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terça-feira, 29 de dezembro de 2015

JESUS, AMOR & FÉ - 30. JESUS E A SEMENTE DE MOSTARDA

JESUS, AMOR & FÉ *

30. JESUS E A SEMENTE DE MOSTARDA

E, assim, Jesus continuava a falar às pessoas que cercavam a barca em que estava na praia de Cafarnaum:
- O reino de Deus é como o homem que lança a semente à terra. Dorme e levanta-se de noite e de dia, e a semente brota e cresce, sem ele o perceber. Poisa terra por si mesma produz, primeiro a planta, depois a espiga, e por último, o grão abundante na espiga. Quando o fruto amadurecer, ele mete-lhe a foice, pois é chegada a colheita. (Mr. 4:26-29)
O reino de Deus, a Fé que é a manifestação desse reino em nós, é como uma semente plantada no nosso coração, ela está ali enterrada, oculta, e não podemos notar a sua presença. A Fé que se fortalece cresce dia após dia sem que nos apercebamos, pois é o poder de Deus em nós. Então, quando a Fé amadurece e dá seus frutos, só então quando colhemos é que percebemos que são frutos da Fé que havia em nós, a manifestação visível à nossa consciência do Reino de Deus e são frutos produzidos por nós mesmos.
Dizia ainda Jesus:
- A quem compararei o Reino de Deus? Ou, com que parábola o representaremos? É como o grão de mostarda que, quando é semeado, é a menor de todas as sementes, mas, depois de semeado, cresce, torna-se maior que todas as hortaliças e estende de tal modo os seus ramos, que os passarinhos do céu podem se abrigar à sua sombra. (Mr. 4:30-32; Mt. 13:31-32 ; Lc 13:18 e Tomé 20)
Então, ouvindo isso, perguntaram em particular para Jesus:
- Por que não podemos nós também fazermos milagres?
Jesus respondeu-lhes:
- Por causa de vossa falta de fé. Em verdade vos digo, SE TIVERDES FÉ COMO UMA SEMENTE DE MOSTARDA, direis a essa montanha: Transporta-te daqui para lá , e ela irá, e nada vos será impossível. (Mt. 17: 19-20)
Jesus nos mostra ao louvar as qualidades da semente de mostarda, que o que importa não é o “tamanho” da Fé, se é grande ou pequena, o que importa é a qualidade da Fé, a persistência, a perseverança, a firmeza, a coragem, a coragem para lutar contra a adversidade e a vontade de se erguer da maior escuridão debaixo da terra para buscar a luz, e se erguendo para a luz e estando na luz crescer, verdejar, produzir flores, frutas e sementes… e começar tudo de novo. Esse é o exercício da Fé, semear a semente que cresce para semear novamente, ou seja quando aprendemos a fazer uso da Fé em nossas necessidades específicas, e vemos o resultado em pequenas coisas, nós podemos ver a intervenção de Deus, e vendo a intervenção de Deus nas nossas vidas em pequenas coisas nossa Fé cresce e se fortalece, pois colhemos resultados da nossa Fé.
A medida que aprendemos a fazer bom uso da nossa Fé, nós aprendemos que ter Fé é como galgar uma escada degrau após degrau e nesse exercício a nossa Fé se torna forte, musculosa, capaz de suportar maiores esforços que se façam necessários para cumprir nossos destinos. Jesus menciona níveis de Fé diferentes, ele admirou-se e elogiou a Fé do centurião de Cafarnaum, dizendo que tinha uma “grande Fé” e inúmera vezes repreendeu a “pequena Fé” de outros, e inclusive a de seus discípulos, como vimos acima dizendo que lhes “faltava” Fé.
Se a Fé é pouca, é necessário exercitar a Fé para que ela cresça. No início exercitar a Fé pode ser tão desconfortável e tão difícil quanto fazer regime e ir numa academia de ginástica, pode parecer estranho pedir a intervenção de Deus e fazer uso da Fé em coisas corriqueiras do nosso dia a dia, mas é assim que se aprende a fortalecer a ter Fé, mas depois vai se acostumando a ter Fé, para tanto apenas é preciso aprender a pedir com humildade a Deus, e aos poucos vamos sentir a nossa Fé aumentar na mesma medida que a usamos. 
Os psicanalistas poderão dizer que é superstição e que tal costume gera um tipo de dependência. O engraçado é que Sigmund Freud (1859 - 1939), o pai da psicanálise fosse judeu, e soubesse muito bem que a Fé cresce na medida que é praticada. Nesse ponto, Freud prestou um grande desfavor à Humanidade, afastando grande parte dela de Deus, e esse afastamento veio a ter horríveis consequências não só para os judeus, mas para a Humanidade como um todo. Por isso, nesse tempo em que vivemos, é mais do que necessário que consigamos restabelecer uma forte ligação com Deus o que só se poderá dar com o uso da Fé.
Para restabelecer a nossa ligação com Deus, nós devemos seguir o exemplo do homem que tinha um filho epiléptico que os discípulos não tinham conseguido curar e Jesus esbravejando por que seus discípulos não tinham curado o rapaz, disse:
- Ó geração incrédula, até quando estarei convosco? Até quando vos hei de aturar? Traga o seu filho, cá!
O pai do rapaz trouxe o filho e disse à Jesus:
- Se tu podes alguma coisa, ajuda-nos, compadece-te de nós!
Jesus arguiu indignado com a hesitação do homem quanto ao “poder” dele:
- “Se podes alguma coisa”…! TUDO É POSSÍVEL AO QUE CRÊ!
Imediatamente ao ouvir as palavras de Jesus, o homem prostrou-se dizendo:
- CREIO! VEM EM SOCORRO DA MINHA FÉ! SENHOR EU CREIO, FORTALECEI A MINHA FÉ! (Mr. 9-14-29)
E a cura se deu conforme o homem desejava.
Ora, não basta apenas ter Fé é preciso crer, o milagre da revelação do Reino de Deus nas nossas vidas, a manifestação de Deus, é uma energia transitiva, é uma ação de duas mãos, de ida e volta, não funciona apenas de um lado. Por isso que que se fala em “exercício de Fé”, ou a prática diária da Fé que conduz a manifestação de Deus em nossas vidas até nas menores coisas, aprendemos com essa prática a nos entregarmos à Deus, mais do que isso, a fazer a vontade de Deus, deixamos de ser tão egocêntricos, de pensar que o nosso destino está em nossas mãos e fazemos nessa vida apenas o que queremos, aprendemos a ser obedientes, dóceis, mais do que tudo, aprendemos a SERVIR À DEUS, mais do que desejamos por Ele ser servido, e essa transformação em nosso caráter humano já é por si só um milagre imenso, pois antes de curar o corpo é preciso curar a alma de seus males, e uma alma sadia tornará o corpo saudável e forte. A força da Fé dará vigor ao coração e poder à mente, e com essa mudança, passamos a estar em SINTONIA COM DEUS, ai sabemos que o Reino de Deus chegou para nós.

  • Da coletânea de crônicas diárias publicadas no meu  perfil do Facebook  de dezembro/2014 a abril/2015.

sábado, 26 de dezembro de 2015

JESUS, AMOR & FÉ - 29. JESUS, O SEMEADOR

JESUS, AMOR & FÉ *

29. JESUS, O SEMEADOR

Então, Jesus, com aquela paciência de um bom pai de família ia contando parábolas como quem conta contos de fadas, de forma que ensinava e aqueles que ouviam suas palavras aprendiam sem se darem conta disso. Jesus contou outra parábola sobre a semeadura, mas dessa vez foi sobre o trabalho do semeador, e foi com essas palavras que ele falou:
- Um semeador saiu a semear, mas parte das sementes caiu ao longo do caminho e alimentaram os pássaros do céu, que vieram e as comeram, pois elas tinham caído ao acaso e não tinham sido semeadas. Outras sementes caíram por acaso num solo pedregoso, onde não havia muita terra, nasceram logo, mas não conseguiram sobreviver por muito tempo, pois a terra era pouca e não conseguiu deitar suas raízes, então o sol nasceu e as queimou. Outras sementes caíram pelo caminho entre os espinhos, mas os espinhos as sufocaram e não conseguiram germinar. Mas, as que foram semeadas pelos semeador em terra boa: deram frutos, cem por um, sessenta por um e trinta por um.
E como o tempo da semeadura se daria a partir do inicio do outono, que seria em setembro, as pessoas que o ouviam prestavam atenção, pois a semeadura era fundamental para que não viessem a passar fome, pois agora colhiam os grãos e os guardavam no celeiro para comerem durante o inverno. E uma boa colheita dependia principalmente de boas sementes e de um bom terreno, e disso os agricultores que estavam entre aquele povo que ouvia a Jesus à beira do mar em Cafarnaum entendia. Contudo, seus discípulos, em boa parte pescadores pouco ou nada entendiam de agricultura, pois não plantavam nem colhiam, e compravam ou trocavam seus peixes no mercado por outras mercadorias.
Assim, quando encontraram um momento a sós com Jesus pediram que ele explicasse qual era o significado da parábola, e Jesus disse-lhes, com um pouco de impaciência, pois os seus discípulos se portavam como quem ouve com a mente e não com o coração:
- Não entendeis essa parábola? Como entendereis então todas as outras coisas?
E responderam a Jesus:
- Não entendemos porque agora tu falas por parábolas e não mais abertamente…
Jesus respondeu:
- Porque a vós foi dado compreenderem os mistérios do reino dos céus, pois eu os instruo sobre isso todos os dias, mas a eles não. Ao que tem *(Fé) lhe dará e terá em abundância; mas ao que não tem *(Fé), será tirado até mesmo o que tem *(refere-se à Fé primordial que Deus dá para que a alma viva). Eis porque falo em parábolas: Para que vendo não vejam, e ouvindo, não ouçam e nem compreendam. Assim, se cumprirá para eles o que foi dito pelo profeta Isaías: “Ouvireis com vossos ouvidos e não entendereis, olhareis com vossos olhos e não vereis, porque o coração desse povo se endureceu: taparam seus ouvidos e fecharam seus olhos para que os seus olhos não vejam, e seus ouvidos não ouçam, nem seu coração compreenda: para que não se convertam e eu os sare (Isaías 6:9). Mas, quanto a vós, bem-aventurados os vossos olhos porque vêem! Ditosos os seus ouvidos porque ouvem! Eu vos declaro em verdade: muitos profetas e justos desejaram ver o que vêdes e não o viram; ouvir o que ouvis, e não ouviram. 
Os discípulos ouvindo isso ficaram ainda confusos, pois eles também não tinham entendido o significado da parábola, e acharam que deveriam ter entendido, por isso se sentiram decepcionados com a própria ignorância, mas Jesus escutando seus corações, apiedou-se e logo disse a eles:
- Ouvi, pois o significado da parábola do semeador: Quando uma pessoa ouve a palavra do reino dos céus e não a entende, o Maligno *(Satanás) vem e arranca o que foi semeado em seu coração, essas são as sementes que caíram a beira do caminho e os passarinhos comeram. Quando uma pessoa ouve a palavra do reino dos céus e a acolhe com alegria, mas por sua falta de firmeza sobrevindo uma tribulação ou uma perseguição por causa da palavra, logo encontra uma ocasião de queda para desprezá-la, essas são as sementes que caíram em solo pedregoso e não criaram raízes. Quando uma pessoa apesar de ter ouvido bem a palavra e a ter entendido se deixa tomar pelos cuidados do mundo e pela sedução de suas riquezas, que a sufocam e tornam infrutuosa, essas são as sementes que caíram entre os espinhos. Mas, a terra boa em que o semeador semeou, são as pessoas que ouviram a palavra e a entenderam e a compreenderam e por causa da bondade de seus corações a palavra frutificou e prosperou. (Mt. 13:1-23; Mr. 4:1-20; Lc. 12:10 e Tomé 9)
Jesus vendo que mesmo eles sendo seus discípulos tinham dificuldade para compreender o que ele tinha dito, acrescentou mais uma parábola:
- Saibam, o reino dos céus é como uma mulher que carrega um vasilhame de farinha, andando por longo caminho. A alça do vasilhame se quebra e a farinha se espalha atrás dela pelo caminho. Sem dar-se conta, ela ignora o acidente e não se aflige. Chegando em casa, pousou o vaso no chão, e só então se deu conta que estava vazio. (Tomé 97)
Ora, a mulher que carrega o vasilhame é semelhante ao semeador que carrega a sacola de sementes, como o semeador que deixa as sementes por onde passa, ela deixa um rastro de farinha, ao final do caminho uma estará com o vasilhame vazio, da mesma forma o semeador ficou com a sacola sem sementes. Ambos deixaram pelo caminho um rastro de Fé. E o Reino dos céus age assim, se dispersando por onde passa em sabedoria e fé. 
Jesus acrescentou ainda outra parábola a essa, disse ele:
- O reino dos céus é comparado ao fermento que uma mulher toma e mistura em três medidas de farinha e que faz fermentar toda a massa, e depois ela faz grandes pães. Quem tem ouvidos ouça! (Mt. 13:33; Lc 13:20 e Tomé 96)
E Jesus, por isso avisou aos discípulos:
- Mas, eu vos digo, guardai-vos do fermento dos fariseus e dos saduceus, pois a fé deles é hipocrisia, por isso não prosperarão e nem conhecerão o reino dos céus.
Sim, verdadeiramente, a Fé é um mistério, não pode ser comprada, emprestada, adquirida ou fingir que se tenha, a Fé tal como o amor é um estado de Espírito, que existe sem que nos demos conta que ali esteja, da Fé provém a alegria, o contentamento, a confiança e um amor maior, que tudo abarca e permeia. A Fé realmente é a luz do mundo, sem a Fé o mundo seria apenas trevas e escuridão.

