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quarta-feira, 4 de novembro de 2015

JESUS, AMOR & FÉ - 15. A EPIFANIA DE JESUS, O UNGIDO

JESUS, AMOR & FÉ *


15. A EPIFANIA DE JESUS, O UNGIDO

Meu primeiro contato com a profecia de Isaías foi em dezembro de 1996, quando, então, trabalhando para um editor de origem judáica foi-me pedido para escrever um artigo de ficção sobre o retorno de Jesus em nossos dias, pois era época natalina. Assim que abri minha Bíblia, que ganhara de presente no primeiro dia daquele mesmo ano do meu padre confessor Joaquim Horta, qual não foi meu espanto quando o livro sagrado abriu-se justamente nessa intrigante passagem do profeta Isaías: 
“Com suas asas desdobradas cobrirá a terra , ó Emanuel ! (*nome do Messias, que quer dizer ‘Deus Conosco”, mencionado pelo profeta na narrativa da concepção de Jesus em 7:14 e constante em Mateus 1:23) Aprendei-o, povos, e ficareis consternados. Ouví com atenção, terras longínquas. Podeis pegar em armas e sereis destruídos, preparai um plano, e ele malogrará, dai ordens e elas não serão executadas, porque Deus está conosco. Porque, eis o que o Senhor me disse quando me agarrou e preveniu contra esta política (* a de considerar que estando 'Deus conosco' haja isenção da observação da justiça de Deus). ‘NÃO CHAMEIS CONSPIRAÇÃO TUDO AQUILO QUE O POVO CHAMA CONSPIRAÇÃO; NÃO VOS ASSUSTEIS. É O SENHOR QUE DEVEIS TER POR CONSPIRADOR; É A ELE QUE É PRECISO RESPEITAR, A ELE QUE SE DEVE TEMER. Ele será a pedra de escândalo e a pedra de tropeço para as casas de Israel, o laço e a cilada para os habitantes de Jerusalém. Muitos dentre eles vacilarão , cairão e serão despedaçados, serão presos ao laço e apanhados na armadilha.” (Is. 8: 8-15) 
Ora, pois não foi que lendo essa passagem, no exato instante recordei-me das palavras de Jesus: "Aquele que tropeçar nessa pedra *(‘pedra angular' usada por construtores para usar como 'marco' do início de uma construção), fazer-se-á em pedaços, e aquele sobre quem ela cair, será esmagado." (Mt. 21:44). Em razão desses pensamentos paralelos separados por 700 anos no tempo, minha mente ficou clara e eu compreendi que ao contrário do que me fora dado a saber pelas tradição católica, absolutamente, Jesus não tinha sido levado pelos acontecimentos, jamais esteve sujeito às circunstâncias, muito menos foi a vítima inocente de um povo teimoso que só compreendia as coisas do ponto de vista material, que ansiava por um herói como Josué *(nome que Moisés deu ao seu principal general, que também como o nome Jesus recebe a mesma grafia em hebráico "Yoshuá" que quer dizer; "Deus Salva”), que introduziu o povo judeu na Terra Prometida, ou, ainda como o rei Davi, que ergueu a glória do reino de Israel, um povo que não conseguia entender nada das questões espirituais, pois só compreendia o que dizia respeito à matéria. Porquanto, se no passado Deus dera para aqueles que consideravam-se como seus filhos toda riqueza de um reino na Terra, agora exatamente por ser esse ser o seu “povo escolhido” colocava-os sob teste, em troca de poderem receber o Reino dos Céus e a vida eterna. Ora, sob essa perspectiva toda a minha compreensão sobre Jesus teve que ser refeita, dando prioridade ao ponto de vista de Deus. Foi assim que eu alcancei o início da realização do que sempre foi a minha maior ambição na vida: entender como Deus pensava. Não só para compreender seus atos, mas, mais do que tudo, poder servi-lo melhor e cumprir o meu próprio destino sem estar sujeita a tantos erros, que me levavam sempre a cair em desfavor aos olhos de Deus, e por isso ser obrigada a repetir-me tantas vezes quase sem fim até aprender a acertar o caminho. Esse foi o início do processo que tornou-me de uma rebelde contestadora a uma pessoa dócil e obediente a Deus.
