RIQUEZAS INDECENTES
BIA BOTANA
Há alguns anos escrevi aqui no Blogger (blogspot) um livro sobre a minha investigação das “redes sociais” através da História e suas esferas de influência de poder, onde o tecido social é entremeado através de personagens que agiam como tecelões, o que deu nome a obra de “DEUS SOU EU? - OS TECELÕES”.
Nos capítulos finais do livro, eu escrevi sobre um homem sem nobreza, que se tornou o homem mais rico do mundo de seu tempo e que viveu entre o final do século XV e início do século XVI, época marcada por uma grandiosa mudança ao alvorecer da Idade Moderna. *(Links deste livro e reportagens estarão disponíveis ao final do texto em Referências)
O nome desse homem era Jacob Fugger (1.459 - 1.525), oriundo de uma família de comerciantes de Augsburg (Alemanha), que ligou-se por motivos financeiros à poderosa família Habsburg, responsável por dominar a politica europeia até 1918, numa epopeia histórica inigualável. Jacob Fugger patrocinou as navegações dos reinos ibéricos, estabeleceu o sistema colonial e o mercantilismo, iniciou o jornalismo economia e por conta ao seus negócios questionáveis com a venda de “indulgências” da poderosa Igreja Católica de Roma acabou por provocar a insurgência de Martin Lutero e ascendeu a chama do movimento da Reforma religiosa promovendo conflitos religiosos sanguinários por toda a Europa e nos territórios além-mar. Jacob Fugger morreu sem deixar herdeiros sucumbindo a própria desgraça pessoal e seu nome é lembrado por poucos como eu, que tive interesse em saber mais sobre quem ele foi e qual foi o seu legado para a humanidade.
Muito antes de Jacob Fugger, um outro homem alcançou o título de homem mais rico e poderoso do mundo, seu nome foi Caio Júlio César Octaviano (63 a.C. - 14 d.C.), plebeu romano, sobrinho-neto do poderoso general Júlio César. Ele fez uma bela trajetória politica e militar que em 27 d.C., que levou o Senado Romano outorgar os títulos de “Augusto” (Bem Aventurado dos deuses) e de “Príncipe”. Mas, as honras não trouxeram-lhe boa fortuna, pois em 23 a.C., quando tinha 40 anos sofreu uma doença severa que quase o matou, mas em vez de enfraquecer sua ambição a fortaleceu.
Em 19 a.C., o Senado Romano deu ao agora chamado Caio Júlio César Augusto, o título de Imperador (que significa Comandante Vitorioso) com todos poderes imperiais pertinentes ao novo cargo, e assim nasceu o poderoso Império Romanos. Em 12 a.C., Augusto foi elevado a Pontífice Máximo da religião Romana e em 2 a.C. recebeu o título de Pai da Pátria. Então, tomou o nome de “Imperador Cesar, Filho do Divino, Augusto”, titularidade que usou até a sua morte provocada por figos envenenados aos 75 anos. Devido ao fato do seu corpo ter sido cremado, paira a dúvida que tenha sido um suicídio assistido. Augusto não deixou descendentes diretos e apesar de todo poder, riqueza e honrarias não se tem notícia que tenha alcançado a felicidade na terra.
Augusto promovia a ideia de uma civilização romana superior com o objetivo de governar o mundo, inspirado na exaltação poético de Virgílio: “Romano lembre, por sua força, de governar os povos da Terra!”
