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quarta-feira, 11 de novembro de 2015

JESUS, AMOR & FÉ - 17. OS ESCOLHIDOS DE JESUS

JESUS, AMOR & FÉ *


17. OS ESCOLHIDOS DE JESUS


Ora, os discípulos de João vendo a reverência que ele demonstrava com Jesus estranharam a sua atitude o questionaram: “Mestre, aquele que estava contigo além do Jordão de quem tu deste testemunho ei-lo que ele está batizando e todos vão ter com ele. João replicou: “Ninguém pode atribuir-se a si mesmo senão o que lhe foi dado do céu. Vós mesmo me sois testemunhas, de que disse: Eu não sou o Messias, mas fui enviado diante dele. Aquele que tem a esposa é o esposo. O amigo do esposo, porém, que está presente e o ouve, regozija-se, sobremodo com a voz do esposo. Nisso consiste a minha alegria, que agora se completa. IMPORTA QUE ELE CRESÇA E EU DIMINUA.”

"Aquele que vem de cima é superior a todos. Aquele que vem da terra é terreno e fala coisas terrenas. Aquele que vem do céu é superior a todos. Ele testemunha as coisas que viu e ouviu, mas ninguém recebe o seu testemunho. Aquele que recebe o seu testemunho confirma que Deus é verdadeiro. Com efeito, aquele que Deus enviou fala a linguagem de Deus, porque ele concede o Espírito sem medidas. O Pai ama o seu Filho e confiou-lhe todas as coisas. Aquele que crê no Filho tem a vida eterna; quem não crê no Filho não verá a vida, mas sobre ele pesa a ira de Deus. “ (Jo 3: 26-35)

Quando pois, Jesus ouviu que João fora preso, retirou-se para a Galiléia. E estando nas plagas de Cafarnaum, à margem do lago da Galiléia, nos confins de Zabulon e de Neftali, cumpriu as palavras de Isaías que disse que no passado o Senhor humilhou aquela terra mas que no futuro cobrirá de honras o Caminho do mar (Is. 9:1). Assim, caminhando ao longo do mar da Galiléia , ele viu dois irmãos, Simão e André, que eram pescadores e lançavam a rede no mar. Jesus deles se aproximou e falou-lhes: “Vinde após mim e vos farei pescadores de homens”. (Mt.4:12-18). 

Ora, André irmão de Simão era um dos dois que tinha ouvido o testemunhos de João e seguira a Jesus no Jordão. Depois, ele tinha ido a procura do irmão e dissera-lhe: “Achamos o Messias (que quer dizer o Cristo, o Ungido). André apresentou Simão à Jesus, e Jesus fixando nele o olhar disse: “Tu és Simão, filho de João, serás chamados ‘Cefas’ (que quer dizer Pedra). “ (Jo 1: 40-42) E assim, Simão passou a se chamar Pedro. E deu-lhe esse apelido carinhoso mais porque Simão era um "cabeça-dura", bastante teimoso, mas suficientemente perseverante para ser uma "pedra angular" para marcar a edificação do ministério de Deus na Terra para todas as nações. Simão simboliza a mente dominada apenas pela razão, que não aceita os ensinamentos da alma, manifestos através dos sentimentos amorosos do coração. Por essa razão Pedro será um personagem crucial para a compreensão do que acontece com Jesus, pois todos nós, querendo ou não somos muitas vezes durante a nossa existência como Pedro.

André tinha por companheiro seu amigo Filipe quando seguia João o Batista. Filipe era natural de Betsaida, cidade de André e Pedro (Jo 1:43). E André chamou a Filipe e o apresentou a Jesus. Mais adiante Jesus encontrou com Zebedeu que estava consertando suas redes em companhia de seu filhos com Maria Salomé, irmã de sua mãe; Tiago (Maior) e João. Salomé foi parteira de sua irmã Maria e acompanhou o recém nascido Jesus ao Egito, razão pela qual privava de grande amizade com Jesus, pois o conhecia desde o nascimento. E sendo eles seus primos-irmãos e chamados por Jesus largaram o que estavam fazendo e o seguiram. E, Jesus colocou em Tiago (Maior) e João o nome de “Boanerges”, que quer dizer filhos do Trovão (Mc 3:17), porque Zebedeu ao falar soava como se trovejasse e tinha um temperamento altivo e zeloso.

