Bêbados não constroem, destroem.
BIA BOTANA
“Bebeu e soluçou como se fosse um náufrago
Dançou e gargalhou como se ouvisse música
E tropeçou no céu como se fosse um bêbado
E flutuou no ar como se fosse um pássaro
E se acabou no chão feito um pacote flácido
Agonizou no meio do passeio público
Morreu na contramão atrapalhando o tráfego
como se fosse o último
(Beijou sua mulher) como se fosse a única
(E cada filho seu) como se fosse o pródigo
E atravessou a rua com seu passo bêbado…” da canção de 1971, de Chico Buarque de Hollanda: CONSTRUÇÃO
Minha admiração por Chico Buarque remonta a sua primeira aparição no festival da Record como cantor tímido com a não menos tímida Nara Leão. Sua canção A Banda dividiu o 1º lugar com Disparada de Geraldo Vandré e Théo de Barros, defendida pelo animadíssimo Jair Rodrigues, Trio Maraiá e Trio Novo, no II Festival de Música Popular Brasileira (TV Record, com final em 10 de outubro de 1966). A singeleza de A Banda não tinha nada de água com açúcar nem era dada ao estilo poético de inocência de Casemiro de Abreu, era sim uma canção de protesto. Eu selecionei quatro estrofes, que provam esta impressão:
“Estava à toa na vida
O meu amor me chamou
Pra ver a banda passar
Cantando coisas de amor
A minha gente sofrida
Despediu-se da dor
Pra ver a banda passar
Cantando coisas de amor (…)
(…) Minha cidade toda se enfeitou
Pra ver a banda passar cantando coisas de amor
Mas para meu desencanto
O que era doce acabou
Tudo tomou seu lugar
Depois que a banda passou
E cada qual no seu canto
Em cada canto uma dor
Depois da banda passar
Cantando coisas de amor.”
A marchinha alegre que trazia a imagem das bandinhas de escola das cidades de interior, era para os que viviam na megalópole de São Paulo que se erguia com seus novos e altos arranha-céus a lembrança das bandas militares oferecendo distração enquanto fortalecia a ditadura militar, as quais apareciam sempre que dava-se oportunidade, tocando as marchas ao melhor estilo do compositor e regente de bandas norte-americano John Philip Sousa (1854-1932), que ficou conhecido como O Rei das Marchas, especialmente com a composição da The Stars and Stripes Forever, marcha oficial dos Estados Unidos. O que faz sentido, pois o Brasil estava sob forte influência do governo dos Estados Unidos no tempo da Guerra Fria. Diga-se que quem viveu essa época sabe do que se tratava, hoje ninguém faz ideia.
Chico Buarque nasceu no Rio de Janeiro, em 19 de junho de 1944, um geminiano sob influência de mercúrio, o Rio ainda era Distrito Federal, capital do Brasil, mas quando tinha nove anos seu pai, o grande historiador e jornalista Sérgio Buarque de Hollanda foi convidado a lecionar na prestigiosa Universidade de Roma, a família permaneceu na Itália de 1953 até 1960, quando de retorno ao Brasil firmou residência em São Paulo, e Chico com 16 anos foi estudar no Colégio Santa Cruz, de padres católicos progressistas, a outra opção teria sido o tradicional Colégio São Luiz, dos rigorosos padres jesuítas. Essa diferença de estilo dos colégios católicos foi um diferencial na formação do jovem adolescente que veio a cursar três anos na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo, mas abandonou o curso em 1964, quando a repressão militar invadiu as universidades, e se tornou o compositor predileto dos universitários da boêmia paulistana.
Foi num bar da Galeria Metrópoles, na Praça Dom José Gaspar com Av. São Luiz, no coração de São Paulo que Chico decidiu compor uma música para concorrer ao II Festival de Música Popular Brasileira da Record, inspirado nos famosos festivais de música italiana, como o de San Remo.
Ele queria vencer e venceu, e na esteira de seu sucesso lançou seu primeiro disco long play: CHICO BUARQUE DE HOLLANDA (1966), que tinha duas fotos dele na capa. Chico foi o meu primeiro “crush”, eu amava ouvir as suas músicas na minha vitrola portátil. Mas, durou pouco, pois Chico foi um dia pro Rio, e indo ao teatro teve um coup de foudre por uma jovem atriz desquitada de vinte anos, de ascendência portuguesa de nome Marieta Severo, com quem ficou casado por 33 anos.