A História está repleta de ironias, não só a imponente Roma revestida de mármore e luxo por Augusto virou ruína, como o nome do Imperador foi levado pelas areias do tempo. E a mais suprema ironia do destino foi que o governante mais poderoso do mundo, cujo legado seria a base sólida sobre a qual se ergueria toda a civilização ocidental e que levaria o Império Romano a governar os povos da Terra, não seria Augusto, mas um carpinteiro nascido durante o seu tempo, na região da Judéia, então sob domínio de Roma desde 37 a.C., que colocou um rei-ciente (preposto) chamado Herodes, o Grande, cujo governo refletia a influência da cultura grego-romana nos magnificência dos edifícios que ergueu, tal como o novo Templo, pois o de Salomão já não existia mais. Tanta ostentação de Herodes atraiu os olhares romanos de ganância e em 6 a.C. a Judéia foi foi feita província romana, passando a ser governada por Roma. Por sua vez Herodes, o Grande, faleceu pouco depois em 4 d.C., quando Roma dividiu a região entre os très filhos do velho rei. Possivelmente, foi entre um evento e outro que o filho de um carpinteiro de Nazaré nasceu em Belém de Judá, durante um recenseamento romano, provavelmente em razão da mudança de status da Judéia para província romana. O filho do carpinteiro foi chamado de Jesus (Yeshua, em hebraico, que significa “salvação” (de Deus) que em versão latina pode ser Jesus ou Josué, e sob influência inglesa Joshua).
Jesus, o Nazareno, foi carpinteiro como seu pai, mas sua vocação como profeta se manifestou após a morte do Imperador Augusto alcançando grande popularidade entre judeus, romanos, samaritanos, fenícios e gregos, deixando um legado sobrenatural, não em riquezas terrenas, mas em exemplo de vida e ensinamentos revolucionários de profunda sabedoria, que melhor que podem se resumir em suas próprias palavras assim:
“Não ajunteis para vós tesouros na terra, onde a ferrugem e as traças corroem, onde os ladrões furtam e roubam. Ajunteis para vós tesouros no céu, onde não os consomem nem as traças, nem a ferrugem; e os ladrões não furtam nem roubam. Onde estiver o teu tesouro, lá também está o teu coração.
O olho é a luz do corpo. Se teu olho é são, todo o teu corpo será iluminado. Se teu olho estiver em mau estado, todo o teu corpo estará nas trevas. Se a luz que está em ti são trevas, quão espessas deverão ser as trevas.” (Mateus 6:19-22)
Em todos seus ensinamentos Jesus exaltou a sabedoria divina, que estava disponível e ao alcance de todos sem distinção, permitindo a realização do impossível e até do inacreditável. E foi através dos atos e palavras de ensinamentos de Jesus que teve início a maior transformação da civilização humana, tendo seu tempo de semente adormecida na escuridão da terra, para vir a germinar, florecer e dar seus frutos durante um período de dois milênios, a se completar em breve, entre 2027 e 2029 (considerando que Jesus tenha nascido entre 6 a.C quando a Judéia foi elevada a província de Roma e antes da morte de Herodes em 4 a.C., Jesus teria morrido com 33 anos entre 27 d.C e 29 d.C.).
Pode-se considerar que o primeiro sinal de florescimento do legado de Jesus se deu ao final do século XV, com o advento da impressão, quando os ensinamentos de Jesus, e também de outros pensadores clássicos passaram a ser disseminados, e mais e mais pessoas aprenderam a ler e adquiriram sabedoria, muitos se tornaram liminares e lançaram luzes sobre as trevas da ignorância humana, outros usaram o saber para realizar ambições materiais, tal como Jacob Fugger e desejaram ser como Augusto, movidos por inveja e ganância, os sentimentos nocivos que entram pelos olhos, envenenam os corações e as almas, fazendo ser trevas onde antes era luz e cegando os olhos para tudo mais além da ambição.
Conhecer o passado permite analisar o presente e até ter um vislumbre do futuro. O julgamento imparcial, não para condenar, apenas para ressaltar que se comete erros antigos e atávicos, repetindo um proceder que se mostrou errático muitas vezes, apenas com o objetivo de obter um resultado diferente. O que é um traço de loucura. Por outro lado, a sensatez é a mais benévola das qualidades que uma pessoa pode ter, pois tanto beneficia a própria pessoa como aquelas que a rodeiam. Todavia a sensatez é muito difícil de se possuir, por exigir humildade e também generosidade. A humildade para reconhecer a própria pobreza de sabedoria e a generalidade ao compartilhar o saber alcançado. Mas, infelizmente,não é assim que o mundo funciona. Jesus já dizia: “Ai de vós doutores da lei, que tomastes a chave da ciência, e vós mesmos não entrastes e impedistes aos que vinham para entrar.” (Lucas 11:52)
Era costume de Jesus dizer após curar alguém de seus pecados: “A tua fé te salvou. Vá e não peque mais.” Era pois esse o desejo supremo de Jesus, que as pessoas deixassem de errar, e não errando não pecassem e não sofressem por seus próprios erros. De fato apesar de passados dois mil anos da pregação de Jesus, mais de quinhentos anos que seus ensinamentos se tornaram públicos e notórios por toda humanidade, ainda somos testemunhas que apesar da pouca fé muito que se pensava impossível se tornou realidade, mas o mais inacreditável é que continua-se a cometer os mesmos erros e pecados do passado, apesar de toda sabedoria que pensamos ter não somos em nada melhores do que nossos ancestrais do tempo de Jesus.
