte, Leviatã *(Satanás), o dragão fugaz, Leviatã o dragão tortuoso e matará esse monstro que se assenta sobre o mar das Nações. (Is. 27: 1 paralelo ao Apocalipse 12:13-18)
O Santo Espírito de Jesus tinha sido arrebatado por Deus à sexta hora *(ao meio-dia) e o corpo jazia já sem vida desde então e a carne que revestira seu Santo Espírito permanecia inerte e imóvel na cruz. Os sacerdotes judeus ao terem visto o remorso de Judas Iscariotes temeram que a morte de Jesus pudesse resultar numa comoção popular que se voltasse contra eles. Assim, acorreram até Pilatos e rogaram que quebrassem as pernas dos judeus crucificados para que não houvesse motivo de violação do santo ritual da Páscoa e que retirassem os corpos supliciados dos condenados das cruzes antes do por do sol, quando teria início a festa pascal. De modo que os guardas romanos que estavam a guardar os condenados receberam a ordem de Pilatos de quebrar-lhes as pernas para apressar suas mortes e não serem mais supliciados. Assim, os guardas fizeram, quebrando as pernas do primeiro e as do segundo que estavam crucificados com Jesus. Porém, quando chegaram a Jesus, como se o vissem já morto, muito se admiraram por ter morrido tão rapidamente, e tinham motivo para isso, pois a agonia mortal do corpo de Jesus não perdurara nem mesmo uma hora! Cheio de admiração o soldado chamado Longino *(Longuinho) abriu-lhe o lado com a lança e imediatamente saiu sangue e água, prova que sua morte já tinha se dado a algum tempo, pois o corpo de Jesus permaneceu inerte na mesma posição e o sangue não jorrou como quando se tem um coração pulsante e vivo. E o legionário Longino daria depois seu testemunho a Pilátos, quando chamado a dar sua palavra sobre a morte de Jesus.
Quando as mulheres que estavam ao pé da cruz se deram conta que Jesus já tinha morrido, viram por bem logo providenciar o seu sepultamento por ser véspera da Páscoa. Então Maria de Magdala *(Madalena) mandou a sua serva fiel Sara Kali *(assim alcunhada por ter pele bronzeada) que sempre a acompanhava correr até a casa de José de Arimatéia que também era grande amigo de Maria  de Magdala e contar a ele que Jesus tinha morrido e que precisavam sepultá-lo e pediu que ele fizesse os arranjos necessários. José de Arimatéia que até então tinha se mantido como discípulo oculto de Jesus, e que cedera a própria casa para a ceia secreta de Jesus e seus discípulos, não mais guardou segredo de que era um seguidor de Jesus e correu até Pilatos, e sendo um dos homens mais importantes de Jerusalém e com quem Pilatos se encontrava bastante, foi logo recebido pelo governante romano. José de Arimatéia rogou a Pilatos para que pudesse tirar imediatamente o corpo de Jesus da cruz, e logicamente Pilatos também admirou-se que Jesus tivesse morrido tão rápido e, logicamente, o permitiu, porquanto sua própria mulher Claudia *(Ploca) estava desesperada com a notícia que recebera pouco antes do centurião da morte do homem que considerava um santo milagroso, porquanto ao cumprirem a ordem de quebrarem os joelhos dos condenado pedida pelos sacerdotes judeus, os guardas tinham encontrado Jesus já morto e a morte fora confirmada pelo soldado Longino que lhe enfiara a ponta da lança do lado. Nem mesmo o sacerdote Nicodemus se importou de apresentar-se como afeiçoado a Jesus e junto com José de Arimatéia seguiu para o outeiro levando alguns serviçais para ajudá-los a carregar o corpo de Jesus, porquanto lá com ele só tinham mulheres e não teriam forças para transportar o cadáver. Nicodemus com bom sacerdote levava cem libras da melhor mistura de mirra e aloés, assim como os panos do sudário para envolver o corpo.
Quando chegaram ao outeiro com a ajuda dos guardas romanos baixaram a cruz, e removeram a infame coroa de espinhos da cabeça de Jesus, e os cravos com os quais tinha sido pregado, e dos ferimentos já não vertia mais sangue, pois Jesus estava morto já a cinco horas e já era a undécima hora *(cinco horas da tarde). Os homens colocaram o corpo de Jesus sobre um pano e o carregaram como se fosse uma padiola e o levaram para o sepulcro novo que José de Arimatéia tinha mandado talhar para si mesmo na rocha, que ficava num jardim nas proximidades. Entraram todos ali e depositaram o corpo de Jesus sobre uma pedra lavrada, limparam o corpo e o untaram com a mistura de mirra e aloés para que ficasse purificado, depois o envolveram com um sudário de puro linho. Seguindo a risca todos os costumes para o sepultamento de um rabi. E depois disso, mandaram rolar a pedra sobre o túmulo para o fechar.
E o sol se punha no horizonte, anunciando que aquele longo décimo terceiro dia do mês de Nizan do ano de 3789 chegava finalmente ao seu fim naquele sexto dia da semana, e dia da Preparação Pascal, e no anunciar do dia 14 Nizan, o dia do festejo da Páscoa, o Cordeiro de Deus tinha sido devidamente morto e oferecido em sacrifício como expiação e remissão dos pecados daquela geração da Humanidade. E todos naquela noite em Jerusalém comeram da carne do cordeiro pascal como o faziam desde que tinham saído do Egito e Deus lhes tinha dado o ritual como uma instituição perpétua, para purificação de todo o seu povo escolhido.
E assim as palavras do profeta se cumpriu mais uma vez, tal como o desejo de Deus se manifestara a ele séculos antes:
“Neste monte Ele tirará o véu que vela todos os povos, a cortina que recobre todas as nações e fará desaparecer a morte para sempre. O Senhor Deus enxugará as lágrimas de todas as faces e tirará de toda a terra o opróbrio que pesa sobre o povo porque o Senhor o disse. Naquele dia dirão: Eis nosso Deus do qual esperamos nossa libertação. Congratulemo-nos por seu socorro, porque o braço *(ou mão) do Senhor repousa neste monte.” (Is. 25:7-10)
E disse também:
“Vosso pacto com a Morte será quebrado, vosso entendimento com a morado dos mortos não subsistirá; (…) Porque o Senhor se levantará como no monte Perasim *(Baal-perasim: lugar onde David lutou contra o gigante dos filisteus), e fremirá como no vale de Gabaon *(Josué confiante na vitória rezou a Deus para que sol parasse em cima da cidade de Gabaon, durante a conquista da terra Prometida), para concluir sua obra singular, para executar o seu trabalho, seu trabalho inaudito. Assim, pois cessai de zombar para que os vossos grilhões não se apertem. Porque eu ouvi uma sentença de ruína por ordem do Senhor dos exércitos contra toda a terra.”
(Is.28:18-22)
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