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quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

JESUS, AMOR & FÉ - 28. PARÁBOLA DO REINO DE DEUS: O JOIO

JESUS, AMOR & FÉ *

28. PARÁBOLA DO REINO DE DEUS : O JOIO

Após a discussão sobre o dia de sábado com os fariseus na Sinagoga de Cafarnaum, Jesus deixou de falar abertamente quem era e para o que viera, passando a pregar através de parábolas e assim ensinava aqueles que o ouviam, para que suas palavras tocassem seus corações e entendessem mais com os sentimentos do que com a razão.
Como poderemos perceber ao estudar a vida de Jesus, o período de sua manifestação como Filho de Deus se dá em um ano, apesar que alguns estudiosos queiram atribuir um período de três anos com base no Evangelho de São João. Contudo, considerando as profecias, principalmente a feita pelo profeta Isaías, há respaldo para crer que tudo se deu num período de um ano, o chamado: ANO DA GRAÇA DO SENHOR, que Isaías assim o descreve: "… proclamais um ano de graças da parte do Senhor, um dia de vingança do nosso Deus (Is. 61:1) Lamentai-vos, porque o dia do Senhor, está próximo como uma devastação provocada pelo Todo- Poderoso (Is. 13:6) . Eis que virá o dia do Senhor, dia implacável, de furor e cólera ardente para reduzir a terra a um deserto e dela exterminar os pecadores (Is. 13:9)."
A passagem de Jesus pela Terra Santa também estará sincronizada com as estações do ano, a saber:
- Ao final do inverno, Jesus jejuou no deserto:
- No início da Primavera, abril, ele foi batizado e ungido no rio Jordão, o que deve ter se dado após a Páscoa judáica, a qual ocorre no geralmente ao final do inverno e início da primavera:
- Ele se manifestou a primeira vez na Primavera, tempo em que tradicionalmente aconteciam os casamentos:
- Jesus pregou a beira do Mar da Galiléia durante todo o verão:
- A primavera e o verão são as estações que se dá a colheita dos grãos, como por exemplo o trigo. É o tempo da ceifa;
- No final do verão começa o tempo de colher os frutos e
- O outono e o inverno são o tempo de semeadura do trigo.
Por ora, é o que nos basta saber, para compreender os próximos acontecimentos, principalmente, no que diz respeito aos ensinamentos dados por Jesus nas principais parábolas sobre o Reino de Deus. Jesus começou a falar por parábolas justamente no tempo da colheita do trigo, e foi com a parábola do joio que seus ensinamentos sobre o Reino de Deus, das coisas celestiais, iniciaram-se.
Num certo dia, estando Jesus em Cafarnaum, como deixara de ensinar na sinagoga por causa das discussões que ali tivera,  ele sentou-se a beira do mar da Galiléia, mas sua solitude durou pouco. Logo as pessoas foram chegando e puxando prosa com ele e iam se sentando para ouvi-lo, tantas eram as pessoas que se achegavam que Jesus acabou por entrar dentro de uma barca. Ele subiu na popa e nela se sentou para que todos pudessem vê-lo. E Jesus começou a revelar a natureza do Reino dos céus e assim ele falava a todos:
- O reino dos céus é semelhante a um homem que tinha semeado boa semente em seu campo. Na hora, porém, em que o homem repousava veio o seu inimigo e semeou o joio no meio do trigo e partiu. O trigo cresceu e deu fruto, mas apareceu também o joio *(cuja semente é muito semelhante a do trigo, mas o joio é uma praga e para nada serve). Os servidores do pai de família vieram e disseram-lhe: “Senhor, não semeaste bom trigo em teu campo? Donde veio, pois o joio?” Disse-lhe o senhor da terra: “Foi um inimigo que fez isso para prejudicar minha colheita!” Replicaram-lhe os servidores: “Queres que vamos lá e arranquemos o joio?”. O pai de família disse: “Não, de modo nenhum. Pois, se arrancares o joio poderás arrancar o trigo também *(já que o trigo e o joio quando brotam ainda são muito semelhantes e fica difícil distinguir um do outro). Deixai-os crescer juntos até a colheita . No tempo da colheita, direi aos ceifadores para arrancarem primeiro o joio e o atem em feixes para o queimar, enquanto o trigo recolherei ao meu celeiro. (Mt. 13:24-29)
Mais tarde, os seus discípulos perguntariam a Jesus o significado oculto dessa parábola, e sentados em casa agrupados ao redor de Jesus como crianças reunidas ao redor de um pai de família, Jesus lhes ensinou, dizendo:
- O homem que semeia a boa semente é o Filho do Homem. As sementes são as palavras que saem da minha boca. O campo é o mundo. O trigo são os filhos do reino de Deus. O inimigo que semeia a má semente é Satanás, pois ensina o que é mentira, logo o joio são os filhos do Maligno. A colheita é o fim do mundo. Os ceifadores são os anjos, que recolherão os maus primeiro para destruí-los e depois colherão os bons para Deus, assim será o fim do mundo. O Filho do Homem enviará seus anjos que retirarão do seu reino todos os responsáveis por escândalos e todos os que fazem mal e os lançará a destruição. Então, os justos resplandecerão como o sol no Reino de Deus. (Mt. 13;36-43)
