Vivendo sem validação e likes 👍🏻
Eu caí nas teias das redes sociais em 2012, após ter resistido muito a integrar esse tipo de comunidade na Internet, que teve seu início com o Orkut, uma rede social filiada ao Google, que durou de 2004 a 2014, sucumbindo ao efeito devastador do Facebook, criado quase ao mesmo tempo do Orkut, mas com uma trajetória que fez a rede ser popular e acessível a qualquer um com os novos smartphones em 2012, o que nos leva aos dias de hoje, com o domínio das redes Facebook, Instagram, Threads, WhatsApp (todos estes produtos da Meta do norte-americano Mark Zuckerberg), X ( ex-Twitter comprado por Leon Musk, com cidadania norte-americana, que consta como o homem mais rico do mundo), TikTok (da ByteDance chinesa) e tem também a Truth Social (do atual presidente dos EUA, Donald Trump). Como se vê em treze anos as redes sociais se tornaram um universo midiático mundial que domina não só as relações sociais de todas sociedades como as cabeças das pessoas.
Eu confesso que conviver com um sistema social de validação ou cancelamento é sem duvida alguma tóxico e viciante, porque mexe com o cérebro e sua produção dos hormônios das emoções: dopamina, serotonina, endorfina e oxitocina em níveis que afetam todo o sistema nervoso, podendo através do estresse que causa produzir doenças degenerativas nos órgãos que dependem do equilíbrio destes hormônios como o fígado, o sistema digestivo, tiroide, pâncreas, coração e inclusive o próprio cérebro, podendo causar até doenças mentais. Ou seja, a dependência das redes sociais e seu sistema de validação/cancelamento, é tão nocivo ao ser humano quanto as drogas (incluindo o consumo de álcool) e tabaco. Mas, ninguém quer falar disso, porque essas redes sociais rendem fortunas incalculáveis aos seus proprietários e acionistas. E como vivemos numa sociedade fundamentada no consumo, pode-se dizer que esta dependência doentia viciante das redes sociais é algo nocivo ao ser humano, mas moralmente admissível, dentro de um contexto hipócrita da própria sociedade.
O que acontece quando se faz uso das redes sociais é mais ou menos assim: Quando o eu que crio como personagem de mim mesma, torna-se um "self" melhor do que o eu que sou, este personagem é como um marionete de mim. Então um dia, o meu eu deixa de existir, só o personagem existe, pois matei o eu que vivia em mim.
Atualmente estamos mexendo com a nossa mente de uma maneira que leva a um estado alucinatório nunca antes vivido pela mente humana.
Quando as redes sociais passam a integrar no seu sistema de algoritmo a Inteligência Artificial (IA) está na verdade adquirindo um poder intrusivo cada vez mais pleno não só no nosso sistema de reconhecimento de quem somos, o que pode levar o nosso "self" a desaparecer, como afetar de maneira degenerativa nossa capacidade de discernimento, do momento que delegamos nossa capacidade de decisão e abrimos mão da nossa capacidade de pensar por nós mesmos, e qualificando um “sistema digital” como nosso alterego.
Há treze anos decidi parar de fumar, foi assim, cortei o hábito nocivo fazendo uma espécie de auto hipnose e provando a mim mesma que teria poder mental para não ter mais dependência física de um vício, todavia, até hoje tenho vontade de fumar, mas não fumo. Do mesmo modo, eu creio que vai ser difícil eu abandonar o vício nos likes 👍🏻 e nos corações ❤️, mas a perspectiva de eu retomar o domínio sobre mim mesma e, principalmente, poder reencontrar o meu “self” e dizer que eu o amo a despeito do que os outros possam pensar, parece-me uma valiosa oportunidade para me tornar uma pessoa melhor segundo meus próprios princípios e critérios.
Os ciganos possuem um ditado que gosto muito: “Não pare a carroça para pegar o que caiu, se caiu pelo caminho, se caiu pelo caminho não pertence mais a você”.
Quando a Meta em seu novo contrato de Politica de Privacidade, sobre o qual escrevi no artigo anterior (7/11/2025), ao ter desconsiderado de maneira explícita a privacidade dos seus usuários, que se opuseram ao uso de suas informações, e mesmo em face a esta oposição declarada, a Meta estará se apossando a partir 16 de dezembro de 2025 de todas interações publicas diretas ou indiretamente de seus usuários em seus produtos, a fim de beneficiar sua inteligência artificial com conhecimento humano em forma de algoritmo, a Meta com esta decisão revela o seu lado mais macabro de suas redes sociais, o de sanguessuga de mente humanas. A Meta se fez assim ao meu ver, um pacote caído da minha carroça pelo caminho do meu destino, nada vou fazer para resgatar o que está perdido.
Percebo que o número de pessoas que querem manter sua lucidez está sendo crescente na medida que se descobrem afetadas de maneira nociva pelas redes sociais, e tal como eu se desengajam buscando uma vida fora das redes, que certamente é mais saudável, sim, há vida fora das redes sociais, uma vida que espera por ser redescoberta e retomada.
Bora lá tomar um cafezinho e deixar a vida nos levar!
❤️☕️❤️
Concordo plenamente! Parabéns !❤️
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