  • Da coletânea de crônicas diárias publicadas no meu  perfil do Facebook  de dezembro/2014 a abril/2015.

quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

JESUS, AMOR & FÉ - 28. PARÁBOLA DO REINO DE DEUS: O JOIO

JESUS, AMOR & FÉ *

28. PARÁBOLA DO REINO DE DEUS : O JOIO

Após a discussão sobre o dia de sábado com os fariseus na Sinagoga de Cafarnaum, Jesus deixou de falar abertamente quem era e para o que viera, passando a pregar através de parábolas e assim ensinava aqueles que o ouviam, para que suas palavras tocassem seus corações e entendessem mais com os sentimentos do que com a razão.
Como poderemos perceber ao estudar a vida de Jesus, o período de sua manifestação como Filho de Deus se dá em um ano, apesar que alguns estudiosos queiram atribuir um período de três anos com base no Evangelho de São João. Contudo, considerando as profecias, principalmente a feita pelo profeta Isaías, há respaldo para crer que tudo se deu num período de um ano, o chamado: ANO DA GRAÇA DO SENHOR, que Isaías assim o descreve: "… proclamais um ano de graças da parte do Senhor, um dia de vingança do nosso Deus (Is. 61:1) Lamentai-vos, porque o dia do Senhor, está próximo como uma devastação provocada pelo Todo- Poderoso (Is. 13:6) . Eis que virá o dia do Senhor, dia implacável, de furor e cólera ardente para reduzir a terra a um deserto e dela exterminar os pecadores (Is. 13:9)."
A passagem de Jesus pela Terra Santa também estará sincronizada com as estações do ano, a saber:
- Ao final do inverno, Jesus jejuou no deserto:
- No início da Primavera, abril, ele foi batizado e ungido no rio Jordão, o que deve ter se dado após a Páscoa judáica, a qual ocorre no geralmente ao final do inverno e início da primavera:
- Ele se manifestou a primeira vez na Primavera, tempo em que tradicionalmente aconteciam os casamentos:
- Jesus pregou a beira do Mar da Galiléia durante todo o verão:
- A primavera e o verão são as estações que se dá a colheita dos grãos, como por exemplo o trigo. É o tempo da ceifa;
- No final do verão começa o tempo de colher os frutos e
- O outono e o inverno são o tempo de semeadura do trigo.
Por ora, é o que nos basta saber, para compreender os próximos acontecimentos, principalmente, no que diz respeito aos ensinamentos dados por Jesus nas principais parábolas sobre o Reino de Deus. Jesus começou a falar por parábolas justamente no tempo da colheita do trigo, e foi com a parábola do joio que seus ensinamentos sobre o Reino de Deus, das coisas celestiais, iniciaram-se.
Num certo dia, estando Jesus em Cafarnaum, como deixara de ensinar na sinagoga por causa das discussões que ali tivera,  ele sentou-se a beira do mar da Galiléia, mas sua solitude durou pouco. Logo as pessoas foram chegando e puxando prosa com ele e iam se sentando para ouvi-lo, tantas eram as pessoas que se achegavam que Jesus acabou por entrar dentro de uma barca. Ele subiu na popa e nela se sentou para que todos pudessem vê-lo. E Jesus começou a revelar a natureza do Reino dos céus e assim ele falava a todos:
- O reino dos céus é semelhante a um homem que tinha semeado boa semente em seu campo. Na hora, porém, em que o homem repousava veio o seu inimigo e semeou o joio no meio do trigo e partiu. O trigo cresceu e deu fruto, mas apareceu também o joio *(cuja semente é muito semelhante a do trigo, mas o joio é uma praga e para nada serve). Os servidores do pai de família vieram e disseram-lhe: “Senhor, não semeaste bom trigo em teu campo? Donde veio, pois o joio?” Disse-lhe o senhor da terra: “Foi um inimigo que fez isso para prejudicar minha colheita!” Replicaram-lhe os servidores: “Queres que vamos lá e arranquemos o joio?”. O pai de família disse: “Não, de modo nenhum. Pois, se arrancares o joio poderás arrancar o trigo também *(já que o trigo e o joio quando brotam ainda são muito semelhantes e fica difícil distinguir um do outro). Deixai-os crescer juntos até a colheita . No tempo da colheita, direi aos ceifadores para arrancarem primeiro o joio e o atem em feixes para o queimar, enquanto o trigo recolherei ao meu celeiro. (Mt. 13:24-29)
Mais tarde, os seus discípulos perguntariam a Jesus o significado oculto dessa parábola, e sentados em casa agrupados ao redor de Jesus como crianças reunidas ao redor de um pai de família, Jesus lhes ensinou, dizendo:
- O homem que semeia a boa semente é o Filho do Homem. As sementes são as palavras que saem da minha boca. O campo é o mundo. O trigo são os filhos do reino de Deus. O inimigo que semeia a má semente é Satanás, pois ensina o que é mentira, logo o joio são os filhos do Maligno. A colheita é o fim do mundo. Os ceifadores são os anjos, que recolherão os maus primeiro para destruí-los e depois colherão os bons para Deus, assim será o fim do mundo. O Filho do Homem enviará seus anjos que retirarão do seu reino todos os responsáveis por escândalos e todos os que fazem mal e os lançará a destruição. Então, os justos resplandecerão como o sol no Reino de Deus. (Mt. 13;36-43)
Essa parábola só se encontra no Evangelho de São Mateus, todavia em 1945, quando lavradores escavavam num velho cemitério de Nag Hammadi, no Egito, encontraram alguns potes de barro com manuscrito em caracteres coptas. Parte desses papiros encadernados em couro foi usado pelos colonos ignorantes para acender fogo; mas por milagre uma parte foi salva e vendida e foi parar no museu do Cairo, onde esses manuscritos foram guardados por 11 anos, sem que ninguém lhes desse importância. Mais tarde, quando finalmente em 1956, peritos examinaram cientificamente esses documentos, verificaram que além dos outros manuscritos, esses papiros continham o Evangelho de São Tomé, até então desconhecido, e que era uma cópia do original que remontava ao século II da nossa era. A primeira tradução desse Evangelho de São Tomé, que se constitui de frases e aforismos, foi feita em Paris em 1959, a coleção com a traduções de todos os textos de Nag Hammadi, só foi feita em Paris, em 1984, mas continuam sendo objeto de estudo até os dias de hoje.
Pois bem, no Evangelho de São Tomé, essa parábola do joio esta escrita no item 57, da seguinte maneira:
“Jesus disse: O Reino do Pai se assemelha ao homem que tinha (boa) semente. Seu inimigo veio durante a noite semeou joio por cima da boa semente. O homem não deixou que (os servos) arrancassem o joio. Ele lhes disse: “Temo que vós acabeis arrancando o joio (e) também o trigo junto com ele, com efeito, no dia da colheita, as ervas más aparecerão, então, as arrancaremos e as queimaremos.”
Eu pessoalmente gosto dessa versão sintética, que me parece tão mais usual na maneira de Jesus falar, sempre simples e indo direta mente ao ponto, revelando na sua síntese uma incrível sabedoria.
Se Mateus deu uma versão macro cósmica da parábola, essa de São Tomé inspira uma visão micro cósmica. Tal como Jesus demonstra em seu ensinamento no pequeno está o grande, no grande está o pequeno, quem é justo no pouco será justo no muito. Portanto, a essa parábola podemos dar uma visão micro, mais pessoal e individual, onde coloca a pessoa como centro do mundo, pois toda pessoa trás um próprio mundo em si. Cada pessoa é um campo fértil onde Deus semeia as sementes de sua sabedoria, assim do mesmo modo que Deus, Jesus semeia a sabedoria de suas palavras no coração das pessoas.
Porém, como todos nós sabemos, junto com o bom conhecimento que adquirimos das boas sementes de sabedoria divina, de alguma maneira inexplicável a má semente dos ensinamentos malignos também são semeados no coração e na mente humana. A princípio é muito difícil distinguir entre o bem e o mal, todo estudioso se detém para se perguntar o que é o bem e o que é o mal, fazendo isso ponto do estudo fundamental de todos os filósofos que já passaram pela face da terra. De modo geral todos concordam que só com a passagem do tempo se poderá demonstrar o que é um bem e o que um mal, só quando o bem e o mal estão manifestos inteiramente se pode distinguir entre o bem e o mal, antes disso é simplesmente pura especulação e muito difícil mesmo a distinção entre ambos.
Portanto na mente e no coração de uma pessoas as palavras são semeadas, semeando sementes do bem e do mal, até que chega-se à maturidade, tempo em que o conhecimento adquirido começa a dar seus frutos, tempo em que também a pessoa de bom senso começa a separar o bom conhecimento daquele que é nocivo. Essa pessoa de bom senso então vai agir para eliminar tudo o que houver de ruim em seus pensamentos e sentimentos, fazendo uma verdadeira “faxina”, ela literalmente vai rejeitar tudo aquilo que a afasta de Deus e com o auxílio da Fé e da interferência benéfica de seres angelicais, poderá limpar-se e estando limpa manifestará nela a luz da sabedoria de Deus. Simples assim.
De modo que podemos dizer que todo conhecimento adquirido enquanto estamos no mundo faz parte da nossa natureza mundana, contudo do momento que somos capazes de distinguir o bem do mal, cabe a nossa natureza angelical, de filhos de Deus, separar o joio do trigo plantados nas nossas consciências e sentimentos, para que possamos ser luminosos tal como Deus nos concebeu, e nisso reside o livre arbítrio que nos foi dado por Deus e amá-lo acima de todas as coisas e O amando, amamos o próximo como a nós mesmos, desde que no próximo possamos ver um pouco da luz que também há em nós, pois quem ama a Deus por instinto rejeita o mal e jamais amará o mal.
Na maturidade de um ser humano se dá a distinção de sua real condição no mundo, ou será joio ou será trigo, e isso nos remete à parábola conforme está redigida no Evangelho de São Mateus, de modo que o que aconteceu no micro cosmos também acontecerá no macro cosmos. E assim procede o pensamento de Deus, no pequeno ou no grande a lei que rege será a mesma, e isso se faz maravilhoso aos nossos olhos! E juntando os ensinamentos das duas fica simples assim: no final dos tempos os ensinamentos de Jesus e os ensinamento de Satanás se refletirão nas pessoas, e os que receberam e guardaram os ensinamentos de Jesus estarão iluminados e os que guardaram os ensinamentos de Satanás, não terão luz nenhuma, e os que não tiverem luz em si serão colhidos e destruídos e os que tiverem luz estarão com Jesus na renovação de todas as coisas e terão a vida eterna, terão sido restaurados a condição de perfeição humana de quando Deus criou a Adão, seremos todos como JESUS, deuses-humanos de verdade!!!

