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quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

JESUS, AMOR & FÉ - 42. JESUS E A RESSURREIÇÃO DE LÁZARO

JESUS, AMOR & FÉ *

42. JESUS E A RESSURREIÇÃO DE LÁZARO

Depois de Jesus expulsar os vendilhões do Templo de Jerusalém, justo no dia da Dedicação, durante a festa das Luzes, era natural que os príncipes dos sacerdotes do Templo procurassem prendê-lo como bagunceiro e ato desrespeitoso, mas Jesus saiu mais uma vez incólume de Jerusalém sem que ninguém lhe colocasse as mãos em cima.
A noite já caíra quando retornou para a residência de Lázaro e suas irmãs onde estava hospedado com seus discípulos e familiares. Jesus recomendou que todos que estivessem dispostos a seguí-lo arrumassem suas coisas pois antes do amanhecer deveriam partir para outro lugar. E assim foi feito, logo de manhãzinha Jesus e sua comitiva já estava pronta para partir. Maria Madalena queria acompanhar Jesus como sempre o fazia, mas Jesus não permitiu e fez a ela uma revelação:
- Seu irmão deverá cair doente em breve. Mas, esta enfermidade não causará a morte dele, tenha fé. Essa enfermidade terá como finalidade a glória de Deus. Saiba, por esta doença que abater-se-á sobre seu irmão o Filho de Deus será glorificado. Por esse motivo é necessário que você fique ao lado dele, para cuidar dele e quando chegar a hora me chamar. 
E Jesus partiu, deixando para trás Maria Madalena com sua irmã Marta e seu irmão Lázaro. Primeiramente, Jesus pegou a estrada através do deserto da Judéia desceu para o vale do rio Jordão, onde João Batista começara a batizar e lá permaneceu por algum tempo e todos que iam ao seu encontro que ainda se recordavam de João Batista, ao ouvir os ensinamentos de Jesus e testemunharem as curas milagrosas que fazia, abrindo os olhos dos cegos, limpando os corpos dos leprosos, fazendo os paralíticos andarem e tirando os demônios que enlouqueciam as pessoas, diziam:
- João não fez milagre algum, mas tudo o que João falou deste homem era verdade. - E, por isso muitos acreditaram nele. (Jo 10: 39-42)
Contudo, como os pontífices e fariseus ouvindo as notícias de suas curas milagrosas buscavam arrumar um meio de tirar-lhe a vida, Jesus deixou de andar em público entre os judeus, e retirou-se para a região da Samaria, vizinha ao deserto de Judá e ficou hospedado com seus discípulos na cidade de Efraim. Ora, era Efraim a cidade mais importante da Samaria, região que segundo o relato de Josué sobre a divisão da Terra Santa com as 12 tribos de Israel, couberam aos descendentes dos filhos de José, Manassés e Efraim, prerrogativa pois José tinha perdoado e salvo sua família, durante a grande fome que assolara a região da Palestina até o Egito. A tribo de Efraim por conta de seu prestigio se tornou a mais dominante e assim ficou com uma bela gleba de terra na região fértil , e veio a se tornar tão próspera que o nome Efraim tornou-se sinônimo do reino de Israel (o mesmo que se dizer reino de Jacó), a tribo de Benjamim o filho mais jovem de Jacó ficou com a região de Jerusalém e tinha o território da tribo de Judá a fazer-lhe fronteira ao sul. Ao tempo do rei Davi as tribos reuniram seus territórios em um só reino, o reino de Israel, mas depois esse reino acabou dividido, ao norte o reino de Israel e ao sul o reino da Judéia. E nessa divisão as tribos de Efraim e Judá passaram a viver em constante disputa, Efraim invejando Judá e Judá se fazendo inimigo de Efraim, e ao tempo de Jesus, era o território de Efraim e Manassés unidos ao longo da margem ocidental do rio Jordão, na região chamada de Samaria. Portanto, não haveria melhor lugar para Jesus se manter em oculto e protegido dos judeus do que na Samaria. E lá Jesus ficou por quase todo o inverno até o último dia do mês de Adar do ano de 3.789 *(equivalente a 27 de março de 29 a.C do calendário gregoriano). 
Então, Jesus recebeu a mensagem enviada por Maria Madalena dizendo: “Senhor, aquele que tu amas, está enfermo.” Após ler a mensagem, Jesus dirigiu-se aos seus discípulos e lhes disse o que antes dissera a Maria Madalena:
- Esta enfermidade não causará a morte, mas tem por finalidade a glória de Deus. Por ela será glorificado o Filho do Homem.