Logo após, no mesmo dia, ao dar continuidade a leitura de Isaías,  eu me deparei com um novo trecho ainda mais intrigante, que dizia:
 “O povo que andava nas trevas viu uma grande luz; sobre aqueles que habitavam uma região tenebrosa resplandeceu uma luz (…) porque um menino nos nasceu, um filho nos foi dado, a soberania repousa sobre seus ombros e ele se chama Conselheiro admirável, Deus forte, Pai Eterno, Príncipe da Paz. O seu império será grande e a paz sem fim sobre o trono de Davi e em seu reino. Ele o firmará e o manterá pelo direito e pela justiça, desde agora e para sempre. Eis o que fará o zelo dos Senhor dos exércitos”. (Is. 9: 1, 5 e 6) Essa foi a  imagem viva do Messias, o Salvador de Israel, pelo qual os judeus aguardavam desde o século VII a. C., portanto quando lemos no Evangelho de João com sua introdução formidável é impossível não reconhecer Jesus na bela metáfora do  Messias (em grego Cristo, o ungido), como poderemos ler abaixo:
“No princípio era o Verbo ( * substância de Deus, a palavra, segunda pessoa da Trindade) , e o Verbo estava junto de Deus e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio junto de Deus. Tudo foi feito por ele e sem ele nada foi feito. Nele havia a luz dos homens. A luz resplandece nas trevas e as trevas não a compreenderam. Houve um homem enviado por Deus, que se chamava João. Este veio como testemunho, para dar testemunho da luz, a fim de que todos crescessem por meio dele. Não era ele a luz, mas veio para dar o testemunho da luz. O Verbo era a verdadeira Luz que, vindo ao mundo, ilumina todo homem. Veio para o que era seu, mas os seus não o receberam. Mas todos aqueles que o receberam, aos que crêem no seu nome, deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus. Os quais não nasceram do sangue nem da vontade da carne, nem da vontade de homem, mas sim de Deus. E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, e vimos a sua glória, a glória que um Filho único recebe do seu Pai, cheio de graça e de verdade. (…) Ninguém jamais viu a Deus. O Filho único, que está no seio do Pai, foi quem o revelou.” (Jo. 1: 1-16)
Ao contrário que possam ter divulgado, ao final dos 40 dias e 40 noites de jejum, Jesus absolutamente não possuía a aparência de um homem enfraquecido ou que tivesse jejuado, ao contrário, o HOMEM JESUS adquiriu uma aparência do HOMEM PRIMORDIAL, inteiramente perfeito, exatamente como fora criado por Deus no início dos tempos. A aparência de Jesus é impregnada de magnetismo e energia divina, e nessa condição de redivivus (renovado de vida), a exemplo do que acontecera com Moisés mais de mil anos antes após ter subido ao monte Sinai e permaneceu em jejum junto do Senhor por quarenta dias e quarenta noites (Êxo. 34;28-32) e ao descer a pele do seu rosto se tornara brilhante e tão radiosa que teve que cobrir o rosto com um véu. 
Ou mesmo, como aconteceu com o príncipe indiano do Nepal, Sidarta Guautama (563 a.C a 483 a.C), que após 49 dias de meditação e jejum debaixo de uma figueira sagrada alcançou o estado de ILUMINAÇÃO e tornou-se o Buda, o Iluminado, também será como um ILUMINADO que Jesus se encaminhou para o Jordão, não para fazer uma expiação de pecados, nem muito menos para ser limpo de impurezas, mas para cumprir o ritual da “unção” previsto em Isaías: 