  • Da coletânea de crônicas diárias publicadas no meu  perfil do Facebook  de dezembro/2014 a abril/2015.

sábado, 19 de dezembro de 2015

JESUS, AMOR & FÉ - 27. JESUS E O RENOVO DA LEI DO SÉTIMO DIA

JESUS, AMOR & FÉ *

27. JESUS E O RENOVO DA LEI DO SÉTIMO DIA

"JESUS FAZIA MILAGRES NO DIA DE SÁBADO.
OS JUDEUS E FARISEUS O CRITICAVAM POR ISSO.
JESUS RESPONDEU A ELES
- MEUS PAI CONTINUA TRABALHANDO ATÉ AGORA, E EU TAMBÉM ESTOU TRABALHANDO!"
(Jo 5: 9-17)
No Decálogo *(os dez mandamentos) que Deus deu a Moisés, o terceiro mandamento diz:
“Lembra-te de santificar o dia de sábado. Trabalharás durante seis dias e farás toda a tua obra. Mas, no sétimo dia, que é um repouso em honra do Senhor, teu Deus, não farás trabalho algum… (…) Porque em seis dias o Senhor fez o céu, a terra, o mar e tudo o que contêm e repousou no sétimo dia; por isso o Senhor abençoou o dia de sábado e o consagrou. “ (Êxodo. 20:8-11) Moisés mais adiante dará uma conotação de ritual religioso com intenção de através desse ritual estabelecer uma aliança entre os judeus e Deus, pois pela repetição de um comportamento se constitui uma tradição cultural que dá característica a um grupo social ou povo.
Moisés, pois, escreveu: “Disse mais o Senhor a Moisés: Tu, pois, falarás aos filhos de Israel, e lhes dirás: Certamente guardareis os meus sábados; pois é o sinal entre mim e vós nas vossas gerações; para que saibas que eu sou o Senhor, que vos santifica. Portanto, guardareis o sábado porque é santo para vós outros: aquele que o profanar, morrerá, pois qualquer que nele fizer alguma obra morrerá. Pelo que os filhos de Israel guardarão o sábado, celebrando-o por aliança perpétua nas suas gerações. Entre mim e os filhos de Israel é sinal para sempre; porque em seis dias fez o Senhor os céus e a terra, e ao sétimo dia descansou e tomou alento. E tendo acabado de falar com ele no monte Sinai, deu a Moisés as duas tábuas do testemunho, tábuas de pedra, escritas pelo dedo de Deus.” (Êxodo 31: 12-18)
Todavia, esse preceito parecia estar fadado a ser em certas ocasiões desconsiderado até pelo o temível Senhor dos exércitos. Tendo em vista que por ocasião da conquista de Jericó, para derrubar as muralhas que tornavam a cidade inexpugnável, o repouso obrigatório do dia de sábado foi assim esquecido. Está escrito no Livro de Josué: “Jericó, cidade murada, tinha-se fechado diante dos israelitas, ninguém saia dela, ninguém entrava. O Senhor disse a Josué: “Vê: te entregarei Jericó, seu rei e seus valentes guerreiros. Dai a volta à cidade, vós todos os homens de guerra; contornai toda a cidade uma vez. Assim farás por seis dias. Sete sacerdotes tocando sete trombetas, irão adiante da arca. No SÉTIMO DIA dareis sete voltas em torno da cidade, tocando os sacerdotes as trombetas. Quando o som da trombeta for mais forte e ouvirdes a sua voz todo o povo soltará um grande clamor e a muralha da cidade desabará. Então o povo tomará a cidade de assalto, cada um no lugar que lhe ficar defronte.”(Josué 6:1-5)
De modo que se pode deduzir que esta “Lei” do sábado era um ritual dado por Deus especialmente aos judeus para mantê-los ligados à  Sua memória através de um ritual e tradição de seus atos. Ora, se o próprio Deus abriu uma exceção à Lei, é que ela está sujeita em seu cumprimento ao bom senso na sua aplicação.
Em seu sermão da montanha Jesus logo anunciou que tinha vindo não para mudar a Lei *(o Torá ou o Pentateuco) nem as palavras dos profetas, mas sim para levar esses ensinamentos à perfeição (Mt. 5-17). Jesus não prega a abolição de nenhuma Lei dada por Moisés. Jesus propôs uma mudança no conceito de repouso e “inatividade” imposto por Moisés. Jesus não via muito sentido na interpretação dos judeus a este mandamento, já que Deus continua a trabalhar todos os dias. O processo da criação divina não para a sua atividade natural para glorificar o seu Criador com nenhuma forma de "descanso". Mais uma vez o entendimento humano obscurece a clareza do entendimento da sabedoria divina, pois como está escrito em Isaías, disse o Senhor: “Pois os meus pensamentos não são os vossos, e vosso modo de agir não são os meus.” (Is. 55:8)
Assim aconteceu que um dia, que Jesus com seus discípulos atravessavam um campo de trigo num dia de sábado. E seus discípulos tendo fome iam arrancando as espigas e debulhava-as com as mãos e comiam os grãos. Quando os fariseus viram isso, logo foram dizendo que isso não podia ser feito no dia de sábado, pois era um mandamento do Decálogo que Deus dera para Moisés. Jesus lhes retrucou:
- Não lestes que Davi estando com fome e não tendo pães comuns, o sacerdote deu a ele os pães sagrados reservados aos sacerdote para alimentar a si e aos seus amigos? Ora nem a ele e nem a seus companheiros era permitido comerem esses pães sagrados. Não lestes na Lei que nos dias de sábado, os sacerdotes transgridem no templo o descanso do sábado e não se tronam culpados? Ora, eu vos declaro que aqui está quem é maior que o templo. Se compreendêsseis o sentido desta palavra: QUERO MISERICÓRDIA E NÃO SACRIFÍCIO … (Oséias 6:6) NÃO CONDENARIAS OS INOCENTES! Porque o Filho do Homem também é o Senhor do sábado. O sábado foi feito para o homem e não o homem para o sábado.
Partindo dali, Jesus entrou na sinagoga de Cafarnaum, e atrás dele o seguiam tanto os seus discípulos como os fariseus que buscavam pegá-lo em erro em seus atos e palavras. Chegando lá Jesus viu um homem que rezava e tinha uma das suas mãos mirrada. E alguém perguntou a Jesus:
- É permitido curar no dia de sábado?
E a pergunta foi feita para poder acusá-lo de pecar. Jesus, sabia das más intenções de seu adversário, e perguntou-lhe:
- Há alguém entre vós que, tendo uma única ovelha e se esta cair num poço no dia de sábado, não irá a procurar, a retirar do poço e salvar a sua vida? Não vale o homem muito mais que uma ovelha? É pois permitido fazer o bem ou o mal no dia de sábado? Salvar uma vida ou matar?
Mas, ninguém respondeu a Jesus.
Então, Jesus lançou um olhar indignado sobre aqueles homens, contrariado com a dureza de seus corações. Disse então ao homem da mão seca:
- Estenda a sua mão!
E o homem a estendeu e no mesmo instante a mão tornou-se sã e perfeita como se nunca tivesse sido atacada de nenhum mal.
Os fariseus retiraram-se da sinagoga indignados e passaram conspirar uma maneira de matar Jesus, e Jesus perscrutando seus corações, o soube e afastou-se daquele lugar e não voltou mais à sinagoga de Cafarnaum.
Nessa passagem Jesus ensinou o quão é necessário o uso do discernimento e na aplicação da lei para que a justiça seja realmente praticada. Não é porque uma lei foi escrita, deliberada e assentada pela tradição que ela deva permanecer imutável com a passagem dos tempos e a evolução da sociedade. Antes de praticar a justiça o julgamento deve ser justo, e para ser justo tem que ser balizado pelo bom senso na sua aplicação, considerando as circunstancias que originou a sua violação, isto é misericórdia, e na falta de misericórdia no julgamento, é mais do que provável que inocentes venham por esta lei a serem julgados e condenados injustamente.
Jesus não violou a Lei do sábado, mas sim deu a ela um novo significado, tirando o que fora mal interpretado e acrescentado indevidamente ao mandamento dado por Deus pelas mãos humanas. Assim a Lei do sábado ganhou de Jesus uma nova concepção luminosa, que a revestiu de misericórdia, porquanto admitia todo bem e tudo que fosse bom deveria ser praticado no sábado, dia em que todo mal e aquilo que afasta de Deus deveria ser rejeitado. Ou seja, que ao menos um dia em sete dias, uma pessoa se dedicasse unicamente a fazer o bem, e rejeitando todo o mal, de modo que estaria verdadeiramente dando um "descanso", uma trégua, a constante luta entre o bem e o mal que infelizmente permeia e faz parte da existência neste mundo. VIVA PARA FAZER O BEM AO MENOS UM DIA POR SEMANA, DESCANSE DO MAL AO MENOS NO SÉTIMO DIA. Será que é tão difícil de entender?
  • Da coletânea de crônicas diárias publicadas no meu  perfil do Facebook  de dezembro/2014 a abril/2015.

domingo, 13 de dezembro de 2015

JESUS, AMOR & FÉ - 26. O REINO DE DEUS ESTÁ DENTRO DE VÓS!