A paixão foi de tal forma fulminante que se casaram logo após se conhecerem no mesmo ano de 1966. Mas, 20 anos depois, após o show do Chico, na então badalada casa de shows de amigos meus em Moema (São Paulo). o Palace, eu fui convidada a ir ao camarote do Chico e fui apresentada a ele pela própria Marieta. Pois é, o mundo é uma roda gigante como o próprio Chico definiu ao compor em 1968, RODA VIVA: “Roda mundo, roda-gigante
Rodamoinho, roda pião
O tempo rodou num instante
Nas voltas do meu coração”.
Na minha vida foi Chico Buarque o poeta da dor, fazendo jus ao gigante poeta português Fernando Pessoa, que assim descreveu quem da poesia faz não só seu ofício, mas seu vício:
“ O poeta é um fingidor
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente”.
Chico, quando o conheci, já perdera a juventude entre muitos cigarros, outras tantas bebedeiras e tudo com muita poesia. Tinha 42 anos, apenas, mas quem diria que chegaria aos 81 anos de hoje, e inteiriço, dando um show de protesto está semana em Copacabana levantando a multidão no Rio de Janeiro, que continua mais lindo do que nunca. Valeu Chico, Deus lhe pague! 😃
Eu acho que Chico entende melhor de bêbado do que qualquer um. Eu convivi bastante com bêbados para saber que possuem uma dupla personalidade, uma sóbria chatíssima com viés depressivo e outra que se manifesta num porra louca logo no primeiro trago. Eu entendo do assunto, pois também tive meus períodos de embriaguez com as coisas mundanas, o suficiente para manter hoje uma saudável distância das paixões do mundo, de bêbados e bebidas alcoólicas e também de açúcar, doces, que podem ter o mesmo efeito que alguns drinks. Portanto, um abstêmio mas ávido consumidor de açúcar ou escravo das paixões pode ficar tão bêbado quanto um alcoólatra.
Assim, quando li no último dia 16, que a toda-poderosa Susie Wiles, chefe de gabinete do atual presidente dos Estados Unidos Donald Trump, em uma entrevista à Vanity Fair e disse que o presidente "tem a personalidade de um alcoólatra", apesar de ser conhecido por sua sobriedade, eu me senti premiada na minha sanidade mental ao ter perfilado Trump com personalidade de viciado, eu cheguei até a fazer uma investigação para saber se ele tomava algum estimulante ou remédio para dar uma levantada no ânimo, mas creio que o caso dele é excesso consumo de seu refrigerante favorito: Coca-Cola. (Link ⬇️ em Referências)
Susie Wiles é filha do comentarista esportivo Pat Summerall e ele era alcoólatra.
Por isso ela disse de experiência própria que: "Alcoólatras de alto desempenho, ou alcoólatras em geral, exageram sua personalidade quando bebem",
e disse que o republicano governa com a ideia de que "não há nada que ele não possa fazer. Nada, nada, nada". Ela se colocou nas suas próprias palavras como “uma espécie de especialista em personalidades fortes", mas na verdade eu digo, também por larga experiência com gente voluntariosa e caprichosa, que ela deve ser uma excelente administradora do caos.
Porquanto, seja do que for que uma pessoa se embebede, pois há várias formas de se embebedar e perder a sanidade de uma consciência racional, como por exemplo o excesso de soberba, de forma que se pode afirmar sem erro que bêbados nada constroem, mas são especialistas em desconstrução, quando não em destruição, ou pior, são capazes de destruir tudo o que construíram quando estavam sóbrios.
