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domingo, 10 de janeiro de 2016

JESUS, AMOR & FÉ - 33. O PODER DIVINO DA MULTIPLICAÇÃO


JESUS, AMOR & FÉ *

33. O PODER DIVINO DA MULTIPLICAÇÃO 

Estava Jesus em Cafarnaum quando seus 12 discípulos, que ele havia enviado para pregarem a boa nova e anunciarem a chegada do Reino dos céus, ao terem tomado conhecimentos da morte de João Batista retornaram imediatamente para junto de seu mestre. E, estando todos reunidos juntos com Jesus, contarem-lhe tudo o que haviam feito e ensinado. Jesus então disse-lhes para irem para um lugar deserto para conversarem melhor e poderem descansar, pois naqueles dias eram muitos que iam e vinham à casa onde Jesus estava hospedado que nem tinham tempo de comer. Partiram assim na barca para Betsaída, com o intuito de ficarem em um lugar a parte. Betsaída em hebráico quer dizer ‘casa de pesca’ e os discípulos pescadores Pedro, André, João e Tadeu viviam indo e vindo para aquela cidade, daí que a região lhes era muito familiar, além do que distava a poucos quilômetros de Cafarnaum, a cidade estava na região de Golan, e integrava os domínios de Filipe, o Tetrarca, o território de Traconítide. 

Mas, as pessoas que os viram partir e percebendo que eles tomavam o rumo de Betsaída dirigiram-se a pé para lá os seguindo, e vendo alguns partirem outros vieram atrás e logo uma multidão começou a se dirigir para onde se supunha que Jesus estaria. A multidão que ia a pé chegou primeiro do que eles a Betsaída. Assim quando Jesus chegou na barca com os discípulos a grande multidão os aguardava e Jesus se compadeceu dela, porque via a multidão como um rebanho, ovelhas que não possuíam um pastor. Jesus chamou a todos e caminhou a frente enquanto o povo o seguia até uma colina onde haveria lugar para todos se acomodarem. Jesus falava-lhes sobre o Reino de Deus e restabelecia a saúde dos doentes, mas como a tarde já começava cair Jesus disse a Filipe, que fora discípulo de João Batista junto com André, irmão de Pedro:
- Onde compraremos pão para que todos estes tenham o que comer? - Jesus falava assim só para experimentar Filipe pois bem já sabia o que haveria de fazer. 
Um dentre os discípulos ouvindo aconselhou:
- Despede a multidão, para que as pessoas possam voltar para suas aldeias e sítios da vizinhança e encontrem lugar para se alimentarem e se hospedarem, porque aqui estamos num lugar deserto.
Mas, Jesus respondeu para eles:
- Dai vós mesmos o que comer para elas. 
Mas Filipe replicou-lhe:
- Duzentos denários de pão não bastarão para que cada um receba um pedaço e sacie a sua fome...
Jesus sem dar ouvidos, perguntou a André, irmão de Pedro, e que também fora discípulo de João Batista:
- Quantos pães consegues ter aí André? Ide ver.
Depois de se informar, André disse a Jesus:
- Está aqui um menino que tem cinco pães de cevada e dois peixes…mas que é isso para tanta gente? 
Jesus então lhes disse:
- Fazei as pessoas se sentarem na relva em grupos de cem e de cinquenta. 
Depois que estavam todos assim sentados como Jesus queria, ele tomou os cinco pães e os dois peixes e erguendo os seus olhos para o céu os abençoou-os, partiu-os e deu a seus discípulos, para que fossem distribuídos entre as pessoas, depois repartiu também os dois peixes entre todos. Todos que ali estavam comeram e ficaram fartos. 
Jesus então disse aos discípulos:
- Recolhei os pedaços que sobraram para que nada se perca.
Foi recolhido do que sobrou doze cestos cheios de pedaços de pão e os restos de peixe. Ora os convivas foram cinco mil homens sem contar as mulheres e as criança.
A vista deste milagre de Jesus aquela gente dizia:
- Este é verdadeiramente o Profeta que há de vir ao mundo! 
Jesus, percebendo que queriam arrebatá-lo e fazê-lo “rei” tornou a retirar-se sozinho para o monte (Mt.14: 13-21; Mr 6: 14-29; Lc. 9:10-17 e Jo 6: 1-15).
Esse é uma das raras passagens que aparece de comum acordo nos quatro Evangelhos do Novo Testamento, portanto deve-se tomar esse milagre algo que causou muita impressão, porquanto foi um milagre testemunhado por milhares de pessoas. Ora, aqueles judeus como todos os judeus eram crentes num “Messias” político, um rei dos judeus segundo uma concepção terrena, que teria o poder de libertá-los do domínio romano e restituir os dias de glória e esplendor da realeza da casa de Israel, tal como fora há mil anos antes, ao tempo do rei Davi e do seu filho o rei Salomão, a essa altura quase um reino lendário, até difícil de acreditar que algum dia tenha existido, porém era assim que aquelas pessoas simples acreditavam, e buscavam pois esse rei messiânico prometido pelos profetas, como sendo o Profeta de quem falara Moisés.