JESUS, AMOR & FÉ *

26. O REINO DE DEUS ESTÁ DENTRO DE VÓS!

“O Reino de Deus não virá de um modo ostensivo. Nem se dirá: Ei-lo aqui; ou Ei-lo ali. Pois O REINO DE DEUS JÁ ESTÁ DENTRO DE VÓS, ISTO É, DENTRO DOS VOSSOS CORAÇÕES.” (Lc 17: 20-21)
Um dia Jesus disse: “Todo aquele que procura salvar a sua vida, perdê-la-á; mas todo o que a perder, a encontrará.” (Lc. 17:33) Ora, Jesus com esta frase descreveu perfeitamente o neófito, aquele que acabou de nascer pelo Espírito Santo, aquele que nasceu de novo. Pois, aquele que está buscando a salvação de sua vida, já está em seu sofrimento seja físico, psicológico ou espiritual, ou até as três condições juntas, conhecendo a transformação que a resiliência e a busca da sobrevivência trás. Podemos ver no mundo muito sofrimento, mas se olharmos com atenção veremos muito mais superação. E quem quer que tenha descido aos infernos e tenha retornado é um sobrevivente, e todo sobrevivente é um renascido espiritualmente. Portanto pode parecer um paradoxo é preciso que se sofra com a perda de um status na vida, para que o perdendo se possa encontrar o verdadeiro significado da vida, a vida verdadeira. E a vida verdadeira é fazer a vontade de Deus e ter a FÉ no coração. Pois a FÉ é o verdadeiro REINO DE DEUS!!! Só assim é possível haver paz na Terra como no Céu!
Nada existiria nesse mundo se não tivesse a chama da FÉ para inspirar a vida, sem FÉ nada sobreviveria. Todos os seres vivos possuem FÉ, até o nosso planeta Terra possui FÉ, se não possuíssem FÉ não poderiam existir. Eis porque A FÉ É O REINO DE DEUS, A FÉ É A SABEDORIA DE DEUS QUE AGE EM EM TODA OBRA DE SUA CRIAÇÃO!!! Portanto, FÉ não é algo que se adquire por algum preço, pois é dada por Deus, toda chama de vida possui o sopro da Fé de Deus, contudo a partir do recebimento da centelha da Fé estará na responsabilidade do ente vivo fortificar ou enfraquecer a Fé que recebeu, poderá até chegar a não ter mais Fé nenhuma em si, e esse estado o tornará um ser inútil, que apesar de estar aparentemente vivo está morto por dentro, tudo dependera muito das circunstâncias existências e de sua capacidade própria de superação, sobrevivência e resiliência de cada ser vivo.
Um dia Jesus estando na sinagoga de Cafarnaum iniciou a dar os seus ensinamentos sobre o “Reino de Deus” , mesmo que os homens que ali estavam fossem iniciados em sabedoria, infelizmente eram apegados a um conceito por demais materialista da vida e pouco ou quase nada entendiam da sabedoria divina, e Jesus percebeu que teria que lhes falar de uma maneira que despertasse seus corações para um novo entendimento. Então, Jesus dizia:
- Em verdade vos digo que o Filho por si mesmo não pode fazer milagre nenhum ou coisa alguma. Ele só faz o que vê fazer o Pai, mas tudo o que o Pai faz semelhantemente lhe faz o Filho. Pois o Pai ama o Filho e mostra-lhe tudo o que faz e maiores obra fará para que ficais admirados e acrediteis. Com efeito, tal como o pai ressuscita os mortos e lhes dá vida, assim também o Filho dá a vida a quem ele quer.
Assim, Jesus justificava a necessidade dos milagres para que crendo fortalecessem a Fé. E continuou dizendo:
- Assim também o Pai não julga ninguém, mas entregou todo o julgamento ao Filho; deste modo todos devem honrar o Filho, bem como honram o Pai. Aquele que não honra o Filho, não honra o Pai que o enviou.
Naturalmente, que seria necessário que aqueles judeus acreditassem que Jesus era mesmo o Filho de Deus, o Messias, o que na verdade havia muita relutância para se aceitar, crer e ter confiança e Fé entre aqueles a quem Jesus estava a falar, mesmo assim Jesus prosseguiu abrindo-lhes o entendimento dizendo:
- Em verdade, em verdade vos digo, quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna e não incorre na condenação mas, passou da morte para a vida. Vós perscrutais as Escrituras, julgando encontrar nelas a vida eterna. … E não a palavra de Deus permanente em vós, pois não credes naquele em mim que Ele vos enviou…Pois bem! São elas mesmas que dão testemunho de mim. E vós não quereis vir a mim para que tenhais vida… Não espero que a minha glória venha dos homens, pois sei que não tendes em vós mais o amor de Deus, a Fé que Ele vos deu desde o nascimento, vós a perdeste, sois homens sem Fé! Vim em nome do meu Pai, mas vós não me recebeis. SE VIER OUTRO EM SEU PRÓPRIO NOME, HAVEIS DE RECEBÊ-LO… De fato, como podeis crer e ter fé, vós que recebeis apenas a glória uns dos outros e não buscais a glória que é só de vosso Deus? Se crêsseis em Moisés também creríeis em mim! Se não acreditais nos vossos escritos das Escrituras, como acreditareis nas minhas palavras?
Então perguntaram a Jesus:
- Que faremos para praticar as obras de Deus?
E ele lhes respondeu assim:
- A obra de Deus é esta: que creiais naquele que ele enviou.
Perguntaram-lhe então:
- Que milagre de Deus que fazes tu para que vejamos e acreditemos em ti? Nossos pais comeram o maná no deserto segundo o que está escrito: “Deus-lhes de comer o pão vindo do céu (Salmo 77,24).”
Jesus, abismado com a falta de Fé daquela gente respondeu com autoridade na voz:
- Moisés não vos deu o pão do céu, mas o meu Pai é quem vos dá o verdadeiro pão do céu; porque o pão de Deus é o pão que desce do céu e dá vida ao mundo *(pois pão da vida Deus que vivifica e alimenta é a Fé).
Ao ouvirem as palavras de Jesus todos que ali estavam disseram em uma só voz em súplica:
- Senhor, dá-nos sempre deste pão!
Jesus replicou, em tom duro, pois sabia que assim pediam apenas por interesse em terem a vida eterna e queriam que Jesus fizesse um milagre para eles acreditarem:
- EU SOU O PÃO DA VIDA: aquele que vem a mim não terá fome, e aquele que crê em mim jamais terá sede. Mas, já vos disse: Vós me vêdes e não cres… Todo aquele que o Pai me dá virá a mim; e o que vem a mim, dele não desistirei e não o lançarei fora. Pois não desci do céu para fazer a minha vontade, mas a vontade de Deus que me enviou. Esta é a vontade do Pai, que todo que tiver Fé, mesmo que pequena e creia em que Ele enviou tenha a vida eterna.
E os judeus ficaram murmurando entre si, sobre o que ele dissera:
- Como diz ele ser o “pão que desceu do céu”?
- Porventura não é ele Jesus filho de José, cujo pai e a mãe eu conhecia?
- Como pois ele diz: “desci do céu”?
Ouvindo-os Jesus os repreendeu:
- Não murmurei entre vós! Está escrito nos profetas: Todos serão ensinados por Deus (Is. 54-13). Assim, todo aquele que ouviu o Pai e foi por ele instruído, vem a mim. Em verdade vos digo quem crê em mim tem a vida eterna porque tem Fé. Eu sou o pão da vida, a Fé viva. Eu sou o pão vivo, a Fé viva que desci do céu! Por isso digo: Eu sou o pão vivo que desci do céu. Quem comer desse pão viverá eternamente. E o pão que eu hei de dar, é a minha carne para a salvação do mundo.
Ouvindo essas palavras os judeus ficaram escandalizados e começaram a discutir:
- Como pode esse homem dizer que dará de comer a sua própria carne? Por ventura somos nós pecadores que comemos a carne de outro homem?
Certamente os judeus que ali estavam tinham se esquecido de um episódio na vida de Abraão, talvez em razão das poucas palavras da breve narrativa, mas cuja importância é fundamental pois trata da conversão de Abraão para a fé no Deus Altíssimo. Ora está escrito no Gênesis:
“Voltando Abraão da derrota de Codorlomor e seus reis aliados, o rei de Sodoma saiu-lhe ao encontro no vale de Savé, que o o vale do rei.
MÉLQUISEDEQUE, rei de Salem e SACERDOTE DE DEUS ALTÍSSIMO MANDOU TRAZER PÃO E VINHO, e abençoou Abraão dizendo: “Bendito seja Abraão pelo DEUS ALTÍSSIMO QUE O CRIOU O CÉU E A TERRA! Bendito seja Deus Altíssimo que entregou os teus inimigos em tuas mãos!” E Abraão deu-lhe o dízimo de tudo. (Gên. 14:17-20) No Capítulo 15 do Gênesis é apresentada a conversão de Abraão ao Deus Altíssimo e a visão que ele teve onde estabeleceu uma aliança com Deus, a quem Abraão chamou pela primeira vez de JAVÉ, de originou-se a promessa que daria a ele um descendente como a chamada TERRA PROMETIDA. 
Então que se entenda que o corpo de Jesus era como o invólucro da sabedoria divina de Deus, o pão da vida que alimenta o conhecimento e o sangue, tal como vimos antes seria beber da alma divina que vivifica, ou seja, o corpo de Deus da energia de Fé que tudo dá a vida, e ter por conseguinte a vida eterna, através do nascimento espiritual, pois aquele que nasce do Espírito Santo de Deus possui a vida eterna em seu Espírito.
Ouvindo a confusão que suas palavras mal interpretadas ocasionaram, pois falara das coisas celestiais e os judeus as interpretaram como coisas terrenas, Jesus tentou explicar melhor para que entendessem o que ele queria falar:
- Se não comerdes a carne do Filho do Homem, e não beberdes do seu sangue não tereis a vida em vós mesmos, não tereis a Fé que devem ter. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna. Pois a minha carne é verdadeiramente uma comida e o meu sangue é verdadeiramente uma bebida. Ora, quem come da minha carne e bebe do meu sangue permanece em mim e eu nele, do mesmo modo que o Pai que me enviou vive em mim e eu vivo no Pai, pois compartilhamos as nossas substâncias de vida e conhecimento. Do mesmo modo que meu Pai vive eu vivo através do Pai, o mesmo vai acontecer com aquele que comer da minha carne e beber do meu sangue, pois compartilharemos com ele a nossa substância de Fé e o nosso conhecimento. Ele estará comigo e o Pai e nós estaremos nele. Este é o pão que desceu do céu, não como o maná que foi dado aos seus pais que comeram daquele pão e morreram. Quem comer desse pão que eu vos ofereço viverá eternamente.
Tal foi o ensinamento de Jesus na Sinagoga de Cafarnaum, que muitos dos seus discípulos que o ouviram ficaram perplexos e disseram:
- Isso é muito duro!
- Quem pode admitir tal coisa?
Ouvindo os murmúrios deles Jesus perguntou-lhes com uma certa ironia na voz:
- Isto vos escandaliza? Como será então quando virdes subir o Filho do Homem para onde ele estava antes? … O ESPÍRITO É O QUE VIVIFICA, a carne de nada serve. AS PALAVRAS QUE VOS TENHO DITO SÃO O ESPÍRITO DA VIDA *(Os ensinamentos de Fé é que vivificam a vida terrena na carne do crente, dando-lhe um nascimento espiritual que dará a vida eterna na comunhão como Espírito Santo). Mas, há alguns entre vós que não crêem… Por isso vos disse: Ninguém pode vir a mim se por meu Pai não lhe for concedido.”
Vendo que alguns daqueles que o seguiam por ali preferiram se retiraram e preferiram não mais andar com ele, Jesus perguntou aos que estavam mais próximo deles:
- Quereis vós também retirar-vos?
Respondeu-lhe Simão Pedro:
- A quem iríamos nós? Tu tens as palavras da vida eterna. E nós cremos e sabemos que tu és o Santo de Deus! O Messias consagrado por Deus para o estabelecimento do Reino de Deus!
Ao ouvir Pedro, Jesus sorriu intimamente e disse aos outros:
- Não vos escolhi eu todos os doze? Contudo um de vós é um demônio!…
Jesus se referia a Judas Iscariotes, o qual sabia que iria o trair e o entregar ao sacrifício, pois deste o começo assim fora predestinado que assim o fizesse, para que as profecias se cumprissem e muitos acreditassem e convertessem os seus corações à Deus. (Jo 5:19-47 e Jo 6:26-71)
Assim o Reino de Deus é a Fé na sabedoria divina que impregna os conhecimentos dados por Jesus que por isso é comumente como a “DOUTRINA DA FÉ”, mas um conhecimento que não pode ser entendido segundo os padrões terrenos e que é preciso abrir a mente para aceitar o que está além da sua limitadora concepção da realidade, que em grande parte sob a luz da Fé não passa essa de uma ilusão transitória, pois a condição espiritual seria transcendente quando ligada ao Espírito Santo de Deus. Mas, em vista da dificuldade da compreensão vigente naquela época para as coisas do espírito e celestial, Jesus prudentemente passou a falar em parábolas, para que as pessoas ouvindo pudessem entender mais com os seus corações do que com a mente que os impedia de ter Fé. Destarte, que mesmo em nossos dias é difícil aceitar que o espírito vindo de Deus, é o próprio reino de Deus, que habita no corpo físico e a ele dá vida, come da carne e bebe do sangue que o sustento. Porquanto, o espírito é tal uma chama da vela que queima e ilumina a alma, mas consome a cera da vela até que ela finde. Se hoje isso assombra ainda, imaginem no tempo de Jesus!!! 