Tentarei provar o que digo de maneira sucinta. Em 3 de novembro último a revista Forbes noticiou seu ranking dos mais ricos do mundo. Eu resolvi me debruçar num estudo abrangendo de 2015 até hoje os cinco homens mais ricos do mundo, porque não há nenhuma mulher entre eles, todos ou são norte-americanos ou naturalizado norte-americano, o que não deve causar admiração já que os Estados Unidos da América é a Nação mais rica do mundo com um patrimônio de 163 trilhões e 117 bilhões de dólares segundo o Global Wealth Report de 2025, com mais de 36 trilhões e 2 bilhões de dólares em dívidas em 2025, equivalentes a 120% do seu PIB, segundo dados recentes divulgados pelo Tesouro dos EUA.
Isto posto, segundo as informações da Forbes, observa-se que dois nomes proeminentes apesar de presentes em 8 dos 10 anos entre os cinco mais ricos, não sou deixaram de estar presentes nos últimos dois anos, como apresentaram um enriquecimento salutar, são eles: Warren Buffet (95) dono da Berkshire Hathaway, que fez fortuna com sua incrível perspicácia como investidor, e Willian Henry “Bill” Gates III (70), dono da empresa de software Microsoft, notando-se que na mesma medida que enriqueceram se tornaram também grandes filantropos do mundo, portanto adquirindo e compartilhando riquezas.
Foi possível averiguar que em 2015, Bill Gates era o homem mais rico do mundo com US$ 79,1 bilhões e que agora em 2025 sua fortuna é de US$ 119 bilhões, nem chegando a duplicar, tendo um crescimento de apenas 1,5 em 10 anos. Por sua vez, Warren Buffet, que frequentou a lista desde 2008 nas cinco primeiras posições, em 2015, possuía a fortuna de US$ 77,1 bilhões ocupando honrado 3° lugar. Em 2025, já não mais entre os cinco primeiros, a fortuna de Buffet é de US$ 149,2 bilhões, com um crescimento de 1,9 em 10 anos. Guardando as devidas proporções, muitos empreendedores e investidores podem ter tido a mesma evolução patrimonial destes dois bilionários seguindo os conselhos de Warren Buffet em seu conceito de “valor de investimento”: 1) Focar no longo prazo; 2) Investir no que se conhece; 3) Procurar bons negócios e bons preços; 4) Não seguir a manada e 5) Estudar o assunto. São regras sensatas e a elas acrescento que é preciso saber a hora de comprar e mais ainda a hora de vender, por exemplo: pode-se aparentemente vender mal para investir em algo melhor a longo prazo, o que amortiza o prejuízo presente com o aumenta do lucro futuro.
Não é de admirar que Warren Buffet e Bill Gates sejam considerados como “bilionários de estimação” por alguns analistas, inclusive eu. Eles são pessoas ricas “saudáveis” e não “tóxicas”. Eles estão contribuindo enormemente para tornar o mundo melhor para todos, investem em programas filantrópicos quantias avultadas causando a vergonha do próprio país, que no momento está cortando os auxílios sociais internos e externos. Ambos são discretos e não ostentam riquezas, seria possível até os encontrar comendo hot-dogs num parque, e juntos, pois apesar da diferença de décadas de idade, se tornaram ótimos amigos.