Trump para mim é um exemplo fidedigno do líder que coloca em prática a política do caos, ao promover conflito para despertar crises constantes, que o mantém como protagonista nas decisões. Coisa de bêbado que vira super-herói com ego insuflado. A gente sabe como é…
Em sua essência, esse poder de manipular o caos que não é apenas coisa do Trump, mas que parece ter se tornado um comportamento epidêmico que abrange tipos diversos de indivíduos, que exploram as forças fundamentais da entropia, desfazendo estruturas e estabilidade onde quer que desejam aplicar seu poder de manipulação. Com um simples pensamento, o usuário de redes sociais que usa da manipulação para implementar uma política do caos, ele consegue em pouco tempo desmantelar padrões , desconstruir construções físicas e conceituais e mergulhar sistemas em desordem. Virou quase um esporte detonar governo e cancelar pessoas em suas reputações, numa prática destrutiva que dá prazer aos bêbados com poder digital. Seja transformando matéria em pó, erodindo as próprias leis da física ou induzindo loucura e confusão nos outros, a essência do caos se espalha como fogo, consumindo tudo em seu caminho. (Link ⬇️ em Referências)
O objetivo deste tipo de bêbado com o próprio ego é causar temor, porque ele silencia, causa instabilidade e coloca opositores no modo de sobrevivência. Um exemplo prático aconteceu ontem com a aprovação no Senado da PL (Projeto de Lei) da Dosimetria, a qual alguns devem se lembrar que a Embaixada dos Estados Unidos lançou uma nota no X, rede social do Elon Musk, chamando o Projeto de Lei erroneamente de “anistia” seria aprovado em contrapartida a ordem de Trump de tirar o nome do juíz do supremo federal Alexandre de Moraes e da esposa, assim como da empresa de ambos da lista de sanções da Lei Magnitsky. Mas, ontem quando a PL da Dosimetria foi aprovada, não teve um jornalista brasileiro sequer para se recordar do fato. Hoje, 18/12, o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou que vai vetar a nova disposição legislativa aprovada no Congresso, a tal PL da dosimetria, que objetiva a diminuição das penas que beneficia os golpista, o que vai esbarrar na Constituição e vai ser judicializado no Supremo Tribunal Federal (STF), e não vai ser aprovado, mas o objetivo de instalar o caos foi alcançado por um bando de políticos bêbados sem noção.
Ontem, (17/12) no calor das emoções os jornalistas posaram de indignados acusando o governo de não ter colocado sua “tropa de elite” para combater a aprovação da PL no Senado, e foi aquele blá-blá-blá surrealista. Já nós bastidores o caldo da política Internacional fervia. Trump assinava a ordem executiva colocando a droga fentanil (um analgésico opioide sintético extremamente potente) como arma de destruição em massa. Nem precisa ser muito esclarecido para saber a utilidade desta ordem executiva, seu propósito é claro, é para lastrear a guerra contra a Venezuela, visando o combate ao narcotráfico, não só lá, a bem da verdade, mas em todos aqueles que se opuserem a política atual dos EUA. E o Brasil não está imune, assim como a Guiana Francesa, departamento ultramarino da França, localizado na costa nordeste da América do Sul, fazendo fronteira com o Brasil e o Suriname (ex-Guiana Holandesa), nas proximidades do mar do Caribe, mas banhadas pelo Oceano Atlântico. A Guiana Francesa é parte integrante da França e da União Europeia, usando o Euro e as leis francesas, destacando-se pelo seu Centro Espacial em Kourou (base de lançamento de foguetes da Agência Espacial Europeia).
Então, quando a voz da aliada fiel de todas as horas de Trump, a primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni se ergueu contra assinatura do acordo comercial da União Europeia com o Mercosul, acordo este negociado há muitos anos, os protestos dos agropecuaristas franceses respaldaram convenientemente que o presidente da França Emmanuel Mácron também tirasse seu até então indiscutível apoio. Fato é que a União Europeia não é autossuficiente em abastecimento alimentar para o povo, sua produção de alimentos é voltado para o consumo de luxo, ou seja, frente à fome, os europeus terão que se alimentar de brioches outra vez.
Uma notícia causou imenso incômodo aos EUA, “O Brasil é o maior exportador de carne bovina do mundo há mais de 20 anos, mas, agora, assume também o posto de nação que mais produz a proteína, superando, pela primeira vez, os Estados Unidos. E quem aponta o dado é justamente o Departamento de Agricultura norte-americano (USDA). (Link ⬇️ em Referências)
Como é perceptível, não só Trump instalou a política do caos na mesa de negociação na América Latina, como também no Mercosul. O Brasil que assumiu o comando rotativo do bloco em 3 de julho de 2025, sucedendo a Argentina, com as regras de rotação semestral, terá o mandato brasileiro encerrado oficialmente em 20 de dezembro de 2025, data em que seria assinado o acordo da União Europeia com o Mercosul, e não será mais. E, quem passará a ocupar a presidência será o Paraguai. A transmissão do cargo se dará na 67ª Cúpula de Chefes de Estado, em Foz do Iguaçu.
