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domingo, 7 de fevereiro de 2016

JESUS, AMOR & FÉ - 41. JESUS E A FESTA DAS LUZES

JESUS, AMOR & FÉ *

41. JESUS E A FESTA DAS LUZES

O outono passou e o inverno chegava, Jesus permanecia na Betânia a espera da sua hora, vivendo na casa de Maria Madalena e ensinando no jardim das Oliveiras. Muitos também o buscavam para serem curados de seus males, mas principalmente para serem perdoados de seus pecados. O Hanuká, a chamada Festa das Luzes, se aproximava (24 e 25 de dezembro), quando se celebrava o milagre do candelabro de sete braços, que acontecera por ocasião da dedicação do Templo de Jerusalém. O milagre ocorrera por ocasião da retomada do Templo quando os judeus após se libertarem do domínio grego em 167 a.C. voltaram a praticar seus ritos religiosos. Os sacerdotes ao irem acender o candelabros para a dedicação do Templo viram que o óleo só daria para um dia, e levariam sete dias para preparassem a quantidade necessária para que as chamas durassem os oito dias de devoção. Ora, eles acenderam os candelabros pensando que iria durar só um dia, contudo as luzes ficaram acesas pelos oito dias da dedicação, sem que fosse preciso mais óleo para isso.
Então, nessa época, Jesus ensinava contando essa parábola:
- O Reino dos céus será semelhante a dez virgens que saíram com suas lâmpadas ao encontro do esposo. Cinco dentre delas eram tolas e cinco eram prudentes. Tomando suas lâmpadas, as tolas não levaram óleo consigo. As prudentes, todavia, levaram de reserva vasos de óleo com as lâmpadas. Tardando o esposo, cochilaram todas e adormeceram. No meio da noite, porém, ouviu-se um clamor: Eis o esposo, ide-lhe ao encontro. E as virgens levantaram-se todas e prepararam suas lâmpadas. As tolas disseram às prudentes: Dai-nos do vosso óleo, porque as nossas lâmpadas estão apagando. As prudentes responderam: Não temos o suficiente para nós e para vós; é preferível irdes aos vendedores, a fim de comprares para vós. Ora, enquanto foram comprar, veio o esposo. As que estavam preparadas entraram com ele para a sala das bodas e foi fechada a porta. Mais tarde chegaram as outras e diziam: Senhor, senhor, abre-nos! Mas ele respondeu: Em verdade vos digo: Não vos conheço.(Mt. 25: 1-13)
E a essa parábola Jesus acrescentou o conselho:
- Vigiai, pois, porque, não sabeis nem o dia, nem a hora. Quem é pois o servo fiel e prudente que o Senhor constitui sobre os de sua família, para dar-lhes alimento no momento oportuno? Bem-aventurado aquele servo a quem seu senhor, na sua volta, encontrar procedendo assim! Em verdade vos digo: Ele o estabelecerá sobre todos os seus bens. Mas, se é um mau servo que imagina consigo: Meu senhor tarda a vir, e se põe a bater em seus companheiros e a comer e beber com os ébrios, o senhor desse servo virá no dia em que ele não espera e na hora em que ele não sabe, o despedirá e o mandará ao destino dos hipócritas; ali haverá choro e ranger de dentes. (Mt. 24:45-51 e Lc. 12:42-48)
Assim falava se referindo aos sacerdotes do Templo e aos fariseus, que o desagradavam em razão ao tratamento injusto que davam ao povo. E sobre os ensinamentos que não davam aos fiéis para que pudessem ter a Fé fortalecida Jesus contou mais uma parábola:
- Será semelhante também o Reino dos céus como um homem que tendo que viajar, reuniu seus servos e lhes confiou seus bens. A um deu cinco talentos, a outro dois, e a outro um. Depois partiu. Logo em seguida, o que recebeu cinco talentos negociou com eles, fê-los produzir, e ganhou outros cinco. Do mesmo modo, o que recebeu dois, ganhou outros dois. Mas, o que recebeu apenas um, foi cavar a terra e escondeu o dinheiro de seu senhor. Muito tempo depois, o senhor daqueles servos voltou e lhes pediu contas. O que recebeu cinco talentos, aproximou-se a apresentou outros cinco: “Senhor, disse-lhe, confiaste-me cinco talentos; eis aqui outros cinco que ganhei.” Disse-lhe