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sábado, 19 de dezembro de 2015

JESUS, AMOR & FÉ - 27. JESUS E O RENOVO DA LEI DO SÉTIMO DIA

JESUS, AMOR & FÉ *

27. JESUS E O RENOVO DA LEI DO SÉTIMO DIA

"JESUS FAZIA MILAGRES NO DIA DE SÁBADO.
OS JUDEUS E FARISEUS O CRITICAVAM POR ISSO.
JESUS RESPONDEU A ELES
- MEUS PAI CONTINUA TRABALHANDO ATÉ AGORA, E EU TAMBÉM ESTOU TRABALHANDO!"
(Jo 5: 9-17)
No Decálogo *(os dez mandamentos) que Deus deu a Moisés, o terceiro mandamento diz:
“Lembra-te de santificar o dia de sábado. Trabalharás durante seis dias e farás toda a tua obra. Mas, no sétimo dia, que é um repouso em honra do Senhor, teu Deus, não farás trabalho algum… (…) Porque em seis dias o Senhor fez o céu, a terra, o mar e tudo o que contêm e repousou no sétimo dia; por isso o Senhor abençoou o dia de sábado e o consagrou. “ (Êxodo. 20:8-11) Moisés mais adiante dará uma conotação de ritual religioso com intenção de através desse ritual estabelecer uma aliança entre os judeus e Deus, pois pela repetição de um comportamento se constitui uma tradição cultural que dá característica a um grupo social ou povo.
Moisés, pois, escreveu: “Disse mais o Senhor a Moisés: Tu, pois, falarás aos filhos de Israel, e lhes dirás: Certamente guardareis os meus sábados; pois é o sinal entre mim e vós nas vossas gerações; para que saibas que eu sou o Senhor, que vos santifica. Portanto, guardareis o sábado porque é santo para vós outros: aquele que o profanar, morrerá, pois qualquer que nele fizer alguma obra morrerá. Pelo que os filhos de Israel guardarão o sábado, celebrando-o por aliança perpétua nas suas gerações. Entre mim e os filhos de Israel é sinal para sempre; porque em seis dias fez o Senhor os céus e a terra, e ao sétimo dia descansou e tomou alento. E tendo acabado de falar com ele no monte Sinai, deu a Moisés as duas tábuas do testemunho, tábuas de pedra, escritas pelo dedo de Deus.” (Êxodo 31: 12-18)
Todavia, esse preceito parecia estar fadado a ser em certas ocasiões desconsiderado até pelo o temível Senhor dos exércitos. Tendo em vista que por ocasião da conquista de Jericó, para derrubar as muralhas que tornavam a cidade inexpugnável, o repouso obrigatório do dia de sábado foi assim esquecido. Está escrito no Livro de Josué: “Jericó, cidade murada, tinha-se fechado diante dos israelitas, ninguém saia dela, ninguém entrava. O Senhor disse a Josué: “Vê: te entregarei Jericó, seu rei e seus valentes guerreiros. Dai a volta à cidade, vós todos os homens de guerra; contornai toda a cidade uma vez. Assim farás por seis dias. Sete sacerdotes tocando sete trombetas, irão adiante da arca. No SÉTIMO DIA dareis sete voltas em torno da cidade, tocando os sacerdotes as trombetas. Quando o som da trombeta for mais forte e ouvirdes a sua voz todo o povo soltará um grande clamor e a muralha da cidade desabará. Então o povo tomará a cidade de assalto, cada um no lugar que lhe ficar defronte.”(Josué 6:1-5)
De modo que se pode deduzir que esta “Lei” do sábado era um ritual dado por Deus especialmente aos judeus para mantê-los ligados à  Sua memória através de um ritual e tradição de seus atos. Ora, se o próprio Deus abriu uma exceção à Lei, é que ela está sujeita em seu cumprimento ao bom senso na sua aplicação.
Em seu sermão da montanha Jesus logo anunciou que tinha vindo não para mudar a Lei *(o Torá ou o Pentateuco) nem as palavras dos profetas, mas sim para levar esses ensinamentos à perfeição (Mt. 5-17). Jesus não prega a abolição de nenhuma Lei dada por Moisés. Jesus propôs uma mudança no conceito de repouso e “inatividade” imposto por Moisés. Jesus não via muito sentido na interpretação dos judeus a este mandamento, já que Deus continua a trabalhar todos os dias. O processo da criação divina não para a sua atividade natural para glorificar o seu Criador com nenhuma forma de "descanso". Mais uma vez o entendimento humano obscurece a clareza do entendimento da sabedoria divina, pois como está escrito em Isaías, disse o Senhor: “Pois os meus pensamentos não são os vossos, e vosso modo de agir não são os meus.” (Is. 55:8)