Essa parábola só se encontra no Evangelho de São Mateus, todavia em 1945, quando lavradores escavavam num velho cemitério de Nag Hammadi, no Egito, encontraram alguns potes de barro com manuscrito em caracteres coptas. Parte desses papiros encadernados em couro foi usado pelos colonos ignorantes para acender fogo; mas por milagre uma parte foi salva e vendida e foi parar no museu do Cairo, onde esses manuscritos foram guardados por 11 anos, sem que ninguém lhes desse importância. Mais tarde, quando finalmente em 1956, peritos examinaram cientificamente esses documentos, verificaram que além dos outros manuscritos, esses papiros continham o Evangelho de São Tomé, até então desconhecido, e que era uma cópia do original que remontava ao século II da nossa era. A primeira tradução desse Evangelho de São Tomé, que se constitui de frases e aforismos, foi feita em Paris em 1959, a coleção com a traduções de todos os textos de Nag Hammadi, só foi feita em Paris, em 1984, mas continuam sendo objeto de estudo até os dias de hoje.
Pois bem, no Evangelho de São Tomé, essa parábola do joio esta escrita no item 57, da seguinte maneira:
“Jesus disse: O Reino do Pai se assemelha ao homem que tinha (boa) semente. Seu inimigo veio durante a noite semeou joio por cima da boa semente. O homem não deixou que (os servos) arrancassem o joio. Ele lhes disse: “Temo que vós acabeis arrancando o joio (e) também o trigo junto com ele, com efeito, no dia da colheita, as ervas más aparecerão, então, as arrancaremos e as queimaremos.”
Eu pessoalmente gosto dessa versão sintética, que me parece tão mais usual na maneira de Jesus falar, sempre simples e indo direta mente ao ponto, revelando na sua síntese uma incrível sabedoria.
Se Mateus deu uma versão macro cósmica da parábola, essa de São Tomé inspira uma visão micro cósmica. Tal como Jesus demonstra em seu ensinamento no pequeno está o grande, no grande está o pequeno, quem é justo no pouco será justo no muito. Portanto, a essa parábola podemos dar uma visão micro, mais pessoal e individual, onde coloca a pessoa como centro do mundo, pois toda pessoa trás um próprio mundo em si. Cada pessoa é um campo fértil onde Deus semeia as sementes de sua sabedoria, assim do mesmo modo que Deus, Jesus semeia a sabedoria de suas palavras no coração das pessoas.
Porém, como todos nós sabemos, junto com o bom conhecimento que adquirimos das boas sementes de sabedoria divina, de alguma maneira inexplicável a má semente dos ensinamentos malignos também são semeados no coração e na mente humana. A princípio é muito difícil distinguir entre o bem e o mal, todo estudioso se detém para se perguntar o que é o bem e o que é o mal, fazendo isso ponto do estudo fundamental de todos os filósofos que já passaram pela face da terra. De modo geral todos concordam que só com a passagem do tempo se poderá demonstrar o que é um bem e o que um mal, só quando o bem e o mal estão manifestos inteiramente se pode distinguir entre o bem e o mal, antes disso é simplesmente pura especulação e muito difícil mesmo a distinção entre ambos.
Portanto na mente e no coração de uma pessoas as palavras são semeadas, semeando sementes do bem e do mal, até que chega-se à maturidade, tempo em que o conhecimento adquirido começa a dar seus frutos, tempo em que também a pessoa de bom senso começa a separar o bom conhecimento daquele que é nocivo. Essa pessoa de bom senso então vai agir para eliminar tudo o que houver de ruim em seus pensamentos e sentimentos, fazendo uma verdadeira “faxina”, ela literalmente vai rejeitar tudo aquilo que a afasta de Deus e com o auxílio da Fé e da interferência benéfica de seres angelicais, poderá limpar-se e estando limpa manifestará nela a luz da sabedoria de Deus. Simples assim.
De modo que podemos dizer que todo conhecimento adquirido enquanto estamos no mundo faz parte da nossa natureza mundana, contudo do momento que somos capazes de distinguir o bem do mal, cabe a nossa natureza angelical, de filhos de Deus, separar o joio do trigo plantados nas nossas consciências e sentimentos, para que possamos ser luminosos tal como Deus nos concebeu, e nisso reside o livre arbítrio que nos foi dado por Deus e amá-lo acima de todas as coisas e O amando, amamos o próximo como a nós mesmos, desde que no próximo possamos ver um pouco da luz que também há em nós, pois quem ama a Deus por instinto rejeita o mal e jamais amará o mal.
Na maturidade de um ser humano se dá a distinção de sua real condição no mundo, ou será joio ou será trigo, e isso nos remete à parábola conforme está redigida no Evangelho de São Mateus, de modo que o que aconteceu no micro cosmos também acontecerá no macro cosmos. E assim procede o pensamento de Deus, no pequeno ou no grande a lei que rege será a mesma, e isso se faz maravilhoso aos nossos olhos! E juntando os ensinamentos das duas fica simples assim: no final dos tempos os ensinamentos de Jesus e os ensinamento de Satanás se refletirão nas pessoas, e os que receberam e guardaram os ensinamentos de Jesus estarão iluminados e os que guardaram os ensinamentos de Satanás, não terão luz nenhuma, e os que não tiverem luz em si serão colhidos e destruídos e os que tiverem luz estarão com Jesus na renovação de todas as coisas e terão a vida eterna, terão sido restaurados a condição de perfeição humana de quando Deus criou a Adão, seremos todos como JESUS, deuses-humanos de verdade!!!

  • Da coletânea de crônicas diárias publicadas no meu  perfil do Facebook  de dezembro/2014 a abril/2015.

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