o seu senhor; “Muito bem, servo bom e fiel, já que foste fiel no pouco, eu te confiarei muito. Vem regozijar-te com teu senhor” . O que recebeu dois talentos, adiantou-se também e disse: “Senhor, confiaste-me dois talentos; eis aqui os dois outros que lucrei.” Disse-lhe seu senhor: “Muito bem servo bom e fiel, já que fostes fiel no pouco, eu te confiarei muito. Vem regozijar-te com teu senhor.” Veio por fim o que recebeu apenas um talento e disse: “Senhor, sabia que é um homem duro, que colhes onde não semeaste, e recolhes onde não espalhaste. Por isso tive medo e fui esconder seu talento na terra. Eis aqui toma o que te pertence.”Respondeu-lhe ser senhor: “Servo mau e preguiçoso! Sabias que colho onde não semeei e que recolho onde não espalhei. Devias, pois, levar meu dinheiro ao banco, e a minha volta, eu receberia com os juros o que é meu. Tirai-lhe este talento e dai-o ao que tem dez. Dar-se-á ao que tem e terá em abundância. Mas, ao que não tem, tirar-se-á mesmo aquilo que julga ter. E esse servo inútil, jogai nas trevas exteriores: ali haverá pranto e ranger de dentes. (Mt. 14:14-29 e Lc. 19:11-27)
E assim Jesus exortava seus seguidores a compreenderem as coisas celestiais segundo o que conheciam e lhes eram importantes nas coisas terrenas, e dizia:
- Entendam e não esqueçam esse ensinamento: AQUELE QUE É FIEL NAS COISAS PEQUENAS, SERÁ TAMBÉM FIEL NAS COISAS GRANDES. E QUEM É INJUSTO NAS COISAS PEQUENAS, SÊ-LO-Á  TAMBÉM NAS GRANDES. Portanto tomem atenção, se pois não tiverdes sido fiéis nas riquezas mundanas ilusórias e enganadoras, quem vos confiará as verdadeiras? E se não fostes fiéis no alheio, que não vos pertence, pois em verdade a propriedade é ilusória e és apenas fiéis depositários de bens materiais de bens transitórios, pois, então, quem vos dará o que é vosso, que realmente vos pertence? Jamais se esqueçam nenhum servo pode servir a dois senhores; pois, ou há de odiar a um e amar a outro; ou há de reverenciar a um e desprezar o outro. Não podeis servir a Deus e ao Dinheiro. Todavia, se depositarem sua confiança em Deus, Ele fará prosperar tudo que precisam para realizar a missão que fostes destinados por Ele antes que nascessem. Portanto, não apeguem-se com avareza às riquezas mundanas, mas alegrai-vos depois de terdes feito tudo que foi lhes dado a fazer, e tenham contentamento por terem feito o que tinham que fazer como o fazem todos os servos de Deus. (Lc 16: 10-13 e Lc. 17: 10).
Chegando a tarde, Jesus resolveu ir até Jerusalém e passando por uma figueira, Jesus procurou por um dos seus frutos que tanto apreciava, mas a figueira só tinha folhas, e como o outono findara o tempo dos figos passara. Jesus, olhou ao longe Jerusalém e seu coração estava apertado de dor, então ele disse à figueira:
- Jamais alguém coma fruto de ti.
E imediatamente para espanto dos discípulos a figueira secou, e estupefatos perguntaram a Jesus:
- Como ficou seca num instante a figueira?
Respondeu-lhes Jesus:
- Em verdade eu vos digo que se tiverdes fé e não hesitares, não só fareis o que foi feito à figueira, mas ainda se disserdes a esta montanha: levanta-te daí e lança-te ao mar, isso se fará. TUDO O QUE PEDIRDES COM FÉ NA ORAÇÃO, VÓS O ALCANÇAREIS. (Mt. 21:18-22) Se não duvidares no  vosso coração, mas se acreditares que sucederá tudo o que disseres, obterás esse milagre que desejais. Por isso vos digo: TUDO O QUE PEDIRES EM ORAÇÃO, CREDE QUE O TENDES RECEBIDO, E SER-VOS-Á DADO. Mas, quando orares, não tenhais nenhum ressentimento em vossos corações contra ninguém. É preciso um coração sem desejo de vingança para receberes as graças de Deus. (Mr. 11:20-24).
Chegando ao Templo, Jesus entrou no pórtico de Salomão *(filho do rei Davi, que sucedeu ao pai e tornou-se renomado por sua imensa sabedoria) e passeava por ali, quando foi rodeado pelos judeus que perguntaram-lhe:
- Até quando nos deixarás na incerteza? Se tu és o Messias, diz-nos claramente!