A saber, o Paraguai tem um governo de direita, super aliado a Donald Trump, que não só tem uma base militar norte-americana, a qual foi ré ativada por Joe Biden na surdina ao fim do mandato, para ter um olho na tríplice fronteira: Foz do Iguaçu (Brasil), Ciudad del Este (Paraguai) e Puerto Iguazu (Argentina), para atender a um pedido de Israel que alegou que terroristas antissemitas estavam escondidos na região. E, agora, Trump pretende enviar efetivos militares consideráveis à sua base militar paraguaia. E, por isso e não em razão dos protestos dos agropecuaristas europeus em frente a sede da União Europeia na Bélgica, que os líderes europeus de comum acordo decidiram prestigiar o Paraguai aliado de Trump, e não o Brasil que preserva sua soberania e independência política. Este “detalhe” ficou claro com a notícia de que na conversa com Lula, Meloni disse que a assinatura seria adiada para janeiro para estabelecer melhores salvaguardas aos agropecuaristas europeus. Ou seja, os europeus não querem assinar com o Brasil, mas com Trump. (🤡) Tem coisa que nem merece ser comentada de tão ridícula. O mundo é roda gigante, um dia se está em cima no outro se está em baixo. Se cuida Meloni!
É preciso avisar aos jornalistas e à Mídia do Brasil, quiçá até do mundo, que tem uma arapuca sendo armada para derrubar o jogo de tabuleiro ao melhor estilo daquele criado pelo francês Albert Lamorrisse em 1954, “La Conquête du Mondé” ou sua versão norte-americana RISK (WAR) da Grow, de 1972.
O atual cenário mundial não é para “brincadeirinha” de amadores, só verdadeiros profissionais podem entender. Aqueles que leram de início ao fim o livro de Thomas More, Utopia (1516), da mesma forma o livro de Thomas Hobbes, Leviatã (1651) e leram também o livro de Thomas Mann, Doutor Fausto (1947). Estes três homens possuem algo mais em comum além do nome próprio de Thomas, Tomás em português e Tomé na versão latina. Este também era o nome do discípulo de Jesus, que precisou enfiar o dedo na chaga de Jesus para acreditar que o mestre tinha ressuscitado, que deu ao nome de Tomé o adágio “aquele que precisa ver para crer”. Sim, o Tomé, discípulo de Jesus, cujo nome quer dizer gêmeo ou o par em semelhante, sendo dele um belíssimo evangelho apócrifo descoberto no século passado, e para quem Jesus disse: “Não sejas incrédulo, mas homem de fé. (…) Creste, porque me viste. Felizes aqueles que crêem sem ter visto!” (João 20:27-29).
Pois é, os três Thomas também queriam ver para crer, mas em algum momento tiveram a felicidade de crer sem ter visto. Eles em comum também tiveram a capacidade de refletir sobre a organização coletiva humana, assim classificada porque nós humanos vivemos em grupo, da mesma maneira que outros animais tais como formigas, abelhas, vespas e cupins, por exemplo, que vivem em sociedades organizadas, bem mais organizadas que a nossa, aliás. Eles refletiram sobre o comportamento humano, sua capacidade de entropia, que apesar de ser um conceito central na física que mede a desordem, aleatoriedade ou dispersão de energia, aplica-se ao comportamento humano que pode levar em determinadas circunstâncias a um ponto de ruptura quase sempre irreversível. Já que quanto mais imprevisível é uma situação, maior será a entropia humana.
A entropia humana causa o caos e o caos anda de mãos dadas com a distopia. Sendo que a distopia é uma sociedade imaginária onde o caos (falta de ordem, injustiça, opressão) se torna a norma, geralmente como o oposto de uma utopia, sociedade perfeita como imaginada por Thomas More. O uso da manipulação da política do caos gera cenários de colapso social descontrolado, em face de perigos presentes reais ou irreais, quando apregoados sem base na realidade, que fazem soar o alarme para um mecanismo de enfrentamento psicológico para o desespero real, criando as condições necessárias para o surgimento de um Estado totalitário, a maneira descrita de Thomas Hobbes, como um Estado absoluto com poder total, criado por um pacto social para tirar os homens do "estado de natureza", da guerra de todos contra todos e domesticar a fera humana expressa no conceito “o homem é o lobo do homem”, de modo a garantir a paz e a segurança, usando força e coerção para impor obediência.