No dia seguinte, mais barcas chegaram até vindas de Tiberíades do outro lado do mar da Galiléia, e aportaram perto do lugar onde tinham comido o pão, depois que Jesus ter dado graças. E vendo que nem Jesus e nem os discípulos estavam ali, pois tinham retornado à noite - quando se dera o milagre que Jesus andara sobre as águas e salvara Pedro de afogar-se -, pegaram suas barcas deixaram Betsaida e foram para Cafarnaum. E encontrando a Jesus na outra margem perguntaram-lhe:
- Mestre, quando chegaste aqui?
E Jesus respondeu àqueles que o procuravam:
- Em verdade, em verdade vos digo, buscais-me não porque vistes milagres, mas porque comestes dos pães e ficastes fartos. Trabalhai não pela comida que perece, mas pela que dura até à vida eterna, que o Filho do Homem vos dará. Pois nele Deus Pai imprimiu o seu sinal e o ungiu. (Jo. 6:22-27) O verdadeiro pão de Deus é o pão que desce do céu e dá vida ao mundo. (Jo 6:33)
Disseram-lhe então:
- Senhor dai-nos sempre desse pão!
Jesus lhes disse:
- Eu sou o pão da vida: aquele que vem a mim não terá fome, e aquele que crê em mim jamais terá sede. Mas, já vos disse: Vós me vêdes e não credes… (Jo 6-34-36)
Naqueles dias, muito se fala de Jesus, e seus adversários tudo faziam para pegá-lo em erro e poderem acusá-lo. Se um dia era uma coisa no outro era outra.
Assim estando em Cafarnaum, os cobradores de impostos aproximaram-se de Pedro e perguntaram:
- Seu mestre não paga a didracma *(todo israelita pagava anualmente um imposto de duas dracmas - moeda grega- destinado às despesas do templo de Jerusalém, na Judéia.) ?
- Paga sim! - respondeu Pedro, e quando chegou à casa, Jesus o preveniu dizendo:
- Que te parece Simão? Os reis da terra de quem recebem os tributos ou os impostos? De seus filhos ou dos estrangeiros? - Pedro respondeu:
- Dos estrangeiros.
Jesus respondeu-lhe:
- Os filhos, então, estão isentos *(porquanto como filho de Deus, Jesus estaria isento do pagamento).
Mas, não convêm escandalizá-los. Vai ao mar, lança o anzol, e ao primeiro peixe que pegares, abrirás a boca, e encontrarás um estarte *(moeda de prata que valia quatro dracmas). Toma-o e paga os impostos por mim e por ti (Mt 17:24).
No outro dia alguns fariseus e hertzianos vindos de Tiberiades, aproximaram-se dele e disseram-lhe:
- Sabemos que és sincero e que não lisonjeias ninguém; porque não olhas para as aparências dos homens, mas ensinas o caminho de Deus segundo a verdade. ë permitido que se pague o imposto a César, ou não? 
Conhecendo-lhes a hipocrisia, respondeu-lhes Jesus: 
- Por que me quereis armar um laço? Mostrai-me um denário. *(moeda romana)
E mostraram um denário a ele. E Jesus perguntou-lhes:
- De quem é esta imagem e inscrição?
- De César! - responderam-lhe.
Jesus então lhes replicou com autoridade:
- “Dai, pois a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus. 
E todos se admiraram dele ( Mr. 12: 13-17). E assim, não puderam surpreender Jesus em nenhuma palavra diante do povo. Pelo contrário, admirados de sua resposta tiveram de calar-se.
Depois Jesus disse aos seus discípulos em particular:
- Se alguém quiser vir comigo, renuncie a si mesmo, tome o destino da sua vida e siga-me. Porque aquele que que quiser salvar a sua vida a perderá, mas aquele que tiver dado a sua vida por minha causa a recobrará. Que servirá a um homem ganhar o mundo inteiro, se isso é para prejudicar a sua vida? Ou seja, que dará um homem em troca da sua vida?
E o silêncio caiu sobre os seus discípulos e Jesus continuou dizendo: - Porque o Filho do Homem há de vir na glória de seu Pai com seus anjos; e então recompensará a cada um segundo suas obras. Em verdade vos declaro, muitos destes que aqui estão não verão a morte, sem que tenham visto o Filho do Homem, voltar na majestade do seu reino (Mt.16:24-28; Mr. 8:34- - 9:1; Lc. 9:23-27 e Jo 12:25)”. De fato todos que ali estavam dos 12 discípulos, só Judas Iscariotes não veria a Jesus ressuscitado. 