  • Da coletânea de crônicas diárias publicadas no meu  perfil do Facebook  de dezembro/2014 a abril/2015.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

JESUS, AMOR & FÉ - 25. JESUS FORMA SEUS LÍDERES

JESUS, AMOR & FÉ *

25. JESUS FORMA SEUS LÍDERES

“Naquele dia o Senhor ferirá com sua espada pesada grande e forte, Leviatã, o dragão fugaz, Leviatã, o dragão tortuoso; e matará o dragão que está no mar. “ (Is. 27: 1)
“Porque aqui está o que disse o Senhor Deus, o Santo de Israel: “É na conversão e na calma que está a vossa salvação; é no repouso e na confiança que reside a vossa força.”(Is. 30:15)
“… nada temas porque eu estou contigo, não lances olhares desesperados, pois eu sou seu Deus; eu te fortaleço, e venho em teu socorro, eu te amparo com a minha destra vitoriosa.”(Is. 41:10)
“Pois eu, o Senhor, teu Deus, eu te seguro pela mão, e te digo: “Nada temas, eu venho em teu auxílio. Portanto, nada de medo, Jacó, pobre vermezinho, Israel, mísero inseto. Sou eu quem venho em teu auxílio, diz o Senhor, teu Redentor, é o Santo de Israel(* Messias).” (Is. 41: 13-14)
“E agora, eis o que diz o Senhor, aquele que te criou e te formou Israel: NADA TEMAS, POIS EU TE RESGATO, EU TE CHAMO PELO NOME, ÉS MEU. SE TIVERDES QUE ATRAVESSAR A ÁGUA ESTAREI CONTIGO… AS ÁGUAS NÃO TE SUBMERGIRÃO... Porque és precioso aos meus olhos, porque eu te aprecio, e TE AMO, permuto reinos por ti, entrego nações em troca de ti, ESTEJAS TRANQUILO, POIS ESTOU CONTIGO.” (Is. 43:1-5)
Essas passagens do profeta Isaías revelam o motivo pelo qual Jesus desceu das montanhas onde era sua residência em Nazaré e instalou-se a beira do mar da Galiléia e fez da residência da sogra de Pedro o seu quartel-general. É durante sua estadia em Cafarnaum  que acontecem inúmeros relatos dos confrontos de Jesus com pessoas possuídas por demônios, por ele libertadas de semelhante sofrimento pelo exorcismo, o que causou uma tremenda polemica, pois enquanto o povo dizia que Jesus seria o Messias, os fariseus diziam que ele expulsava os demônios em nome de Belzebu *(outro nome para Satanás).
Um dia Jesus estava chegando na residência onde era hóspede em Cafarnaum, quando muita gente afluiu à casa, tanta que Jesus nem conseguia mais se alimentar. Quando os seus viram isso saíram para reter as pessoas que o assolavam com pedidos, e disseram a elas:
- Ele está exausto, quase fora de si *(desmaiando). (Mr. 3:20-21)
Mas, Jesus que ouvira o murmúrio dos fariseus, estava, sim, lívido de raiva por conta da blasfêmia que saia de suas bocas, então Jesus disse severo à eles:
-Todo reino dividido contra si mesmo será destruído. Toda cidade, toda casa dividida contra si não pode subsistir. Se Satanás expele Satanás, está dividido contra si mesmo. Como, pois subsistirá os seu reino? E, se eu expulso o d demônios por Belzebu, por quem vossos filhos os expulsam? Por isso, eles mesmos serão seus juízes.
E os fariseus ficaram pálidos ao ouvirem isso, pois Jesus os acusava de serem discípulos de Satanás. E Jesus, não se deteve frente as expressões de escandalizados dos seus acusadores. Sua voz se ergueu ainda mais dura e forte, fazendo cair suas palavras como uma espada sobre a cabeça deles:
- Mas, se é pelo Espírito de Deus que expulso os demônios, então chegou para vós o reino de Deus. Como pode alguém penetrar na casa de um homem forte e roubar-lhe os bens sem ter primeiro o amarrado? Só então sua casa poderá ser roubada. Quem não está comigo, está contra mim, e quem não está comigo espalha.
E dirigindo um olhar fuzilante aos fariseus lhes disse:
- Por isso eu vos aviso: Todo pecado e toda blasfêmia serão perdoados ao ser humano; mas a blasfêmia contra o Espírito, isto é atribuir por maldade aos demônios obras boas, que são em verdade manifestamente do Espírito Santo, não lhes será perdoada.
Os fariseus acompanhados de alguns escribas foram arrogantes, tentaram à Jesus, provando a maldade existente em seus corações, desafiando Jesus justo no aviso que lhes tinha dado:
- Mestre, quiséramos ver-te fazer um milagre…
Falaram isso porque queriam que Jesus lhes desse um sinal confirmando que era o Messias. Mas Jesus lhes disse:
- Esta geração adúltera e perversa pede um sinal! Mas, não lhe será dado outro sinal que aquele do profeta Jonas que esteve três dias e três noites no ventre da baleia, o Filho do Homem ficará três dias e três noites no seio da terra. No dia do juízo, os ninívitas que testemunharam o sinal de Jonas levantarão com essa geração e a condenarão, porque eles fizeram penitência à voz de Jonas. Ora, aqui está quem é mais do que Jonas! No dia do juízo, a rainha do Sul, a rainha do Meio-dia se levantará com essa geração e a condenará, porque veio dos confins da terra para aprender a sabedoria de Salomão. Ora, aqui está quem é mais do que Salomão.
Ouvindo as palavras trovejantes de Jesus, sua mãe e seus irmão acorreram fora da casa, pois estavam preocupados e pediram para ele entrar, pois temiam por sua saúde e desejavam que ele se alimentasse, mas Jesus não estava de bom humor, nem mesmo para receber os cuidados amorosos de seus familiares, tal era o seu empenho e dedicação em defesa do ao ministério, de forma que apontando para aqueles que estavam à sua volta a ouvir suas palavras disse:
- Aqueles que ouvem a palavra de Deus e a obedecem , todo aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos céus, esse também é meu irmão e minha irmã e minha mãe. ( Mt 12:24-49)
Ora, quem estava ali eram os fariseus e seus seguidores, que não acreditavam e nem ouviam a Jesus. Assim, Jesus encerrou a conversa com um proverbial tapa com luva de pelica e acompanhou sua mãe e entrou dentro da casa para se alimentar e descansar, portanto que ninguém levante a falsa hipótese que Jesus não respeitasse sua mãe, pois ela sempre foi a pessoa mais amada em seu coração e esse seu amor se estendia a todos seus familiares.
Naqueles dias de suas estadia em Cafarnaum, numa certa tarde Jesus subiu à barca em companhia de seus discípulos e navegaram em direção à Gadara, que fica na outra margem a sudeste do mar da Galiléia e na região chamada de Edom, terra dada no passado a Esaú, irmão de Jacó. Eles estavam em meio a viagem seguindo a costa como era o costume de navegação da época, quando se desencadeou uma tempestade tão grande, que as ondas cobriam o barco, de modo que ele já se enchia de água Porém, Jesus dormia na popa com a cabeça sobre um travesseiro, como se nada estivesse acontecendo. Os discípulos achegaram-se a ele e o acordaram, dizendo:
- Senhor, salva-nos! Tu não te importa que pereçamos?
E Jesus despertando, falou com autoridade, repreendeu ao vento e ao mar, e disse:
- Calem-se! Silenciem-se!
E mal terminara de dar as ordens se fez uma grande bonança.
E Jesus olhando com um ar espantado e divertido disse-lhes:
- Por que este medo, como sois medrosos! Não tendes fé ou sois gente de pouca fé?
Então, seus discípulos tomados de temor e perplexidade murmuraram entre si:
- Quem é ele, a quem até os ventos e os mares obedecem? (Mt. 8:23-27)
Ora afinal Isaías não profetizara? "E agora, eis o que diz o Senhor, aquele que te criou e te formou Israel: NADA TEMAS, POIS EU TE RESGATO, EU TE CHAMO PELO NOME, ÉS MEU. SE TIVERDES QUE ATRAVESSAR A ÁGUA ESTAREI CONTIGO… AS ÁGUAS NÃO TE SUBMERGIRÃO... Porque és precioso aos meus olhos, porque eu te aprecio, e TE AMO, permuto reinos por ti, entrego nações em troca de ti, ESTEJAS TRANQUILO, POIS ESTOU CONTIGO.” (Is. 43:1-5)
Já em outra ocasião, ele e seus discípulos depois de estar com uma grande multidão em Betsaida onde realizou um grande milagre, tendo despedido ele próprio o povo, disse aos seus discípulos para entrarem na barca e partirem, para que eles chegassem antes dele onde estavam hospedados em Cafarnaum, na margem em frente de Betsaida. Depois de um dia cheio de emoções os discípulos estavam desejosos de retornarem, e afinal era uma travessia em nada demorada. Depois que eles partiram, Jesus retirou-se para rezar em um monte Já era noite e estava ainda a barca em meio do caminho e Jesus de onde estava podia avistar os discípulos se fatigarem remando, pois o vento estava contrário e o mar agitava-se impedindo que a barca avançasse. O barco já estava a 5 km de Betsaida e considerando que a medida do mar da Galiléia é de 25 quilômetros de comprimento por 11 quilômetros de largura, o barco estaria além da metade do caminho e mas por conta do tempo não conseguiam se aproximar de Cafarnaum. Cansados e desanimados pois o que deveria ser uma tarefa simples e rápida se tornou árdua e demorada, e a noite já ia adentro, de súbito os discípulos avistaram Jesus caminhando sobre as águas indo em direção deles, e ficaram apavorados e diziam histéricos enquanto davam gritos de terror:
- É um fantasma!
Mas Jesus logo disse-lhes:
- Tranquilizai-vos, sou eu, não tenhais medo!
Mas, Pedro, assim chamado por sua cabeça-dura e teimosia típica de seu povo, gritou sem acreditar no que ouvia:
- Senhor, se és tu, manda-me ir sobre as águas até junto de ti!
E Jesus ordenou-lhe:
- Vem!
Pedro saiu da barca e caminhava sobre as águas ao encontro de Jesus, mas com uma lufada forte do vento sentiu medo, e começando a afundar e em desespero gritou para Jesus:
- Senhor, salva-me!
No mesmo instante Jesus estendeu seu braço forte e segurou mão de Pedro, o puxando das águas que o engoliam, e disse-lhe:
- Homem de pouca fé! Por que duvidaste?
E assim que Jesus subiu no barco com Pedro, os ventos se acalmaram e logo chegaram a Cafarnaum. E os discípulos murmuravam entre si:
- Ele é verdadeiramente o Filho de Deus.” (Mt. 14: 22-32); Mar 6:45-56 e Jo 6: 16-21)
Pois bem, Jesus deixa claro que o maior impedimento para qualquer pessoa alcançar a sua realização é a sua FALTA DE FÉ, seus discípulos apesar de estarem com ele cotidianamente e compartilhando de sua intimidade não conseguiam acreditar em quem ele era, ao contrário buscavam encontrar motivo para não acreditarem nele, apesar de testemunharam seus tantos milagres naquela dias. No intuito de forma-los para serem futuros líderes, capazes de levarem avante o ministério da divulgação da Boa Nova (*Evangelho), Jesus treinava-os todo o tempo em novas situações para que de seus discípulos se tornassem apóstolos, de seguidores se fizesse líderes doutrinários.
Assim no episódio da tempestade acalmada, Jesus ensina a eles a necessidade de acreditar que “Deus estava com eles”, e se Deus estava com eles não haveria razão para se ter medo, que não importaria qual fosse o tamanho do perigo que enfrentassem eles não pereceriam antes que lhes fosse dada a hora por Deus. 
Já no episódio da árdua travessia e que Jesus anda sobre as águas, a questão no treinamento é mais delicada, pois tem dois aspectos. O primeiro é que os discípulos faziam travessia sem Jesus, mas a travessia se torna muito mais difícil do que era esperado devido às circunstâncias adversas, muito esforço e não se conseguia avançar, e um contexto que muda após crerem em Jesus e conseguem chegar tranquilamennte ao desejado destino, de onde depreende-se que a proteção de Jesus é fundamental para o sucesso de qualquer empreitada.
O segundo aspecto ensina que não adianta só desejar ser igual a Jesus, não basta imitá-lo em seus modos é preciso ter FÉ em si próprio e em Deus, não permitir ser tomado de dúvidas e desconfiança por causa do medo, só assim um discípulo se iguala ao Mestre, porquanto como diz a frase proverbial, quando “o discípulo está pronto o mestre aparece”, ou seja quando o discípulo se faz perfeito em si, é o momento que surge o mestre de dentro dele, do mesmo modo que uma lagarta se faz casulo e do casulo surge a borboleta, que ao desdobrar suas asas é imprescindível que acredite que possa voar, pois se não tiver essa Fé em si que Deus lhe dá, ela certamente pereceria.
Uma pessoa sensata e consequente passa a vida combatendo o medo, pois sabe que o medo paralisa, impede que se pense, impede o movimento. O corajoso é aquele que conhecendo o perigo o enfrenta a despeito de todo o medo que sente dentro de si, e são tantos os medos que podemos sentir! 
Grande parte do nosso tempo preferimos nos atordoar e esquecer o medo que sentimos, para assim podermos sobreviver, pois de todos os nossos medo o que mais nos assombra é o medo da morte, o medo da vida além da morte caso exista, o medo do nada, caso a vida eterna ou além da morte não exista.
 Uma vez um pensamento sábio foi sussurrado aos meus ouvidos, se bem me recordo era uma resposta dada por Santo Agostinho numa disputa sobre a existência ou não de Deus e eu nunca mais esqueci e este dizia:
“Caso eu morra e eu acreditei em Deus e Deus não exista, eu não perdi nada, se eu não acreditei em Deus e Deus exista, eu perdi tudo. Mas, se eu acredito em Deus e Deus existe, eu já ganhei o Reino dos Céus!”
Esse pensamento oferece a lógica pura da verdadeira fé que une a perfeita racionalidade com a sabedoria do coração. E frente a essa lógica, compreendemos que NÃO DEVEMOS TER MEDO, POIS JESUS É A REVELAÇÃO DE QUE DEUS EXISTE E DO QUANTO NOS AMA! QUEM TEM FÉ EM JESUS TEM FÉ EM DEUS, NÃO TEM MEDO! É ISSO QUE JESUS QUER DE SEUS LÍDERES, JESUS QUER QUE ELES TENHAM FÉ E NÃO MEDO.

  • Da coletânea de crônicas diárias publicadas no meu  perfil do Facebook  de dezembro/2014 a abril/2015.

