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domingo, 8 de novembro de 2015

JESUS, AMOR & FÉ - 16. JESUS - A EMANAÇÃO DE DEUS

JESUS, AMOR & FÉ *


16. JESUS - A EMANAÇÃO DE DEUS


Disse Jesus falando aos príncipes dos sacerdotes do Templo e aos fariseus: "Nunca lestes as Escrituras: 'A pedra rejeitada pelos construtores tornou-se a pedra angular (* marco inicial de uma construção): isto é obra do Senhor, e é admirável aos nossos olhos (Salmo 117:22)? POR ISSO VOS DIGO: SER-VOS-Á TIRADO O REINO DE DEUS, E SERÁ DADO A UM POVO QUE PRODUZIRÁ OS FRUTOS DELE. Aquele que tropeçar nesta pedra, far-se-á em pedaços, e aquele sobre quem ela cair, será esmagado." (Mt. 21:42-44)

Em outra ocasião, Jesus estando saindo do templo, aqueles que  o acompanhavam incitaram que ele apreciasse as construções do Templo que fora reconstruído por Herodes, o Grande. Jesus, porém, respondeu-lhes: "Vêdes todos estes edifícios? Em verdade vos declaro: NÃO FICARÁ AQUI PEDRA SOBRE PEDRA; TUDO SERÁ DESTRUÍDO." (Mt. 24:1-2)

A saber, o templo de Herodes, o grande foi a terceira reconstrução do Templo. A primeira construção foi feita pelo rei Salomão, filho do rei Davi, no século XI a.C., sobre o monte Sião (ou monte Moriah, onde segundo constava Abraão teria ido para o sacrifício de Isaac). Salomão seguiu as instruções que Deus dera ao profeta Natã (II Samuel 7:1-17), para satisfazer o desejo do rei Davi de construir um palácio para que Deus habitasse em meio ao seu povo. Deus, mesmo considerando despropositada a idéia de Davi de querer conter Ele num lugar fixo, porquanto estava em toda parte (II Sam. 7;1-17), permitiu a construção de uma “casa" para Ele, mas determinou que o templo não seria erguido por Davi, mas por um de  seus filhos. Esse templo construído por Salomão foi destruído no século VI a.C. quando os babilônios invadirem Jerusalém e levaram os judeus para o cativeiro. Foi apenas em 538 a.C., após a tomada de Babilônia por Ciro, o Grande, rei da Pérsia, que os judeus  tiveram permissão para retornarem à Terra Santa, e foi-lhes permitido também que erguessem um segundo templo no mesmo local do Templo de Salomão, o qual veio a ser consagrado na primavera de 516 a.C., durante o reinado do rei Dario I, o Grande da Pérsia, que deu autonomia política-religiosa aos judeus. No século I a.C., Herodes o Grande ordenou a remodelação ao templo, obra essa  considerada por muitos judeus como uma profanação, pois só tinha como propósito agradar a César Augusto, o Imperador Romano de quem os judeus eram vassalos, e para horror dos judeus Herodes mandou construir num dos vértices da muralha do templo, a Torre Antonia, uma guarnição romana que dava acesso direto aos romanos ao interior do pátio do templo. O historiador judeu Flavio Josefo registrou que Herodes, o Grande reconstruiu o prédio do templo completamente entre 20-18 a.C, indo ao ponto de mudar as pedras de fundação para aplainar a superfície da Montanha do Templo. O Templo de Herodes foi uma das maiores projetos de Herodes, segundo ainda Flavio Josefo, Herodes tinha interesse de perpetuar seu nome com um rei tão grande quanto Davi ou Salomão apesar de sua origem edomita (*o Edom era uma região amaldiçoada pela tradição hebraica) através de grandiosas construções, e para tanto sobrecarregava o povo judeu com pesadas taxas e impostos, mas sua obra prima foi sem dúvida o Templo de Jerusalém. Assim, cumprindo inteiramente a profecia de Jesus o Templo de Herodes foi destruído em 70 d.C quando o general Tito, filho do imperador romano Vespasiano, obedecendo as ordens de seu pai foi com suas legiões sufocar a rebelião dos judeus, marcando a primeira diáspora dos judeus pela Europa, e em 135 d.C, por ordem do imperador romano Adriano, se deu a segunda diáspora, quando os judeus foram expulsos da Terra Santa. E tal como Jesus profetizou o "reino de Deus" foi dado a outro povo, e quem diria que esse povo seria justo os dos opressores dos judeus? 