“O espírito do Senhor repousa sobre mim, porque o Senhor consagrou-me pela unção: enviou-me a levar a boa nova aos humildes, curar os corações doloridos, anunciar aos cativos a redenção, aos prisioneiros a liberdade., proclamar um ano da graça da parte do Senhor, um dia de vingança de nosso Deus; consolar os aflitos, dar-lhes um diadema em vez de cinzas, o óleo da alegria em vez de vestidos de luto, cânticos de glória em lugar de desespero” (Is. 61:1-3).
 “Com grande alegria eu me rejubilarei no Senhor e meu coração exultará de alegria em meu Deus, porque me fez revestir as vestimentas da salvação. Envolveu-me com o manto da justiça (…) Porque quão certo o sol faz germinar seus grãos e um jardim faz brotar suas sementes, o Senhor Deus fará germinar a justiça a a glória diante de todas as nações” (Is. 61: 10,-11). 
Assim, quando Jesus aproximou-se de onde João estava a batizar no Jordão, para ser “ungido” a fim de que se cumprisse a profecia de Isaías, João ao ver Jesus se recusou a batiza-lo e disse-lhe: “Eu devo ser batizado por ti e tu vens à mim!” Mas, Jesus lhe respondeu: “Deixa por agora, pois convém cumpramos a justiça completa." 
Então, Jesus mergulhou nas águas do Jordão e ao sair das águas os céus se abriram e viu-se descer dos céus sobre ele, o Espírito Santo de Deus na forma de uma pomba com as asas abertas como se fossem as mãos de Deus espalmadas sobre a cabeça de Jesus. E do céu ouviu-se uma voz que dizia: “Eis meu filho muito amado em quem ponho a minha afeição” (Mt. 3;14-17).
E assim cumpriu-se as palavras da profecia de Isaías: "EIS O MEU SERVO QUE EU AMPARO, MEU ELEITO AO QUAL DOU A MINHA AFEIÇÃO, FAÇO REPOUSAR SOBRE ELE O MEU ESPÍRITO, PARA QUE LEVE ÀS NAÇÕES A VERDADEIRA RELIGIÃO". (Is. 42:1)
"E João vendo o sucedido deu seu testemunho à multidão: Eu voz batizei com água, em sinal de penitencia, mais quem vem depois de mim, é mais poderoso do que eu e nem sou digno de desatar seus calçados. Ele vos batizará no Espírito Santo e no fogo. Sobre quem vistes descer e repousar o Espírito de Deus , este é quem batiza no Espírito Santo. Eu o vi e dou testemunho de que ele é o Filho de Deus”. (Mt. 3:11, Jo 1:33-34).
A partir da unção, Deus revelou-se abertamente na epifania de Jesus  (*Epifania - que quer dizer aparição ou manifestação divina),  dando a conhecer-se na condição humana de seu avatar Jesus, sobre o qual o seu Santo Espírito repousava e apresentando-o ao mundo como o Filho de Deus, aquele que incorpora a entidade salvadora do Messias, o redentor, mas, e, que ninguém se engane, trazia Ele também a espada vingadora da justiça divina em suas mãos, por ser a Face de Deus, o Arcanjo Miguel em sua manifestação celestial, Jesus trazia também a sua espada invisível da justiça divina para  assim limitar o poder de Satanás sobre as pessoas e ensinar as pessoas a lutarem contra o mal. Jesus, o ungido pelo Espírito Santo, passará a partir do batismo no Jordão a conduzir os acontecimentos como o próprio Deus, para que a sua vontade divina se cumpra e o julgamento daqueles que louvavam o seu nome se desse, separando os que teriam a dignidade de serem chamados de Filhos de Deus e os que teriam os seus nomes riscados do livro da vida.
GLÓRIA SEJA DADA AO SENHOR NOSSO DEUS, QUE NA TRINDADE COM SEU AMADO FILHO JESUS E COM O ESPÍRITO SANTO, NOS FEZ DIGNOS DE SERMOS CHAMADOS DE FILHOS DE DEUS !!!
* Da coletânea de crônicas diárias publicadas no meu  perfil do Facebook  de dezembro/2014 a abril/2015.

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