Contudo nos últimos anos surgiram o que eu chamo de RIQUEZAS INDECENTES, as quais pertencem a pessoas questionáveis em muitos sentidos. Aprendi com meus avós que pessoas que ganhavam fortunas muito rapidamente não eram confiáveis, pois se dinheiro não dá em árvore, qual seria pois a origem de tais fortunas. Existem fortunas que surgem do nada, parecem que são meritórias e fruto da inteligência ou capacidade de aproveitar oportunidades, fruto de algum tipo de trabalho, mas grandiosas fortunas são feitas com a exploração do homem pelo próprio homem. A revista Forbes não pesquisa fortunas pertinentes aos magnatas do crime, do tráfico de drogas, de seres humanos e de armas que costumam lavar seu dinheiro sujo com negócios “lícitos”, este bilionários não aparecem no ranking da Forbes, da Bloomberg ou do Financial Times, mas deveriam.
Hoje mesmo, aqui no Brasil, se notícia que a Polícia Federal cumpriu mandato de prisão contra o banqueiro oriundo da elite mineira, Daniel Bueno Vorcaro, que fez milhões em dólares em cinco anos, através de seu banco de investimentos Master, captando fortunas ofertando CDBs (CDB - Certificado de Depósito Bancário) com taxas de retorno de 140% do DI (Depósito Interbancário) quando a faixa da oferta desses investimentos praticada no sistema bancário tradicional brasileiro é no máximo de 103% do DI.
O Banco Master captou altos investimentos ludibriando a boa fé dos investidores e muitos negócios que ofereciam alta lucratividade, e a soma de sua dívida hoje está em US$ 2.3 bilhões de dólares (R$ 12.6 bilhões). O banqueiro foi preso quando embarcava em seu jatinho particular no aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, para Doha (EAU), onde fecharia a venda do seu banco Master, negociação conduzida pela Fictor Holding Financeira, empresa pouco conhecida no mercado financeiro brasileiro, mas que divulgou na segunda-feira (17) ter apresentado uma proposta para adquirir o Master. A oferta incluía um consórcio de investidores dos Emirados Árabes Unidos que, segundo a Fictor, administram juntos mais de US$ 100 bilhões em ativos. Os nomes dos participantes, contudo, não foram revelados.
Daniel Vorcaro é um digno exemplo do surgimento de fortunas indecentes decorrente das maracutaias do mercado financeiro internacional, que tem lavado muito dinheiro sujo do crime organizado internacional que vem colocando volumes financeiros de grande porte para ser “institucionalizado”, pratica que o governo do Brasil começou a combater fortemente deste 2024, resultando em operações da Polícia Federal em alvos da elite econômica-financeira brasileira do país localizados na cidade de São Paulo, como empresas na Av. Faria Lima e Av.Paulista. Uma ofensiva que devia ser praticada em outros centros econômicos-financeiros do mundo, tal como Nova York e Londres, por e exemplo, onde ninguém investiga a origem do dinheiro.
Então, levando em consideração o bom senso de meus avós, continuarei a minha análise das listas dos mais ricos do mundo. E na minha lista por antiguidade em primeiro lugar das Fortunas Indecentes está Larry Ellison (81), dono da empresa de software Oracle, sua fortuna em 2015 era de US$ 54,3 bilhões, ocupando o 5° lugar, e só veio a reaparecer na lista ocupando o 3° lugar, em 2023, com US$ 141 bilhões, multiplicando por 2,60 em 8 anos a sua fortuna. O que não é compreensível é que ele em 2024 tenha aparecido no mesmo terceiro lugar com US$ 218,3 bilhões, aumentando sua fortuna em US$ 77 bilhões em um ano, e, agora, em 2025 surja e 2° lugar no ranking com US$ 320 bilhões, com um aumento extraordinário de US$ 102 bilhões em um ano! Só o aumento das ações de suas empresas na bolsa de valores não explica, é preciso verificar que acionistas são esses. Em 9 anos, Larry multiplicou sua fortuna por 5,87 e tem usado sua fortuna para patrocinar esportes, políticos republicanos e o Ellison Medical Foundation (desde 1997), que fica na pesquisa biológica de longevidade, talvez deseja viver “eternamente”, mas devia pensar que qualidade de vida é mais importante e que nem tudo se compra com dinheiro, pois é fato que algo falta em sua vida.