Jesus lhes respondeu:
- Eu digo, mas vós não me credes. As obras que faço em nome do meu Pai, estas dão testemunho de mim. Mas, vós não acreditais, pois não sois do meu rebanho, se fossem atenderias a minha voz. Meu Pai, que me deu o meu rebanho, é o maior de todos, e ninguém pode arrebatar uma única ovelha das mãos do meu Pai, pois Eu e o Pai somos um.
E, os judeus ficaram injuriados e revoltaram-se contra Jesus, que perguntou-lhes:
- Tenho vos mostrado boas obras da parte do meu Pai, por qual delas desejarias me apedrejar?
Os judeus responderam:
- Não é por causa de alguma boa obra, mas por uma blasfêmia, porque SENDO HOMEM TE FAZES DEUS!
Replicou-lhes Jesus:
- Não está escrito na vossa Lei: “Eu disse: Vós sois deuses”. (Salmo 81-6) Se a Lei chama de “deuses”àqueles que a palavra de Deus foi dirigida - ora a escritura não pode ser desprezada-, como acusais de blasfemo aquele a quem o Pai santificou e enviou ao mundo, porque eu disse: Sou o filho de Deus? (Jo 10: 22-36)
Os judeus ficaram pasmos e sem palavras, cônscios da própria ignorância. Jesus deles se afastou e sentou-se defronte ao cofre de esmola, e observava como o povo deitava dinheiro nele; muitos ricos depositavam grandes quantias. Chegando uma pobre viúva, lançou duas pequenas moedas *(leptos, a menor moeda romana) no valor de apenas um quadrante. E Jesus chamou os seus discípulos e disse-lhes:
- Em verdade vos digo, esta pobre viúva deitou mais do que todos os que lançaram no cofre. PORQUE TODOS TIRARAM DO QUE TINHAM EM ABUNDÂNCIA; ESTA, PORÉM, PÔS DA SUA INDIGÊNCIA, TUDO O QUE TINHA PARA O SEU SUSTENTO.
Jesus tomado de profunda compaixão pela viúva e vendo toda a injustiça que era praticada ali no templo, com comércio indevido das coisas santas para que os sacerdotes do Templo se enriquecesse sem medidas com a ignorância dos fiéis, lançou mão de um chicote de um homem que passava com sua besta de carga e subindo os degraus do Templo começou a derrubar a mesinhas dos cambistas que trocavam as moedas estrangeiras e ganhavam com o cambio mais do que o devido, e chutava as gaiolas dos vendedores de pombas e outros animais vendidos para sacrifícios a preços extorsivos, e com o relho em riste ia o deitando sobre os comerciantes e impedia assim que qualquer coisa fosse comprada ou vendida, enquanto gritava com os vendilhões em alta voz:
- Não sabes o que está escrito: “A MINHA CASA CHAMAR-SE-Á CASA DE ORAÇÃO PARA TODAS AS NAÇÕES (Is. 56-7) ? Mas vós fizestes dela um covil de ladrões (Jer. 7:11) !
O escândalo foi enorme, e a expulsão dos vendilhões causou ultraje nos príncipes dos sacerdotes judeus, que nada podiam fazer contra ele pois o povo cada vez respeitava Jesus mais e mais, admirando a sua doutrina. ( Mt. 21:12-17 e Mr. 11: 15-18)
Depois dessa explosão de ira, Jesus desceu os degraus do Templo cheio de fúria, parou por um breve instante e virou para os seu discípulos que testemunhavam a toda cena perplexos e disse-lhes:
- VÊS ESTE GRANDE EDIFÍCIO? NÃO SE DEIXARÁ PEDRA SOBRE PEDRA QUE NÃO SEJA DEMOLIDA. VEDES TODOS ESSES EDIFÍCIOS? EM VERDADE VOS DECLARO: NÃO FICARÁ PEDRA SOBRE PEDRA; TUDO SERÁ DESTRUÍDO. (Mt. 24:2, Mr. 13:1-2 e Lc. 21-5-6)
A profecia de Jesus sobre a destruição do Templo e de Jerusalém veio a ocorrer na realidade com a derrota da grande revolta judaica contra o domínio romano em 70 d.C, quando Jerusalém foi tomada pelo general romano Tito. Em 135 d.C. o imperador Adriano mandou arrasar Jerusalém devido a nova revolta judaica. Sobre os restos de Jerusalém foi erguida a cidade de estilo helênico chamada Élia Capitolina, e sobre o Templo de Iahweh *(Javé), orgulho de Herodes, o Grande, foi erigido um templo dedicado a Júpiter Capitolino, deidade suprema dos romanos, equivalente ao deus Zeus grego,
  • Da coletânea de crônicas diárias publicadas no meu  perfil do Facebook  de dezembro/2014 a abril/2015.

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