O Concílio de Nicéia teve sua abertura solene no dia 20 de junho de 325. Cansado de tentar obter uma solução diplomática e mais preocupado com a união do Império do que a com união de Deus, o imperador Constantino chamou a cidade de Nicéia os bispos representantes do cristianismo nas várias regiões do vasto império romano. Foi nesse encontro que foram decididas as bases legais sobre as quais a nova religião sob o comando do imperador romano teria, cujas principais foram:

- Jesus deixou de ser classificado como um homem e passou a ser oficialmente considerado como Deus na Terra;
- O domingo passou a ser considerado o dia sagrado do descanso, -substituindo o sábado. Neste tópico é possível perceber a influência de Constantino nessa decisão, afinal, ele era um profundo devoto do deus solar Apólo. Nada mais justo do que transformar o dia do sol no dia sagrado da “sua” nova religião;
- A Páscoa também foi discutida durante o concílio e uma data oficial para a realização dos festejos foi fixada e além destas, cerca de 20 cânones de disciplina eclesiástica foram criados e passaram a ter efeito imediato sobre os membros do clero.
Foi nesse primeiro concílio que o "credo", juramento de fé de todo cristão foi definido:
“Cremos em um só Deus, Pai todo poderoso, criador de todas as coisas, visíveis e invisíveis. Em um só Senhor, Jesus Cristo, Filho de Deus, gerado do Pai, unigênito, isto é, da substância do Pai. Deus de Deus, Luz da Luz, Deus verdadeiro de Deus verdadeiro, gerado, não criado, consubstancial do Pai, por quem todas as coisas foram feitas no céu e na terra, o qual por causa de nós homens e por causa de nossa salvação desceu, se encarnou e se fez homem, padeceu e ressuscitou ao terceiro dia, subiu aos céus e virá para julgar os vivos e os mortos. Cremos no Espírito Santo. Mas quantos àqueles que dizem: ‘existiu quando não era’ e ‘antes que nascesse não era’ e ‘foi feito do nada’, ou àqueles que afirmam que o Filho de Deus é uma hipóstase ou substância diferente, ou foi criado, ou é sujeito à alteração e mudança, a estes a Igreja Católica anatematiza.”

Em 330 d.C. a cidade de Bizâncio, assentada às margens do canal de passagem para o Mar Negro, foi renomeada com o nome de Constantinopla *(hoje Istambul, na Turquia). Em 381 d.C, lá se deu o Primeiro Concílio Ecumênico de Constantinopla, sob o comando do Imperador romano Teodósio I, de maio a junho daquele ano. Naquela época, ainda não existia a compilação de livros conhecida hoje como Bíblia, cada cidade possuía uma coletânea de textos favoritos. Como cada apóstolo partiu para regiões diferentes espalhando a palavra de Jesus, textos variados foram criados e cada grupo cristão possuía a sua própria coleção de livros sagrados.A primeira idéia de um "Livro Sagrado" para toda comunidade cristã partiu do imperador Constantino, que defendia a produção de um documento fazendo uso dos textos sagrados do cristianismo, a fim de colocar um paradeiro nas heresias e promover a unidade hegemônica da nova religião a fim de sustentar o sistema teocrático de governo do império. Essa idéia foi retomada no Concílio de Constantinopla, dando origem à Vulgata, que é a tradução para o latim da Bíblia, escrita entre fins do século IV início do século V, por São Jerónimo, a pedido do bispo Dâmaso I, que foi usada pela Igreja Cristã e ainda é muito respeitada. Mas, para tanto, ficou estabelecido como um supremo dogma de fé, no qual o Espírito Santo é a terceira pessoa da trindade, o mesmo que o Deus Pai, é o "doador da vida que procede do Pai, com o Pai e o Filho é adorado e glorificado.”

Assim, se Jesus na concepção dos judeus era apenas um "homem", no máximo um Profeta, os romanos que já tinham feito no passado no tempo de Jesus seu imperador Octaviano César, filho do Divino" (Divi Filius), dando o título de Augustus, um verdadeiro deus na terra em 42 a.C. sustentando sua condição divina até 14 d.C. por ocasião da sua morte. Portanto a concepção de um homem ser filho de um deus era por demais familiar então aceitar a Santíssima Trindade não tinha para eles nenhuma dificuldade religiosa ou moral, menos ainda elevar Jesus à dignidade de ter sido o próprio Deus Pai ("Dei Pater" ou Fevos) na terra. O que parecia não fazer nenhum sentido aos judeus, para os romanos parecia assim fazer todo o sentido. 

Como veremos, a passagem de Jesus pela Terra Santa, será realmente de tal maneira espetacular, que muitos acreditaram piamente que Jesus era realmente a emanação do próprio Deus, com sua personalidade radiante que a todos atraia como um poderoso imã e exercendo uma fascinação mais própria da concepção de um super-homem, do que de um ser humano comum. Em tudo Jesus foi heróico e caminhou sem medo sobre a terra como se essa a pertencesse e a sua coragem se revelava em cada palavra verdadeira que sai da sua boca, que tocava a todos os corações os convertendo à Deus e elevando as almas que dele se aproximavam através de sue amor, da compaixão e da sua imensa misericórdia. Em seu rosto radiante o sorriso se abria e seus olhos faiscavam de amor abundante, Jesus era sem dúvida o REI PROMETIDO, o próprio Deus revelando a sua FACE a todos que o amassem e o amam, tendo em si toda a alegria de Deus, e assim o foi e continua sendo e será por toda eternidade.

* Da coletânea de crônicas diárias publicadas no meu  perfil do Facebook  de dezembro/2014 a abril/2015.

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