Novamente estas palavras sobre a renúncia de si mesmo consta nos quatro Evangelhos, o que dá grande força a essas palavras de Jesus, mais no sentido de fazer a vontade de Deus e de renunciar às ambições do próprio ego.

Seis dias depois de ter dito essas palavras, Jesus pegou consigo Pedro, Tiago Menor, João e seu irmão Tiago Maior, e levou-os consigo ao alto de um monte para orar, contudo eles estavam cansados e dormiram vencidos pelo sono, e deixaram Jesus orando sozinho. Quando Pedro acordou ficou atemorizado e chamou seus companheiros para verem se o que ele via era verdade: O rosto de Jesus e todo o seu corpo tinha se tornado luz, e sua veste resplandecia de brancura. E, ele conversava com outros dois seres resplandecentes como ele. Pedro, não conseguiu se calar, e foi dizendo nervoso para Jesus:
- Senhor, é bom estarmos aqui. Se queres farei aqui três tendas, uma para ti, uma para Moisés e outra para Elias - pois Pedro pensou que fossem Moisés e Elias com Jesus, mas ainda falava quando uma nuvem luminosa surgiu e os envolveu e da nuvem ouviu-se uma voz poderosa que dizia:
- Eis o meu Filho muito amado em quem pus toda a minha afeição: ouvi-o. 
E ao ouvirem essa voz os discípulos forma tomados de êxtase e caíram com a face por terra e tiveram muito medo. Mas, Jesus aproximou-se deles e tocou-os, dizendo: - Levantais e não temais.   E, disse a eles para não contarem sobre o que viram a ninguém até que a sua hora estivesse consumada e eles o vissem em sua glória (Mt.17:1-8; Mr. 9:2-13 e Lc. 9:28-36).

A GALILÉIA AO TEMPO DA PREGAÇÃO DE JESUS

Depois disso Jesus despediu-se da região de Cafarnaum e chamando os seus discípulos partiram para a região de Magadã (Mt. 15: 39), ou Magdala como alguns identificam essa aldeia às margens sudeste de Cafarnaum. Ora, estando em viagem os discípulos tinham esquecido de levar pão, e faziam grande alvoroço por isso, perguntando-se o que haveriam de comer numa viagem tão longa, e Jesus lhes disse os repreendendo: 
- Guardai-vos com cuidado do fermento dos fariseus e dos saduceus. 
Mesmo, assim eles pensavam, que Jesus ralhava porque tinham esquecido o pão. Jesus penetrando seus pensamentos disse-lhes:
- Homens de pouca fé! Por que julgais que vos falei, por não terdes pão? Ainda não compreendeis? Nem vos lembrais dos cinco pães e dos cinco mil homens, e de quantos cestos recolhestes das sobras? Por que não compreendeis que não é do pão que vos falava, quando vos disse: Guardai-vos do fermento dos fariseus e dos saduceus? 
Então, eles finalmente entenderam que Jesus não dissera que se guardassem do fermento do pão, mas da doutrina e dos fariseus e dos saduceus, da hipocrisia de suas doutrinas (Mt. 16: 5:12).

Jesus assim fala aos seus discípulos, pois não era fácil para eles apesar de todos os grandiosos milagres que testemunharam naqueles dias após a morte de João Batista, que tinham por objetivo consagrar Jesus como o Salvador, o Filho de Deus, e, exatamente em razão da convivência e da intimidade que tinham com Jesus, que tinham dificuldade em aceitar a divindade daquele homem tão humano em todos os aspectos, ao qual chamavam de Jesus e que os fazia sentirem-se como se fossem uma família que a concepção de Jesus ser divino não entrava em suas cabeças e, assim, deixavam-se levar a toda hora pelo o vicio de suas velhas, crenças que lhes endurecia os corações, em vez de aceitar docilmente as palavras que Jesus lhes semeava em seus corações, sobre a sabedoria das coisas celestiais, pois continuavam a compreender a tudo apenas com a mente. 
Foi assim, com essa viagem que Jesus partiu de Cafarnaum deixando aquele território para trás e iniciando sua trajetória em direção a Jerusalém, para cumprir a predestinação divina do seu grandioso destino.

  • Da coletânea de crônicas diárias publicadas no meu  perfil do Facebook  de dezembro/2014 a abril/2015.

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