Os irmão de Jesus, filhos do primeiro casamento de José, também passaram a seguí-lo, eram eles: Tomé (o Didimo - Gêmeo) e Judas, o Tadeu (* o filho menor de José que viveu desde pequeno com Maria e acompanhou Jesus ao Egito), assim como seus primos Tiago (Menor) e Simão, o Zelador (ou Zeloso, também chamado de Cananeu) filhos de Maria de Cleofas (ou de Alfeu), prima irmã de Maria por parte de José. Assim, quatro dos 12 discípulos eram parentes segundo a carne de Jesus. Os discípulos pescadores em número de quatro também possuíam laços de amizade com a família de Jesus.

Os discípulos vindos de fora do seu círculo próximo foram: Mateus (o publicado, também chamado Levi, o cobrador de impostos) a quem Jesus chamou para seguí-lo estando nas proximidades do mar da Galiléia e ele largou tudo que estava fazendo e seguiu Jesus. (Mr. 2:12-14); Judas Iscariotes que seguia João Batista;  Filipe, discípulo de João Batista e amigo de André, e Natanael de Caná (ou também chamado de Bartolomeu) que foi apresentado por Filipe à Jesus, segundo São João (Jo 1:45-51). Porquanto, Filipe encontrando Natanael, dele se aproximou dizendo: "Achamos aquele que Moisés escreveu na Lei e que os profetas anunciam: é Jesus de Nazaré, filho de José."  

Ora, antes de prosseguir é preciso esclarecer a natureza do "Profeta" prometido à Moisés, para compreender perfeitamente essa passagem de Natanael. Moisés escrevera no livro sagrado do Deutoronômio: "O Senhor teu Deus te suscitará dentre os teus irmãos um profeta como eu: é a ele que deves ouvir. Foi o que tu mesmo pediste ao Senhor, teu Deus em Horeb, quando lhe disseste no dia da assembléia: Oh! Não ouça eu mais a voz do Senhor, meu Deus, nem torne a ver mais esse fogo ardente, para que eu não morra! - E o Senhor disse-me: Está muito bem o que disseram: eu lhes suscitarei um profeta como tu dentre seus irmãos; pôr-lhe-ei minhas palavras na boca, e ele lhes fará conhecer as minhas ordens. Mas, o que se recusar ouvir o que ele disser da minha parte, pedir-lhe-ei contas disso. O profeta que tiver a audácia de proferir em meu nome uma palavra eu lhe não mandei dizer, ou se atrever a falar em nome de outros deuses, será morto. Se disseres a ti mesmo: Como posso distinguir a palavra que não vem do Senhor? - Quando o profeta tiver falado em nome do Senhor, se o que ele disse não se realizar, é que essa palavra não veio do Senhor. O profeta falou presunçosamente. Não o temas." (Deu. 18: 15-22). Ora, o conhecimento dessa profecia de Moisés é crucial para que se entenda por qual motivo os Sacerdotes do Templo e os fariseus buscavam pegar Jesus em erro em suas palavras, para que assim pudessem justificar seu ato homicida. 

Ao ouvir Filipe se referir às palavras de Moisés, Natanael respondeu: "Pode porventura vir coisa boa de Nazaré?", dizendo isso pois a profecia de Miquéias (5:2) dizia: "Mas tu, Belém Efrata, posto que pequena para estar entre os milhares de Judá, de ti é que me sairá aquele que há de reinar em Israel, e cujas saídas são desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade." 

Filipe retrucou-lhe: "Vem e vê." Jesus vê Natanael que lhe vem ao encontro e diz: "Eis um verdadeiros israelita, no qual não há falsidade." Jesus disse isso, porquanto Jacó antes de sua disputa com seu irmão gêmeo Esaú para atravessar o Jordão e voltar para a região de herança paterna de Abraão, teve uma noite insone em que lutou com alguém até a aurora. E vendo o homem a persistência de Jacó inquebrantável, tocou-lhe na articulação da coxa, mas Jacó continuou lutando e o homem desejou partir, mas Jacó falou que não o deixaria partir até que ele o abençoasse. Então o homem perguntou o nome daquele que pelejava incansavelmente com ele e Jacó respondeu: "Jacó". Então o homem lhe disse: "Teu nome não será mais Jacó, mas ISRAEL, porque lutaste com Deus e com os homens e venceste." Ao ouvir isso Jacó admirado quis saber o nome daquele com que lutara quase até ao raiar da aurora, e o homem lhe disse: "Porque queres saber o meu nome?" e dizendo isso abençoou Jacó. Que imediatamente após a benção disse a si mesmo: "Chamarei esse lugar de 'Fanuel', porque eu vi Deus face a face, e conservei a vida". Pois, a tradição dizia que quem visse Deus face a face morreria. (Gen. 32:24-31) 