domingo, 6 de dezembro de 2015

JESUS, AMOR E FÉ - 24. JESUS E A NECESSIDADE DE MILAGRES

JESUS, AMOR & FÉ *

24. JESUS E A NECESSIDADE DOS MILAGRES

Passados dois dias, estando Jesus ainda em Cafarnaum, na Galiléia, onde o rei Herodes Antipas reinava e ordenara a prisão de João Batista, aproximou-se dele um oficial do rei de nome Cuza, que era em verdade “mordomo” do rei, nome dado ao mais alto cargo administrativo real, era assim como um “procurador do rei”, que ao ouvir sobre os milagres que Jesus vinha praticando na Galiléia correu a sua procura para rogar-lhe que fosse à casa dele para curar o seu filho que estava doente.
Ao ouvir o pedido Jesus disse a Cuza:
- SE NÃO VIRDES MILAGRES E PRODÍGIOS, NÃO CREDES…
Pediu-lhe o mordomo:
- Senhor, venha a minha casa antes que o meu filho morra!
E Jesus o dispensou dizendo:
- Vai para a tua casa, o teu filho está passando bem.
E, Jesus não disse ao mordomo do rei “ eu irei e o curarei” como dissera ao centurião. Jesus seguiu em seu caminho enquanto o  mordomo do rei Herodes tomou seu caminho para sua casa nas imediações do palácio emTiberíades, ao sudeste de Cafarnaum,  às margens do mar da Galiléia, apenas tendo as palavra de Jesus como consolo ao seu coração aflito. Quando se aproximava de sua casa os seus criados vieram ao seu encontro e lhe disseram:
- Vosso filho, Senhor, está passando bem!
Então, Cuza, o mordomo do rei, lhes perguntou:
- A que horas meu filho se sentiu melhor?
E os criados responderam:
- Ontem, à sétima hora *(uma hora após o meio-dia)!
E Cuza se admirou, pois fora exatamente a hora em que Jesus lhe dissera: “Teu filho está passando bem.” E, por isso toda a casa de Cuza acreditou em Jesus (Jo 4:43-53), e Joana sua esposa passou a acompanhar Jesus para o servir e assistir à ele e aos seus discípulos com suas posses, tal como outras mulheres o fariam também, tais como as irmãs do fazendeiro Lázaro; Maria Madalena, assim chamada por suporem que nascera em Magdala ou Magadã, cidade vizinha a Cafarnaum, onde Jesus se estabelecera às margens do mar da Galiléia, e Marta da Betânia, vilarejo no monte das Oliveiras a 3 km de Jerusalém, e Suzana, mulher de Pôncio Pilatos governador da Judeia em nome do Imperador, que era discípula secreta de Jesus (Mt. 27-19) (Lc. 8:1-3).
Dias depois, Jesus voltava para Cafarnaum de uma de suas visitas aos lugarejos às margens do mar da Galiléia, e foi recebido como sempre por uma multidão de pessoas. Em meio ao povo também estava o chefe da sinagoga local - aquele que era amigo do centurião romano que construíra a sinagoga de Cafarnaum e que demonstrara imensa fé em Jesus, que lhe salvara a vida do servo. O nome do proeminente rabi de Cafarnaum era Jairo, e ele assim que viu Jesus, se lançou aos pés dele suplicando-lhe e rogando-lhe com insistência por sua filha única de 12 anos, dizendo:
- Minha filhinha esta nas últimas. Vem impõe-lhe as mãos para que se salve e viva!
E, Jesus, também não disse ao chefe da sinagoga “eu irei e a curarei” como falara ao centurião, mas sem dizer uma palavra acompanhou a Jairo em direção à sua casa e a multidão o seguia o comprimindo, quase o impedindo de prosseguir no seu caminho. Em dado momento Jesus sentiu que o poder de sua virtude celestial fora tocado e sua energia fora subtraída sem sua autorização, e perguntou em alta voz e com autoridade para os que o cercavam:
- Quem me tocou na minha virtude?
O que parecia um tanto absurdo, já que ele estivera exprimido pela multidão. E um dos discípulos lhe respondeu com tom de reprimenda, se arrogando no direito de repreender o Mestre:
- Vês a multidão que te comprime, e perguntas: Quem me tocou?
Mas Jesus não respondeu e continuou a olhar a derredor em busca de quem o “tocara” indevidamente.
Então, uma mulher atemorizada e tremula lançou-se aos pés de Jesus e lhe disse:
- Senhor, eu há doze anos sofria de um fluxo de sangue que nenhum físico ou curandeiro achou um remédio para me dar um alívio, ao contrário a doença só fazia piorar. Eu gastei todos os meu bens para encontrar a minha cura e fiquei na miséria, ao ouvir falar de seus milagres, pensando que não me darias atenção nenhuma por ser eu agora uma pobre miserável, pensei comigo: “Se eu tocar apenas a orla do manto dele eu ficarei curada.” E, assim, eu toquei a orla da vosso manto, e no mesmo instante eu senti que o fluxo de sangue parou e eu me senti curada.
E, Jesus, ficou compadecido em seu coração pela narrativa da pobre mulher e lhe disse sorrindo:
- Tu tens confiança! Minha filha, a tua fé te salvou. Vai em paz e sê curada do seu mal.
Mal terminara de falar, chegou alguém da casa de Jairo para lhe falar, dizendo:
- Tua filha morreu. Para que ainda incomoda o Mestre?
Ouvindo o que diziam a Jairo, Jesus se dirigiu a ele disse:
- Não temas. Crê somente. Sua filha dorme.
E Jesus só chamou para acompanhá-lo a Pedro e os irmãos João e Tiago, filhos de Zebedeu. Ao chegarem na casa do chefe da sinagoga, estava um alvoroço e grandes lamentações se podia ouvir. E Jesus disse a todos que ali estavam:
- Por que todo esse barulho e esses choros? A menina não morreu, ela está dormindo!
Mas, os que ali estavam riram e zombaram de Jesus. Jesus mandou que todos se retirassem da casa e foi com Jairo, Pedro, João e Tiago até onde estava o corpo da menina e pegando nas mãos dela disse:
- Menina, ordeno-te, levanta-te!
E, imediatamente em resposta a ordem de comando de Jesus a vida voltou à menina, que levantou-se e caminhou. Jesus virando-se para o pai disse para que ordenasse que dessem alimento à filha e ordenou a todos expressamente que não contassem para ninguém o que tinha se passado no aposento. Contudo, a ressurreição da menina não ficaria em segredo, e a notícia se espalhou por toda a região. (Mr. 5:21-42, Lc. 8: 40-55 e Mt. 9:18-26)
Aqui temos duas passagens reveladoras, nos dois casos nota-se que os milagres possuem graus diferentes de atenção de Jesus e também de qualidade de atendimento, dando natureza diferentes a cada um deles, a nenhum dos dois agraciados com a atenção de Jesus que pediram para Jesus curar seus filhos ele disse “eu irei e o curarei”. Jesus atende o mordomo de Herodes com pouca atenção, contudo apesar disso salva a vida do filho dele à distância tal como fizera com o servo do centurião, não indo assim nem na casa de um que servia ao imperador de Roma, nem do outro que servia ao que se dizia rei dos judeus. Contudo, no caso, do chefe da sinagoga, ele vai à casa dele, mas se deixa deter para atender uma mulher pobre e insignificante, cujo caso de padecimento contínuo de uma doença por doze anos consumiu todos seus bens e na sua humilhação buscou a sua salvação em oculto, tomando a graça milagrosa sem permissão pois considerava-se indigna da atenção de Jesus, mesmo assim acreditava que mesmo sem o saber Jesus a curaria apenas tocando na orla de suas vestes. E no caso  desse milagre Jesus se alegra e diz à mulher "A TUA FÉ TE SALVOU!!!", pois em verdade é a FÉ a verdadeira graça salvadora e sem ela não existiriam milagres. Destarte,  parece até que o atraso por conta desse episódio impediu que Jesus chegasse a tempo para salvar a vida da filha única de Jairo de apenas 12 anos, contudo isso não preocupa a Jesus, pois ao seu ver o atraso era propício a um milagre maior que se daria em relação à filha do chefe da sinagoga para que assim ele e todos os outros acreditassem e tivessem FÉ: Jesus restituiu a vida à sua filhinha. 
Podemos ver nessa passagem o quanto Deus amava ao seu povo escolhido, tanto que estaria disposto e desejoso de salvar a todos, fossem eles pecadores, hipócritas, ricos, pobres, religiosos ou não, Jesus queria que todos tivessem seus corações convertidos ao amor de Deus. Jesus percorria assim todas as cidades e aldeias da Galiléia e arredores. Ensinava nas sinagogas, pregando a boa e feliz nova do reino (Evangelho) e curando todo o mal e toda enfermidade. Vendo as multidões que sempre acorriam a sua chegada ficava tomado de compaixão, porque via as pessoas enfraquecidas e abatidas na Fé, como ovelhas sem pastor. E dizia a seus discípulos:
- A plantação vai frutificar em abundância, mas são poucos os operários para fazerem a colheita. Peçam pois que o Senhor, envie operários para a sua colheita. (Mt. 9:35-37)
Pois assim fora escrito em razão da necessidade dos milagres:
"Fazei comparecer o povo cego apesar de ter olhos e os surdos que têm ouvidos! Que todas as nações se congreguem e que os povos se reunam! Quem dentre eles soube predizer o que se passa e foi o primeiro que no-lo fez saber, que apresentem suas testemunhas para justificar suas pretensões, sejam ouvidas para que se possa dizer: "É exato".
Vós sois minhas testemunhas, diz o Senhor, e meus servos que escolhi, a fim de que se reconheça e que me acreditem e que se compreenda que sou eu. Nenhum deus foi formado antes de mim e não haverá outro após mim. Sou eu, sou eu o Senhor, não há outro salvador a não ser eu. Sou eu que predisse e salvei, e não um deus estranho entre vós. Vós sois minhas testemunhas, diz o Senhor, eu sou Deus desde toda a eternidade. Ninguém poderá escapar de minha mão; quando executo, quem poderia destruir a minha obra?" (Isaías 43:8-12)
Por aquele tempo Jesus pronunciou essas palavras:
- Eu te bendigo, Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondestes estas coisas *(as coisas sagradas, os ensinamentos espirituais) aos sábios e entendidos as revelaste aos pequenos *(aqueles que vendo os milagres acreditavam). Sim, Pai, eu te bendigo; porque assim foi do teu agrado. Todas as coisas me foram dadas pelo Pai e ninguém conhece Filho, senão o Pai, e ninguém conhece o Pai, senão o Filho e aquele a quem o Filho quiser revelá-Lo.
E olhando o mundo a sua volta com inteira compaixão Jesus disse:
- VINDE A MIM, VÓS TODOS QUE ESTAIS AFLITOS SOB O FARDO, E EU VOS ALIVIAREI. TOMAI O MEU JUGO SOBRE VÓS E RECEBEI A MINHA DOUTRINA, PORQUE EU SOU MANSO E HUMILDE DE CORAÇÃO E ACHAREIS REPOUSO PARA AS VOSSAS ALMAS. PORQUE O MEU JUGO É SUAVE E MEU PESO É LEVE.
  • Da coletânea de crônicas diárias publicadas no meu  perfil do Facebook  de dezembro/2014 a abril/2015.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