Ora, todos sabiam que Jesus amava Maria Madalena, e a sua irmã e a Lázaro, e os tinha como sua própria família. Contudo, os discípulos estranharam que apesar de Jesus ter sido informado de que Lázaro estava muito doente, demorou-se ainda mais dois dias em Efraim, quando então disse aos discípulos:
- Voltemos à Judéia.
Ao que os discípulos arguiram:
- Mestre, não faz muito tempo e os judeus queriam te apedrejar, e queres voltar para lá?
Jesus respondeu:
- Não são doze as horas do dia? Quem caminha de dia não tropeça, porque vê a luz deste mundo. Mas, quem anda de noite tropeça, porque lhe falta a luz. Lázaro nosso amigo dorme, mas vou despertá-lo.
Ao ouvirem isso um dos discípulos disse a Jesus:
- Senhor, se ele dorme, há de sarar.
Jesus olha os que estão ao seu lado com um olhar piedoso e revela para eles a verdade:
- Lázaro morreu. Alegro-me por vossa causa , por não ter estado lá, para que creias. Mas, não percamos mais tempo, vamos ter com ele!
A essas palavras, Tomé, chamado Didimo *(o Gêmeo, que escreveu o Evangelho São Tomé) disse descontente aos seus companheiros:
- Vamos também nós, para morrermos com Jesus. - Pois, considerava Tome que meter-se com os judeus aquela altura dos acontecimentos seria como uma morte certa.
E, assim na manhã do terceiro dia do mês de Nissan, Jesus e seus seguidores tomaram o caminho de volta à Betânia. 
Era o dia 6 de Nissan, o sexto dia da semana quando Jesus chegou à Betânia e Lázaro já estava na sepultura a quatro dias. Lázaro tinha morrido no dia que Jesus recebera a mensagem. E muitos estavam na residência das irmãs de Lázaro para apresentar as condolências, pois Lázaro era uma figura muito proeminente da região de Jerusalém. Logo chegou aos ouvidos de Marta que Jesus estava chegando, e ela saiu-lhe ao encontro e logo foi dizendo a ele:
- Senhor, se tivesses estado aqui meu irmão não teria morrido! Pois sei que tudo o que pedes a Deus a ti é concedido.
Jesus não fez caso da recriminação das palavras de Marta e respondeu-lhe carinhoso:
- Marta, teu irmão há de ressurgir.
E ela mal acabando de ouvir, respondeu a Jesus:
- Sei que ele há de ressurgir na ressurreição do último dia.
Então, Jesus olhou para Marta com seus olhos repletos de misericórdia e lhe disse:
- EU SOU A RESSURREIÇÃO E A VIDA. AQUELE QUE CRÊ EM MIM, AINDA QUE ESTEJA MORTO VIVERÁ. E TODO AQUELE QUE VIVE E CRÊ EM MIM, JAMAIS MORRERÁ. Crês nisto, Marta?
E ela respondeu de cabeça baixa, pois não entendia muito bem do que Jesus falava:
- Sim, Senhor, eu creio que tu és o Messias, Filho de Deus, Aquele que devia vir ao mundo.
Depois de a ouvir, Jesus pediu que ela fosse lhe chamar Maria Madalena, que estava reunida com outras pessoas que lhe foram dar condolências e Marta aproximou-se dela e lhe disse baixinho ao ouvido:
- O mestre está aí e te chama. - Mal acabou de ouvir o sussurrar das palavras de Marta e de súbito Maria levantou-se e correu mais rápido do que um passarinho ao encontro de Jesus que ficara fora da casa a aguardando no mesmo lugar onde Marta viera ao seu encontro. Quando Maria Madalena chegou onde Jesus estava, lançou-se aos seus pés dizendo o mesmo que Marta dissera:
- Senhor, se tivesses estado aqui, meu irmão não teria morrido! - Mas, Maria Madalena falava isso e chorava abraçada aos pés de Jesus.
E ao terem visto Maria sair de tal maneira apressada aqueles que antes estavam com ela a seguiram, crendo que ela estaria indo ao sepulcro de Lázaro, mas a encontraram chorando aos pés de Jesus e os judeus comovidos com a cena que viam começaram a chorar também. Jesus ficou intensamente comovido em espírito, e levado de profunda emoção ajudou Maria a se levantar enquanto perguntava-lhe:
- Onde o puseste, me leve até lá.
E todos o rodearam e diziam:
- Senhor, vinde ver!
Ao ver o sepulcro onde estava Lázaro, Jesus não conseguiu mais conter a emoção que o tomava e seus olhos começaram a transbordar de lágrimas que lhe escorriam pela face e caiam livremente ao chão onde eram absorvidas pela terra ressequida. Observaram isso os judeus que ali estavam:
- Vêdes como ele o amava!
Mas, alguns deles disseram julgando-o com críticas:
- Não podia ele que abriu os olhos ao cego de nascença, fazer com que este não morresse?
Ainda tomado de emoção, Jesus vendo que o sepulcro estava coberto com uma pedra, ordenou aos serviçais que estavam os acompanhando:
- Tirai a pedra.
Marta ao ouvir isso ficou tomada de aflição e disse a Jesus:
Senhor já cheira mal, pois há quatro dias que está ai…
Respondeu Jesus a Marta:
- Não te disse eu: Se credes verás a glória de Deus?
Tiraram pois a pedra e Jesus levantou seus olhos para o céu e disse:
- Pai, rendo-te graças porque me ouviste. Eu bem sei que sempre me ouves, mas falo assim por causa do povo que está ao meu redor, para que creiam que tu me enviaste.
Depois de dizer isso, Jesus exclamou em alta voz a ordem:
- Lázaro, vem para fora!
E o morto saiu de dentro do sepulcro ainda tendo a mortalha do sudário ligado ao seu corpo com faixas. Jesus ordenou então aos servos:
- Desligai-o e deixai-o ir. (Jo 11:1-44)
Assim o vaticínio do nome de Lázaro, cujo o nome em hebreu é “Eleazar” e quer dizer “Deus é meu socorro”, se cumpriu. E todos comentaram a respeito e chegou até aos ouvido de Poncio Pilatos, representando de Tibério César para a Palestina, e teria ele escrito: “Esse Jesus ainda realizou coisa mais surpreendente, que está fora do poder de nossas divindades: ressuscitou uma pessoa morta havia quatro dias, chamando-a só com palavras. Este morto tinha o sangue deteriorado, seu corpo apodrecia, infestado de vermes. Era um foco de odor fétido, como de um cão. Quando Jesus o viu encerrado no sepulcro, ordenou-lhe que levantasse. Livre de tudo quanto é característico dos mortos, abandonou o túmulo, exalando o mais suave perfume, semelhante a um esposo que sai da da Câmara nupcial” ( * V. Anáfora de Pilatos - Relatórios de Pilatos, 3- do texto grego publicado por J. Armitage Robinson, Cambridge, Reino Unido, 1899)
Muitos dos judeu que tinham ido até Maria Madalena e tinham visto  Jesus ressuscitar Lázaro, creram nele. Porém, alguns deles saíram de lá direto para contarem o que viram aos fariseus e aos sacerdotes do templo, que logo convocaram a reunião do Conselho e disseram:
- O que faremos? Esse homem multiplica os milagres. Se o deixarmos proceder assim todos acabarão por crer nele, e os romanos virão e arruinarão a nossa cidade e toda a nação. Pois se o povo proclamar Jesus como rei dos judeus uma revolta popular terá lugar e os romanos não pensarão duas vezes para reprimir a sublevação. Nós bem sabemos disso e lidamos com eles com cuidado para manter a ordem.
Um deles chamado Caifás, que ocupava o cargo de sumo-sacerdote naquele ano, disse-lhes:
- Vós não entendeis nada! Nem considerais que vos convém que morra um homem pelo povo, e que não pereça toda a nação. - E, ele disse isso por si mesmo, mas como era o sumo-sacerdote lançava inconscientemente suas palavras como uma profecia de que Jesus iria morrer pela nação. Mas, Jesus não morreria apenas pela nação, mas para que fossem reconduzidos à unidade os filhos de Deus dispersos, mas essa compreensão não era do domínio do sumo-sacerdote. (Jo 11:45-52)
Esse foi o terceiro milagre de ressurreição praticado por Jesus, o primeiro fora da filha do sacerdote de Cafarnaum, na Galiléia; o segundo fora do filho da viúva de Naim, quando entrava na Samaria e por fim o mais grandioso de todos foi o reservado aos judeus na pessoa de Lázaro. Esses sinais ilustram em um aspecto particular a divina autoridade de Jesus e exemplifica o seu poder sobre o maior inimigo da humanidade e de todos os seres viventes: A MORTE. Assim, o nome de Lázaro tornou-se permanentemente ligado ao entendimento como referência a aparente restauração da vida, quando esta se encontra sob a ameaça de extinção, e seres vivos que alcançam a remissão de doenças e se curam totalmente. Assim todo aquele que vence a morte merece o nome de Lázaro (ou Eleazar), aquele de Deus socorre, e sabemos nós que existem muitos Lázaros nessa vida, e que todos os que venceram a morte passam a ver a vida de maneira muito diferente que as outras pessoas, e o mesmo se daria com Lázaro.
  • Da coletânea de crônicas diárias publicadas no meu  perfil do Facebook  de dezembro/2014 a abril/2015

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