Natanael ouvindo Jesus perguntou-lhe donde ele o conhecia, e Jesus disse que antes que Filipe o chamasse ele já o tinha visto sentado debaixo da figueira, certamente foi o próprio Jesus que inspirara Filipe a ir chamar Natanael, pois todo discípulo de Jesus por ele é 'escolhido', antes de ser chamado, por isso Jesus diria que escolhera seus discípulos do mundo (Jo 15:19) e sendo eles escolhidos, deixavam de ser do mundo. 

Sentindo na alma que Jesus lhe perscrutara o seu coração Natanael disse Jesus: "Mestre, tu és o Filho de Deus, tu és o rei de Israel" E tomado de êxtase prostrou-se perante Jesus que tomando-lhe as mão o ajudou a levantar e olhando nos olhos de Natanael sorrindo disse-lhe: "Porque eu te disse que te viste debaixo da figueira crês? Verás coisas maiores do que estas. Em verdade, em verdade vos digo, vereis o céu aberto e os anjos de Deus subirem e descerem sobre o Filho do Homem." (Jo 1-51) Tal como o sonho de Jacó: " E teve um sonho: Via uma escada, que apoiando-se na terra, tocava como o cimo o céu; e anjos de Deus subiam e desciam pela escada. No alto estava o Senhor, que lhe dizia "Eu sou o Senhor", o Deus de Abraão, teu pai e o Deus de Isaac: darei a ti e a tua descendência a terra em que estás deitado. Tua posteridade será tão numerosa como os grãos da poeira do solo; tu te estenderás para o ocidente e para o oriente, para o norte e para o meio-dia, e todas as famílias da terra serão benditas em ti e em tua posterioridade. Estou contigo , para te guardar onde quer que fores, e te reconduzirei a esta terra e não te abandonarei sem ter cumprido o que prometi." Jacó despertou do sono cheio de pavor, tendo consciência que a terra era a cada de Deus, e no lugar que dormira ergueu uma pedra, uma estela, para demarcar e a ungiu com óleo dizendo: "A este lugar chamado Luz, dou o nome de Betel, que quer dizer "casa de Deus", e dizendo isso fez um voto: "Se Deus for comigo e Deus me guardar, me der pão, me vestir e me fizer retornar em paz para a casa do meu pai, então o Senhor será o meu Deus". (Gên. 28:12-22).

Como podemos notar há sempre um propósito nas atitudes de Jesus, nada é por acaso, fruto da coincidência. Do mesmo modo a escolha de Judas Iscariotes teve o seu propósito quando se toma conhecimento da discrição das seitas em vigor ao tempo de Jesus, que eram quatro: a dos fariseus, dos saduceus, dos essênios e dos zelotes. Havia naquele tempo segundo Flávio Josefo lideres que incitavam o povo à rebelião, porquanto diziam que os romanos queriam levar os judeus à escravidão e que eles não deviam esperar que Deus lhes fosse favorável se da parte deles não fizessem tudo o que era possível. Um tal de Judas, o Galileu, fundou uma quarta seita, a dos zelotes, que em tudo estava de acordo com os fariseus, afirmavam que havia um só Deus, ao qual se deve reconhecer por senhor e por rei. Os seguidores dessa seita tinham um amor ardente pela liberdade, que não haviam tormentos que não sofriam e que não deixavam sofrer as pessoas mais caras, antes de que dar a quem quer que seja o nome de Senhor e de Mestre, era impossível expressar até que ponto ia a incrível paciência e desprezo pelas dores dos fanáticos dessa seita. O povo judeu ficava tão impressionados com as palavras desses líderes seguidores dessa seita, que preparavam secretamente a rebelião. "A perturbação era suscitada por todos os lados. Eram assassínios e latrocínios; saqueava-se e roubava-se tanto a amigos indiferentemente, como a inimigos, com o pretexto de se defender a liberdade pública; matava-se pelo desejo de enriquecer às pessoas mais ilustres e ricas; a raça desses sediciosos chegou a tal excesso de furor que , uma grande carestia que sobreveio, não pode impedir que eles atacassem as cidades e derramassem o sangue de seus compatriotas; viu-se o fogo dessa cruel guerra civil levar suas chamas até o templo de Deus, tão perigoso é querer subverter as leis e os costumes do próprio país." (História dos Hebreus, Livro XVIII, Capítulos 1 e 2). 