Por sua vez, em 2° lugar, está Jeff Bezos (61) dono da empresa de comércio online Amazon, que entrou para a lista entre os cinco mais ricos em 2016 em 5° lugar, com US$ 45,2 bilhões e não sairia mais. Nos anos de 2018, 2019, 2020 e 2021 ele manteve a primeira posição, depois perdeu a posição e não a recuperou mais. Em 2025, apareceu em 5° lugar com uma fortuna de US$ 254 bilhões, multiplicando sua fortuna por 5,6 em 9 anos. Neste ano marcou presença com a ostentação de seu novo casamento, alugando a cidade de Veneza para a ocasião festiva. Além disso tem investido parte de sua fortuna num projeto espacial com o objetivo de “colonizar Marte”. Jeff Bezos parece-me um digno herdeiro do legado de Jacob Fugger, só deve ter cuidado para não acabar no esquecimento como ele.
Em terceiro lugar na minha lista está Mark Zuckerberg (41), dono da plataforma de redes sociais, marketing e mídia Meta Platforms (Facebook e outros), que entrou em 5° lugar em 2017, com uma fortuna de US$ 46,6 bilhões, em 2018 manteve a mesma posição com US$ 71 bilhões, em 2020 subiu para 4° lugar com US$ 86,5 bilhões, retornaria ao 5° em 2021, com US$121 bilhões, em 2022,saiu dos cinco primeiros e retornou em 2024, com a fortuna de 2021 dobrada no valor de US$ 214,4 bilhões. Mas, em 2025, caiu para o 5° lugar com US$ 232 bilhões. Em 8 anos multiplicou sua fortuna por 5,2 vezes. Seu foco é usar a engrenagem de suas redes sociais para manipular as informações que circulam pelo mundo interferindo nas tendências políticas, econômicas e sociais do mundo, tirando o maior proveito possível de suas informações privilegiadas, pois informação é poder. Também um digno herdeiro de Jacob Fugger que criou o jornal com informações econômicas, financeiras e comerciais, que inspirou o Financial Times e outros. “Nada se cria, tudo se renova”, diria hoje Lavoisier.
E em 4° lugar na minha lista de Fortunas Indecentes, está a mais escandalosa de todas, a do sul-africano naturalizado canadense e norte-americano Elon Musk (54)com sua empresa de ponta de lança a fábrica de veículos elétricos Tesla Inc. , entre outros empreendimentos. Elon entrou para o ranking em 3° lugar em 2021, com uma fortuna de US$ 165 bilhões, no ano seguinte em 2022 saltou para o primeiro lugar com US$ 219 bilhões, em 2023 foi desbancado pelo dono do conglomerado de marcas de Luxo LVMH, o francês Bernard Arnault (76) com sua fortuna de US$ 211 bilhões. Arnault não se sustentou e nos últimos dois anos e nem esteve mais entre os cinco primeiros. Elon Musk retornou ao primeiro lugar em 2024 com uma fortuna de US$ 439 bilhões e se manteve em 2025 com as ações da Tesla alavancando sua fortuna para US$ 497 bilhões. Em 4 anos triplicou sua fortuna. Novamente o efeito “bolsa de valores” explica esses ganhos estratosféricos. Sabe-se lá quem são os investidores desse negócio das arábias.
Elon Musk também entrou na corrida espacial, concorrendo com Jeff Bezos para ver quem chega primeiro em Marte. Gosta de dizer que está fazendo uma “revolução” para mudar o mundo e tudo que faz mesmo ajuda que oferece, não é uma ação filantrópica, está mais para um toma-lá-dá-cá, onde ele tem que ganhar sempre. O título de “Imperador César Filho do Divino, Augusto” parece servir como uma luva nele. Ele adoraria ter sido o presidente dos EUA no lugar de Donald Trump, não deu porque ele é naturalizado. Mas, ser Imperador do mundo ainda frequenta seu ideal imaginário.