JESUS, AMOR & FÉ - 23. JESUS E O CENTURIÃO DE CAFARNAUM

JESUS, AMOR & FÉ *

23. JESUS E O CENTURIÃO DE CAFARNAUM

Todo segredo está oculto sob camadas e mais camadas de verdade. Por esse motivo a rosa, a rainha das flores, foi sempre a escolhida para representar o mistério, o segredo bem guardado, porquanto sua corola só é visível ao seu completo desabrochar.
Aqueles que se dedicam à pesquisa da História sabem que um simples e pequeno fato desconsiderado em sua importância, dito quase como insignificante, pode ser na realidade um segredo muito bem guardado, mencionado apenas de passagem para ser encoberto por outros acontecimentos convenientemente destacados como mais importantes e relevantes. A “pedra” rejeitada, a dada como insignficante esta pode ser a mais importante, aquela cujo valor seja incalculável, por ser não só o marco, a pedra angular, mas a base sólida sobre a qual toda uma obra se erguerá.
Uma vez ouvi uma história que contava que um homem encontrara uma pedra preciosa de grande valor, e com medo de salteadores a escondera. A prudência se mostrou valorosa, um dia acolhendo viajantes esses entraram na casa do homem e exigiram que lhe dessem algo de valor, mas o homem disse que nada tinha, os malfeitores reviraram a casa e nada encontraram e partiram. Depois, que eles se foram o homem respirou aliviado e com num sorriso de satisfação pegou a pedra que estava como calço para segurar a porta e o vento não a fechasse e ela reluziu brilhante à luz da vela. Assim é a pessoa prudente guarda seu maior tesouro onde ninguém vai se dar conta que esteja, a maior riqueza se oculta na pobreza. Por isso, no passado um rei quando queria saber o que o povo falava sobre ele se vestia pobremente para ocultar sua identidade, e era comum e fácil ao nobre ocultar a sua nobreza, já que raramente lhe conheciam sua real fisionomia, apenas a sua aparência de riqueza.  Nesse ponto o pensamento de Deus não se distância do pensamento do homem prudente e sábio.
Quem poderia imaginar tal coisa? Quem poderia acreditar que isso fosse possível? Quem poderia esperar que quem nunca ouvira falar do Deus de Abraão, de Isaac, de Jacó, o Deus dos Exércitos de Moisés, de Davi e de Salomão e que nunca lera a Lei e desconhecia as profecia de glória lançada ao imaginário judeu por Davi (Sl. 2), o ignorante, o pagão, o que não era crente, aquele que carregava a espada da opressão sob o povo judeu, fosse justo ele o único a demonstrar tão grande fé?
Já ouviram falar que num único coração humano pode existir toda uma nação? Quando o Senhor arrependera-se de ter criado o homem na terra, e teve o coração ferido de intima dor (Gên. 6:6), Deus encontrou um homem de coração puro que não esquecera de seus ensinamentos e andava no caminho da justiça e da bondade, Deus comoveu-se e teve compaixão de Noé salvando toda a sua criação do extermínio, inclusive o ser humano, mas fez as águas cobrirem o mundo, para purificar o mundo e dar origem a um mundo novo, estabelecendo uma nova aliança com as gerações dos descendentes de Noé, colocando o arco-íris nos céus após as tempestades para sermos lembrados que Deus não mais amaldiçoaria a terra por causa do homem e seus pensamentos maus (Gên:9:17), mas, ordenou a Noé que não seria permitido comer a carne com a sua alma, com seu sangue, de nenhum outro ser vivo, que seria pedida conta das almas de todo ser vivo e ao homem que matar o seu irmão pediria conta da alma do homem (Gên. 9:3-6). Devemos nossas vidas ao bom coração de Noé, contudo é a Moisés, a quem se deve uma organização política, social e religiosa, que os judeus reverenciam e respeitam. Ninguém fala no Deus de Noé, nem que Noé é o Salvador da humanidade. Tremenda injustiça!!!
Se a Humanidade tem um “pai” em comum, esse se chama Noé, é a esse que Jesus vai se referir chamando a si mesmo como “Filho do Homem”, como “Filho de Noé”, o HOMEM SALVADOR DA HUMANIDADE E DA CRIAÇÃO DE DEUS. Noé renovou a aliança filial com Deus, foi o “filho bem-aventurado” de Deus, com ele os tempo do pecado da desobediência de Adão e Eva foi perdoado. Somos pois descendentes de Noé e sua esposa sem nome, mas que se manteve ao seu lado e acreditou nele, o obedeceu e, foi-lhe fiel, sendo do agrado do seu esposo e de Deus, como uma “segunda Eva”, em tudo ela foi diferente da primeira. Sim, bastou uma pessoa com fé para transformar o mundo num mundo novo e sem pecado!
Por esse motivo Jesus diria aos príncipes do Templo, aos fariseus e anciãos: “Nunca lestes nas Escrituras: ‘A pedra rejeitada pelos construtores tornou-se a pedra angular: isto é obra do Senhor e á admirável aos nossos olhos (Salmo 117:22) ? Por isso vos digo: SER-VOS-A TIRADO O REINO DE DEUS, E SERÁ DADO A UM POVO QUE PRODUZIRÁ FRUTOS DELE. Aquele que tropeçar nesta pedra, far-se-á em pedaços e aquele sobre quem ela cair, será esmagado.” (Mt. 21:42-44)
Se alguém me perguntar onde e quando foi tomada esta decisão eu arrisco dizer, que foi quando Jesus encontrou-se com um certo centurião romano. No dia em que Jesus fizera seu sermão memorável na montanha em Cafarnaum, esse centurião também  estava entre os que o ouviam. O centurião  fora ali com a tarefa de ouvir com os próprios ouvidos e ver com os próprios olhos as tantas maravilhas que o Rabi de Nazaré vinha fazendo naquelas plagas. Cuidadosamente vestira uma roupa comum e ninguém diria que ele era o responsável por manter a ordem naquela região, sendo o representante do próprio Tibério César, o imperador de Roma, tendo poder de vida e morte sobre aqueles que viviam naquela região. 
O militar romano se posicionara sob a sombra de uma árvore, mas de onde estava podia divisar bem a fisionomia fascinante daquele judeu que atraia para si multidões. Quando Jesus terminara seu discurso ele descera a montanha e sua face estava pálida e translúcida, mas seus olhos brilhavam como se fossem luzes, e notava-se que ele estava rejubilante de alegria. O centurião notou que o Rabi tinha uma estranha beleza, a qual ele jamais antes tinha visto, parecia que uma paz que não era deste mundo repousava sobre ele. Quando o Rabi fez seu caminho passando por ele, o homem forte sentiu uma estranha sensação tomar conta dele, e apesar de todo o seu vigor seus músculos fraquejaram e os seus joelhos se dobraram de fraqueza, tanto que teve que se apoiar no tronco de uma árvore para se sustentar de pé enquanto seus olhos seguiam o Rabi que estava sendo rodeado por outros rabis e sábios que entravam em alguma discussão com ele.
Ele querendo compreender o que lhe acontecera dizia-se a si mesmo: “Eu, o Centurião de Cafarnaum, esqueci a minha dignidade, minha identidade, eu esqueci inteiramente quem eu mesmo sou. Eu me envergonho de assumir, mas é a verdade, eu estou tomado do mesmo entusiasmo que tomou a multidão, eu me sinto parte de alguma coisa maior do que tudo nesse mundo, e as palavras daquele sermão tocaram o meu coração também. Eu estou maravilhado!!!”
Aquele homem símbolo do poder romano, acostumado à rígida disciplina das legiões romanas, que moldava um perfeito caráter, acostumado ao uso da força e de se impor pelo poder, tinha aprendido uma profunda lição de humildade e docilidade, uma lição de fé! Naqueles anos baseado em Cafarnaum tomara interesse pela religião ensinada pelos Rabis e se tornara amigo deles. Destarte, que ele não podia frequentar suas casas, por causa das leis de purificação, que proibiam os judeus de conviver no mesmo lugar com um pagão, Mas, ele os encontrava nas ruas da cidade e chegara até a construir uma sinagoga para eles (Lc. 7:4), a qual costumava frequentar ocultamente para receber lições e instruções religiosas dos Rabis. Mas, naquele dia, ele recebera uma nova lição que tirara-lhe inteiramente a sua paz mental, pois ele não conseguia parar de pensar nas palavras de Jesus. 
Já havia alguns dias que o seu servo de confiança, a quem ele tinha se afeiçoado, vinha estando seriamente adoentado. Naquela noite ao visitá-lo em seu leito tocando-lhe a testa viu que ele ardia em febre e estava paralisado, então mandou chamar o físico *(um médico) da região, mas ao amanhecer o servo estava ainda pior já apresentando sinais de morte iminente. O centurião abalado de aflição e cheio de angustia em seu coração correu a procurar Jesus pelas ruas de Cafarnaum e o encontrou caminhando, e o vendo correu até ele e lhe fazendo uma reverência respeitosa lhe fez esta súplica:
- Senhor, meu servo está em casa de cama paralítico, e sofre muito.”
Disse-lhe Jesus;
- Eu irei e o curarei.
Respondeu-lhe o centurião:
- SENHOR, EU NÃO SOU DIGNO DE QUE ENTREIS EM MINHA CASA. DIZEI UMA SÓ PALAVRA E MEU SERVO SERÁ CURADO. Pois eu também sou um subordinado e tenho soldados às minhas ordens. Eu digo a um: Vai, e ele vai; a outro: Vem e ele vem; e a meu servo: Faze isto, e ele o faz… A vós que sois o Senhor do mundo, bastará mandar a doença do meu servo se afastar e ela desaparecerá.
Ouvindo isso, cheio de admiração, Jesus voltando-se aos que estavam presentes disse à eles:
- EM VERDADE VOS DIGO; NÃO ENCONTREI SEMELHANTE FÉ EM NINGUÉM DE ISRAEL! Por isso eu vos declaro que multidões virão do Oriente e do Ocidente e se assentarão no reino dos céus com Abraão, Isaac e Jacó, ENQUANTO OS FILHOS DO REINO SERÃO LANÇADOS NAS TREVAS EXTERIORES, ONDE HAVERÁ CHÔRO E RANGER DE DENTES.
Assim, Jesus profetizou que os judeus chamados em primeiro lugar por Deus a participar do Reino dos Céus viriam a ser rejeitados por Ele em razão de sua falta de fé.
Depois, dirigindo-se ao centurião, Jesus disse: “VAI, SEJA FEITA CONFORME A TUA FÉ!
Na mesma hora o servo do centurião ficou curado. (Mt. 8:5-13) E ao voltar para a sua casa o centurião encontrou o seu servo curado o esperando à porta, e ambos se abraçaram jubilosos com a graça que haviam recebido do Filho de Deus.
Ora, eis ai o homem bom, com o coração trasbordante de FÉ, que tal como Noé decidiu aos olhos de Deus o novo destino da Humanidade, ao acreditar inteiramente no poder do Messias que fora descrito há mil anos pelo rei Davi:
“Por que tumultuam as nações? Por que tramam os povos vãs conspirações? Erguem-se juntos os reis da terra, e os príncipes se unem para conspirar contra seu Messias *(Cristo, que quer dizer Ungido em grego).
Quebremos seu jugo, disseram eles, e sacudam para longe de nós as suas correntes!” Aquele, porém, que mora nos céus, se ri, o Senhor os reduz ao ridículo. Dirigindo-se a eles em cólera ele o aterra com o seu furor. “Sou eu, diz, que me sagrei um rei em Sião, minha montanha santa.
Vou publicar um decreto do Senhor: Disse-me o Senhor: “Tu és o meu filho, eu hoje te gerei. Pede-me; dar-te-ei por herança todas as nações; tu possuirás os confins do mundo. Tu as governará com cetro de ferro, tu as pulverizarás como um vaso de argila.”
Agora, ó reis, compreendei isto, instruí-vos, ó juízes da terra. Servi o Senhor com respeito e exultai em sua presença; prestai-lhe homenagem com tremor. Para que não se irrite e não pereçais, quando em breve, se acenderá a sua cólera. Felizes, entretanto, todos os que nele confiam.” (Salmo 2).
Esse homem, o centurião de Cafarnaum, foi a pedra angular desprezada, nem lhe sabemos o nome, desconhecemos quem era ou a história da sua vida, mas é a ele que devemos a instituição  religiosa humana mais poderosa da terra; a Santa Igreja Católica Apostólica Romana, cuja formação institucional se deveu aos romanos, com o Primeiro Concílio de Nicéia em 326 d.C., perdurando a 1689 anos sem interrupção em sua atividade institucional, feito de longevidade que nenhuma instituição político-social-religiosa alcançou antes na História. Isso, nos permite acreditar que apesar de ser uma instituição humana sujeita às falhas e imperfeições, inegavelmente é "santa" e conta com os favores e bênçãos de Deus.
Com os cálculos atualizados mais aceitos entre os estudiosos, que Jesus teria nascido entre 7a.C e 4 a.C., assim foi entre 1994 e 1997 que se completaram 2.000 anos do nascimento de Jesus, desse modo calcula-se do mesmo modo que será entre 2027 e 2030 que se completarão 2.000 anos da morte e ressurreição de Jesus, ou seja, em apenas 12 ou 15 anos. Logo esse tempo chegará, resta ver quantos terão realmente seus corações convertidos a uma fé tão digna e verdadeira quanto a demonstrada por esse centurião de nome desconhecido, cujo nome não foi escrito na História dos homens, mas que certamente está escrito no Livro da Vida de Deus. Um homem que selou o destino da Humanidade com a sua FÉ inigualável, causa de admiração até ao próprio Jesus, e que levou desde então até hoje com seu exemplo um número imenso de pessoas a se afeiçoarem em suas almas a Jesus e a dizerem com a mesma sinceridade de propósitos e com corações puros: “SENHOR, EU NÃO SOU DIGNO(a) QUE ENTREIS NA MINHA MORADA (* em mim), MAS DIZEI UMA SÓ PALAVRA E SEREI SALVO(a)”.

* Da coletânea de crônicas diárias publicadas no meu  perfil do Facebook  de dezembro/2014 a abril/2015.