Como poderemos constatar Judas Iscariotes se fará um perfeito adepto dessa seita que causou tanta má impressão ao historiador judeu a ponto de culpá-la pelas calamidades que sobrevieram sobre o povo judeu a partir de 70 d.C., que levaria à Terra Prometida à ruína. 

Esses são os 12 discípulos históricos, mas Lucas nos conta que além deles Jesus veio a ter 72 discípulos, os quais mandou-os dois a dois, adiante dele para todas as cidades e lugares para onde iria, e a estes Jesus também daria o poder de fazer milagres e teriam os nomes deles escritos nos céus. (Lc. 10: 1, 17 e 20)

Contudo, além desses discípulos, sabe-se que Jesus teve outros de grande importância para a sua vida tais como José de Arimatéia, assim chamado por ser  importante comerciante de Arimatéia, cidade da Judeia. Homem rico, senador da época, era membro do Sinédrio, o colégio dos mais altos magistrados do povo judeu e que formava a suprema magistratura judaica; Nicodemus, fariseu membro do Sinédrio; o Centurião romano de Cafarnaum; Lázaro fazendeiro da Betânia e suas irmãs Marta e Maria; Maria Madalena, rica senhora judia que doou todas as suas posses para ajudar Jesus em sua vida missionária,assim como outras como Suzana, Joana e Verônica que ajudavam Maria, mãe de Jesus, nas tarefas cotidianas para cuidar de Jesus e daqueles que o seguiam, pois Jesus por onde ia era acompanhado de grande comitiva, havendo a necessidade de providenciar acomodações e refeições ao menos para aqueles que lhe eram mais próximos. Sem dúvida durante o período de um ano Jesus promoveu uma campanha nunca antes vista de divulgação de seus ensinamentos, usando toda uma estratégia de marketing que faria inveja a qualquer político da atualidade, conseguindo em sua empreitada hercúlea um sucesso nunca antes visto entre o povo judeu e nem mesmo entre os romanos, pois sua fama foi tal que chegou até aos ouvidos do imperador Tibério. 

Apesar daqueles que desejam denegrir ainda hoje a memória histórica de Jesus, lançando toda sorte de suspeitas e conspurcando sua imagem de maneira vil, nem mesmo o grande historiador Flávio Josefo deixou de lhe prestar a honra devida dando-lhe o próprio tópico em sua narrativa, com as seguintes palavras: 

“Nesse tempo apareceu Jesus, que era um homem sábio, se todavia devemos considerá-lo simplesmente como um homem, tanto as suas obras eram admiráveis. Ele ensinava os que tinham prazer em ser instruídos na verdade e foi seguido não somente por muitos judeus, mas mesmo por muitos gentios. Era o Cristo. Os mais ilustres da nossa nação acusaram-no perante Pilatos e ele fê-lo crucificar. Os que o haviam amado durante a vida não o abandonaram depois da morte. Ele lhes apareceu ressuscitado e vivo no terceiro dia, como os santos profetas o tinham predito e ele faria muitos milagres. É dele que os cristãos, que vemos ainda hoje, tiraram seu nome. “ (Livro XVIII, Cap. IV, 772) 

Muitos vieram de muito longe para poder seguí-lo, muitos não eram judeus e nada sabiam da história dos hebreus, nem sabiam sobre os hebreus serem o povo escolhido de Deus, ainda menos sabiam das discriminações religiosas praticadas pelos judeus contra os estrangeiros, ninguém sabia disso, pois como veremos a pregação de Jesus era Universal e não fazia distinção entre as pessoas, um fato até então inaudito. Até hoje, parece que a voz de Jesus ecoa através do tempos como se eternamente chegando até nós dizendo apenas: “Siga-me”. 

FELIZES OS QUE OUVINDO O CHAMADO, O SEGUEM. POIS, O CAMINHO DE JESUS É PERFEITO.

* Da coletânea de crônicas diárias publicadas no meu  perfil do Facebook  de dezembro/2014 a abril/2015.

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