Agora, considere-se que a população mundial em 2025 está calculada em 8,23 bilhões de pessoas. O número de pessoas ricas com mais de um milhão de dólares é de 687.028 pessoas, 684 mil são milionários e 3.028 são bilionários, acumulando um total de US$ 16,1 trilhões de dólares, sendo destes 15 pessoas com mais de US$ 100 bilhões e 4 pessoas com mais de US$ 200 bilhões! Como não achar isto uma indecência? Esses são os 0,835% da Humanidade, os outros 8 bilhões, 229 milhões, 313 mil pessoas, ou seja, 99,165%, são os provedores diretos ou indiretos das fortunas dos ricos, os 684 mil bilionários são provedores diretos ou indiretos dos 3.028 bilionários, que são provedores direta ou indiretos entre si. Nada mudou em dois mil anos, a diferença é que antes se sabia quem era que estava no comando, bastava olhar quem era o senhor da fortaleza ou do castelo, hoje não se sabe quem é quem, e nem se sabe se alguém é quem diz ser, pois que é hoje pode não ser amanhã. E isto é resultado da sociedade consumista de bens materiais que foi construída com base na inveja, ganância e acumulação de riquezas.
O mais curioso é que essa população de pessoas ricas que se esforçaram tanto para chegar no diminuto pico da pirâmide social são limitados por seu círculo social, pois fora dele são simplesmente ignorados pelo resto da humanidade, que nem se preocupa com a existência deles e mais com a própria vida e subsistência.
A verdade é que certa maneira, todos sejam ricos ou não tão ricos, convivem com uma luta para sobreviver, uns enfrentam mais adversidades e outros menos, mas são sempre os mais aptos que sobrevivem, nem sempre os mais ricos ou os mais fortes, mas os que possuem aptidões que os fazem mais resilientes que todos os outros.
Portanto, se amanhã o nossa civilização alicerçada no sistema de energia elétrica e seu sistema operacional de dados digitais sofrerem uma súbita pane prolongada, o nosso mundo se tornará caótico e as fortunas guardadas em “nuvens” farão um ridículo “puff” e desaparecerão. Tal qual os bilhões em CDBs dos investidores gananciosos do Banco Master estão desaparecendo.
Portanto, não se pode tomar por certo o que é tão incerto. Do que adiantará conquistar Marte e perder o Mundo? Do que adianta ter tanta riqueza se na hora da precisão não puder contar com a ajuda de ninguém? Do que adianta ter tanta riqueza em meio a tanta escassez? De que adianta ser tão rico e ser tão pobre de espírito?
Nestes dias Warren Buffet em sua carta de despedida do comando da Berkshire Hathaway escreveu: ““Quando você ajuda alguém de qualquer uma das milhares de maneiras possíveis, você ajuda o mundo. A bondade não custa nada.”
De certo que quem trata o próximo como gostaria de ser tratado jamais estará só e sempre terá ajuda para superar a adversidade. Seria bom que as pessoas se conscientizassem que nem toda fortuna do mundo pode dar maior felicidade do que levar felicidade a outrem.
A ruína da nossa sociedade não é uma probabilidade fictícia, é uma possibilidade que pode acontecer se nada fizermos para prevenimos o perigo que nos ameaça. E se nada for feito e a ruína sobrevir, a pergunta é: os sobreviventes construirão uma nova civilização com bases mais sólidas para o bem comum ou repetirão os mesmos erros egoísticos de sempre?
REFERÊNCIAS
DEUS? SOU EU!" – OS TECELÕES: XVIII - JACOB FUGGER – O BANQUEIRO DO RENASCIMENTO
"DEUS? SOU EU!" – OS TECELÕES: XIX - JACOB FUGGER E O GLAMOUR DOS HABSBURG
"DEUS? SOU EU!" – OS TECELÕES: XIV – OS DOIS GRANDES TECELÕES in RELIGIOSOS DA NOSSA ERA
https://www.cartacapital.com.br/cultura/super-ricos-de-estimacao/
https://en.wikipedia.org/wiki/Daniel_Vorcaro
https://piaui.folha.uol.com.br/quem-e-daniel-vorcaro-banco-master/amp/
https://www.davi.com.br/seguranca-digital-144/golpe-do-investimento/
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