Assim aconteceu que um dia, que Jesus com seus discípulos atravessavam um campo de trigo num dia de sábado. E seus discípulos tendo fome iam arrancando as espigas e debulhava-as com as mãos e comiam os grãos. Quando os fariseus viram isso, logo foram dizendo que isso não podia ser feito no dia de sábado, pois era um mandamento do Decálogo que Deus dera para Moisés. Jesus lhes retrucou:
- Não lestes que Davi estando com fome e não tendo pães comuns, o sacerdote deu a ele os pães sagrados reservados aos sacerdote para alimentar a si e aos seus amigos? Ora nem a ele e nem a seus companheiros era permitido comerem esses pães sagrados. Não lestes na Lei que nos dias de sábado, os sacerdotes transgridem no templo o descanso do sábado e não se tronam culpados? Ora, eu vos declaro que aqui está quem é maior que o templo. Se compreendêsseis o sentido desta palavra: QUERO MISERICÓRDIA E NÃO SACRIFÍCIO … (Oséias 6:6) NÃO CONDENARIAS OS INOCENTES! Porque o Filho do Homem também é o Senhor do sábado. O sábado foi feito para o homem e não o homem para o sábado.
Partindo dali, Jesus entrou na sinagoga de Cafarnaum, e atrás dele o seguiam tanto os seus discípulos como os fariseus que buscavam pegá-lo em erro em seus atos e palavras. Chegando lá Jesus viu um homem que rezava e tinha uma das suas mãos mirrada. E alguém perguntou a Jesus:
- É permitido curar no dia de sábado?
E a pergunta foi feita para poder acusá-lo de pecar. Jesus, sabia das más intenções de seu adversário, e perguntou-lhe:
- Há alguém entre vós que, tendo uma única ovelha e se esta cair num poço no dia de sábado, não irá a procurar, a retirar do poço e salvar a sua vida? Não vale o homem muito mais que uma ovelha? É pois permitido fazer o bem ou o mal no dia de sábado? Salvar uma vida ou matar?
Mas, ninguém respondeu a Jesus.
Então, Jesus lançou um olhar indignado sobre aqueles homens, contrariado com a dureza de seus corações. Disse então ao homem da mão seca:
- Estenda a sua mão!
E o homem a estendeu e no mesmo instante a mão tornou-se sã e perfeita como se nunca tivesse sido atacada de nenhum mal.
Os fariseus retiraram-se da sinagoga indignados e passaram conspirar uma maneira de matar Jesus, e Jesus perscrutando seus corações, o soube e afastou-se daquele lugar e não voltou mais à sinagoga de Cafarnaum.
Nessa passagem Jesus ensinou o quão é necessário o uso do discernimento e na aplicação da lei para que a justiça seja realmente praticada. Não é porque uma lei foi escrita, deliberada e assentada pela tradição que ela deva permanecer imutável com a passagem dos tempos e a evolução da sociedade. Antes de praticar a justiça o julgamento deve ser justo, e para ser justo tem que ser balizado pelo bom senso na sua aplicação, considerando as circunstancias que originou a sua violação, isto é misericórdia, e na falta de misericórdia no julgamento, é mais do que provável que inocentes venham por esta lei a serem julgados e condenados injustamente.
Jesus não violou a Lei do sábado, mas sim deu a ela um novo significado, tirando o que fora mal interpretado e acrescentado indevidamente ao mandamento dado por Deus pelas mãos humanas. Assim a Lei do sábado ganhou de Jesus uma nova concepção luminosa, que a revestiu de misericórdia, porquanto admitia todo bem e tudo que fosse bom deveria ser praticado no sábado, dia em que todo mal e aquilo que afasta de Deus deveria ser rejeitado. Ou seja, que ao menos um dia em sete dias, uma pessoa se dedicasse unicamente a fazer o bem, e rejeitando todo o mal, de modo que estaria verdadeiramente dando um "descanso", uma trégua, a constante luta entre o bem e o mal que infelizmente permeia e faz parte da existência neste mundo. VIVA PARA FAZER O BEM AO MENOS UM DIA POR SEMANA, DESCANSE DO MAL AO MENOS NO SÉTIMO DIA. Será que é tão difícil de entender?
  • Da coletânea de crônicas diárias publicadas no meu  perfil do Facebook  de dezembro/2014 a abril/2015.

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