O Estado totalitário de Hobbes, como corpo coletivo que detém o poder supremo, acima das leis, para assegurar a ordem social, é uma ideia que permeou as políticas desastrosas de extrema-direita e extrema esquerda nascidas na Europa no século XX. Nesta época, Thomas Mann escreveu sobre a insaciável ambição humana, esta que é capaz de embebedar mais do que qualquer bebida alcoólica, que trás em si a paixão pelo poder, a ponto de levar um indivíduo a perder a própria alma para o demônio e vender assim sua existência e sua vida, por algo efêmero e sem o menor valor perante a eternidade.
Tendo em vista que, a perda mais dolorida é de algo muito sonhado que não se realizou, planos de uma vida quê não se viveu, isto faz com que o ser humano seja vítima rotineira da frustração, com a qual não sabe nem lidar ou enfrentar corretamente, agindo por impulso para se livrar do incômodo depressivo que sente. Por isso que aquele que saiu pelo mundo impelido pelo próprio impulso de se livrar do que sente, e foi à procura de algo que ocupe o seu vazio interior, vai encontrar o que tanto buscou, o seu propósito existencial, justamente no lugar de onde saiu. O que não por acaso pode remeter à parábola do “filho pródigo” apregoada por Jesus, há mais de dois mil anos.
Uma pessoa que encontra o seu propósito existencial, aquele que só conhece quem conhece a si mesmo, aquele que se viu por dentro mais do que seu reflexo no espelho, que tem consciência do seu eu interior do qual não pode fazer um selfie com o celular, e na sua jornada encontrou em si a razão de sua busca, este descobriu que jamais estará só, e encontrou a tal felicidade aclamada por tantos filósofos que viveram em tempos idos.
Todavia, aos outros despropositados da vida, infelizes consigo mesmos e sedentos de poder, ambiciosos de dominar e ter controle sobre tudo e todos, resta a eles as palavras ditas por Deus ao profeta Jeremias:”Toma de minhas mãos está taça cheia de vinho da minha ira, e faças com que dele bebam todos os povos que te enviarei. Quando o tiverem bebido, ficarão aturdidos e enlouquecerão… “ (25:15-16)
Frente ao estado desta embriaguez generalizada, que hoje está a transformar as pessoas para que sejam facilmente dominadas ao se tornarem apolíticas, desconectadas da realidade e destituídas do instinto que as levaria a se agregarem em sociedade, mas, ao contrário as isolam cada qual em seu canto com a própria dor. Por conta deste estado deplorável das coisas está se promovendo circunstâncias cada vez mais favoráveis à distopia de forma a justificar o totalitarismo que se manifesta crescentemente pelo mundo.
O que recorda-me mais uma canção de Chico Buarque, esta composta a quatro mãos com Milton Nascimento, em 1978, ainda durante o período da ditadura militar. A canção “Cálice” expressa a amargura e o sofrimento do desnorteio de tantos perdidos e sem noção na sua letra, especialmente nas estrofes a seguir:
“Esse pileque homérico no mundo,
De que adianta ter boa vontade?
Mesmo calado o peito, resta a cuca
Dos bêbados do centro da cidade
Pai (pai)
Afasta de mim esse cálice (pai)
Afasta de mim esse cálice (pai)
Afasta de mim esse cálice
De vinho tinto de sangue
Talvez o mundo não seja pequeno (cálice)
Nem seja a vida um fato consumado (cálice, cálice)
Quero inventar o meu próprio pecado
(Cálice, cálice, cálice)
Quero morrer do meu próprio veneno
(Pai, cálice, cálice, cálice)
Quero perder de vez tua cabeça (cálice)
Minha cabeça perder teu juízo (cálice)
Quero cheirar fumaça de óleo diesel (cálice)
Me embriagar até que alguém me esqueça (cálice)”.
Tão ontem e tão hoje…Precisamos todos pensar mais sobre isso, e que tenhamos firmeza e força para dizer: “CALE-SE!”* a quem a nós queira embebedar e fazer perder o juízo.
*Trocadilho de “cálice” (taça) com “cale-se” (não fale, fecha a boca).
REFERÊNCIAS
https://superpoderes.fandom.com/wiki/Manipulação_do_Caos
https://caputconsultoria.com.br/a-politica-do-caos-como-estilo-de-gestao/
https://edition.cnn.com/2025/12/15/politics/fentanyl-weapon-of-mass-destruction-trump
Brasil supera EUA como maior produtor de carne bovina do mundo, aponta USDA
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