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quarta-feira, 2 de março de 2016

JESUS, AMOR & FÉ - 48. A PRISÃO DE JESUS

JESUS, AMOR & FÉ *

48. A PRISÃO DE JESUS

O ribeiro de Cédron separava o Monte do Templo do Monte das Oliveiras, estendendo-se ao longo do muro oriental de Jerusalém. O ribeiro era normalmente seco, mas durante os invernos chuvosos possuía um fluxo continuo de águas e era dado a enchentes, por conta disso o vale também recebia o nome de Vale da Torrente do Cédron, O vale foi chamado pelo profeta Joel em 400 a.C de Vale de Josafá *(Jehoshaphat ou Yehoshafat), que quer dizer “O vale onde Javé julgará” ou apenas “o vale do julgamento de Deus” (Joel 4:2 e 12). Além disso ao sul do Monte do Templo, antigamente encontrava-se o “Jardim do Rei”, pois as terras eram de propriedade real dos reis de Judá, também em tempos idos os sacerdotes do Templo de Salomão tinham por costume lavar os utensílios impuros usados no Templo para os sacrifícios de modo a purificá-los, sobretudo no período pascal. Portanto era um local permeado de significados importantes, local perfeito para os próximos acontecimentos na vida de Jesus.
A Lua já ia alta quando Jesus saiu de Jerusalém com seus discípulos e tomou o caminho habitual para Betânia, mas naquela noite ao atravessar o ribeiro de Cédron não seguiu adiante como de costume e tomou o rumo do Jardim do Rei, local que também costumava frequentar, e entrou nele com os seus onze discípulos. Os discípulos permaneceram na retaguarda vigiando o local, enquanto Jesus ajoelhando-se e olhando para o céu enluarado rezou:
- Pai é chegada a hora, glorifica o teu Filho, para que teu Filho te glorifique a ti e para que pelo poder que lhe conferiste sobre toda criatura, ele dê a vida eterna a todos aqueles que entregaste. Ora a vida eterna consiste em que te conheçam a ti, UM SÓ DEUS VERDADEIRO, e a Jesus, o Messias que enviaste. Eu te glorifiquei na terra.Terminei a obra que me deste para fazer. Agora,pois, Pai, glorifica-me junto a ti, concedendo-me a glória que tive junto de ti antes que o mundo fosse criado. Manifestei o teu nome aos homens que do mundo me deste. Por eles é que eu rogo. Não rogo pelo mundo, mas por aqueles que me deste, porque são teus. Tudo o que é meu é teu. Neles sou glorificado. Já não estou no mundo, mas eles estão no mundo. Enquanto eu estava com eles eu os guardava em teu nome, que me incumbiste de fazer conhecido. Eu conservei os que me deste e não perdi nenhum, exceto o filho da perdição. Dirijo-te esta oração enquanto eu estou no mundo para que eles tenham a plenitude da minha alegria. Santificai-os pela verdade. A tua palavra é a verdade. Como tu me enviaste ao mundo, também eu os envio ao mundo. Santifico-me por eles para que eles sejam santificados pela verdade. NÃO ROGO SÓ POR ELES, MAS TAMBÉM POR AQUELES QUE POR SUA PALAVRA HÃO DE CRER EM MIM. PARA QUE TODOS SEJAM UM, assim como tu estás em mim, para que eles também estejam em nós e o mundo creia que tu me enviaste. Dai-lhes a glória que me deste, para que sejam um, como nós somos um: Eu neles e tu em mim, para que sejam perfeitos na unidade, e o mundo reconheça que me enviaste e os amaste, como amastes a mim. (Jo 17:9-26)
Terminando de rezar Jesus disse aos discípulos:
- Vamos! Aquele que me trai já está perto daqui! (Mt. 26-41)
Ora, Judas Iscariotes conhecia também aquele lugar, pois Jesus frequentemente ia lá com seus discípulos. Judas que fora ter com os sacerdotes do Templo para avisar do paradeiro de Jesus para que pudessem prendê-lo, recebera um pelotão de guardas do Templo para acompanhá-lo e fazer a prisão. Passando pela casa de José de Arimatéia e vendo que as lâmpadas tinham sido apagadas deduziu que Jesus tinha retornado à Betânia, onde normalmente se hospedava. Mas, indo pelo caminho viu de longe o grupo de Jesus e os discípulos indo na direção do Jardim do Rei. A essa altura, uma multidão se juntara para acompanhar a diligência querendo saber a quem os soldados do Templo iriam prender, e as pessoas murmuravam entre si dizendo que o “rabi galileu seria preso”, outros não acreditavam e arguiam “como seria possível o Messias ser preso?”
Judas Iscariotes se aproximava com os soldados e seguido de uma multidão com lanternas e tochas. Ele combinara com o chefe da guarda que aquele que ele beijasse na face seria Jesus. Assim Judas aproximou-se de Jesus beijou-o e disse:
- Salve, Mestre!
E Jesus disse-lhe:
- É, então, para isso que vens aqui?
Em seguida aproximaram-se dele os guardas e como Jesus soubesse tudo o que havia de lhe acontecer, adiantou-se e perguntou-lhes:
- A quem buscais?
Responderam:
- A Jesus de Nazaré.
Respondeu-lhes Jesus:
- Sou eu. - E ao dizer isso os guardas recuaram como que empurrados por uma força invisível e caíram por terra. Perguntou-lhes Jesus pela segunda vez:
- A quem buscais?
E os guardas responderam:
- A Jesus de Nazaré.
Replicou Jesus:
- Ja vos disse que sou eu. Se é pois a mim que buscais, deixai ir estes.- E gesticulou em direção aos seus discípulos, para que nenhum assim fosse perdido por sua causa.
Simão Pedro que tinha uma espada, puxou dela e feriu o servo do sumo-sacerdote Caifás de nome Malco, que acompanhara Judas e a guarda do Templo, e decepou-lhe a orelha direita. Mas Jesus interveio e pegando a orelha que caíra no chão a colocou no homem e o curou imediatamente. E Jesus disse a Pedro:
- Enfia a tua espada na bainha! Porque todo aquele que fizer uso de uma espada pela espada morrerá! Não hei de beber eu o cálice que o Pai me deu? Crês tu que não posso invocar meu Pai e ele me enviaria imediatamente mais de doze legiões de anjos? Mas como se cumpririam então as Escrituras segundo as quais é preciso que seja assim?
Então Jesus virou-se para todos que ali estavam e vociferou:
- Saístes armados com espadas e lanças como se viésseis contra um malfeitor. Entretanto eu estava todos os dias convosco no Templo, e não estendestes as mãos contra mim; mas esta é a vossa hora e o poder das trevas. Mas, tudo isso aconteceu para que se cumprisse os oráculos dos profetas.”
E mal acabou de dizer isso, os discípulos o abandonaram e fugiram. Então os guardas prenderam a Jesus e ataram as suas mãos e o levaram. (Mt.26:47-56; 14:43-50; Lc. 22:47-53 e Jo 18- 1-12).
  • Da coletânea de crônicas diárias publicadas no meu  perfil do Facebook  de dezembro/2014 a abril/2015.

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